Assim como muitos admiradores da sétima arte, sou um grande fã da Pixar e apaixonado por muitos filmes que o estúdio já realizou, no entanto, é notável a decadência que sofreram nos últimos anos, entregando projetos duvidosos como "Carros 2" (2011) e "Valente" (2012). Quase dois anos sem lançar algo nos cinemas, eles voltaram, renovados, colocando "Divertida Mente" não só na lista dos melhores que eles já produziram ao longo de sua história, como uma das melhores animações dos últimos tempos.
por Fernando Labanca
Antes de mais nada é preciso ressaltar: "Divertida Mente" é um filme para adultos. Talvez por suas cores e por seu visual deslumbrante, as crianças poderão se envolver ali no momento, mas não vejo a possibilidade delas aproveitarem a obra tanto quanto os mais crescidos. Há muito o que pensar, analisar e refletir na tela, nos entregam uma ideia complexa, desenvolvida com inteligência e maturidade. Os próprios adultos, por sua vez, assistirão a trama com os olhos atentos, é preciso ver os pequenos detalhes deste roteiro engenhoso para acompanhar o excelente raciocínio que a obra propõe. É uma daquelas experiências únicas, que sabe ser nonsense na medida certa e genial na maior parte do tempo. Atualmente, nos cinemas, são poucos os cineastas que conseguem criar uma viagem boa com esta, Terry Gilliam, Charlie Kaufman e Michel Gondry são alguns desses profissionais que nos levam para um novo universo, para desfrutar algo que a realidade jamais será capaz de oferecer. Pete Docter, um dos cabeças da Pixar, é mais um a alcançar este feito. Ele fez isso em "Monstros S.A" (2001) e volta a fazer aqui.