segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Retrospectiva 2019: Os Melhores Atores

Em 2019 tivemos ótimos personagens masculinos e, como consequência, grandes atores se destacam durante o ano. Foi uma lista um pouco difícil de fechar, logo, acabei deixando nomes fortes de fora. Caso sinta falta de alguém, deixe nos comentários. 

Essas são, na minha opinião, as melhores atuações masculinas de 2019. Espero que gostem dos selecionados. Sempre bom lembrar que na retrospectiva aqui no blog, os filmes possíveis de seleção são todos aqueles lançados no Brasil entre janeiro e dezembro, independente do ano em que foram lançados nos países de origem. 

por Fernando Labanca



15. Timothée Chalamet (O Rei)
É surpreendente a força de Timothée Chalamet em cena. Apesar de muito jovem, ele encara o protagonista de “O Rei” com garra e prova ser mais do que uma mera nova promessa de Hollywood. Aqui ele interpreta Henrique V, que contra sua vontade, aceita o reinado deixado por seu pai, assumindo o posto de rei da Inglaterra e liderando uma violenta guerra. Toda a construção do personagem é interessante e vê-lo crescendo na pele de Chalamet é ainda mais fascinante. 




14. Eddie Murphy (Meu Nome é Dolemite)
“Meu Nome é Dolemite” marca uma volta triunfal do veterano Eddie Murphy, que depois de anos longe do cinema retorna em um papel que lhe cai como uma luva. É a sua cara. É o seu momento. Na pele de Rudy Ray Moore, um homem que na década de 70 fez absolutamente de tudo para conseguir emplacar uma carreira artística, o ator encontra espaço para explorar todo o seu talento, fazendo stand up, cantando e provando que é capaz de ir muito além da comédia. 




13. Daniel Craig (Entre Facas e Segredos)
No início de “Entre Facas e Segredos” há um certo mistério diante do famoso detetive que entre em cena para solucionar um crime. Quando, enfim, o rosto de Daniel Craig é revelado e seu personagem ganha destaque na trama, o filme ganha uma nova vida, um novo brilho. Depois de tanto tempo se dedicando ao James Bond, acabamos que esquecendo do quão bom ator ele é. Benoit Blanc é um personagem pomposo, inteligente, cômico e parece ter sido tirado de um filme antigo. Craig, por sua vez, é este ator intrigante, que diante desta baixa expectativa que existe sobre sua presença, vem e nos entrega uma grande atuação. Ele tem carisma e um charme que é difícil de tirar os olhos quando está frente à câmera. 




12. Zain Al Rafeea (Cafarnaum)
Me emociona e me faz pensar no quão milagroso o cinema consegue ser. Zain, o ator, é um refugiado sírio e quando filmou “Cafarnaum”, não sabia ler. É brilhante, então, a veracidade e intensidade que ele traz ao personagem Zain, o garoto pobre libanês, que processa os pais por tê-lo colocado no mundo. É muito forte toda a trajetória do garoto e nos choca como ele, que não é um ator profissional, conseguiu trazer tanta honestidade e tanta comoção em cena. Zain é um desses milagres e que lindo foi poder vê-lo aqui. 




11. Taron Egerton (Rocketman)
Taron Egerton tem construído uma carreira interessante em Hollywood. Rosto bonito, ele é o típico jovem padrão que tem tudo para ser um galã de sucesso. É curioso, então, perceber o quanto ele se recusa a isso e consegue, através de projetos tão arriscados, apagar essa imagem fútil e provar o quão talentoso é. Em “Rocketman”, nada é capaz de apagar o brilho que ele tem. Taron canta, dança e entrega uma atuação digna de prêmios. Na pele do astro Elton John, o ator foge da caricatura ou imitação e faz sua própria versão daquilo que acredita ser Elton. E traz verdade, traz intensidade e nos convida a enfrentar sua mágica e dolorosa jornada ao seu lado. 




10. Brad Pitt (Ad Astra)
Brad Pitt é um grande ator, mas por alguma razão, sempre esquecemos disso. “Ad Astra” veio para nos lembrar do quão competente ele é capaz de ser quando recebe um bom filme e um bom personagem em mãos. Ao interpretar o engenheiro espacial Roy, que viaja ao espaço a procura de seu pai, o vemos quase que o tempo inteiro sozinho em cena. É preciso ser um grande ator para segurar a público diante deste isolamento e, apesar de extremamente sutil, ele nos hipnotiza e nos emociona. Brad é bastante honesto ao revelar os dramas de seu personagem e entrega uma atuação, surpreendentemente, sensível e delicada, muito distante de tudo o que ele realizou anteriormente. 




09. Christian Bale (Ford vs Ferrari)
Não fechei esta lista até assistir “Ford vs Ferrari” pois sabia da possibilidade que havia de Christian Bale entregar uma atuação digna de ser lembrada como “uma das melhores”. Afinal, quando foi que ele errou? Bale é unânime e segue construindo uma carreira de acertos. Muito a vontade na pele do piloto Ken Miles, o ator entrega mais uma grande interpretação. É um cara grosseiro, meio truculento e no meio de sua comicidade, o ator encontra sua humanidade. Ao fim, criamos um laço forte com aquele personagem, uma afeição que nos faz torcer fortemente por suas vitórias e isso se deve a Bale e a capacidade dele de nos convencer. De acreditar no quão humano, quão real e verdadeiro ele é.  




08. Jonathan Pryce (Dois Papas)
Eu não consigo imaginar outro ator sendo o Papa além de Jonathan Pryce. Mais do que uma questão de fisionomia, ele nos prova, cena após cena, que ninguém poderia incorporar aquele personagem além dele. Há algo de muito especial em sua composição, que nos transmite verdade, que nos transmite paz. A naturalidade com que ele fala outros idiomas também impressiona e revela o quão preparado ele estava para viver aquilo. Os diálogos são ótimos e são como presentes dados ao veterano que poucas vezes, nos últimos anos, recebeu um material tão completo como este. 




07. Marcello Fonte (Dogman)
Marcello venceu, ano passado, o prêmio de Melhor Ator em Cannes e não só por isso merece estar aqui. Estrela do elogiado filme do italiano Matteo Garrone, Marcello surpreende por não ser um ator profissional e ter se entregado com tanta garra. Ele foi achado ao acaso pelo diretor para dar vida ao protagonista Marcelo, um humilde funcionário de uma pet shop. Seu carisma enche a tela e sua presença nos impacta, tamanha força. Ele traz honestidade em cada diálogo e em cada situação vivida pelo personagem e nos envolve facilmente em sua jornada. 




06. Ethan Hawke (Fé Corrompida)
Foi uma grande surpresa ver Ethan Hawke na pele do reverendo Toller no drama “Fé Corrompida”. Ele sempre foi um ator muito correto, no entanto, confesso que nunca o tinha visto desta forma, tão entregue a seu personagem. Pela primeira vez me fez esquecer seus outros papéis e encará-lo como um ator realmente competente, capaz de sair de sua zona de conforto e viver por completo uma outra realidade. 




05. Leonardo DiCaprio (Era Uma Vez em Hollywood)
Leonardo DiCaprio é um desses grandes atores que nunca erram. Pelo menos nesta última década, não me vem à cabeça um projeto que ele tenha se envolvido e dado errado. Na pele do ator Rick Dalton, ele entrega mais uma irretocável atuação. Aqui ele é um astro da comédia, do drama, da ação e trilha com perfeição por todos os gêneros, explorando ao máximo todas as possibilidades de seu personagem. DiCaprio nos mantém atentos e é ele a grande razão do novo filme de Tarantino valer a pena.  




04. Adam Driver (História de Um Casamento)
Queridinho do cineasta Noah Baumbach, os dois tem construído uma bela parceria nos últimos anos. É nítido o quão pessoal e intimista é o texto de “História de Um Casamento” e Driver serve quase como um alter ego do roteirista aqui. É nítido, também, o quanto o ator se doou aqui, mergulhando de cabeça nos dramas de seu personagem e entregando umas das interpretações mais viscerais do ano. Ao viver o marido que está se divorciando, Driver se mostra intenso e muito honesto em cada diálogo. É seu melhor momento, com certeza. 




03. Willem Dafoe (No Portal da Eternidade)
Não que Willem Dafoe seja a escolha mais óbvia para dar vida a Van Gogh no cinema, mas quando “No Portal da Eternidade” começou, ficou claro que não poderia haver outro ator para interpretá-lo. Ela abraça o personagem, vive com intensidade aquela verdade e durante aqueles minutos nos juntamos a ele em sua jornada e acreditamos em seus dramas e relatos. É linda e irretocável sua presença em cena, emociona e nos faz ter a certeza do quão completo ele é como profissional.   




02. Antonio Banderas (Dor e Glória)
Acho que esquecemos do grande ator que Antonio Banderas é. Talvez por isso tenha sido tão surpreendente vê-lo em “Dor e Glória”. Ele renasce em cena para viver o alter ego do diretor Pedro Almodóvar, Salvador Mallo. É uma performance sutil, que encanta, nos envolve e nos deixa ali, hipnotizados por cada diálogo que pronuncia. Banderas nos convence e prova que por muitos anos o subestimamos. É um ator incrível, que domina a cena e que merece mais chances como esta. 




01. Joaquin Phoenix (Coringa)
Foi a atuação de 2019, fato. Me deixou sem palavras por diversos momentos e arrepiado pela entrega e transformação do ator. Joaquin Phoenix é um monstro, um camaleão e não resta dúvidas de que ele é um dos maiores atores ainda em atividade. Na pele do Coringa, Phoenix renasce e supera as altíssimas expectativas que existam em cima de sua interpretação. É brilhante sua entrega, em como ele entende o personagem e se permite crescer em cena. Cada nova sequência, um novo choque, um novo impacto. Phoenix deu um show, um show que vamos lembrar daqui há muitos e muitos anos. Foi mágico, foi memorável. 

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