sábado, 26 de março de 2011

Cinema: Sucker Punch - Mundo Surreal (Sucker Punch, 2011)


Primeiro trabalho autoral do visionário Zack Snyder, que nos trouxe "300" e "Watchman", ambos adaptações, e desta vez, o diretor resolve criar seu próprio mundo, através de suas próprias idéias e o resultado é simplesmente maravilhoso!


por Fernando Labanca

Desde "300" acompanho a carreira de Zack, vi este no cinema e desde então, faço questão de pagar para ver suas obras, confesso que seus últimos trabalhos me decepcionaram, como "Watchman" que esperava muita coisa e o que chegou bem tímido ano passado, "A Lenda dos Guardiões", que também foi abaixo de minhas expectativas. Felizmente, "Sucker Punch" se superou, e apesar de ter seus defeitos, marca um bom momento na carreira deste diretor promissor e valeu cada centavo pago.

Na trama, conhecemos Baby Doll (Emily Browning), que depois de surtar após a morte de sua mãe, resolvendo assim dar um basta nos abusos de seu cruel padrasto, mas seus planos mudam completamente quando por um incidente, acaba sendo acusada injustamente por matar sua irmã mais nova e devido ao seu surto, é colocada por seu padrasto em um hospício para jovens garotas. Lá, ela tem a certeza de que sua vida virou um verdadeiro inferno, o local é um pretexto sujo para manter uma espécie de bordel, onde as garotas são ensinadas a dançar sensualmente para os clientes milhionários.

Para piorar, Baby Doll tem apenas 5 dias de lucidez, até o final deste prazo, o hospício receberá um médico que realizará uma lobotomia na jovem, fazendo ela perder seus sentidos. Lá, ela também conhece algumas garotas com problemas e que também fariam qualquer coisa para sair, como as irmãs Rocket (Jena Malone) e Sweet Pea (Abbie Cornish) e as belas Blondie (Vanessa Hudgens, não você não leu errado) e Amber (Jamie Chung). Eis que em sua primeira dança, fecha os olhos, e dá azas a sua imaginação fértil, e percebe que enquanto pratica seus movimentos consegue entrar em um mundo surreal, e logo quando chega neste local conhece um homem sábio que dá as coordenadas para sua liberdade, e para isso, ela precisa encontrar cinco coisas, um mapa, algo que produza fogo, uma chave, uma faca e o último elemento é um mistério que somente descobrirá no final de sua jornada.

Para isso, ela conta com a ajuda de suas novas companheiras, e enquanto dança, cada uma vai atrás de um objeto, enquanto na mente de Baby Doll, acontece uma grande aventura, cheia de explosões, batalhas com armas poderosas, enfrentando seres diabólicos de outro mundo, tudo pela sua liberdade e a liberdade das outras jovens. Como se a realidade não bastasse, não fosse o suficiente para permanecer viva, mas quando a fantasia e o real se fundem elas passam a presenciar grandes e terríveis consequências.


"Sucker Punch" é uma sequência deslumbrante de efeitos especiais de qualidade, um visual excepcional, um design de produção impecável, seja nos momentos de fantasia, seja nos momentos reais. Figurinos bem escolhidos e uma bela fotografia, onde nas sequências deste "mundo surreal", a equipe não abusa de muitas cores, prevalecendo tons cinzas, deixando um tom mais sombrio, mais dark. Já os efeitos visuais são ótimos, deixando qualquer um de boca aberta, e todo o gráfico lembra e muito o universo dos "video-games".

Aliás, é nítido que a intenção de Zack Snyder é uma mistura daquilo que ele provavelmente admira e compreende como ninguém, video-games, HQ's e tudo que gira em torno deste universo nerd, o que provavelmente agradará e muito aqueles que curtem estes elementos da cultura pop, pois referências não faltam.

Ponto alto na projeção, com certeza é a trilha sonora, elevando e muito o nível do filme, entrando e saindo nas horas certas, parece se comunicar e se ralacionar com a trama perfeitamente, a música praticamente faz parte da história. Passando pela cultuada Bjork, e alguns remix e adaptações de clássicos como Queen e seu "I Want It All / We Will Rock You" e até mesmo a bela Emily Browning soltando a voz numa versão incrível de "Where Is My Mind" do Pixes.

Falando em Emily Browning, a atriz dá conta do recado, luta, faz movimentos como quem entende do negócio, além de nos fazer entender perfeitamente sua situação, fazendo com que torçamos por ela. Mas destaque mesmo vai para, apesar de jovens, veteranas no cinema, Abbie Cornish e Jena Malone, responsáveis pelos melhores diálogos e melhores cenas, a química entre elas funciona muito bem e nos emocionamos com a jornada das duas. Infelizmente o roteiro se esqueceu de Vanessa Hudgens e Jamie Chung que são apenas rostinhos bonitos no filme e que pouco alteram no resultado final. Carla Gugino mais uma vez, ótima, e Oscar Isaac surpreende na pele do vilão.

"Sucker Punch" peca pelo excesso, nas cenas do mundo imaginário de Baby Doll, o filme nos enche com cenas mirabolantes, com direito a metralhadoras, robôs e dragões, mas para mim não empolgam tanto, parecem mesmo Video Game, e como cinema isso não funciona tão bem. Ficar assistindo batalhas sem fim, com excesso em detalhes, trilha sonora que não para sequer um minuto, somado a isso o abuso da camera lenta, tudo parece um trailer gigantesco. Felizmente estas cenas muito tem a ver com a história e no final percebemos que tudo tem um propósito. Apesar de prevalecer na aventura e ser um deleite para os marmajões (mulheres belas com roupas sensuais usando uma metralhadora, o que mais queremos?), o filme também funciona e muito bem como drama, existe sim uma ótima trama por baixo deste mundo surreal, que vão muito além do que só efeitos visuais e referências a cultura pop. Devido a sua criativa história, o filme ainda segue para um belo final, surpreendente, portanto mulheres também poderão se identificar com o longa, ainda por ter mulheres protagonizando, garotas valentes sonhando com a liberdade.

Por trás deste deslumbrante mundo criado por computadores, há boas intenções e o filme cumpre e muito bem sua proposta. Uma bela metáfora sobre os empecílhos que a vida nos coloca, qual o sentido da vida se não há nada para que lutar? Seriam estes obstáculos colocados em nossa jornada por algum anjo que nos proteje, esperando que não recuamos e esperando que enfim lutemos por algo. Mais do que isso, as armas para esta balalha que é a vida está exatamente em nossas mãos, somente nós temos as armas e tudo o que precisamos para lutar e seguir em frente, somente nós temos a chave para nossa própria liberdade.

NOTA: 8,5



segunda-feira, 14 de março de 2011

Sofia Coppola em Um Lugar Qualquer

Filha do gênio Francis Ford Coppola, a jovem diretora provou que tem comepetência para estar entre os grandes nomes de Hollywood, não por ser simplesmente filha de uma grande diretor, mas por um talento próprio. Depois de uma tentaiva frustada em se tornar atriz entre as décadas de 70 e 90( e isso envolve Framboesas de Ouro e tudo o mais) , Sofia resolveu permanecer no cinema, mas de outra forma, dirigindo, e hoje agradecemos sua escolha, pois é sim, uma das melhores diretoras da atualiadade e em uma pequena filmografia provou que pode ir muito longe. Mostrando sempre uma visão feminina sobre diversos fatos, filmando com delicadeza e muita simplicidade, Sofia construiu quatro pequenas obras-primas, e antes de comentar seu mais recente trabalho, "Um Lugar Qualquer", lembrarei seus belos trabalhos anteriores...

por Fernando Labanca


As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides, 1999)

Começou muito bem, e hoje, olhando para trás, foi sua melhor obra! Baseado no livro de Jeffrey Eugenides, o filme conta um grande acontecimento na vida de quatro garotos na década de 70, quando conheceram as cinco filhas da família Lisbon. Loiras, belas, com um ar de inocência e ao mesmo tempo, mistério: Cecilia, Lux, Bonnie, Mary e Theresa.

As garotas viviam sobre o forte conservadorismo de seus pais, eis que a mais nova, Cecilia tenta suicidio, mas não dá certo, assustando seus pais que resolvem integrá-las a comunidade, fazendo elas se socializarem acreditando que este era o problema. Mas numa festa, Cecilia tenta novamente e conclui com secesso seu plano e morre. Para desepero dos pais que passam a ser mal vistos pelas outras famílias.

Aproveitando a liberdade, Lux (Kirsten Dusnt, incrível), a mais rebelde, passa a se relacionar com o bonitão do colégio (Josh Hartnett) e perde sua virgindade, mas é abandonada e ao chegar tarde em casa, ela e suas irmãs passam a ser punidas de forma cruel, passam a ser prisioneiras na própria casa, é quando resolvem se comunicar por sinais com os vizinhos, os quatro garotos que as idolatravam, eram suas heroínas, tentaram durante anos resolver os mistérios que rondavam a casa das Lisbon.

Um filme intrigante, assustador, melancólico, mas ao mesmo tempo, belo e sensível. Sofia Coppola consegue com competência nos trasportar para a época, nos envolver com as jovens assim como aqueles garotos, e apesar do modo feminino e delicado de mostrar os acontecimentos, conhecemos a história pelo olhar dos meninos, portanto algumas perguntas não são respondidas, mas também, como compreender o suicidio? Como entender as mentes complicadas das adolescentes, que assim como dito certa hora, "as meninas era mulheres disfarçadas que entendiam o amor e até a morte". Vale ressaltar algumas árvores que durante o filme são cortadas, que de acordo com a prefeitura estavam mortas, e assim como aqueles que cortavam os troncos, impedindo que a natureza fizesse o trabalho completo, os pais Lisbon também impediram, de certa forma, que suas filhas seguissem o curso natural das coisas.

Belíssima fotografia, ótimo roteiro e destaque também para a trilha sonora, sempre o ponto alto de seus filmes. Kirsten Dunst está ótima, a melhor atuação do filme, apesar dos poucos diálogos, a atriz é notável.

NOTA: 9.0


Encontros e Desencontros (Lost in Translation, 2003)

Rodado em apenas alguns dias, o filme foi uma revelação em 2003, ganhando o Oscar de Melhor Roteiro Original, além de 3 Globos de Ouro e 3 Baftas. Conta com Scarlett Johansson e Bill Murray nos papeis principais, ainda conta com participações de Anna Faris e Giovanni Ribisi.

Conhecemos um ator decadente, Bob Harris (Murray), norte-americano que passa uma temporada em Tóquio para gravar um comercial, se sente solitário neste mundo desconhecido, um completo estranho, além do vazio de sua vida pessoal, um péssimo marido e um pai ausente. Não muito longe na grande cidade, uma bela moça (Johansson), vive isolada em seu apartamento a espera de seu marido (Ribisi) que trabalha e ambos vivem um relacionamento vago, aquele que já caiu na rotina.

Perdida neste mundo, onde a língua e os costumes são outros, passa a enxergar sua vida de outra maneira após conhecer Bob. Ambos se unem, para combater a solidão e o vazio que sentem de suas vidas, e passam a ver Tóquio em outras cores, descobrem novos lugares e assim nasce uma amizade sincera, não uma paixão, mas uma relação de companheirismo, de carinho.

Sofia Coppola surpreende como diretora, criando mais uma pequena obra-prima, com trilha sonora eficiente, e boas locações, cenas belas aos olhos e mais uma vez, poucos diálogos, onde a imagem fala por si, e o silêncio, logo se subentende, o vazio das personagens. Em alguns minutos de filme, o roteiro nos mostra essa sincera relação, e nos faz refletir sobre o vazio que pode ser a vida, sobre nossas vidas que muitas vezes não fazem o menor sentido.

Bill Murray em um dos melhores momentos de sua carreira e a revelação de Scarlett Johansson, que se encaixou perfeitamente em sua personagem e também marca um momento notável de sua belíssima trajetória como atriz. O longa perde alguns pontos pela lentidão, pela monotonia e pela falta de ritmo de algumas sequências.

NOTA: 7.0



Maria Antonieta (Marie Antoineitte, 2006)

Mais uma vez contando com Kirsten Dunst como protagonista, o filme dividiu opiniões entre os críticos, onde grande parte deles o julgaram como algo vazio de conteúdo, sem nenhuma relação com a história e principalmente pela inserção de uma trilha sonora completamente fora de época, o inddie rock!

Ao som de Natural's Not In It da banda Gang of Four, conhecemos Maria Antonieta, com seus belos vestidos e cabelos empecáveis e muita maquiagem. Para manter uma relação política e cultural entre Austria e França, a austríaca Maria é levada aos 15 anos para o Palácio de Versalhes para conhecer seu mais novo pretendente, Luis XVI (Jason Schwartzman), o príncipe até então. Aos se casar adolescente, ela passa a ser mal vista pela alta sociedade por não dar ao filho do Rei um herdeiro e passa a sofrer grande pressão do todos ao seu redor. Aos 19 anos vira rainha, quando Luis XV morre, enquanto isso, a França passa por grandes problemas sociais.



Mas uma jovem no poder, o que ela mais esperaria de sua vida? Maria Antonieta queria era as festas, maquiadores ao seu dispor, muitas e muitas roupas, ousar em seu modo de vestir e em seus cortes de cabelo, além disso, viver a vida com tudo o que ela acreditava ter direito, com tudo com que seu dinheiro pudesse comprar.

Basicamente o filme é isto. Assistimos as ilusões de uma vida perfeita de Antonieta e o longa de Sofia não prende nos problemas que o pais enfrentava, nem nas guerras que aconteciam, o foco é somente a superficialidade deste mundo e aqui ela não perdoa e mostra um retrato que pouco se viu nos cinemas, em filmes de época, Sofia nos mostra a futilidade desta vida e as falsas relações que todos mantinham.

Ao meu ver, o mais ousado filme de época que vi, Sofia faz sua visão da história, pega um acotecimento real e faz sua releitura, não uma cópia de outro filme de época já feito, um projeto único e muito original. A trilha sonora composta por ótimas bandas como The Strokes, New Order e The Cure, faz uma incrível metáfora a vida de Maria, uma jovem que estava no lugar errado, não pertencia aquele tempo, não pertencia aquela vida. Destaque para o incrível figurino que venceu o Oscar, além de um design de produção riquíssimo, cenários, maquiagem, fotografia, tudo em perfeito estado.

NOTA: 7.5




Um Lugar Qualquer (Somewhere, 2010)

Vencedor do Leão de Ouro como Melhor Filme no Festival de Veneza e um grande sucesso aqui no Brasil na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo ano passado. Sofia Coppola retoma o mesmo estilo que a consagrou, repetindo as mesmas fórmulas de "Encontros e Desencontros".

Johnny Marco (Stephen Dorff) é um ator bem sucedido de Hollywood, e após sofrer um acidente nos set de filmagem, quebrando um braço, passa uns dias de repouso no hotel Chateau Marmont. Com uma péssima reputação, separado de sua esposa e um pai ausente, passa as horas com toda a futilidade que o mundo de Hollywood pode oferecer, jogos eletrônicos, novas roupas e strippers ao seu dispor.

Eis que sua rotina é abalada com a presença de sua filha de 11 anos Cleo (Elle Fanning), que passa a frequentar seu apartamento com bastante frequência. Ele a deixa entrar em sua vida, e a jovem passa a acompanhá-lo em sua vazia rotina, dias na beira de uma piscina, comida nos mais requintados restaurantes, festivais, premiações, divulgação de trabalho. Mas nem tudo permanece a mesma coisa, com a aproximação da filha, Johnny passa a refletir sobre suas escolhas, sobre os rumos que seguiu e percebe que ser um pai de verdade, pode enfim lhe trazer algum sentido para sua vida vazia.

Poucos diálogos, filme rápido, objetivo. Uma sequência de belas imagens ao som de músicas de qualidade como Foo Fighters e The Strokes. Assistimos como um video caseiro toda a rotina deste astro do cinema, aquele ser que todos idolatram, mas ninguém sequer imagina o quão sem sentido pode ser sua vida. Assistimos a bela e sensível relação que nasce dessas duas pessoas, pai e filha, em sequências ás vezes até que divertidas outras até que emocionantes, como o final.

Stephen Dorff entra na brincadeira de Sofia e interpreta com competência seu Johnny Marco, acreditamos em seu sucesso externo e sua decadência pessoal, diverte com suas expressões e se mostra um ator interessante pouco explorado por Hollywood e depois deste filme, digo, com toda certeza, um talento desperdiçado e este é sim, um de seus melhores trabalhos como ator. Elle Fanning é uma grata revelação, depois de participar de grandes projetos como "Babel" e "O Curioso Caso de Banjamin Button", a atriz se mostra bem a vontade, natural e constrói ao lado de Dorff uma bela química.

Mesmo indo contra a muitas pessoas que acompanham a carreira da diretora, acredito que "Um Lugar Qualquer" apesar das inúmeras semelhanças com "Lost in Translation", seja ainda melhor que seu trabalho de 2003. Consegue ir mais ao ponto, conclui melhor, e mesmo tendo menos diálogos, os poucos que existem, são mais impactantes e mais expressivos. Um belo filme, divertido, encantador e emocionante. Daqueles que a gente assiste e tem a vontade de levar para casa.


NOTA: 8,5


sábado, 12 de março de 2011

Esposa de Mentirinha (Just Go With It, 2011)

Mais uma reunião de Adam Sandler e seus amigos, que conta mais uma vez com a direção de Dennis Dugan, que fez ao lado do comediante filmes como "Gente Grande", "Eu os Declaro Marido e...Larry" e "O Paizão", e como seus filmes anterioeres, este reune uma sequência de besteirol que poderá agradar alguns!

por Fernando Labanca

Baseado na peça de teatro francesa "Flor de Cactus", que em 1969 também foi parar nos cinemas, portante, digamos, que "Esposa de Mentirinha" é um remake bem moderno, modificando as situações para o presente e encaixando sempre que possível as piadinhas despretenciosas e o besteirol de Adam Sandler.

Adam é Danny Maccabee, que no passado, um loser que no dia do casamento descobre que sua noiva o fazia de otário, resolve abandoná-la, mas na mesma noite descobre que ser noivo pode lhe trazer alguns benefícios, como conhecer belas mulheres, pois elas se interessam por homens que se compremetem a algo e a partir de então, leva seu anel de noivado para todos os cantos. Já na fase adulta, virou o "pegador" devido sua brilhante idéia, virou um cirurgião plástico de sucesso, eis que conhece Palmer (Brooklyn Decker), uma bela garota, mas depois de uma noite juntos, ela fica horrorizada por descobrir que ele tem um anel de noivado.

Para tentar resolver a situação, ele inventa uma história de que está se separando. Porém, desta vez tudo se torna mais complicado, quando Palmer decidida a investir no relacionamente resolve conhecer sua ex-esposa. Danny, então, conta com a ajuda de sua amiga de longa data Katherine (Jennifer Aniston) que devido a um deslise seu, revela que tem dois filhos. O circo está armado, para nascer uma relação de harmonia, Palmer e Danny vão para o Hawai, juntamente com Katherine, sua esposa de mentirinha, e seus dois filhos que terão que entrar na brincadeira também e fingir que tem um pai. Porém nesta viagem, Danny perecebe que há muitas coisas em comum com sua "esposa" e ter finalmente uma família pode não ser uma idéia tão ruim assim.


"Esposa de Mentirinha", apesar dos clichês, trás uma história boba, mas bem divertida. E apesar das piadas grosseiras de Adam Sandler, há vários momentos bem engraçados, um humor descomprometido, leve que fará muitos dar boas e longas gargalhadas. Além de várias referências a cultura pop, sempre presente nos filmes de Sandler. O problema mesmo é a insistência do comediante em levar as telas seus amigos, muitas vezes parecendo alguns dias de férias que os atores resolveram tirar, e para não cair na mesmice decidiram colocar uma câmera lá e brincar de fazer filme. O clima é tão descontraído que nem parece que tem um roteiro e um propósito a seguir.

Adam Sandler simplesmente não inova como ator, é um humorista e só funciona assim neste filme, seu lado ator de verdade é completamente ignorado, e aliás, o humor vem da siatuação e não de sua performance que está longe de ser engraçado. Portanto, atuação mesmo está nos coadjuvantes que entraram na brincadeira e fizeram deste filme algo bem melhor do que seria. Para começar, Jennifer Aniston, com a mesma cara, mas mesmo assim, diverte e são dela alguns dos melhores momentos do filme, seu humor convense e mais uma vez demonstra uma incrível naturalidade. Os atores mirins encantam, como filhos de Aniston, Bailee Madison, a garora, dá um show a parte, a atriz que é uma grande revelação, se destacou em filmes como "Ponta Para Terabítia" e "Entre Irmãos", e neste ela mostra seu lado mais cômico e diverte. Ainda há algumas surpresas no elenco, como Nicole Kidman, interpretando uma antiga amiga de Katherine, e ao lado de Jennifer Aniston, demonstra uma boa química e faz alguns momentos bizarros, mas ainda assim, divertidos. Ainda há participações do músico Dave Matthews e do comediante Nick Swardson.

"Esposa de Mentirinha" abusa do humor, tem momentos grotescos, outros realmente hilários. Foca bem mais na comédia do que no romante, que apesar da química existente ente Sandler e Aniston, o roteiro não se prendeu na relação nos dois, e graçás a isso, o filme termina bem fraco, se conseguisse se aprofundar e tirar melhor proveito do casal, este seria um filme melhor. Mas tem suas boas intenções, quem nunca mentiu para os outros para se mostrar uma pessoa melhor? Quem nunca mentiu para si mesmo para se sentir uma pessoa melhor? O filme nos mostra alguns personagens que chegaram numa fase da vida em que não tiveram tanto sucesso e não conquistaram exatamente o que queriam ou o que realmente precisavam e para preencher este vazio, mentem, fazer uma propaganda enganosa de si mesmo, simplesmente para parecer melhor, para mostar que está tudo bem. Vale pelos coadjuvantes e pelo humor, e num final de semana para descontraír, pode ser uma boa pedida! Mas para reflexões mais profundas, passe longe, e quem espera uma comédia romântica com um belo final, esqueça!

NOTA: 6.5

quarta-feira, 9 de março de 2011

ESPECIAL - Mulheres no Cinema

Ontem, dia 8 de março, dia Internacional da Mulher, o CINEMATECA resolveu dar uma passada nos filmes desta década (2001/2010) e através de um Top 20, mostrar as beldades do cinema internacional que mais influenciaram, as mais importantes, aquelas que mais se destacaram, seja por uma personagem marcante, uma atuação de destaque ou puro carisma, que de certa forma, conta e muito. Mulheres que batalharam para o sucesso, utilizando não só a beleza mas principalmente o talento.

por Fernando Labanca

Claro que não foram apenas 20, em dez anos é possível fazer uma lista extensa, vale citar, por exemplo, grandes atrizes, que para resumir, ficaram de fora, como Charlize Theron, Hilary Swank, Laura Linney e Toni Collette, entre outras. Enfim, para comemorar este grande dia...as Mulheres da década...


20º. Jennifer Connelly


A bela atriz começou a década de 2000 com o pé direito, logo em 2001 conseguiu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo seu ótimo desempenho no drama de Ron Howard, "Uma Mente Brilhante". Depois surpreendeu a todos mais uma vez em "Casa de Areia e Névoa", com uma personagem difícil, num drama pesado e complexo. Foi a mocinha da aventura grotesca de Ang Lee, "Hulk", mas apesar de ser um filme fraco, a beldade não desaponta da atuação. Chegou a trabalhar com o diretor brasileiro Walter Salles em "Água Negra" e ao lado de Leonardo DiCaprio estrelou o ótimo "Diamante de Sangue". Em 2009 fez parte de um grandioso elenco na comédia romântica "Ele Não Está Tão Afim de Você", sendo a sua atuação, o ponto forte do filme. No ínicio de sua carreira, ela era só um rostinho bonito, mas nesta década provou ser uma das maiores atrizes de sua geração.


19º. Naomi Watts


Esta década foi bem produtiva para a atriz Naomi Watts, fez suspense, drama, romance, aventura, ação e até mesmo comédia, em dez anos, foram no total 22 longa-metragens. Todos, de certa forma, provaram seu talento, mas entre seus melhores momentos, vale citar o complicado e ótimo "Cidade dos Sonhos", onde atriz teve a oportunidade de trabalhar com o cultuado diretor David Lynch. Outro privilégio para Naomi foi fazer "21 Gramas" de Alejandro González Iñárritu, na performance que lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Participou do ótimo remake de "King Kong" como a mocinha na aventura cheia de efeitos especiais dirigida por Peter Jackson. Ao lado de Edward Norton fez o incrível romance "O Despertar de Uma Paixão", e ao lado de Viggo Mortensen, "Senhores do Crime", dirigido por David Cronemberg. Uma atriz privilegiada, se destacou na década e teve a chance de trabalhar com alguns dos melhores diretores da atualidade, e para fechar sua década, sob o comande de Woody Allen, na comédia romântica "Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos".


18º. Marion Cotillard


Atriz francesa, começou a década de 2000 praticamente desconhecida e terminou como uma das atrizes mais requisitas da atualidade. Participou em grande parte de produções de seu país, em 2003 sob a direção de Tim Burton, fez o ótimo drama com pitadas de fantasia "Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas", já demonstrando todo seu carisma. No ano seguinte, fez uma participação no longa francês "Eterno Amor", dirigido por Jean Pierre-Jeunet, ficou um bom tempo afastada de grandes produções, mas quando voltou, voltou com força. Em 2006 fez o drama de Ridley Scott, "Um Bom Ano", mas foi em sua grandiosa e antológica atuação em "Piaf-Um Hino ao Amor" que Marion Cotillard provou de vez seu talento, conquistou o Oscar de Melhor Atriz e sua carreira se transformou. Logo após participou de "Inimigos Públicos" ao lado de Johnny Depp, fez parte de elenco cheio de estrelas no musical "Nine" e recentemente apareceu com uma vilã incrível no filme de Christopher Nolan, "A Origem". Não havia como prever como esta grandiosa atriz chegaria tão longe, de coadjuvante desconhecida, passou a ser Marion Cotillard, a atriz francesa que dominou Hollywood.


17º Julia Roberts


A veterana Julia Roberts também não perdeu espaço nesses anos, mesmo com tantas novas caras que chegaram no cinema, a bela atriz ainda conseguiu manter seus fãs e uma carreira sólida nesta década. Começou com sua participação entre os galãs de "Onze Homens e um Segredo", e ao lado de Sam Rockwell fez o ótimo "Confissões de Uma Mente Perigosa". Protagonizou o simpático "O Sorriso de Mona Lisa" e o romance que marcou um dos bons momentos de sua carreira, "Closer-Perto Demais", de Mike Nichols e voltando a trabalhar com o diretor em 2007 no filme "Jogos do Poder". Seu mais recente trabalho foi "Comer, Rezar, Amar", se saiu muito bem tanto como atriz, provando mais uma vez seu talento, como financeiramente. Julia Roberts é sinônimo de sucesso, e mesmo depois de tantos anos no ramo, provou que ainda tem força para estar entre as grandes atrizes da década!


16º. Amy Adams


O começo da década também marcou praticamente o início de sua carreira, havia feito poucos trabalhos até então e em uma década sua vida como atriz deu uma grande virada e hoje já tem um nome forte em Hollywood com 3 indicações ao Oscar. Fez uma participação ao lado de Leonardo DiCaprio no filme de ninguém mais que Steven Spielberg em "Prenda-me Se For Capaz", numa pequena passagem ela conseguiu mostrar todo seu carisma e então sua carreira não parou de decolar. Já em 2005 fez "Retratos de Família" o que lhe rendeu grandes elogios e sua primeira indicação ao Oscar. Como uma grandiosa coadjuvante, apareceu na comédia romântica "Muito Bem Acompanhada" roubando todas as cenas. Entre outros trabalhos o reconhecimento mesmo veio em 2007 na comédia infantil "Encantada", dando um show de interpretação e provando de vez seu talento. Ao lado de Maryl Streep surpreendeu em "Dúvida" e retomando sua parceria com a veterana, surgiu no interessante e simpático "Julie e Julia", mais surpreendente mesmo foi quando surgiu no filme indicado ao Oscar este ano, "O Vencedor" de David O.Russel. Seu carisma é inegável e seu talento inquestionável, e com sua voz doce faz com queiramos vê-la sempre.


15º. Penélope Cruz


Entre todas as atrizes aqui presente, acredito que Penélope Cruz foi a que mais cresceu como atriz, começou a década de um jeito e cresceu tanto, evoluiu diante das câmeras e hoje é outra, completamente diferente daquela que apareceu no início da década ao lado de Johnny Depp em "Profissão de Risco", onde era só um rostinho bonito. Em 2001 também surgiu ao lado de Tom Cruise no incrível "Vanilla Sky", que já demonstrava sinais de uma boa atriz. Também como coadjuvante no ótimo suspense "Na Companhia do Medo". Depois conheceu o grande mercado de Hollywood e participou de projetos meramente comerciais. Eis que voltou com tudo quando decidiu voltar para espanha, seu país de origem e protagonizar o drama de Pedro Almodóvar, "Volver", indicada ao Oscar por seu papel, a atriz surpreendeu a todos e provou ser uma grande atriz, extremamente competente. Depois disso, os estúdios passaram a vê-la de outra forma e participou de grandes projetos como "Fatal", recebendo vários elogios e depois naquele que lhe rendeu o tão esperado Oscar, no filme de Woody Allen, "Vicky Cristina Barcelona". Também teve bons momentos em "Abraços Partidos", mais uma vez trabalhando com Pedro Almodóvar e no musical "Nine". E assim Penélope Cruz encerra a década, como um dos maiores nomes da indústria cinematográfica.


14º. Anne Hathaway


A mais nova queridinha de Hollywood começou sua carreira nesta década no filme da Disney "O Diário da Princesa" aos 19 anos, um dos papeis que mais marcou sua jornada. Para ser querida nos cinemas e ter sua legião de fãs, Anne sempre teve em suas mãos papéis carismáticos e em boa parte, cômicos. Em 2005, a indústria começou a levá-la a sério após interpretar a esposa de Jake Gyllenhaal em "O Segredo de Bokeback Mountain", mas foi no ano seguinte que moça ganhou de vez o estrelato, protagonizando ao lado de Maryl Streep a comédia "O Diabo Vestre Prada", um dos melhores de sua carreira. Mas somente em 2008 que Anne provou seu talento e clareou a mente de quem duvidava de sua competência no drama, e no papel mais complexo de sua carreira e melhor até então, "O Casamente de Rachel". Participou da divertida comédia "Agente 86" e recentemente na ótima dramédia "Amor e Outras Drogas", mais uma vez contracenando com Jake Gyllenhaal. Aos poucos provou ser uma atriz versátil e muito talentosa e fez por merecer estar entre os grandes nomes do cinema atual.

13º. Reese Witherspoon


Havia feito outros papéis em sua carreira, mas foi na década de 2000 que Reese chegou ao estrelato. Após fazer a loira mais querida do cinema na comédia "Legalmente Loira" provou que é possível uma atriz se destacar num projeto fraco e logo de cara provou seu talento. Em 2004, num projeto mais sério provou que era capaz de voar mais longe no drama "Feira das Vaidades", mas foi no ano seguinte que Reese chegou ao auge de sua carreira no filme de James Mangold "Johnny e June" no qual ganhou o Oscar de Melhor Atriz. Depois participou da ótima comédia romântica "E Se Fosse Verdade" ao lado de Mark Ruffalo e ao lade de Vince Vaughn do divertido "Surpresas do Amor". Carisma sempre foi seu forte, é sempre agradável vê-la em cena, mas seu talento também é inegável, além da beleza, uma ótima atriz.


12º. Drew Barrymore


São poucas atrizes que conseguiram seu feito, surgir nos cinema criança e permanecer nele durante muitos anos e colecionando sucessos, isto, definitivamente, é algo para poucos. Drew é aquela mulher workaholic, se não está atuando, está produzindo, escrevendo e já chegou até dirigir um filme. Nesta década começou bem, no suspense independente que fora ignorado mas que hoje é visto como cult "Donnie Darko". Protagonizou a dramédia "Os Garotos da Minha Vida" e fazendo o par romântico de Sam Rockwell em "Confissões de Uma Mente Perigosa" sendo dirigida por George Clooney que só deu elogios a atriz. Fez o fraco "As Panteras Detonando", mas que foi um verdadeiro bluckbuster. Ao lado de Adam Sandler fez uma das mais interessantes comédias românticas da década, "Como Se Fosse a Primeira Vez" e ao lado de Hugh Grant no simpático "Letra e Música". Fez o ótimo drama "Estão Todos Bem" e recentemente outra comédia romântica e também muito boa "Amor à Distância". Comédia sempre foi sua preferência, Drew tem ar cômico que poucas atrizes possuem e mais do que isso, um brilho que é muito raro. Não há infelicidade que não se cure vendo os adoráveis filme de Drew Barrymore!


11º. Angelina Jolie


Angelina é uma das mulheres mais belas do mundo, com seus lábios e seu olhar penetrante, a atriz consquistou o cinema, mas nunca ligou para o que os outros esperavam de sua carreira, faz filmes de ação, filmes populares e que visam somente o mercado e não o intelecto e ela não se importa. Entre os destaques de sua década, está o drama "Amor Sem Fronteiras", não que seje um marco, mas definitivamente mudou a vida da atriz, que depois do longa passou a se interessar por problemas sociais. Participou do elegante e revolucionário "Capitão Sky e o Mundo de Amanhã" e em um dos papéis mais estranhos de sua carreira como mãe de Alexandre em "Alexandre" de Oliver Stone. Ao lado de Brad Pitt fez um divertido "Sr. e Sra. Smith". Em 2008 resolveu mostrar mais talento em "O Preço da Coragem" e no filme que lhe rendeu grandes elogios e uma indicação ao Oscar "A Troca" de Clint Eastwood. E voltando aos blockbusters no ótimo "O Procurado". Sua carreira é repleta de altos e baixos, mas nem por isso deixa de ser assunto e fazer sucesso, acredito que use o cinema como forma de se entreter logo que seu lado mais sério é virado para questões mais nobres, e portanto, sendo um exemplo de pessoa, um exemplo de mulher.


10º. Cate Blanchett


Uma das atrizes mais talentosas, sem sombra de dúvida, sua extensa carreira já provou isso, passando por fantasias, dramas e comédias, a atriz provou sua versatilidade e sua coragem como profissional. Começou os anos 2001 ao lado de Bruce Willis no divertido "Vida Bandida", e passando pelos três capítulos da saga "Senhor dos Anéis", com uma pequena participação, mas num filme que fez história. Em 2004 conquistou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por "O Aviador", filme de Martin Scorcese. Trabalhou com Alejandro González Iñárritu no belíssimo drama "Babel" e ao lado de Judi Dench num dos bons personagens de sua carreira em "Notas Sobre um Escândalo". Fez a sequência de um dos papéis mais marcantes de sua jornada, Elizabeth, em "Elizabeth: A Era de Ouro". Em 2008 chamou a atenção de todos por sua incrível performance como uma das faces de Bob Dylan em "Não Estou Lá" sendo mais uma vez indicada ao Oscar e ganhando o Globo de Ouro como Melhor Atriz Coadjuvante. Sob a direção de David Finher e ao lado do envelhecido Brad Pitt, "O Curioso Caso de Benjamin Button" foi um outro marco em sua filmografia. Entre outros bons momentos no cinema, Cate Blanchett escreveu uma das maiores carreiras em Hollywood, fez parte dos projetos mais interessantes e até hoje seleciona seus filmes com muita inteligência.


09º. Sandra Bullock


Hoje, uma das atrizes mais bem pagas de Hollywood e um dos nomes mais disputados pelos estúdios, mas nem sempre foi assim. Sandra sempre optou pelas comédias e através delas, a atriz se consagrou, o que poucas conseguem. No início da década fez o simpático "Amor à Segunda Vista" ao lado de Hugh Grant, mas não demorou muito para ela se interessar por um bom roteiro e se arriscar num drama como fez em 2004 no vencedor do Oscar "Crash-No Limite", marcando o melhor momento de sua carreira. Em 2006 ao lado de Keanu Reeves fez o ótimo romance de Alejandro Agresti "A Casa do Lago". Mas seu ano, definitivamente foi em 2009 com lançamento da comédia "A Proposta" que arecadou milhões e principalmente pelo drama "Um Sonho Possível" que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz e devido a ele, Sandra hoje é vista como uma atriz de verdade. Mas isto entre os críticos, pois entre o povo mesmo, Sandra Bullock foi e sempre será a queridinha de todos!


08º. Cameron Diaz


Com seu sorriso estonteante e carisma inegável, Cameron conquistou o cinema e uma legião de fãs, fez em grande parte, comédia e atravás delas, a atriz se tornou famosa e ganhou notoriedade entre os diretores. Foi a mulher mais triste a segurar um Martíni no romance/drama/ficção ciêntífica de Cameron Crowe "Vanilla Sky" de 2001. Dublou a princisa Fiona de Shrek o que deve ter aumentado e bastante sua renda. Foi coadjuvante no filme de Martin Scorcese em "Gangues de Nova York", surpreendendo em sua atuação. Mas o show mesmo, a atriz dá na comédia dramática "Em Seu Lugar" como irmã de Toni Collette, apesar do longa ser desconhecido, ao meu ver, um marco em sua carreira. Ao lado de Jude Law fez um dos pares mais belos do cinema no ótimo "O Amor Não Tira Férias". Surpreendeu a todos em sua incrível performance no drama "Uma Prova de Amor" e no suspense "A Caixa". Filmes de sucesso, filmes ignorados, dramas e comédias, Cameron se mostrou uma grande atriz, pena que nem todos enxergam isto, vendo apenas sua beleza, o que é bem óbvio que ela é muito mais do que isto.


07º. Jennifer Aniston


Após o término da série Friends a atriz se dedicou inteiramente ao cinema e até hoje é comparada sempre com sua personagem na série e é vista como a "eterna Rachel", mas querendo ou não, Jennifer foi mais longe do que muitos esperavam e é uma das atrizes mais bem sucedidas de Hollywood e uma das atrizes a embarcar melhor no cinema após o término de um seriado. Já em 2002, a Jennifer Aniston provou que era muito mais no drama complexo "Por um Sentido na Vida", marcando um dos melhores e quem sabe seu melhor momento no cinema. Ao lado de Jim Carrey conseguiu mais destaque na ótima comédia "Todo Poderoso". Em "Dizem Por Aí..." a atriz atua ao lado de Kevin Costner numa divertida e emocionante jornada. Fez o fraco "Separados Pelo Casamento" mas que conseguiu provar mais uma vez seu talento não só na comédia mas mandou muito bem nas cenas mais dramáticas. "Amigas Com Dinheiro" é uma dramédia independente que mostrou um lado mais dramático da atriz e no adorável e belo "Marley e Eu", Jennifer provou que era muito mais do que Rachel e conseguiu emocionar muita gente com sua belíssima atuação. Participou também do ótimo "Ele Não Está Tão Afim de Você". Uma outra Wokaholic, filmes atrás de filmes, Jennifer não para e coleciona inúmeros projetos em sua filmografia. A atriz possui uma veia cômica e convense muito na comédia, o que não é tão fácil, mas não decepciona quando arrisca um drama.


06º. Nicole Kidman


Um dos nomes de maior peso em Hollywood, mas isso não veio do nada, Nicole Kodman se arriscou em diversos filmes para provar seu talento e durante esta década, a atriz nos deu o privilégio de ver projetos incríveis. Para começar, o musical que marcou sua carreira e muito mais do que isso, o filme que reeinventou um gênero morto na época, em "Moulin Rouge", o visionário filme de Baz Luhrmann. Não só esteve entre um dos melhores musicais da história com em um dos melhores suspense da década, no surpreendente "Os Outros". Em 2002 interpretou com perfeição a escritora Virgínia Woolf em "As Horas", vencendo o Oscar de Melhor Atriz e não deixando mais dúvidas sobre seu talento. Teve o privilégio de trabalhar com o aclamado Lars Von Trier no excelente "Dogville". Apesar de muito criticado, sua performance foi bem interessante em "A Feiticeira" adaptação da série clássica. Em 2008 voltou a trabalhar com Baz Luhrmann em "Austrália" ao lado de Hugh Jackman e no belo musical "Nine". Dentre tantos filme incríveis e de sucesso, Kidman também teve seus fiascos, mas que se tornam imperceptíveis diante de uma carreira tão interessante que ela desenvolveu.


05º. Scarlett Johansson


A musa de muitos homens e uma das mais belas atrizes de Hollywood, mas Scarlett provou ser bem mais que isto, uma atriz talentosa que soube muito bem conduzir sua carreira, estando em vários projetos interessantes. No início já foi indicada para alguns prêmios importantes por sua performance no drama "Moça com Brinco de Pérola" e no elogiado filme de Sofia Coppola "Encontros e Desencontros". Participou da ótima comédia dramática de Paul Weitz "Em Boa Companhia" e em uma de suas melhores performances como coadjuvante no drama "Uma Canção de Amor Para Bobby Long". Mas somente ganhou notoriedade quando participou do blockbuster "A Ilha" de Michael Bay e mesmo se tratando do diretor o filme é até que bem interessante. Mas seu melhor momento foi em "Match Point" dirigido por Woody Allen com quem ainda faz outros dois ótimos trabalhos, "Scoop - O Grande Furo" e "Vicky Cristina Barcelona". Ainda para completar sua ótima filmografia, trabalhou com Christopher Nolan em "O Grande Truque" e nos fracos mas ainda interessantes "O Diário de Uma Babá" e "A Outra". Muito mais do que só beleza, uma atriz versátil, ótima, que sabe ser sensual sem forçar, vale muito a pena assistir seus filmes!


04º. Julianne Moore


Uma das maiores atrizes de sua geração, uma das melhores atrizes da atualidade e digo isso fácil, sem nenhuma sombra de dúvida. Julianne Moore é sinônimo de bom filme, de uma boa escolha, já no início da década foi indicada ao Oscar pela sua incrível, mais do que incrível, magestral atuação em "Longe do Paraíso", interpretando uma personagem de ouro no filme de Todd Haynes. Não muito tempo depois de fazer esta personagem difícil, embarcou no que foi num dos melhores momentos de toda sua extensa carreira, no excelente drama "As Horas". Para relaxar um pouco fez a divertida comédia romântica ao lado de Pierce Brosnan, "Leis da Atração". Fez uma participação mas ainda assim muito eficiente no inteligente filme de Alfonso Cuarón, "Filhos da Esperança". Também participou de "Não Estou Lá" trabalhando mais uma vez com o diretor Todd Haynes. E sob a direção do brasileiro Fernando Meirelles, protagonizou o complexo e difícil drama "Ensaio Sobre a Cegueira", ignorada nas premiações, foi de longe uma das melhores atuações de 2008. Ao lado de Colin Firth fez o interessante "Direito de Amar", tendo mais uma indicação ao Oscar por sua performance, que diga-se de passagem, mais uma vez, além do perfeito. Recentemente fez a ótima comédia "Minhas Mães e Meu Pai" contracenando com Annette Bening, e que mais uma vez, se mostrou uma maravilhosa atriz. Se superar, não há mais como, surpreender o público também não mais, Julianne Moore chegou a tal ponto que não precisa mais provar nada a ninguém. Palmas para essa grandiosa mulher!


03º. Kate Winslet


Outra grandiosa atriz, que já provou o que tinha que provar, fez inúmeros filmes e interpretou as mais variadas personagens. Começou a década de 2000 no drama "A Vida de David Gale", em 2004 contracenou com Johnny Depp no comovente e belo "Em Busca da Terra do Nunca". Surpreendeu a todos em sua antológica performance na comédia dramática "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" que lhe rendeu uma indicação ao Oscar como a inesquecível Clementine. Em 2006 deu mais um show de interpretação do excelente "Pecados Íntimos". Tirando umas férias de seus trabalhos pesados, fez a deliciosa comédia romântica de Nancy Meyers "O Amor Não Tira Férias". Reencontrando com Leonardo DiCaprio com quem trabalhou em "Titanic", fez o complexo e intenso filme de Sam Mendes, "Foi Apenas um Sonho" ganhando o Globo de Ouro de Melhor Atriz e no mesmo ano, lançou "O Leitor", filme que conquistou o Oscar de Melhor Atriz. Não há mais dúvidas, Kate Winslet é uma das melhores atrizes, sempre em atuações marcantes, se joga de tal forma, não há limites para sua interpretações.


02º. Natalie Portman


Recentemente vencedora do Oscar de Melhor Atriz por "Cisne Negro", Natalie vem batalhando a bastante tempo nos cinemas, mesmo sendo tão jovem. De modelo israelense para um dos maiores nomes do cinema atual. Versátil, a atriz se entregou de corpo e alma a diversas personagens que foram capaz de provar todo seu talento, seja em comédia, drama, romances ou aventuras, como fez na saga "Star Wars" o filme que a revelou. Um dos bons momentos de sua carreira foi na comédia dramática independente "Hora de Voltar", mas foi em "Closer-Perto Demais" que conquistou o estrelato, ganhando o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante. Em 2005 surpreendeu mais uma vez na adaptação da HQ "V de Vingança". Ao lado de Dustin Hoffman fez o infantil e delicioso "A Loja Mágica de Brinquedos" e em 2007 trabalhou com o diretor chinês Wong Kar Wai em mais uma surpreendente atuação em "Um Beijo Roubado". Ao lado de Scarlett Johansson e Eric Bana deu um show de interpretação em "A Outra" e na refilmagem "Entre Irmãos" não foi diferente. Mas seu melhor momento mesmo, apesar da incrível Alice Ayres de "Closer", foi sua Nina de "Cisne Negro", filme que provou de vez seu talento, que provou que ela é uma excelente atriz e que merece estar entre esses grandes nomes do cinema, estar entre as mulheres da década.


01º. Meryl Streep


Enfim, o primeiro lugar. Entra atrizes, sai atrizes, e Meryl Streep sempre entre as melhores, sempre entre as que mais trabalha, as que mais fazem sucesso. Não podia ser outra, Meryl conquistou o cinema, a veterana está diante das câmeras há anos e até hoje é capaz de surpreender como atriz, até hoje soube escolher muito bem seus trabalhos, soube conduzir sua carreira, pouquíssimas atrizes chegaram onde Meryl chegou, com tanta credibilidade. E nesta década, ela se manteve firme e forte entre filmes de sucesso.

Começou bem, no drama de Stephen Daldry, "As Horas", emocionando muitos com sua delicada performance, também surpreendeu no longa de Spike Jonze e sob o roteiro de Charlie Kaufman, no inteligente "Adaptação". Em "Desventuras em Série" a atriz arriscou se jogar no projeto, mas ainda assim, se saiu muito bem. Fez a comédia "Terapia do Amor" ao lado de Uma Thurman, num filme pequeno que não tem como esperar muita coisa, mas que assim como a atuação de Meryl, o filme é bem melhor do que parece. Mas seu melhor momento nesta década, sem sombra de dúvida, foi como Miranda Priestly na comédia "O Diabo Veste Prada", infernizando a vida de Anne Hathaway, a atriz mostrou um lado que poucos conheciam, seu lado vilã, mas ainda assim conseguiu comover e converser nesta antológica personagem. Recebeu mais uma indicação ao Oscar por sua performance no drama "Dúvida" e encantou e divertiu o público no agradável musical "Mamma Mia!". Em 2009 em mais uma indicação ao Oscar, se mostrou bem a vontade como a Julia Child na comédia de Nora Ephron "Julie e Julia".

Ao todo foram 16 indicações ao Oscar, venceu 2, como atriz coadjuvante em 1980 por "Kramer X Kramer" e como Melhor Atriz em 1983 por "A Escolha de Sophie". E até hoje estamos cansados de ver seu nome estampado entre as indicadas. Mas não há como, Meryl é realmente fantástica, a atriz da década!

domingo, 6 de março de 2011

Cinema: Bruna Surfistinha

Baseado na obra "O Doce Veneno do Escorpião", o filme acompanha a trajetória de Bruna Susrfistinha pelo mundo da prostituição, e assim como o livro, é algo que vai além do que muitos imaginavam.

por Fernando Labanca

Lançado em 2005, o livro escrito pelo jornalista Jorge Tarquini, baseado nos depoimentos de Bruna em seu blog, a ferramenta da internet que a tornou "famosa", mostrava duas histórias paralelas, a de Bruna Surfistinha, e sua vida como prostituta e a de Raquel Pacheco, uma jovem de classe média e as atitudes que a levaram para o mundo da prostituição. Diferente do livro, o filme de Marcus Baldini preferiu seguir uma história linear e não focar muito na vida de Raquel e sim a de Bruna.

Raquel, interpretada por Deborah Secco, é filha adotada e vive em uma família conservadora, e simplesmente pela curiosidade decide ir atrás de uma casa de prostituição e cansada de sua vida e de algumas humilhações que sofre na escola decide abandonar tudo, deixar tudo para trás. Garota desajeitada e longe de ser a popular, ela passa a trabalhar como prostituta, e logo faz sucesso entre os clientes, causando a ira das veteranas. Decidida a não chorar e a seguir de cabeça erguida neste ramo, ter independência e ser dona de si, escrever seu próprio destino sem intervenção de ninguém mais, ela cresce, e vira Bruna.

Entre os clientes mais fiéis estava Hudson (Cássio Gabus Mendes), que sempre tentava conhecer um pouco mais sobre Bruna, seus segredos e principalmente seus motivos para estar ali. Ela se torna a popular, fica rica e amiga de todas, não demora muito para arrumar seu próprio negócio e depois de alguns conflitos passa a trabalhar sózinha, passa a ser uma prostituta de luxo, Bruna Surfistinha, e usa o blog para se promover. Eis que perde o controle de sua vida, conhece as pessoas erradas e junto com elas, as drogas. E quando chega ao fim do poço, passa a refletir sobre suas escolhas.

O filme em nenhum momento se prende nos porquês de suas atitudes, o porquê de escolher esta vida, mas são nas entrelinhas que vamos buscando fatos e formulando nossa própria opinião, como o fato dela sentir falta de sua família, mas daquela que nunca teve, daquela que nunca chegou a conhecer, queria um espaço que era seu de verdade, e mais do que ser uma celebridade, queria no fundo mesmo, era ser amada. E também nestes casos, não se prende ao dramalhão, é tudo sutil, tudo ocorre de forma correta e acima de tudo, de forma muito sincera e assim consegue comover.

"Bruna Surfistinha" é um filme interessante, e assim como o livro vai além de qualquer expectativa. Existem mudanças no roteiro, e muitas, personagens acrescentados, cenas inexistentes e vários acontecimentos ocultados, mas não deixa de ser uma adaptação correta, ao meu ver, consegue captar a essência do livro, e suas alterações foram muito bem feitas, construindo um roteiro poderoso e nas mães do diretor certo, Marcus Baldini. Um filme cativante, divertido, com boas piadas e sequências hilárias, sem deixar de focar no drama, com bons diálogos e um final comovente, personagens secundários bem escritos e muito bem inseridos na trama. Um roteiro bem desenvolvido, que consegue nos mostrar e convencer as transformações de Bruna, desde seu auge até sua decadência, sem defender sua causa, mas tembém longe de ter preconceitos. Além das locações bem escolhidas e uma trilha sonora, em boa parte, internacional, mas que diferente de muitos filmes nacionais que optam por isso, consegue inserí-las na história de forma eficiente, como a canção da banca aclamada Radiohead, "Fake Plastic Trees".

Assim como o filme, Deborah Secco me surpreendeu. Na pele de Bruna, a atriz se entrega de corpo e alma, apagando seus trejeitos de novelas globais, e assumindo uma personagem difícil, seu olhar, seu sorriso, até mesmo sua sensualidade são diferentes para a composição de Bruna, uma ótima atuação, que com certeza, sem sua ótima performance, o filme não teria o mesmo efeito. Coadjuvantes de peso também contribuem como Cássio Gabus Mendes, Drica Moraes e Fabiula Nascimento.

Quando soube da adaptação do livro para o cinema, fiquei com um pé atrás, poderia muito bem se transformar num filme erótico, mas felizmente estava errado quando ao meu medo, fizeram um excelente filme, as cenas de sexo estão lá, nudez, e portanto não levem a família para assistí-lo, por outro lado, em nenhum momento são apelativas e exageradas, estão na dose certe, necessárias para a compreenção da trama, não deixando de ser ousado, é claro. Um ótimo roteiro, que consegue com competência passar sua mensagem.Vale cada centavo, um ótimo filme nacional, que me surpreendeu com sua qualidade, e garanto que surpreenderá muitos. Recomendo, um programa imperdível.

NOTA: 9


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