quarta-feira, 27 de abril de 2011

2 em 1: Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-Sol

Durante muito tempo dois filmes sempre me despertarem uma certa curiosidade, "Antes do Amanhecer" e "Antes do Pôr-do-Sol", eis que depois de muita enrolação resolvi assistí-los e não poderia deixar de comentar aqui, logo que se tratam, digamos, de duas incríveis obras-de-arte! Ambos são dirigidos por Richard Linklater (Escola de Rock) e tem Ethan Hawke e Julie Delpy como protagonistas, o primeiro em 1995 e nove anos depois houve uma sequência, um caso raro em filmes de romance.

por Fernando Labanca



Antes do Amanhecer (Before Sunrise, 1995)

Ethan Hawke é Jesse, um jovem de 20 poucos anos, norte-americano, um tanto quanto perdido em sua própria vida, acabou de levar um fora de sua namorada que morava na Europa, tem alguns planos de trabalho mas nada muito concreto, e antes de voltar para casa resolve fazer um tuor entre as principais cidades da Europa, e sua próxima parada seria Viena. No trem em que estava acaba conhecendo Celine (Julie Delpy) uma francesa que fala inglês, uma jovem extremamente inteligente e que de imediato lhe desperta um certo interesse. Os dois conversam e em pouco tempo decobrem uma inacreditável afinidade.

Até que Jesse refletindo que talvez ele nunca mais iria vê-la e que essa pudesse ser a última chance dele encontrar o amor de sua vida, faz um pedido inusitado, a convida para descer em Viena e passar até o fim do dia com ele e antes do amanhecer ela voltaria e embarcaria para seu destino final. E para sua surpresa, ela aceita.

E enquanto conhecem juntos a beleza da cidade, trocam informações, segredos e angústias, passando pelos traumas de infância, as descobertas da adolescência, experiências de vida, momentos engraçados, seus planos para o futuro. E durante essas horas eles vão se conhecendo e descobrindo que há muito em comum entre eles, como se realmente fossem feitos um para o outro e a todo o tempo não descartam o que lhes irá ocorrer ao amenhecer, a despedida. Eles tinham apenas um dia para viver aquilo e por isso se deixam levar com muita intensidade, era a última chance, viver como se fosse a último dia passa a ter um significado mais concreto para Jesse e Celine.

Um filme único. Um dos romances mais incríveis que vi na minha vida, fato! Uma história extremamente simples transformada em algo grandioso, devido principalmente aos diálogos inesquecíveis e cenas memoráveis. Cada fala é um pedaço de genialidade e inteligência, soa quase como música aos ouvidos. São poucos filmes que falam por mim, mas neste, tive a sensação, em vários momentos, que poderia ter sido eu a falar determinados diálogos, há muito do que sinto sobre várias coisas ou até mesmo histórias de vida em que me identifiquei e acredito que isto possa ocorrer com muita gente, logo que foram escritos dois personagens muito humanos. Não teria o mesmo efeito, é claro, sem as ótimas atuações de Ethan Hawke e Julie Delpy, naturais ao extremo, havendo a todo o tempo uma deliciosa química entre eles, além de duas performances muito sensíveis, que acreditam no que dizem e nos convensem em cada palavra.

Richard Linklater em seu auge, sua grande obra-prima. Se constitui basicamente de dois personagens e os cenários reais de Viena e mesmo assim, não desgrudamos o olho da tela e o assunto entre eles é tão interessante que nos prendemos até o final, somado a curiosiidade de saber o que irá ocorrer no final. Um filme belíssimo, não só pelas paisagens, mas principalmente pela história. Uma fuga da realidade, dois jovens fugindo de uma vida cheia de regras e imposições, vivendo apenas por um dia um romance um tanto quanto utópico, mas sem deixar de ter os pés no chão e sempre precisam encarar a triste realidade, o fim daquilo que acabou de começar. Não há como não torcer pelo casal, dá uma vontade de entrar no filme e gritar para Celine: "Não vá embora!", ou de poder alterar o destino dos protagonistas e fazer de tudo para que eles possam ficar juntos. Dificilmente sinto isso num filme de romance, geralmente é só bonitinho, mas "Antes do Amanhecer" foge do óbvio, constrói um romance diferente de todos, mesclando com um delicioso humor e muita emoção, principalmente na parte final, que faz até o coração doer. Enfim, palmas que esta genial obra de arte!

NOTA: 10



Antes do Pôr-do-Sol (Before Sunset, 2004)

Sem deixar telefone ou endereço, é assim que Celine se despede de Jesse, eles deixam um encontro marcado, mas não acontece, por inonia do destino. E somente nove anos depois, os dois voltam a se ver. É então que vem pergunta: E se você tivesse uma segunda chance para resolver algo que ficou no passado?

Jesse escreve um livro sobre a história de um jovem que se apaixona por uma desconhecida em um trem na Europa. Coincidência ou não, seu livro vende bem e para publicá-lo em outros países, ele viaja mais uma vez pelo continente e numa entrevista em uma livraria em Paris, reencontra Celine.

Ele, casado e com um filho. Ela, namorando e uma carreira promissora, uma espécie de ativista, tentando melhorar o mundo que na juventude ela reclamava. O tempo agora é mais curto, menos de duas horas para ele voltar para casa, e neste pequeno período, ela lhe apresenta sua cidade, e enquanto isso, eles vão descobrindo o que aconteceu com a vida de cada um, os erros e os acertos, planos que nada tinha a ver com o que eles sonhavam e descutiram nove anos atrás.

E nesta conversa, Celine e Jesse percebem o quanto aquele dia significou em suas vidas, talvez a coisa mais importante que tenha acontecido com eles. Percebem que nenhum conseguiu seguir em frente como deveria ser, ele foi infeliz no casamento, sabia que Celine era a mulher para ele mas o destino não foi amigo deles, e ela não conseguiu amar ninguém como amou ele em apenas um dia e vive com o fantasma daquele romance que não aconteceu.

A conversa agora é mais política do que no primeiro filme, é interessante perceber como os personagens evoluiram como pessoas, e o roteiro deixar nítido que não são mais adolescentes, são adultos com responsabilidades e que carregam em si muito mais decepções. Os diálogos ainda são únicos e ainda o ponto alto do filme, inteligente ao extremo, sensível e delicado e ainda muito apaixonante. Julie Delpy se destaca e cresce como atriz, mostrando mais versatilidade, o que já estava incrível no primeiro, neste consegue ser ainda melhor. Ethan também ótimo, mas faz o mesmo.

Interessante notar que o longa acontece em tempo real, os 80 minutos de filme é exatamente o tempo em que ocorre a história. Destaque para montagem muito bem feita, nos fazendo acreditar que realmente este tempo é real, vale citar a fotografia impecável.

É sim um excelente filme, mas não consegue ser tão bom quanto o primeiro. O original é mais romântico, neste a conversa é mais amigável, mas não é por isso que é inferior, simplesmente não consegue ser tão intenso e tão emocionante quanto "Antes do Amanhecer". Mas o problema maior é seu final, o roteiro a todo custo tentando fugir do óbvio acaba que nos dando um final sem muitas respostas, não que eu esperasse um "felizes para sempre", mas o próposito do longa era justamente responder aquilo que ficou sem resposta no primeiro e não nos encher com mais dúvidas e infelizmente é isso que ocorre. Mas ainda assim vale muito a pena, não há como assistir o primeiro e não ter vontade de ver o que aconteceu depois, ainda há cenas marcantes e diálogos incríveis, e por eles já vale cada segundo, recomendo.

NOTA: 8.5

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cinema: Pânico 4 (Scream 4, 2011)

"O sadismo é a nova sanidade"

por Fernando Labanca

Muitos, assim como eu, ficaram indignados quando souberam que a série clássica de terror dos anos 90 estaria de volta! "Pânico" que teve seu ínicio em 1996 sob o comando do diretor Wes Craven conhecido por filmes como "A Hora do Pesadelo" que nos trouxe Freddy Krueger. Craven retorna a parceria com o roteirista do original, Kevin Williamson e volta melhor do que nunca, superando qualquer expectativa e provando que seu sucesso não virá por insistência (como Premonição ou Jogos Mortais) mas sim, por que é repleto de grandes idéias, um show de originalidade e sarcasmo.

A história ocorre 10 anos após o término da terceira parte e trás o elenco original de volta, como Neve Campbell, a eterna Sidney, Courteney Cox e David Arquette, além de novos personagens interpretados por uma galera jovem já conhecida do grande público, como Hayden Pennetiere (da série Heroes) e Emma Roberts.

Em "Pânico 4", Sidney Prescott (Campbell) volta depois de 10 anos para sua cidade natal, Woodsboro, onde fora alvo de perseguição e se tornou a estrela local, para publicar seu mais novo livro, a história de sua recuperação. Estes acontecimentos que marcaram a cidade viraram filmes e chegou até o 7, e os jovens veem o massacre de anos atrás como o maior acontecimento que já ocorrera e passam a comemorar uma década após o surgimento de "Ghostface". Por ironia do destino, 10 após os acontecimentos e o retorno de Sidney, a cidade vira palco novamente de misteriosos assassinatos e de cara percebem que Sid é o alvo mais uma vez.

Entram em ação o xerife Dewey (Arquette), expert nos massacres de Ghostface e sua esposa Gale (Cox) que insiste em fazer parte das investigações, mesmo não sendo mais repórter e mesmo passando por dificuldades no casamento. Porém, a sobrinha de Sidney, Jill (Emma Roberts) sofre ameaças pelo telefone (Qual o seu filme de terror favorito, lembra?) e junto com suas amigas e todas as pessoas próximas a Sid passam a ser vigiadas constantemente. Entretanto, nova década, novas regras, e a lógica do jogo muda, e pessoas que não estão ligadas diretamente a ela estão morrendo e um detalhe, as mortes agoram são filmadas, Ghostface que fazer seu próprio filme desta vez.


O roteiro não trás nada de muito novo, mortes atrás de mortes (agora tem mais sangue, muito mais sangue) e há a inserção da tecnologia, celulares e câmeras digitais que na época do original não estavam presentes, e aqui estes elementos são muito bem inseridos. Ah! E agora gays e virgens também morrem! O diferença de "Pânico 4" está nos detalhes, está em seu humor, em seu sarcasmos e seu deboche, a série nunca esteve tão engraçada e o humor foi colocado na trama tão perfeitamente e de forma tão conveniente como não se fazia há anos. O terror também está presente e graçás a boa direção de Wes Craven ainda levamos sustos e nos dá aquele ar de nostalgia e nos lembramos daqueles filmes da década de 90 e "Pânico 4" nada mais é do que uma sincera e original homenagem ao que houve de trash, passando por todos os estereótipos e clichês possíveis e nos lembrando no que houve de pior e melhor neste gênero. Brilhante.

Me senti realmente muito sádico vendo este filme, nunca sai tão feliz do cinema depois de tantas mortes e tanto sangue. O deboche é o ponto alto do filme, não há como não achar graça dos acontecimentos, o filme próprio se esculacha, as atuações, o diálogo, o filme não passa de uma brincadeira bem feita, satiriza até mesmo as continuações intermináveis do cinema Hollywoodiano, satiriza a maneira como as personagens são guiadas neste gênero e como as mortes são previsíveis (que aliás cria uma nova lógica onde o inesperado é o novo clichê), e ao mesmo tempo que nos mostra toda esta ironia, o filme se renova, nos proporcionando um mar de criatividade, nos diálogos e principalmente no final, que realmente nos pega de surpresa, até porque o longa nos apresenta um leque de possibilidades, onde todos podem ser o assassino. Há ainda várias referências, passando a Bruve Willis numa hilária passagem, ao britânico "Todo Mundo Quase Morto" e a Robert Rodriguez.

E mesmo com toda sua bagunça, o longa de Wes Craven ainda nos trás uma pequena reflexão. Seus personagens não estão mais na década de 90, são a geração 2.0 e o roteiro consegue nos mostrar com competência o que há de novo nestes personagens, os novos valores, os novos ideais. Em certo momento, uma personagem é questionada sobre as amizades, é quando esta nos faz uma pergunta: Quem hoje em dia se preocupa realmente com amigos? O que as pessoas agora procuram é outra coisa, são fãs, não mais amigos. A relação das pessoas se limita a sites de relacionamento e não importa quem esteja te adicionando, o que o importa é a quantidade, o que importa é o número de pessoas que te seguem. E esta "fama" também é questionada, a mídia distorceu esta denominação, hoje não é preciso fazer um ato grandioso para ser famoso e ter reconhecimento.

O elenco original tem menos espaço na trama, o que não é um ponto negativo. Sidney, Gale e Dewey não retornam com a mesma força, o que é bom, dando espaço para os novos rostos e nos permintindo nos envolver com eles, e felizmente o trio antigo não é desrespeitado pelo roteiro que ainda assim valoriza seus respectivos personagens. Gale de Courteney Cox, porém, parece um pouco perdida na trama e sua atuação deixa a desejar, Dewey parece bem mais infantil e mesmo sendo o xerife é sempre o último a saber das pistas, entretanto ainda há carisma. Neve Campbell ainda possui sua cara assustada e convense nas perseguições e todo seu drama. O elenco jovem é bem trabalhado pelo roteiro e facilmente nos afeiçoamos a eles, o que é bem raro neste tipo de filme, destaque para Emma Roberts que aparece mais madura e mais interessante, o mesmo ocorre com Hayden Penettiere, de longe, a personagem mais carismática de sua carreira, não faz uma cheerleader e também não irrita em cena. Há também Rory Culkin (sim, aquele gaorinho de Sinais, bem crescido!). Ainda há o ex-the O.C, Adam Brody, muito bem ao lado de Anthony Anderson e a bela Marley Shelton, além de Kirsten Bell e Anna Paquim em uma pequena participação.

Enfim, há tanta coisa para dizer de "Pânico 4", superou minhas expectativas e provou ser um filme obrigatório e não "só mais uma sequência". A saga que em 1996 deu uma grande força para o gênero terror e foi um marco, pode não ter o mesmo efeito nesta década, mas mesmo assim, não deixa de ser um filme interessante, bem feito, que acima de tudo, respeita o original, quase que um milagre, logo que filmes que chegam na quarta parte ainda mais se tratando de terror dificilmente consiguirá conquistar os fãns que curtiram o primeiro. "Pânico 4" conseguiu este feito e consegue se comunicar e muito bem com aqueles que cresceram vendo coisas toscas (no bom sentindo) da década de 90 e ainda conquistar os mais novos que não conheciam a saga. Em suma, deixe o preconceito de lado, embarque nesta divertida e criativa brincadeira de Wes Craven, que tem moral para criticar o que há de ruim no terror e tem moral para dizer no meio de uma cena importantíssima como uma espécie de protesto: DON'T FUCK WITH THE ORIGINAL!!!!" (educadamente falando= não estrague o original). E este, meus caros leitores, não estragou o original, pelo contrário, fez dele melhor ainda.

NOTA: 8,5


domingo, 17 de abril de 2011

Especial Cinemateca: Eduardo Noriega

Depois de muito, muito, muito, muito e muito tempo fora do Cinemateca, eis que resolvi voltar à ativa.Conferindo recentemente um cinema que não fosse o habitual hollywoodiano, acabei descobrindo em mim um gosto especial para filmes espanhóis (a maioria, pelo menos) e por fim me viciei nessas películas, principalmente as que são protagonizadas pelo meu mais novo "muso", o espanhol Eduardo Noriega. Em um primeiro momento, vou comentar sobre os filmes que ele participou, e depois, dividirei com vocês a minha opinião sobre os outros filmes espanhóis (ou falado em língua espanhola) que assisti. Noriega me chamou a atenção em A Espinha do Diabo, e desde então, tento acompanhar o seu trabalho, mas não só por sua beleza, também pelo seu talento. Agora vamos a biografia do moço e aos filmes!

Por Bárbara



Eduardo Noriega:

E

duardo Noriega Gómez (Santander, Cantábria, 1 de agosto de 1973) é um ator espanhol.

Noriega é o c

açula de sete irmãos e o único que se dedicou à carreira de ator. Sua primeira vocação era a música e assim por cinco anos estudou teoria musical, harmonia, coral e piano no conservat

ório de sua cidade natal

Ao lon

go dos anos procurou ampliar horizontes e foi para Madrid para estudar na School of Drama . Suas primeiras incursões foram em várias curtas-metragens de diretores então iniciantes, como Alejandro Amenábar, com o qual posteriormente fez dois filmes.

Recebeu sua primeira indicação para o Goya (o equivalente do Oscar no cinema espanhol) de Melhor Ator, com Abre los Ojos (Preso na Escuridão). Mais tarde, teve uma outra candidatura por El Lo

bo, filmado em 2005, no qual ele é o protagonista principal.


Seu primeiro filme foi Historias Del Kronen, filmado em 1994.

Desde então, Eduardo esteve en

volvido em filmes de sucesso como Ninguém Conhece Ninguém de Mateo Gil (roteirista de Tesis e O Que Você Faria?) e A Espinha do Diabo de Guillermo Del Toro.

Seu último projeto é uma série d

e TV chamada "Homicide" que está agendada para lançamento no Outono de

2011. Seu papel é Edward Thomas S

oller, um psicólogo especializado em

doenças de Conduta.




Filmes:


Tesis - Morte ao Vivo (Tesis, 1996):

Angela (Ana Torrent) é aluna da faculade de Audiovisual de Madrid, e como tese de conclusão de curso ela escolhe o tema violê
ncia no cinema. Pedindo ao seu orientador (Miguel Picazo) filmes com fortes cenas de violência e pornografia, acaba por encontrá-lo morto no auditório da faculdade depois d
e ter assistido à uma misteriosa fita. Sem pensar, Angela pega a fita antes dos policiais chegarem. O que poderia ter de tão terrível nesta fita que foi capaz de matar uma pessoa? Com a ajuda do estranho Chema (Fele M
artinez), Angela conduz uma investigação sobre o filme e quem poderia tê-lo filmado, chamando a atenção do mais estranho ainda,
Bosco (Eduardo Noriega).

Comentários: Três palavr
as definam esse filme. SHOW DE BOLA. E tenho dito! Com um clima de suspense que faz o espectador toda hora se ajeitar na poltrona, Tesis trabalha com um tema polêmico sem ser apelativo e não usa da v
iolência para chocar a audiência.Pelo contrário, a partir dela que o longa se propõe a fazer uma crítica à própria violência e ao sensacionalismo da imprensa.
Ana Torrent, atriz não muito conhecida do público, dá um show como Angela, criando uma personagem palpável e carismática, além de tudo, esbanjando química com seus companheiros de cena, Fele Martinez e Eduard
o Noriega. Apesar de ser uma pessoa estranha e fanática por filmes "gore" e "exploitation", Chema é um cara legal, de certa forma comum, pelo qual o espectador aca
ba se simpatizando ao mesmo t
empo que desconfia do envolvimento dele com tudo aquilo, mérito de Fele Martinez, atuando muito bem. Já Noriega surpre
ende ao não cair na armadilha fácil de ser o galã da produção e se limitar a somente ser sexy o tempo inteiro. Não é uma de suas melhores atuações dos filmes que eu assisti, mas mesmo assim não decepciona. O
restante do elenco, como a família de Angela e a namorada de Bosco estão corretos. É o primeiro filme em grande circuito do chileno Amenábar. Como vocês podem ver, o cara começou bem.

Nota: 10


A Espinha do Diabo (El Espinazo del Diablo, 2001):

Carlos, de 12 anos, é deixado em um orfanato no meio do nada em plena guerra civil espanhola. Chegando lá, é bem rec
ebido pelos diretores da instituição, a perneta Carmen (Marisa Paredes) e o Dr. Casares (Federico Luppi). No entanto, não se dá bem com Jaime (Iñigo Garcés) e com o zelador do orfanato, o cruel Jacinto (Eduardo Noriega). Antes ficasse só nisso, mas o velho prédio tem seus segredos e seu fantasma, o qu
e os internos chamam de "Aquele que suspira", que posteriormente se
revela como o espírito de Santi
(Junio Valverde), menino que foi morto sob circunstâncias um tanto incomuns.

Comentários: Para um filme de t
error é um bom drama. Não que A Espinha do Diabo seja ruim, mas para os fãs de um suspense à lá O Sexto Sentido ou para aqueles que adoram produções que são encharcadas de sa
ngue, o longa fica devendo. Sinceramente, o apelido do fantasminha camarada não é nem um pouco assustador, na verdade quando eu ouvi "Aquele que suspira", lembrei na hora da "Murta que geme", do Harry Potter.Fora isso, o visual de Santi lembra um pouco o de Samara, de O Chamado.

O forte do filme são as crianças, todas bem à vontade em seus papéis.O elenco adulto é razoável, com o destaque sendo Federico Luppi, o simpático e tristonho Dr. Casares. Um ponto do filme que não me agradou fo
i o motivo da vingança: logo nos primeiros minutos de filme, já dá pra perceber que o menino não morreu por acidente, e que o estranho Jacinto teve alguma coisa a ver com isso.No geral, é um bom filme, pelo menos não é mais um exemplar do terror teen norte-americano.

Nota
: 7


Preso na Escuridão (Abre los Ojos, 1997):

César (Eduardo Noriega) é um playboy milionário que tira vantagem do seu dinheiro e da boa aparência para desfilar com mulheres diferentes a cada dia. No entanto, na festa de seu aniversário, César se apaixona de verdade por Sofia (Penélope Cruz), uma aspirante à atriz, conhecida de seu melhor amigo, Pelayo (Fele Martinez). O que ele sequer imaginava é que a sua última conquista, a possessiva Nuria (Najwa Nimri), não iria aceitar que ele tivesse outra mulher além dela. Um dia, após sair da casa de Sofia, Nuria
oferece uma carona para César, e numa curva fechada, joga o carro para fora da pista. No acidente, Nuria morre e César fica com o rosto
completamente desfigurado.

Depois de ir a todos os médicos, César não consegue recuperar sua antiga beleza, e acaba entrando em depressão.Até que um dia, os médicos o contatam para lhe dizer que uma nova cirurgia surgiu e ain
da por cima, Sofia reaparece e fica com ele. Tudo parecia ter entrado nos eixos, mas coisas estranhas começam a acontecer.

Comentários: O melhor de
todos, o mais completo.Atuações, ro
teiro, direção...É um filme fantástico, e graças à Deus que o assisti primeiro que Vanilla Sky, que apesar dos efeitos especiais melhor acabados, da trilha sonora bacanuda e de contar com Penélope Cruz reprisando seu papel, é inferior a Abre los Ojos. Eduardo Noriega deixa Tom Cruise no chinelo, sendo que este
último exagera nos maneirismos, gesticula e sorri demais, mas não passa nenhuma emoção. Fora a maquiagem,que fez Noriega ficar totalmente irreconhecível, já Cruise ficou com um lado do rosto deformado, tirando um pouco do impacto quando sua face aparece para o público pela primeira vez.

Noriega faz de César um cafajeste convicto, porém simpático.O espectador torce por ele, e apesar de soar machista, não é totalmente culpa de César a constante troca de namoradas. Sabemos muito bem que há mulheres que não podem ver nem 20 centavos a mais no bolso de um homem que já vão pra cima, principalmente se também for bonito e jovem. Já Cruise demonstra que David é um homem insensível que "enganou" Julie, fazendo-a pensar que os dois desenvolveriam uma relação m
ais profunda do que somente o se
xo casual.

Outro ponto a destacar é
Penélope Cruz. A Sofia de Abre los Ojos é uma mulher misteriosa, mas tem o seu charme. Em Vanilla Sky, ela aparece totalmente apática, como se estivesse atuando de má vontade ou com muito sono, visto que quase em todas as cenas, ela aparece que acabou de sair da cama. A relação de César com Pelayo, também é melhor desenvolvida, demonstrando a inveja de Pelayo, que queria ser rico, bonito e popul
ar como César, e também com este
último não hesitando em "furar o olho" do melhor amigo, ao ouvir a confissão de Pelayo, de que ele estaria apaixonado por Sofia. Cameron Crowe fez o habitual em Vanilla Sky, porém Cruise e Lee não têm a mesma química e o mesmo carisma que Noriega e Martinez.

Outro destaque da película de Amenábar é o psicólogo de César, Antônio. No final do filme sentimos a tristeza e a frustração que a revelação final proporciona para seu personagem, méritos de Chete Lera, coisa que Kurt Russell faz pela metade.

Enfim, quem estiver interessado em qualquer um dos filmes, minha dica é que assistam Abre los Ojos primeiro, apesar de Vanilla Sky
ser praticamente uma refilmagem quadro-a-quadro, há muitas diferenças notáveis entre um e outro.

Nota: 10



O Que Você Faria? (El Método, 2
005):


Sete executivos são chamados para a última etapa do processo de seleção de uma importante empresa. Ao chegarem no local, pensando se tratar de uma entrevista, os candidatos são reunidos em uma sala, e logo constatam que irão passar por uma dinâmica de grupo, chamada de Método Grönhom. Eles vão passando por provas pelo computador que analisam o perfil de liderença e persuasão, e à medida que os candidatos são eliminados, o nível de tensão chega ao extremo, fazendo com que controlar as emoções seja algo muito difícil de se fazer.

Comentários: Adaptação da peça, El Método Grönhom, O Que Você Faria? conta a história de Carlos (Eduardo Noriega), Nieves (Najwa Nimri), Fernando (Eduard Fernández), Ricardo (Pablo Echarri), Ana (Adriana Ozores), Enrique (Ernesto Al
terio) e Julio (Carmelo Goméz),
se
te candidatos ao posto de executivo numa grande empresa multinacional chamada Dekia, que passarão pela última etapa do processo seletivo no mesmo dia em que um protesto contra o Banco Mundial e o FMI acontece. Ao chegarem na sala, percebem que se tratará de uma dinâmica de grupo, e não de uma entrevista individual. Depois de se sentarem, a sorridente (e irritante) secretária Montse (Natalia Verbeke) os fazem preencher o mesmo formulário pela terceira vez, o que irrita Ricardo. Isso seria uma prova do quão disposta a empresa estaria a testar cada qualidade (e cada defeito também) de seus candidatos.

Quando a prova finalment
e começa, logo Julio é escolhi
do o líder do grupo. Porém o que ele não contava é que a empresa teve acesso a um fato marcante de seu passado, e assim ele seria julgado pelos seus colegas se ele seria capaz de ainda ser um líder, e se eles, pensando pelo ponto
de vista da empresa, o contratariam. Se eles decidissem que não iriam contratá-lo, Julio seria eliminado do processo de seleção. O debate acerca de Julio, assim como todas as outras tarefas que aparecem ao decorrer do filme, são de uma força e sagacidade incríveis.
Resumindo: tem quem lábia e capacidade de persuasão suficientes para se defender, vence. Como é uma adaptação de u
ma peça de teatro, o trunfo da produção são os diálogos afiados. Outra cena de destaque é quando os últimos três candidatos fazem uma prova com uma bola de vôlei, e a cada vez que falarem alguma coisa relativa ao tema que o psicólogo diz, tem que passar a bola para o colega do lado. Chega uma hora em que os idiomas tomam conta, um candidato é fluente em inglês e o outro é em francês. O terceiro candidato sobra por que não sabe falar outro idioma que não o espanhol. E fica puto por causa disso por que não entende nada do que os outros estão falando. E os outros, debocham e tiram sarro dele..hilário. Show de bola!

Nota: 9


Plata Quemada (Plata Quemada, 2000):

Angel (Eduardo Noriega) e El Nene (Leonardo Sbaraglia) são amantes inseparáveis, chamados de Os Gêmeos, por causa disso. Eles são contratados por Fontana (Ricardo Bartis) para realizarem um assalto a um carro-forte. No entanto, quando se dava o assalto, Angel se fere e El
Nene acaba matando os policiais que transportavam o dinheiro. Assim, eles são caçados por
toda a Argentina, por que além de roubarem o dinheiro, mataram dois policiais, o que faz com que o restante deles f
ique sedento por vingança. Então eles, junto com Fontana e Corvo (Pablo Echarri) se escondem no Uruguai, no apartamento cedido por Losardo (Héctor Alterio), um mafioso local, contato de Fontana, até que os documentos falsos fiquem prontos para que eles possam se esconder definitivamente no Brasil. Porém, até que esses documentos saiam, Fontana os obriga a não saírem de casa, nem fazer qualquer barulho, pois não é qualquer policial que os perseguem, e sim Chancho Aguirre, um policial corrupto que tinha direito a uma parte do dinheiro roubado, e eles são notícia em qualquer lugar do Uruguai.

Comentários: Um bom filme, que é "assistível" não por sua história (que é real, e que foi ligeiramente modificada, segundo
os letreiros que aparecem no final do f
ilme), mas sim por seus personagens e pelas as atuações dos seus respectivos intérpretes. O trio de prota
gonistas (Angel, El Nene
e Corvo) sustentam o filme nas costas, em particular o casal Angel e El Nene. Assim como em Milk- A Voz da Igualdade, onde o amor de Scott e Milk não acontece de uma hora para a outra e é bastante palpável e verossímil, o de Angel e El Nene é a mesma coisa. Eles se conheceram numa estação de trem, El Nene ficou comovido por Angel não ter onde cair morto e assim os dois foram morar juntos e desenvolveram uma relação amorosa. Mas nem tudo são flores, pois como com qualquer casal, tem as crises, as brigas e as escapulidas, no caso, o envolvimento de El Nene com uma prostituta uruguaia, Giselle (Letícia Brédice).

Graças à química entre Leonardo Sbaraglia e Eduardo Noriega (ambos atuando extremamente bem) e a irreverência de Corvo (destaque para Pablo Ech
arri), Plata Quemada não é tão enfadonho quanto poderia ser. Na minha opinião, a inteligência do espectador é subestimada quando há narrações em off para explicar tudo no filme, o diretor poderia muito bem deixado sem, as imagens se explicariam por si mesmas.O roteiro esquemático, dividido em partes (O Fato, As Vozes e Dinheiro Q
ueimado) tenta adaptar fielmente o livro (que eu não li) e então o filme perde a agilidade.Pelo menos o final é emocio
nante....

Nota: 6


O Lobo (El Lobo, 2004):

José Maria Loygorri "Txema" (Eduardo Noriega), um trabalhador basco, é preso pela polícia espanhola, em plena ditadura do Franco, por ter conexões com o grupo terrorista ETA. Para garantir sua liberdade, aceita se infiltrar no ETA, usando o codinome Lobo. O problema é que, no dia que foi marcada a maior operação anti-terrorista da polícia espanhola, o responsável pela
sua infiltração não conseguiu avisá-lo. Assim, Txema tinha dois riscos, ou era preso pela polícia espanhola ou seu disfarce era descoberto pelo ETA, causando sua morte.

Comentários: Fraco como filme de ação, de espionagem ou de qualquer coisa assim. Não existe tensão, não existe empatia pela causa basca, pois no filme é passada a impressão de que todo militante do ETA é um lunático que gosta de explodir carros e atirar em pessoas. Também não há empatia pela polícia espanhola, ou seja, é um filme que se assiste somente para passar o tempo, e não pelo prazer de v
er uma boa história (essa tinha um enorme potencial) ser contada.
Abusando de estereótipos (o líder temido, respeitado e completamente psicótico, a única mulher pertencente à alta cúpula que dorme com qualquer um, o militante que quer protestar usando a política, e não a violência e claro, o infiltrado que no início é relutante, mas que depois é capaz de qualquer coisa para
acabar com o terrorismo), O Lobo é politicamente correto e só. Não há o mínimo de ousadia, praticamente nada da errado na trajetória de Txema, o Lobo, e quando dá, sempre tem alguém por ele, que dá o suporte necessário para que ele não morra. Fica difícil o espectador se prender à história e ao protagonista quando se sabe desde o início que nada dará errado. O Lobo é chatinho, mas "assistível".

Nota : 5


Ponto de Vista (Vantage
Point, 2008):


O longa
narra, 8 vezes seguidas, o atentado terrorista contra o presidente dos EUA, Ashton (William Hurt), na cidade de Soto, na Espanha. Primeiro acompanhamos o ponto de vista de Thomas Barnes (Dennis Quaid), um dos guarda-costas do presidente, depois o filme todo retrocede ao início para contar a história do ponto de vista do policial espanhol Enrique (Eduardo Noriega), que seria responsável pela segurança do prefeito de Soto, para depois retroceder novamente e nos contar a história sob o ponto de vista do turista norte-americano Howard Lewis (Forest Whitaker), e assim por diante.

Comentários: Puta filme chato do in
ferno! E eu pensando que a falta de criatividade em Hollywood havia atingido seu ápice com a nova onda de remake de filmes antigos. Depois, com a onda de remakes de filmes estrangeiros que fizeram um certo sucesso. E depois, com a onda de remakes de filmes que mal completaram um ano de existência (como no caso de [REC])...e agora isso: para encher linguiça, a porcaria do filme volta no tempo 8 vezes, somente para acrescentar detalhes banais ao atentado terrorista, achando que com isso se teria um filme inteligente, aos moldes de Amnésia.Ledo engano.

Mas vá, o primeiro ponto
de vista, o do guarda-costas Thomas, personagem de Dennis Quaid, até que é interessante. Mostra ele e o seu parceiro, Kent Taylor (Matthew Fox), chegando junto com o presidente dos EUA (para os norte-americanos, lê-se "O Senhor do Universo") e todos os preparativos para o seu "importantíssimo discurso". Também acompanhamos a transmissão ao vivo de um canal de TV dos EUA, com a editora-chefe Rex Brooks (Sigourney Weever) e a repórter Angie (Zoe Saldana).


O presidente chega, todo mundo aplaude, o prefeito da cidade puxa o saco, os guardas-costas estão de prontidão, as câmeras de TV estão a postos, gravando tudo e etc. Até que, mal abrindo a boca, o presidente toma uns balaços e começa toda a correria e pânico. Os norte-americanos, xenófobos por natureza, já suspeitam de Enrique (Eduardo Noriega), só por que o cara correu em direção ao presidente, mas que fez isso para proteger o prefeito, pessoa sob sua responsabilidade. E com isso, os subordinados de Thomas perseguem o cara e assim...tudo volta ao início! Aí, depois das cenas que já foram descritas e Enrique ir correndo em direção ao "Jesus Cristo reencarnado" que é o merdinha dos presidente Ashton, temos a perspectiva do turista Howard, interpretado de uma forma patética por Forest Whitaker, que por meio de sua câmera de vídeo (gravava qualquer coisa como um bom turista norte-americano abobado que é) e assim, capturou algumas imagens (ir)relevantes que poderiam ajudar a descobrir quem estaria por trás do atentado. E assim, Ponto de Vista vai se desenrolando, num roteiro sem propósito, propositalmente confuso e pretensioso, com atuações medíocres e com um final f
orçado.

Já tinha lido sobre esse filme, até tinh
a achado interessante a questão de voltar no tempo e dar enfoque a cada personagem de cada vez, assim não teria um coadjuvante que roubaria a cena, mas sim todos seriam protagonistas de peso, desenvolvidos e com suas premissas igualmente desenvolvidas. Mas não é esse caso...Na terceira vez que o filme volta ao começo, já se torna enfadonho, pois o espectador já saca que o filme ficará nessa palhaçada de ir e voltar e de não apresentar nada muito relevante para solucionar o mistério. Com tantas idas e vindas, não há tempo para desenvolver os possíveis motivos do ataque terrorista, o porquê de tudo aquilo..Porque eles se envolveram, porque eles sequestraram o presidente, invés de tê-lo matado logo, porque obrigaram um cara a ajudá-los, sequestrando seu irmão. Quando o filme acaba, só isso que resta para o espectador: PORQUE????? As cenas de ação são meia boca, a historinha envolvendo Howard com uma menininha espanhola é ridícula, e eu, que assisti principalmente pela participação de Noriega, me frustrei ainda mais, um dos personagens mais ridículos que ele teve a cara-de-pau de interpretar, infelizmente. Fora isso temos Dennis Quaid interpretando o típico herói americano, que tomou tiro para salvar a vida do merdinha do presidente, Matthew Fox brincando de espião, Sigourney Weever e Zoe Saldana, atrizes que eu gosto bastante, totalmente desperdiçadas. De tanto voltarem no tempo, o filme ficou pela metade e até agora estou esperando o final daquela his
tória promissora que eu vi no primeiro ponto de vista. Deprimente!

Nota: 3




Expresso Transiberiano (Transsiberian, 2008):

Roy (Woody Harrelson) e Jessie (Emily Mortimer) são um casal de turistas norte-americanos que foram para Pequim realizar ações humanitárias através da igreja que Roy frequentava. Apaixonado por trens, ele convence Jessie a irem até Moscou através do Expresso Transiberiano, ao invés de irem para os EUA direto de avião. No trem, conhecem Carlos (Eduardo Noriega) e Abby (Kate Mara), um simpático e jovem casal aventureiro. No entanto, em uma determinada estação, Roy perde o trem, se separando de Jessie. Ela desce na próxima estação com Carlos e Abby, para esperar Roy, que pegaria o próximo trem. Mas, depois de sair com Carlos, com quem chegou a flertar, coisas estranhas acontecem, o que faz com que o implacável detevive Grinko (Ben Kingsley) e seu sisudo
parceiro, Kolzak (Thomas Kretschmann) ficassem na cola deles.

Comentários: Do mesmo diretor de O Operário, Brad Anderson, Expresso Transiberiano já decepciona pela falta de tensão, que no primeiro filme se fazia muito presente durante todo o tempo. Neste caso, já sabemos desde a sinopse que algo dará errado na trajetória de Roy e Jessie, que este perigo é real, e que eles são turistas americanos burros. A grande graça de O Operário está no fato de que o espectador não sabe se o protagonistas está sofrendo tudo isso por que é tudo fruto da cabeça dele, ou se realmente está havendo uma conspiração contra ele, u quem poderia estar por trás disso tudo.

Aqui tudo está bastante claro. Roy e Jessie é aquele casal solícito, acolhedor, mas que esconde segredos. Kate e Carlos são mais jovens, mais aventureiros, mais felizes e mais sedutores. Sobretudo Carlos, já que a faceta de latino sexy, mas mal-caráter é praticamente tudo o que os roteiristas desenvolvem acerca deste personagem, o que é muito triste, desperdiçando o talento do ator espanhol. Há bons momentos, mas nada que não tenhamos visto em outros filmes do gênero, tráfico de drogas, o policial corrupto, o parceiro cão-de-guarda, as torturas físicas e psicológicas...enfim. Ainda há o bônus de ter um dos personagens mais boçais da carreira de Woody Harrelson (por quem eu nutri uma grande simpatia depois de assist
ir Assassinos por Natureza, e que aqui, por pouco não foi destruída), e quiçá, da história do cinema. Emily Mortimer e Kate Mara também nada fazem de interessante, se limitando a ser as duas grandes versões de "garotas-problema", uma já recuperada e salva pela Igreja e a outra ainda vagando pelo mundo em busca de algo em que acreditar. Ben Kingsley tenta ser misterioso e ambíguo e Thomas Kretschmann nem falar direito fala..Uma boa pedida para um sábado à noite chuvoso ( e tedioso).

Nota: 3


Mãos que Curam (El Mal Ajeno, 2010):

Diego Sanz (Eduardo Noriega) é um médico que, ao salvar uma jovem grávida que tentou o suicídio, teve que se confrontar com o namorado dela, que queria que Diego prometesse a ele que cuidaria dela. Depois de ter prometido, Diego vê o homem se matar na frente dele, mas houve dois disparos. Um tempo depois, Diego percebe que recebeu um dom: curar as pessoas apenas pelo toque. No entanto, à medida que ele cura seus pacientes, membros de sua família vão padecendo de diversas doenças.

Comentários: Chupação descarada de À Espera de um Milagre. Tenta emocionar a audiência por meio de músicas tristes. Eduardo Noriega idêntico ao George Clooney. Belén Rueda "freak". Nem tudo isso fez com que eu desgostasse de Mãos que Curam. Entendam, não é que eu amei este filme, eu só não consigo não gostar dele. Apesar dos pesares, ainda é um bom filme, com uma história boazinha e personagens carismáticos, pero no mucho, como por exemplo, a filha adolescente de Diego. O problema do longa é a falta de verossimilhança em algumas situações. Por exemplo, o médico vivido por Noriega é quase um faz tudo. É cirurgião, trabalha na emergência, no setor do hospital dedicado à dor, dá uma de obstetra, só falta ser o zelador...Inclusive participa da cirurgia do próprio pai, algo que creio eu, seja inviável para um médico na realidade. Outro ponto fraco, embora eu tenha gostado bastante foi o romance entre Diego e Isabel (Belén Rueda), que saiu do nada e foi para lugar nenhum. Porém, a medida que os entes queridos de Diego adoecem devido ao seu dom, o longa emociona, através da musiquinha tristonha, mas emociona.
Enfim, há filmes infinitamente melhores, incluindo o já citado À Espera de um Milagre e Corpo Fechado. Mas vale a pena ser conferido.

Nota: 6

P.S: Desculpem a falta de formatação e pela postagem zoada, o Blogger simplesmente não colabora com o usuário quando este tenta formatar a postagem.

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