terça-feira, 2 de junho de 2020

O fim e um novo começo


Pessoas que me seguem aqui, tenho um comunicado importante a fazer. 

Chegou o momento de finalizar o blog Cinemateca, mas como gosto de dizer, isso é apenas um novo começo. Encerro minhas atividades neste endereço e começo em um outro. Vou tentar deixar claro tudo isso para vocês. 

Há um tempo tenho desgostado do título Cinemateca e comecei a sentir uma grande necessidade de mudá-lo. Junto com esta minha insatisfação, veio também o fato de que uso o blogspot desde o começo e suas limitações de layout acabam me limitando criativamente também. Como por exemplo, o blog tem uma usabilidade muito ruim em mobile e isso acaba me prejudicando bastante. Precisava urgentemente de uma nova plataforma para trabalhar. 

Como alguns sabem, administro uma página no Facebook onde crio alguns conteúdos exclusivos lá e onde posto os meus textos que aqui escrevo. Lá comecei a perceber, diante das mensagens que recebia, que grande parte do público acreditava que se tratava da Cinemateca Brasileira, ou que eu fizesse parte de alguma instituição ou organização. Não era a imagem que queria passar e senti que devia criar um novo nome que acabasse com essas confusões. Foi então que surgiu o PSEUDO CRÍTICO. 

"Pseudo Crítico" é minha nova assinatura. Criei um site com esse nome e alterei a página do Facebook também...vou deixar os endereços logo abaixo. Vou continuar escrevendo crítica mas, a partir de agora, é lá que vou postar. Então, àqueles que curtem meu trabalho, que se identificam com meus textos, espero vê-los por lá! 

Estou muito animado com este novo começo e gostaria muito que continuassem ao meu lado nesta nova jornada! Escrever e falar sobre cinema é minha grande paixão, faço tudo isso com extremo carinho, então não pretendo parar de fazer isso tão cedo. 

Escrevo aqui no Cinemateca desde 2008 e sempre foi muito prazeroso dividir minha opinião sobre os filmes com vocês. Agradeço o apoio, os comentários e todos aqueles que interagem comigo lá no Facebook também, curtindo, compartilhando e todo esse contato que sempre me motiva a continuar. 

Então, não se esqueçam! "Pseudo Crítico" a partir de agora. Continuo fazendo o que sempre fiz por aqui agora em novo site e espero ver todos vocês por lá!

Fernando Labanca


NOVO ENDEREÇO:



quarta-feira, 20 de maio de 2020

Crítica: Luce

Quando sua existência é um ato político. 

por Fernando Labanca

Sucesso no Festival de Sundance, onde foi lançado ano passado, "Luce" é uma adaptação da peça teatral de JC Lee, que aqui também assina o roteiro. Através de um interessante thriller psicológico, a obra narra a conflituosa relação entre os quatro personagens centrais. É o tipo de filme que cresce lentamente, que inicia com uma problemática pequena e onde aquela situação simples acaba ganhando proporções cada vez mais assustadoras.

Luce é um jovem preto. Nasceu em uma região de combate na África e foi adotado por um casal norte-americano (Naomi Watts e Tim Roth). Aluno exemplar onde estuda, ele ministra debates, escreve discursos e está sempre distante de polêmicas. No entanto, a única que não o vê com bons olhos é a rigorosa professora Harriet Wilson (Octavia Spencer), que passa a questionar o caráter do bom moço depois de ler uma redação onde ele parece se identificar com uma ideologia violenta. A partir deste instante, os dois travam uma batalha silenciosa, tentando a todo custo manter as aparências e o lugar de respeito que ambos conquistaram. 

Em certo momento, alguém questiona: “que homem preto tem o nome de Luce?” O nome, que vem de luz, lhe foi dado para se encaixar em seu novo espaço e apagar de vez seu passado. Viver na América, o lugar onde tudo é possível e sonhos se realizam. Nas aparências, ele vive dessa propaganda e age como modelo de tudo o que deu certo. O filme, então, cava essa superfície e nos convida a entender o que, de fato, há por traz do aluno exemplar. Sem procurar respostas, sabiamente, o roteiro não percorre os caminhos mais fáceis, nos fazendo questionar e a duvidar deste complexo personagem. Seria ele uma vítima de uma perseguição infundada? Seria ele um sociopata em ascensão? A provocação de "Luce" vem justamente disso, de nos fazer pensar tudo aquilo que evitamos. De dizer em voz alta o que fingimos não existir. Nos faz refletir nos tantos rótulos existentes em nossa sociedade e nessa pressão imposta por sermos tudo aquilo que esperam de nós. Não existem apenas santos e monstros, havendo inúmeras camadas entre essas duas divisões. 


"Você não é preto. Você é o Luce". Essa jornada do protagonista e a forma como todos o vêem me faz lembrar de como a América enxergava O.J.Simpson. O homem preto que gostava de musicais e jogava golfe nos fins de semana. Aquele que se encaixava perfeitamente ao moldes dos brancos e sentia orgulho por isso. Era um sinal de vitória, de conquista. Distante de seu mundinho, simultaneamente, ele era o símbolo da representação para a comunidade negra, mesmo que não estivesse com eles em nenhuma batalha, em nenhum momento de dor. Ninguém gostaria de ver Luce como vilão porque isso negaria as apostas. A sociedade precisa de heróis, dos ícones que exaltam o que deu certo. 

Desta forma, "Luce" caminha como se uma bomba pudesse explodir a cada instante. A complexidade de cada personagem permite que a trama siga por caminhos imprevisíveis e torne este provocativo embate em uma experiência intensa, reveladora. O elenco de peso alavanca a potência, entregando excelentes atuações de Octavia Spencer, Naomi Watts e da belíssima revelação do jovem Kelvin Harrison Jr. Ele consegue causar empatia, ao mesmo tempo em que nos faz duvidar de suas boas ações. É aquele enigma que fascina, que seduz. A grande força da produção vem justamente de seu roteiro e desta capacidade de extrair de uma premissa tão simples, discursos tão poderosos, impactantes. O diretor Julius Onah concentra seus indivíduos em espaços fechados - assim como no teatro - seja entre as quatro paredes da casa, seja da escola. Os conflitos pulsam neste confinamento e onde todos são obrigados a se confrontar. Apesar dessas tantas qualidades, a obra acaba pecando em sua montagem. Não apenas pelo ritmo lento que pode cansar boa parte do público, como pela quebra de diversos momentos que poderiam causar um clímax mas são insistentemente interditados por uma outra sequência sem o mesmo valor. Impedindo, assim, o crescimento de uma tensão maior. 


Por todas essas reflexões levantadas pela obra, é tão intrigante ver esses embates entre os personagens. Porque nenhum deles quer admitir o que sente, porque nenhum deles consegue dizer o que teme ou o que acredita. Porque isso fere a conduta, fere o rótulo que lhes foi dado. Não apenas do aluno perfeito, mas da mãe que não quer admitir as falhas que destruiriam anos de confiança. Da professora preta que precisa provar, mais do que todo mundo, que merece estar onde está. A existência deles se torna um ato político, quando, historicamente, estão ocupando um espaço que por anos lhes foi negado. Esses espaços foram alterados e eles são a representação dessa mudança.

NOTA: 9



País de origem: EUA
Ano: 2019
Duração: 109 minutos
Distribuidor: -
Diretor: Julius Onah
Roteiro: Julius Onah, J.C. Lee
Elenco: Kelvin Harrison Jr., Octavia Spencer, Naomi Watts, Tim Roth

quarta-feira, 15 de abril de 2020

As 20 melhores reviravoltas no cinema da década

Quem não gosta daquele bom e velho plot twist? É sempre uma experiência ótima quando estamos assistindo aquele filme e, de repente, ele nos surpreende com o final. Uma reviravolta que não prevíamos. Uma curva inesperada que nos faz ver toda a história com outros olhos. Melhor ainda quando vem aquele momento que explode nossa cabeça porque a trama vai para um lugar que jamais poderíamos imaginar. Somente os bons roteiros tem este poder. Listo agora as 20 vezes em que o cinema nesta última década nos deu esta chance de querer gritar diante de uma bela surpresa.

Importante lembrar que: HÁ SPOILERS POR TODOS OS LADOS

quarta-feira, 25 de março de 2020

Os 25 melhores filmes de terror da década


O terror foi um dos gêneros que mais nos trouxe filmes interessantes nesta última década. Foi notável a melhora na qualidade das produções que inovaram e conseguiram explorar todas os caminhos possíveis. Seja por um viés mais dramático, por um mais cômico. Seja pelo terror psicológico que ganhou belíssimos exemplares nesses 10 anos que passaram. O terror deixou de ser uma única coisa, de seguir uma fórmula e foi lindo como todas essas obras que cito aqui redefiniram, de alguma forma, o medo. Algumas pessoas até gostam de acreditar que nasceu uma nova fase: o post-horror, mas é apenas uma questão de denominação. O gênero continua o mesmo.

Com um prazer enorme, listo agora os 30 melhores filmes de terror que tivemos nesta década (2010 - 2019). Se lembrarem de outro título que merecia estar aqui, deixem nos comentários. Espero ter sido justo e espero que gostem da seleção. E caso não viram algum, deixo aqui como minhas dicas!

por Fernando Labanca


25. Garota Sombria Caminha Pela Noite
2014 | Ana Lily Amirpour
Imovision
Nada é mais gótico que uma vampira de burca e andando de skate pela noite. O terror iraniano revelou o talento da diretora Ana Lily Amirpour e nos mostrou uma nova forma de encarar os vampiros no cinema. O longa nos revela os ataques de uma jovem selvagem contra aqueles que desrespeitam mulheres no silêncio da noite. Filmado em preto e branco, o filme traz algumas sequências desconfortáveis de violência mas, ao mesmo tempo, encanta pela delicadeza ao narrar o romance entre a garota e um adolescente perdido. 




24. Amizade Desfeita
2014 | Levan Gabriadze
Universal Pictures
“Amizade Desfeita”, no mínimo, oferece uma experiência diferente para o público. Apesar de não negar completamente os estereótipos do “terror adolescente”, a produção encontra inovação em sua técnica, narrando toda sua trama através de uma tela, deixando seus personagens interagirem por suas redes sociais e permitindo que o seu “vilão” se mantenha no anonimato. É um produto atual que dialoga com a nova geração, explorando o medo no ambiente online. 




23. Pânico 4
2011 | Wes Craven
Imagem Filmes
“Pânico 4” é aquela sequência que ninguém pediu mas veio para dar uma bela lição, no meio de suas tantas ironias e metalinguagens, que Hollywood deve parar de fazer continuações que desrespeitem as obras originais. O longa também marca o último registro de Wes Craven e seu belíssimo legado para o gênero. É um produto divertido, irreverente, que mesmo brincando com os clichês do slasher consegue nos entregar uma trama interessante, com boas sacadas e um final surpreendente.




22. A Morte Te dá Parabéns
2017 | Christopher Landon
Universal Pictures
Uma garota mesquinha do colégio é brutalmente assassinada por um indivíduo mascarado. Acontece que depois ela acorda e percebe estar vivendo em um eterno looping, no mesmo dia, até descobrir quem está por trás de sua própria morte. O filme resgata com louvor o slasher, subgênero que fez sucesso na década de 90, e brinca com inteligência com a fórmula. Um roteiro divertido, empolgante e que traz sempre ideias criativas para dentro das cenas. 




21. O Babadook
2014 | Jennifer Kent
-
O filme independente de Jennifer Kent foi um dos títulos que marcaram esta nova era do gênero. Com poucos recursos, ela redefiniu o terror psicológico ao colocar em cena uma das criaturas mais assustadoras desses últimos anos: o babadook. O pesadelo que ganha vida e transforma a conturbada relação entre um garoto e sua mãe, que sofre pela morte de seu marido. Há muitas metáforas aqui e o pavor acaba sendo uma representação dos traumas vividos por seus protagonistas. 




20. Vingança
2018 | Coralie Fargeat
Fênix Filmes
A grande força de “Vingança” está em seu visual. Com cores vibrantes e uma fotografia estonteante, a diretora Coralie Fargeat constrói um produto sensorial e uma experiência de tirar o fôlego. A história nos revela a busca de vingança de sua protagonista, que luta por matar friamente aqueles que a assediaram. As mortes aqui são extremamente gráficas e chocam pela violência explícita. 




19. Kill List
2011 | Ben Weathley
-
“Kill List” é um dos raros exemplares do terror britânico e facilmente entra na lista dos filmes mais perturbadores da década. É aquele tipo de produto que não deixa ninguém ileso e nos faz ficar remoendo em teorias por conta das tantas respostas que não nos dá. Definitivamente serviu de referência para algumas obras posteriores ao inovar na forma como revela uma seita pagã. Na trama, um pai de família aceita o serviço de matar três pessoas por dinheiro mas logo percebe que nada é o que parece. Um filme violento, brutal e explícito, que choca por diversos instantes e nos deixa atordoados por sua sequência final. 




18. A Visita
2015 | M.Night Shyamalan
Universal Pictures
O mestre M.Night Shyamalan deixou sua marca no terror na década com uma das obras mais simples e caseiras que ele já realizou em sua carreira. Utilizando a técnica de found footage -  que deixou de ser explorada nesses últimos 10 anos -, o filme coloca duas crianças como protagonistas enquanto elas visitam seus avós em uma remota fazenda, não demorando muito até elas perceberem que algo de muito estranho acontece por ali. Uma obra divertida e incrivelmente tensa, que nos reserva alguns bons sustos e instantes sufocantes. 




17. It - A Coisa
2017 | Andy Muschietti
Warner Bros.
Baseado no livro de Stephen King, o filme de Andy Muschietti foi um grande sucesso de bilheteria, quebrando alguns recordes para o gênero. A trama gira em torno de um grupo de crianças que são aterrorizadas por um ser sobrenatural, o palhaço Pennywise, que se tornou uma das figuras mais emblemáticas desta década no cinema, graças a boa performance do ator Bill Skarsgård. A obra traz uma vibe nostálgica deliciosa de assistir e causa bastante impacto com suas belas sequências de terror. 




16. Midsommar
2019 | Ari Aster
Paris Filmes
Um dos filmes mais bizarros que tivemos o prazer (ou desprazer) de assistir nesta década. O diretor e roteirista Ari Aster vai além do limite e explora com extrema perversão um misterioso culto pagão. O pavor aqui é entregue à luz do dia e nos deixa completamente aterrorizados e desconfortáveis por suas sequências. O roteiro tenta investigar os traumas e complexidade de sua forte protagonista, defendida com garra pela jovem Florence Pugh, enquanto ela imerge em uma nova e assustadora cultura. 




15. Nós
2019 | Jordan Peele
Universal Pictures
O fascínio de “Nós”, criação do mestre Jordan Peele, vem justamente por ele ter conseguido criar, em seus belos minutos, toda uma mitologia que explique suas invenções. São inúmeras saídas inteligentes que fazem com que a trama ganhe cada vez mais complexidade e proporções imprevisíveis. O filme investiga a invasão das “cópias” que saem do submundo para matar sua matéria original, focando na jornada de uma família que precisa lutar contra seus respectivos duplos. É um produto original, divertido, que explora bem seu universo e sua grande protagonista, revelando uma potente atuação de Lupita Nyong’o. 




14. Invasão Zumbi
2016 | Sang-ho Yeon
Paris Filmes
Grande sucesso do cinema sul-coreano, a trama toda, basicamente, acontece dentro de um trem, enquanto uma epidemia transforma os habitantes em zumbis. Mistura bem orquestrada de ação, terror e drama, a obra é daquelas que nos prende a atenção do começo ao fim. Um produto divertido, empolgante e satisfatoriamente eletrizante. Definitivamente, um ótimo exemplar de filme com zumbi. 




13. Um Lugar Silencioso
2018 | John Krasinski
Paramount Pictures
“Um Lugar Silencioso” foi uma grande surpresa. O som, que sempre foi a muleta do gênero, é retirado para que a tensão seja encontrada no silêncio. É genial acompanharmos seus protagonistas atravessando uma longa jornada sem se expressar verbalmente, fugindo de criaturas que atacam quando percebem algum ruído. É simplesmente agonizante essa situação e o filme faz bom proveito disso, entregando sequências eletrizantes e de pura tensão. De certa forma, surpreendentemente, ainda emociona quando seus personagens precisam encarar o luto mas jamais podem expressar o que sentem. Há sensibilidade em cada relação e este é o grande trunfo da obra. 




12. A Bruxa
2015 | Robert Eggers
Universal Pictures
“A Bruxa” marcou uma grande ruptura do gênero nesta década, dando início a uma nova forma do cinema encarar o terror. Robert Eggers foi um dos maiores e mais relevantes nomes revelados nesses últimos anos e isso se deve pela riquíssima qualidade de seu trabalho. Ele basicamente nega as fórmulas que conhecemos e constrói algo novo, único e de grande impacto. O medo está presente em sua atmosfera densa, nos diálogos e em tudo o que seus personagens representam. A trama nos mostra uma Inglaterra Medieval, quando uma família é deserdada da Igreja e passa a suspeitar de forças malignas pelo sumiço do filho mais novo. 




11. Rua Cloverfield, 10
2016 | Dan Trachtenberg
Paramount Pictures
Sequência “espiritual” de Cloverfield de 2008 e produzido por J.J.Abrams, o filme merece respeito por conseguir criar uma atmosfera inquietante mesmo se utilizando de pouquíssimos recursos e espaços. O medo vem pela incerteza do que há no mundo de fora daquelas paredes e pela tensão existente entre seus três protagonistas, que vivem isolados dentro de um bunker. Mary Elizabeth Winstead é uma das mais respeitadas Scream Queen do cinema e prova seu talento aqui, ao lado dos ótimos John Goodman e John Gallagher Jr. A relação entre eles é o que torna a obra tão rica, assim como o belíssimo roteiro. 




10. Corrente do Mal
2014 | David Robert Mitchell
California Filmes
Uma força maligna que é transmitida através do sexo parecia uma ideia bem bizarra e com grandes chances de dar errado. Felizmente não deu e o diretor e roteirista David Robert Mitchell soube muito bem como fazer isso funcionar e acabou por realizar uma das obras mais originais e fascinantes dentro do gênero que tivemos nesta década. Com uma deliciosa vibe oitentista e uma atmosfera de filme indie, o roteiro acerta ao compor sua forte protagonista e no dilema moral que enfrenta. 




09. Você é o Próximo
2012 | Adam Wingard
Playarte Pictures
Um reencontro de família é arruinado quando estranhos usando máscaras de animais começam a atacá-los. Com muita violência, sangue e boas surpresas, “Você é o Próximo” revelou o talento do diretor Adam Wingard dentro do gênero, que soube trazer frescor mesmo utilizando fórmulas tão batidas e recuperando com força elementos do terror da década de 90. A protagonista é excelente, se firmando com uma das grandes final girls que tivemos nos últimos anos. 




08. O Lamento
2016 | Na Hong-jin
California Filmes
Uma grande pérola do cinema sul-coreano, “O Lamento” busca no folclore e na cultura do país para narrar uma história cheia de simbolismos e de possíveis interpretações. O filme fala sobre uma comunidade que passa a enfrentar uma praga após a chegada de um misterioso homem no local. Apesar de trazer elementos do terror, não aposta no medo e na tensão para nos manter atentos, mas sim em seu roteiro bem elaborado e em seus personagens carismáticos. Há bastante humor também, o que só nos aproxima ainda mais ao seu peculiar universo. 




07. O Convite
2015 | Karyn Kusama
-
Uma reunião entre amigos. Um convite desconfortável. O filme dirigido por Karyn Kusama narra o retorno de um homem, em meio a um jantar entre conhecidos, à casa que dividia com sua, agora, ex-esposa. Há algo de incômodo em cada instante deste evento e nesta nossa paranóia que nasce por querer compreender o que existe ali, ficamos presos nas situações que revela, tentando decifrar seus mistérios. Muito bem dirigido e atuado, “O Convite” é a prova que a simplicidade também pode nos impactar. 




06. O Segredo da Cabana
2011 | Drew Goddard
Universal Pictures
A paródia excepcional de Drew Goddard. A intenção era ser apenas um produto divertido que faz sátira ao terror, reunindo diversos clichês que fazem parte do gênero. No entanto, a piada foi tão bem elaborada que acabou dando muito certo. Entregaram um roteiro genial, original e bastante intrigante, onde um grupo de jovens bonitos se reúnem em uma cabana e acabam despertando a vida dos mais diversos vilões.  




05. O Homem nas Trevas
2016 | Fede Alvarez
Sony Pictures
Três adolescentes decidem bolar o plano perfeito para assaltar a casa um homem idoso e cego. A simples premissa é apenas o início de um filme eletrizante e surpreendente. A grande reviravolta aqui é que os protagonistas acabam se deparando com um psicopata habilidoso, tornando o espaço limitado de uma casa em um cenário claustrofóbico de uma caçada hipnotizante. Um filme, definitivamente, de tirar o fôlego. Tem bons personagens, roteiro bem construído e uma direção fascinante de Fede Alvarez. 




04. Invocação do Mal
2013 | James Wan
Warner Bros.
Se James Wan deixou um legado nos anos 2000 com “Jogos Mortais”, na década passada ele deixou sua marca com “Invocação do Mal”, provando ser um dos grandes nomes do terror. Uma casa mal-assombrada e afastada da civilização, uma família traumatizada e um casal de demonologistas. Tem susto, possessão e uma tensão hipnotizante presente em todas as cenas. O filme conseguiu recuperar diversos elementos do terror mais clássico e entregou um produto refinado, empolgante e prazeroso de ver pelo simples fato de ser bem escrito, bem dirigido. O grande destaque, também, vai pelo roteiro que desenvolveu tão bem suas ideias e seus personagens, nos fazendo acreditar em seu assustador universo. 




03. Boa Noite, Mamãe
2014 | Veronika Franz, Severin Fiala
Playarte Pictures
O filme austríaco que pegou muita gente de surpresa. A trama é tão interessante que aos poucos foi ganhando fama na época de seu lançamento. Ao mostrar a relação conturbada entre uma mãe e seus dois filhos gêmeos, o longa provou ser um rico exemplar do terror psicológico. Poucos cenários, cenas impactantes e um final absurdamente genial. O plot twist é um dos mais brilhantes que tivemos nos últimos anos. É possível prever antes, mas a graça mesmo é deixar ser enganado. 





02. Hereditário
2018 | Ari Aster
Diamond Films
Gosto de afirmar que se o demônio tivesse a chance de fazer um filme, ele faria algo como “Hereditário”. Ari Aster, outra grande revelação no gênero, redefiniu o terror e construiu, em seus belos minutos, uma obra impactante e perturbadora. É simplesmente assombroso cada instante e nos choca ao colocar uma família precisando viver no mesmo espaço depois de presenciarem eventos tão traumáticos. Como um pesadelo que dificilmente esquecemos, o longa ainda nos deu o presente de ver uma das mais incríveis atuações da década: Toni Collette arrebenta. 




01. Corra
2017 | Jordan Peele
Universal Pictures
“Corra” foi um grande marco nessa década e isso é inegável. O comediante Jordan Peele surpreendeu a todos e se revelou um grande diretor e roteirista. O filme é uma mistura interessante de comédia, terror e com umas boas pitadas de crítica social, revelando com ousadia o racismo estrutural presente em nossa atual sociedade. A história que envolve um jovem negro conhecendo a família branca de sua namorada nos deixou incrivelmente tensos e maravilhados por saídas tão inteligentes. 


Qual seu filme de terror favorito desta década?

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Oscar 2020: Os Vencedores, as surpresas e injustiças


Foi anunciado, nesta noite de domingo (09/02), os vencedores do Oscar. A premiação mais importante e aguardada do cinema veio com algumas previsibilidades mas com boas surpresas também. Os favoritos aos prêmios de atuação foram definidos com bastante antecedência nesta temporada e a Academia optou por não ousar, premiando o quarteto formado por Joaquin Phoenix, Renée Zellweger, Brad Pitt e Laura Dern. 

A grande surpresa, claro, ficou por conta da forte presença de "Parasita", o mais premiado da noite, com 4 estatuetas, vencendo ainda nas categorias principais como Melhor Filme, Direção e Roteiro Original. Foi um momento histórico, pois nunca um filme internacional chegou tão longe na premiação. Épico eu diria. Essa renovação faz um bem enorme ao Oscar e podemos afirmar que essa foi uma das maiores e mais adoráveis reviravoltas que o evento teve nos últimos anos. 

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Os 25 Melhores Filmes de 2019

Chega ao fim a retrospectiva aqui no blog. Depois de postar algumas listas com o que teve de melhor em 2019, finalmente chego com a de melhores filmes do ano. Assim como ano passado, optei por deixar 25 títulos, pois acredito que seja um número bom para que todos os que eu realmente gostei estejam aqui. Durante esses doze meses consegui ver bastante coisa, por isso espero ter feito uma seleção justa. 2019 foi um ano muito bom para o cinema e digo que foi ótimo poder escrever esse texto e relembrar todas essas preciosidades. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Retrospectiva 2019: Os Destaques do Ano

O Oscar que lute! Aqui no blog também tem premiação e mesmo que nenhum desses filmes leve um prêmio para casa, eles são vencedores em nossos corações e somente isso importa. Separei em 19 categorias como forma de destacar o que teve de mais relevante durante o ano. É um post bem especial, pois durante o ano gosto de anotar tudo o que assisto e espero ter sido justo na escolha dos "vencedores". Lembrando que selecionei apenas os filmes lançados de janeiro à dezembro aqui no Brasil. 

por Fernando Labanca



1. Parasita
2. Bacurau
3. Entre Facas e Segredos
4. Dor e Glória
5. Fora de Série
6. História de Um Casamento





1. Poderia Me Perdoar?
2. A Vida Invisível
3. Coringa
4. O Irlandês
5. Homem-Aranha no Aranhaverso
6. Perdi Meu Corpo




1. A Vida Invisível
2. Bacurau
3. Temporada
4. Sócrates
5. Morto Não Fala
6. Divino Amor




1. História de Um Casamento
2. Perdi Meu Corpo
3. O Irlandês
4. Dois Papas
5. Klaus
6. Girl




1. Homem-Aranha no Aranhaverso
2. Perdi Meu Corpo
3. Klaus
4. Uma Aventura Lego 2
5. WiFi Ralph: Quebrando a Internet
6. Toy Story 4




1. Guerra Fria
2. Coringa
3. Midsommar
4. Ad Astra
5. Ford vs Ferrari
6. O Pintassilgo




1. O Homem Que Matou Dom Quixote
2. Rocketman
3. Entre Facas e Segredos
4. Midsommar
5. Ad Astra
6. Alita: Anjo de Combate




1. Era Uma Vez em Hollywood
2. Meu Nome é Dolemite
3. Duas Rainhas
4. Rocketman
5. A Favorita
6. Se a Rua Beale Falasse




1. Border
2. Vice
3. Suspiria
4. Duas Rainhas
5. Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro
6. Coringa




1. País da Violência
2. Ford vs Ferrari
3. Yesterday
4. Rocketman
5. As Golpistas
6. Fora de Série




1. O Rei Leão
2. Vingadores: Ultimato
3. Star Wars: A Ascensão Skywalker
4. Ad Astra
5. Alita: Anjo de Combate
6. Os Aeronautas




1. Star Wars: A Ascensão Skywalker
2. Ford vs Ferrari
3. Vingadores: Ultimato
4. Ad Astra
5. Godzilla II: Rei dos Monstros
6. Bem-Vindos à Marwen




1. Nicholas Brittel (Se a Rua Beale Falasse)
2. Michael Abels (Nós)
3. Bobby Krlic (Midsommar)
4. Trent Reznor e Atticus Ross (Anos 90)
5. Hildur Guðnadóttir (Coringa)
6. Dan Levy (Perdi Meu Corpo)




1. Era Uma Vez em Hollywood
2. Rocketman
3. As Loucuras de Rose
4. Fora de Série
5. Corações Batendo Alto
6. Espírito Jovem




1. Glasgow (Jessie Buckley / As Loucuras de Rose)
2. Hearts Beat Loud (Kiersey Clemons / Corações Batendo Alto)
3. Zero (Imagine Dragons / WiFi Ralph: Quebrando a Internet)
4. Wrapped Up (Natalie Portman / Vox Lux)
5. Super Cool (Beck feat. Robyn e The Lonely Island / Uma Aventura Lego 2)
6. Sunflower (Post Malone/ Homem-Aranha no Aranhaverso)




1. Entre Facas e Segredos
2. Era Uma Vez em Hollywood
3. A Favorita
4. O Irlandês
5. Parasita
6. As Golpistas




1. Jessie Buckley (As Loucuras de Rose)
2. Beanie Feldstein (Fora de Série)
3. Julia Stockler (A Vida Invisível)
4. Carol Duarte (A Vida Invisível)
5. Margaret Qualley (Era Uma Vez em Hollywood)
6. Naomi Scott (Aladdin)
7. Odessa Young (País da Violência)
8. Julia Butters (Era Uma Vez em Hollywood)
9. Lashana Lynch (Capitã Marvel)




1. Olivia Wilde (Fora de Série)
2. Bo Burnham (Oitava Série)
3. Sam Levinson (País da Violência)
4. Brady Corbet (Vox Lux)
5. Jonah Hill (Anos 90)
6. Paul Dano (Vida Selvagem)




1. Bong Joon-ho (Parasita)
2. Todd Phillips (Coringa)
3. James Gray (Ad Astra)
4. James Mangold (Ford vs Ferrari)
5. Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (Bacurau)
6. Quentin Tarantino (Era Uma Vez em Hollywood)
7. Rian Johnson (Entre Facas e Segredos)
8. Fernando Meirelles (Dois Papas)
9. Karim Ainouz (A Vida Invisível)
10. Dexter Fletcher (Rocketman)
11. Ari Aster (Midsommar)
12. Lorene Scafaria (As Golpistas)


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