sábado, 21 de março de 2009

Especial Watchmen - Parte 1/13

Especial Watchmen
Os criadores e o capítulo 1
Por Bárbara
Os criadores




Alan Moore



Alan Moore nasceu em 18 de novembro de 1953 em Northampton, Inglaterra, uma cidade industrial situada entre Londres e Birmingham.
Filho mais velho do funcionário de uma cervejaria, Ernest Moore, e da tipógrafa Sylvia Doreen, Moore teve uma infância e uma adolescência bastante influenciadas pela pobreza da sua família e do seu ambiente.
Ele foi expulso de uma escola secundária conservadora e não foi aceito em qualquer outra escola. Assim, em 1971, Moore estava desempregado e sem possuir qualquer qualificação profissional.
Moore começou a trabalhar com a Embryo, uma revista que tinha publicado com amigos. Isso fez com que se envolvesse com o Laboratório de Artes de Northampton. Depois, casou-se com Phyllis em 1974, tendo eventualmente duas filhas, Amber e Leah.
Em 1979, Moore começou a trabalhar como cartunista para a revista semanal de música Sounds, onde escrevia e desenhava uma história de detetive chamada "Roscoe Moscou", sob o pseudônimo de Curt Vile.
Eventualmente, Moore concluiu que era um ilustrador fraco e decidiu focalizar seus esforços apenas em escrever. As suas primeiras contribuições foram para a Doctor Who Weekly e o famoso título de ficção ciêntífica 2000 AD, na qual criou várias séries populares, como A Balada de Halo Jones, SKIZZ e D.R. & Quinch.
Em seguida, Alan Moore trabalhou para a Warrior, uma revista britânica de antologias. Foi nesse título que começou duas importantes séries: Marvelman (rebatizado nos Estados Unidos como Miracleman) e V de Vingança, o subversivo conto sobre a luta por liberdade e dignidade numa Inglaterra fascista. Ambas lhe conferiram o British Eagle Awards, como Melhor Escritor de Quadrinhos em 1982 e 1983.
Os talentos de Moore lhe garantiram a sua primeira série americana, a saga do Monstro do Pântano. Nela, o conceituado escritor reinventou o personagem, enquanto seu enredo girava em torno de temas pesados (controle de armas, racismo, lixo nuclear, etc).
Exibindo grande profundidade e perspicácia em seu trabalho, ele demonstrou que podia escrever sobre um amplo leque de tópicos e situações. As histórias dele fixaram o passo para o chamado "Suspense Sofisticado", através do qual a maioria das HQs da linha Vertigo da DC opera atualmente.Além de Monstro do Pântano, escreveu também vários outros títulos da DC, um anual do Batman e algumas histórias do Superman.
Em 1986, enquanto a DC Comics estava reconstruindo seu universo de quadrinhos, Moore escreveu Watchmen, que, ao lado de Batman: O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, redefiniu o meio dos quadrinhos, e mudou o tom dos quadrinhos da época. Watchmen, com seus enredos detalhados, mostrava um retrato realista dos super-heróis num mundo que nem os entendia, nem confiava neles, e é até hoje considerada por muitos a maior HQ de super-heróis de todos os tempos.
Ele terminou suas histórias para o Monstro do Pântano, completou V de Vingança para a DC Comics e escreveu uma das melhores histórias do Coringa em Batman: A Piada Mortal (com arte de Brian Bolland). No final do anos 80, Alan Moore estava muito descontente com o fato de não possuir os direitos de Watchmen, assim como achava que não estava recebendo os royalties adequados pela série.
Além disso, nessa época surgiram discussões sobre a implementação de um sistema de classificação nas revistas em quadrinhos e Moore era totalmente contra essa idéia. Assim, ele resolveu deixar os quadrinhos mais comerciais e populares para trabalhar estritamente para editoras menores e independentes.
Sem mais nenhum vínculo com a DC, Moore começou vários projetos. Em 1988, montou a sua própria editora, chamada Mad Love Publishing. Moore começou a trabalhar num roteiro de cinema com o empresário da banda punk Sex Pistols, Malcolm McLaren, chamado "Fashion Beast" (embora o filme nunca tenha saído do papel).
Ele também começou a série Big Numbers, com artista Bill Sienkiewicz; mais duas séries para a Taboo, de Stephen Bissette: uma chamada Lost Girls, com a artista Melinda Gebbie, e a série Do Inferno, com Eddie Campbell. Moore também fez uma história pessoal intitulada A Small Killing, com o artista Oscar Zarate. A publicação independente, entretanto, não foi uma coisa muito boa para Moore. Dos trabalhos que começou nesse período, apenas A Small Killing e Do Inferno foram concluídos.
Posteriormente, Moore foi trabalhar na Image Comics, uma nova companhia de quadrinhos dirigida por um grupo muito popular de jovens artistas e escritores. Nessa editora, Moore escreveu 1963, uma espécie de reparação pelas péssimas histórias de outros escritores que brotaram na mídia dos quadrinhos como conseqüência de Watchmen. Ele também escreveu várias histórias para o personagem Spawn, criado por Todd McFarlane.
Nesse período, seu trabalho mais precioso talvez tenha sido a renovação da série Supremo, uma criação de Rob Liefeld calcada no Superman. A abordagem de Moore para o personagem foi tão nostálgica, quanto criativa, voltando no tempo até os primórdios da DC Comics. Infelizmente, a série foi suspensa por causa de problemas financeiros e os dois últimos números jamais foram publicados.
Então, Moore criou seu próprio selo: America’s Best Comics (ABC) para a WildStorm, o estúdio de Jim Lee, da Image Comics. E, mais uma vez, o talentoso escritor pavimentou todo um território diferente com várias novas séries: A Liga Extraordinária, Promethea, Tom Strong, Tom Strong’s Terrific Tales, Tomorrow Stories e Top Ten.
Ironicamente, a WildStorm acabou sendo vendida para a DC Comics e Jim Lee teve que acertar alguns detalhes contratuais com Moore para que não existisse nenhuma ligação entre ele e sua antiga editora.
Recentemente, o polêmico roteirista se desligou da DC/Wildstorm por causa das interferências da editora no seu trabalho. A DC detém todos os direitos dos personagens da ABC, exceto ‘A Liga Extraordinária’, que é propriedade de Moore e Kevin O’Neill. O terceiro volume da série deverá ser publicado pela Top Shelf Publishing.
Outros projetos de Moore incluem CDs e livros... além do seu desejo de se tornar um mago. Alan Moore mora em Northampton, Inglaterra.



Dave Gibbons


Dave Gibbons (nascido em 14 de abril de 1949) é um artista britânico de história em quadrinhos.
Gibbons tornou-se conhecido nos quadrinhos britânicos pouco depois de começar a trabalhar em títulos de terror publicados pela DC Thomson e pela IPC Media. Quando 2000 AD foi lançada, Gibbons foi colocado como Diretor de Arte e ilustrador das tiras "Harlem Heroes". Seu último trabalho ali foi com "Rogue Trooper", depois do qual ele se concentraria em um período na Doctor Who Magazine".
Gibbons foi um dos talentos britânicos descobertos por Len Wein em 1982 e começou a desenhar o Lanterna Verde para a DC Comics. Sua obra mais conhecida na editora foi a colaboração com Alan Moore na série Watchmen.
Seu trabalho mais recente é uma graphic novel em preto-e-branco chamada The Originals. Publicada pela Vertigo em 2005, é uma história situada em um futuro próximo, mas inspirada fortemente na imagem Mod dos anos 60.
Entre seus projetos atuais na DC estão a mini série The Rann/Thanagar War e Green Lantern Cops: Rechange.


Fonte: Devir Quadrinhos ( Alan Moore ) ; Wikipedia ( Dave Gibbons ).





Capítulo 1 - À Meia - Noite, todos os Agentes...




"Sexta à noite , um comediante morreu em Nova York.Alguém o jogou pela janela e quando o corpo bateu na calçada, a cabeça dele foi parar no estômago.
Ninguém se importa.Ninguém exceto eu."
Rorschach







O começo da história.Quando Edward Morgan Blake , um vigilante conhecido como Comediante morre em Nova York , outro vigilante chamado Rorschach decide investigar , tecendo uma teoria de que haveria um assassino de mascarados à solta.Assim , ele resolve ir atrás de seus antigos colegas para avisá-los da possível existência desse assassino.


Um ótimo início.Desde os primeiros quadrinhos, a morte do Comediante já intriga o leitor sobre o possível assassino e suas motivações.Ou seja , quem foi e por que???Apesar do Comediante ter sido um dos vigilantes mais violentos, sádicos, mal - caráter do grupo e de ter feito muitos inimigos , há algo no assassinato dele e na investigação de Rorschach que deixa a trama interessante.




O que mais gostei nesse primeiro capítulo foram as frases de efeito de Rorschach.Uma melhor do que a outra , elas explicam ao leitor o tipo de personalidade do vigilante ,que mesmo proibido de atuar pela Lei Keene, continua na ativa por sentir nojo do que os EUA se transformou: em um reduto de drogados e prostitutas.

Além da morte do Comediante e da investigação de Rorschach, ainda vemos como estão os outros vigilantes.Dan Dreiberg , o Coruja II , está aposentado desde a Lei Keene, vive sozinho em seu apartamento e toma cerveja com Hollis Mason , o primeiro Coruja .Adrian Veidt , o Ozymandias , o homem mais inteligente do mundo , está formando um império do entretenimento usando as imagens dos seus antigos colegas e inimigos , criando uma linha de brinquedos com os personagens.Dr Manhattan está numa base de pesquisas militares trabalhando no seu mais novo projeto e morando com Laurie Juspeczyk , a Espectral II.
Mostrando os defeitos e dilemas desse herois , Watchmen ganha pontos ao enfatizar que todos são seres humanos , passíveis de erros.
Outro ponto bacana , é quando vemos como agiam os vigilantes de um grupo que veio antes dos Watchmen ( embora eles não se denominem assim - só no filme ) , os Minutemen.


Acompanhar um pouco das histórias de Coruja I , Espectral I , Capitão Metrópolis , Silhouette , Dollar Bill , Homem - Mariposa , Justiceiro Encapuzado e Comediante nos áureos anos 40 foi muito importante para que o leitor pudesse comparar as duas gerações , a pré e pós Lei Keene.

A Lei Keene foi uma lei que proibia vigilantes mascarados que atuarem contra o crime , depois da greve da polícia.Um momento legal durante esse período foi quando o Coruja II e o Comediante foram tentar controlar a manifestação popular , em que o Coruja , muito pacifista , tenta conversar com os manifestantes , enquanto o politicamente incorreto Comediante , desce da nave - coruja e começa a bater e a atirar em todo mundo.

Até que o Coruja pergunta ao Comediante:"e o sonho americano?" e o Comediante responde "ele está se realizando agora".

Outro diálogo muito bom foi de Dan Dreiberg com Rorschach , quando este último foi avisá-lo de que supostamente havia um assassino de mascarados à solta.Eles começam a relembrar o passado , de quando faziam rondas e combatiam gangues juntos até que que Dan fala "bons tempos , mas o que aconteceu?" e Rorschach responde "você desistiu".

Nota:9

terça-feira, 10 de março de 2009

Especial Watchmen - Aguarde

ESPECIAL WATCHMEN
ANÁLISE DOS QUADRINHOS E A CRÍTICA DO FILME
"A CIDADE TEM MEDO DE MIM.CONHECI SUA VERDADEIRA FACE"
RORSCHACH

quinta-feira, 5 de março de 2009

Crítica: Quem Quer Ser um Milionário?

Amanha, 06 de março, é a estréia oficial de Quem Quer Ser um Milionário?, filme de Danny Boyle ganhador de 8 Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. O filme ainda ganhou os principais prêmios no Globo de Ouro e no Bafta. Resumindo, é o filme do ano, e felizmente, ele merece esse título.

por Fernando

Quem Quer Ser um Milionário? conta a saga de Jamal Malik, um morador da favela de Munbai na Índia que conquistou em um pragrama de Tv o seu grande estrelato, mas não é sobre fama, e sim sobre a busca de uma vida melhor e mais do que isso, a busca pelo grande amor de sua vida.

O filme se inicia quando Jamal está prestes a responder a última pergunta do programa Quem Quer Ser um Milionário?, um grande sucesso da Tv onde ele decide participar. No auge do programa ele vai embora para voltar no próximo dia para responder a pergunta que deixará ele milionário!! Mas nesse intervalo, ele é raptado, pois todos acreditam que Jamal está trapaciando, logo que ele é um favelado e, como pode um morador da favela conseguir responder todas as perguntas? E através de torturas, dois capangas retiram a verdade de Jamal para descobrir como ele sabia de tudo e como ele foi parar ali. A partir de então, conhemos sua grande jornada, pois foi através de toda sua experiência de vida que ele encontrou as respostas para as perguntas feitas.

Tudo começa com ele criança morando na favela com seu irmão Salim, sua mãe morre em um conflito de caça aos moradores muçulmanos, a partir disso, eles são obrigados a ficar sozinhos e a tentar sobreviver de todas as formas, no meio da violênicia, da miséria e do caos da favela, onde a vida é limitada, ninguém consegue ser grande se não jogar sujo. Nessa correria, eles conhecem Latika, uma garota que assim como eles, perdeu a família. Os três se unem e vão parar uma suposta escola de música feita por moradores carentes, mas logo eles percebem que tudo aquilo era uma armação, feita por bandidos da pior espécie e viciados em drogas em busca de dinheiro fácil através das pobres crianças. Eles, mais uma vez fogem, mas Latika não consegue e é raptada novamente.

A partir de então, a vida de todos mudam. Eles crecem, se tornam pessoas espertas e acostumadas com a malícia da favela. Salim, por outro lado, entende mais que Jamal que para vencer ali é preciso mais, e começa a se infiltrar no tráfico e a se envolver com bandidos, pois essa, para ele, era a única maneira de ganhar dinheiro e vencer na vida. Salim, por sua vez, sempre acreditou na bondade e que conseguiria vencer no trabalho limpo. Ele faz de tudo, trabalha em restaurantes, como auxiliar de turismo e enfilm acaba como um entregador de chá em uma companhia de telemarketing. Mas com tudo isso, ele sempre teve algo a mais em mente, Latika.

Ele, então, vai atrás da garota perdida. Ele a encontra se prostituindo com os mesmos bandidos do ínicio, mas ele, com a ajuda de Salim a salva. Ele acaba se envolvendo demais com ela, e entre encontros e desencontros de suas vidas, altos e baixos, entre a violência e o tráfico, eles vão se perdendo, vão se encontrando, vão se apaixonando.

Tudo dá errado para os dois, como se o destino tivesse escrito que eles nunca ficariam juntos, mas Jamal nunca desiste de encontrá-la. E foi por Latika que ele resolveu participar de Quem Quer Ser um Milionário?, pois ele sabia que ela veria o programa e assim que ela o assistisse, ela iria encontrá-lo. Era sua única chance de viver um grande amor, o amor que ele sempre sonhou, mesmo diante de tantas dificuldades.

Jamal em sua jornada para a felicidade e melhoria de vida, acaba vivenciando tudo o que é possível e impossível, uma história jamais contada, experiências jamais vividas. E em cada momento que viveu, ele busca em suas lembranças mais rotineiras as respostas mais inusitas.

Quem Quer Ser Um Milionário? é um filme todo rodado na Índia, completamente fora dos padrões Hollywoodianos, totalmente original. É um filme para ser lembrado.

Danny Boyle fez seu melhor trabalho como diretor, é uma obra prima, fora dos padrões, mais uma vez, do que se chama de um filme clássico, pois é isso o que ele é. É um drama, repleto de situações engraçadas em uma bela história de amor. É divertido, original, dinâmico, brilhante, empolgante, ousado, romântico, emocionante, criativo, excitante, inspirador.

Um dos melhores filmes que vi em minha vida e olha que já foram muitos. Com certeza, mereceu suas premiações. Sua trilha sonora é invejável e assim como o filme, original e empolgante. Fotografia marcante e cenas magistralmente editadas. Músicas memoráveis com direito a uma dança no final do longa.

Outro ponto positivo são os atores, completamente desconhecidos...até agora, pois depois desse filme eles têm tudo para serem um seucesso. Falo de Dev Patel que interpreta Jamal na adolescência e a bela Freida Pinto (que já está no novo projeto de Woody Allen) que interpreta delicadamente Latika, também na fase da adolescência. Anote esses nomes.

Mais do que recomendável, assista de qualquer maneira. Quem Quer Ser um Milionário? tem tudo para ser um grande sucesso, principalmente aqui no Brasil, tem um toque bem divertido e colorido que vai chamar a atenção dos brasileiros, tanto os intelectuais apaixonados por cinema, quanto os mais desligados na sétima arte.

Quem Quer Ser um Milionário? já é um clássico e dos mais inovadores. Excelente direção em uma excelente história. O melhor filme ganhador do Oscar desde Crash- No Limite, deixa Os Infiltrados de Martin Scorcese (que ganhou o prêmio como consolação de uma vida inteira tentando ganhar o Oscar) e Onde os Fracos Não têm Vez dos irmãos Cohen (que de melhor filme não tem nada) envergonhados. Entre tantos outros filmes que já ganharam mas que não mereciam, e se mereciam, nem eram tão bons assim. Mas Quem Quer Ser um Milionário? merece, é simplesmente perfeito. Assista para se divertir, se descontrair, não é mais um drama sobre política, desgraças e mortes tristes no final, é um filme alegre, inspirador, de deixar qualquer um feliz por ter acabado de ver uma grande história. É sobre a luta de uma pessoa para ser alguém na vida, atravessando os obstáculos que se tornavam pequenos diante de sua fé e vontade de vencer, e é claro, sobre a busca pelo amor, que não é preciso sorte, dinheiro ou malandragem para conquistar um amor verdadeiro. Destino é destino.

NOTA: 10

terça-feira, 3 de março de 2009

Dica de DVD: Sangue Negro

Voltando um pouco no tempo, ao Oscar do ano passado, estava a obra-prima Sangue Negro, que era um dos favoritos a ganhar os principais prêmios, mas acabou perdendo injustamente para Onde os Fracos Não Têm Vez. Mas levou o Oscar de Melhor Ator para o sempre ótimo Daniel Day Lewis e Melhor Fotografia.

por Fernando

Sangue Negro conta a tragetória de Daniel Plainview (Daniel Day Lewis) e seu pequeno filho H.W. Daniel é um perfurador de solos a procura de petróleo, vive sua vida disso e toma conta de sua família que se resume a seu único filho, pois ele havia perdido sua esposa. Até que um dia, um milagre para ele acontece, ele encontra muito petróleo em um determinado terreno, o equivalente para ele se tornar um milionário, empresário, admistrador de seu próprio trabalho e o homem mais influente da região. E com isso, ele, é claro, decide se expandir.

Logo, ele parte com seu filho para uma pacata cidade, ele descobre através de um desconhecido um terreno que poderá gerar muitos frutos para ele, muito petróleo seria encontrado, essa informação foi dada em troca de dinheiro. Pois a vida de todos da região se resumia a trabalho, ambição e ir para a igreja, a igreja de Eli Sunday (Paul Dano). O plano dá certo, Daniel encontra muito petróleo, se expande cada vez mais e influência cada vez mais pessoas.

Daniel é autônomo, ele é sua própria empresa, cria uma região feita para gerar dinheiro, cada vez mais dinheiro, pessoas vinham de toda a parte trabalhar com ele, isso significava, que suas respectivas famílias se mudavam com seus maridos trabalhadores, isso, por sua vez, significava ter que construir escolas e casas para as novas famílias. Com isso, Daniel constrói um mundo ao seu redor.

Por outro lado, nem tudo segue perfeitamente. Eli Sunday é um jovem e ambicioso pastor, é rígido demais e subordinado demais sob as leis da igreja, segue seus passos através da palavra da fé. Não admite as idéias de Daniel, é completamente contra um homem ser tão ambicioso e nem ligar para Deus, só pensar em dinheiro. Ele começa a bater de frente com Daniel, começa exigir dinheiro para sua igreja, começa a exigir atitudes "nobres" dele. E Plainview encontra no pastor seu pior inimigo, seu maior obstáculo. A relação dos dois atravessa os limites da compreensão, Daniel chega a espancar o pastor, Eli, por sua vez, praticamente obriga Daniel a ser exorcisado, já que ele acredita fielmente que ele está sendo dominado por um demônio, e por isso age de maneira tão arrogante, tão ambiciosa, tão individualista.

Daniel passa dos limites com sua ambição, começa a ter tanto poder que perde completamente o controle. Seu filho fica surdo por causa de um acidente em uma torre que perfurava o chão. Ele não é um pai carinhoso e partir disso começa a abandonar o filho, a não aceitar ele ser surdo. H.W começa a ficar sózinho e Daniel não vê o quanto seu trabalho e sua ausência começa a afetar a vida de seu filho.

Daniel Plainview é uma personagem de ouro, clássica. É tão humano que chega a assustar. Conforme o filme segue, vamos conhecendo a personalidade dele e vamos nos envolvendo com facilidade a sua trajetória, nos emocionamos com ele e ao mesmo tempo sentimos raiva. Em determinada cena, ele se revela, mostrando quem realmente ele é, um homem maduro, sério, compenetrado no trabalho, só pensa em vencer, a questão para ele não ter muito dinheiro, mas sim vencer, não se admite ser pior que os outros, não se admite falhar, não se admite ser pequeno.

A história é ótima, a fotografia é bela e junto com a excelente trilha sonora dão um tom pesado ao filme. Mas não importa o quanto de qualidades Sangue Negro tenha, só conseguimos ver Daniel Day Lewis.

Day Lewis é um ator completo, parece que conseguiu chegar ao auge de sua carreira com essa personagem. É difícil encontrar palavras para descrever o seu mais que excelnete desempenho. Sua atuação é fora de sério, uma das melhores performances masculinas dos últimos anos, o que ele faz é memorável, admirável. Daniel Day Lewis tem uma atuação antológica.

Palmas também para o diretor Paul Thomas Anderson, que faz um filme brilhante. Outro destaque é o coadjuvante Paul Dano que está ótimo com seu pastor obsecado pela igreja, um pastor fajuto e cheio de más intensões.

Sangue Negro é um filme longo e bem monótomo, e está ai o seu pior defeito. Mas as cenas, as atuações, os diálogos são tão belos que nem ligamos tanto para o tempo. Pelo menos, acredito que aguentaria mais, é um filme bom de se ver, de se admirar. Mas é um longa com um clima pesado, angustiado, melancólico, forte e que contribui para entrarmos de cabeça nessa vida de poder e corrupção de Daniel Plainview e Eli Sunday. Aliás, existem algumas cenas inesquecíveis e diálogos fortes e memoráveis, em determinados momentos ficamos espantados com os acontecimentos de tão pesados e expressivos, isso gráças as atuações de Paul Dano e Daniel Day Lewis. A vontade que dá é de abrir a boca e ficar ali parado, sem pensar, sem respirar e depois reprisar para ver de novo.

Sangue Negro está ai para provar que nem sempre o filme que ganha o Oscar é o melhor. De longe, disparado, esse filme é muito melhor que Onde os Fracos Não têm Vez, que até hoje não entendo como esse filme conseguiu ganhar os principais prêmios, seus concorrentes eram bem melhores, além de Sangue Negro, havia os ótimos Juno e Desejo e Reparação, que se ganhassem, seria algo mais compreensível. Esqueça Contato de Risco, com George Clooney, que conseguiu ser pior que o vencedor. Mas tudo isso ficou no passado, esse ano estamos de frente de filmes um pouco melhores que do prêmio do ano passado.

Mas deixa de lado os prêmios, Sangue Negro não é o melhor filme, para muitos pode até ser um filme chato, mas é brilhante, original, recomendável. Assista se puder, vale a pena.

NOTA: 8.5

segunda-feira, 2 de março de 2009

Crítica: Operação Valquíria

Superprodução estrelada por Tom Cruise e dirigida por Bryan Singer (X-Men: O Filme) que conta uma história que ocorreu durante a Segunda Guerra, os bastidores de um acontecimento que pouco se soube a respeito, portanto, não é mais um filme de guerra, um filme mais que bem vindo.

por Fernando

Muito se sabe sobre a Segunda Guerra Mundial e Adolf Hitler, mas pouco já foi revelado sobre a Operação Valquíria e o quase assassinato do líder que é mostrado com muita competência e seriedade nesse longa.

Tom Cruise interpreta Claus von Sttaufenberg, um coronel na Segunda Guerra que sofre um grave acidente em uma arriscada missão na África, perde uma mão, alguns dedos da outra e a visão de um olho. Sai dessa misão ferido, mas vai em direção à Alemanha onde entra em contato um grupo de nazista para criar uma operação (a Operação Valquíria) onde seria permitida a substituição de Hitler no comando após sua morte.

Neste grupo, havia homens como o General Henning (Kenneth Branagh) e Olbricht (Bill Nighy) que já haviam tentado de algumas formas tirar Hitler do poder, através de simples planos para assassiná-lo. Stauffenberg se vê cada vez mais envolvido nisso, e passa a liderar as principais decisões do grupo, indo muito mais além, e terá a missão de matar Hitler e finalmente ver a Alemanha livre. Ele percebe aos poucos o quanto o poder do líder é cruel, e mesmo sendo nazista, ele descobre que a única maneira de ver os alemães livres é realmente assassinando Hitler. A intensão desse assassinato era limpar a imagem suja que estava se criando sobre a Alemanha sob o poder do líder e provar para o mundo que nem todos os alemães são como ele, que não seguem seus ideais e que ainda existem pessoas que lutam por um mundo melhor, com menos crueldade.

Stauffenberg então, vai atrás de um plano perfeito, mais uma vez envolvendo uma bomba, já que houveram outras tentativas de assassinato. O plano não poderia dar errado, haviam muitas pessoas envolvidas, inclusive a família dos envolvidos, sua esposa e seus filhos são obrigados a partirem caso algo desse errado. O Coronel sacrifica tudo para ver o povo livre, ele acreditava fielmente que tudo daria certo. O plano é gigantesco, envolve os soldados, os políticos, eles criam toda uma situação para colocar Hitler em um espaço confinado juntamente com seus representantes e as pessoas mais próximas a ele, e para isso, eles esperam o líder ir em uma importante conferência. Stauffenberg se torna alguém confiável no ramo da guerra, participa de todas as reuniões, inclusive dessa, onde abandona o local e deixa uma bolsa com uma bomba na sala, que explode. Depois disse....só vendo o filme mesmo.

Operação Valquíria convence em seu roteiro bem armado cheio de suspense. As cenas são ótimas e com muita tensão. É interessante parar para assistir um episódio que deveria ter sido tão marcante na Segunda Guerra, mas que desde sempre foi pouco comentado.

Muito se comenta da pouco emoção exposta por Tom Cruise, mas acredito que era preciso pouca emoção mesmo para expor um sentimento de um alemão no meio de nazistas e tanto caos, não era para transmitir desespero, mas sim, calma, seriedade, assim como todos agiam na época, com frieza. Além do fato que vi algumas fotos reais da época e Tom Cruise lembra muito, fisicamente, o coronel Stauffenberg, o que ajuda a dar mais realismo a trama.

Quanto as atuações, todos estão ótimos, destaque para o sempre ótimo Bill Nighy, irreconhecível em seu papel em Piratas do Caribe, mas que aqui volta a interpretar uma personagem séria, e faz isso com muita competência.

Operação Valquíria é um filme, digamos que, por mais que tenha um estilo de superprodução, é bem básico, tem boas locações, capta muito bem a época através dos figurinos e do clima tenso, dos cenários e das atuações. É tudo muito bem feito, mas não chama muito a atenção. Como já foi dito, é básico, é muito simples. O filme é um pouco confuso em algumas passagens, e não consegue prender a atenção do público no longa inteiro. A história é interessante, mas é muito simples, o plano de Stauffenberg realmente foi esse, mas para um suspense, é fraco, foi fiel aos acontecimentos, entretanto como roteiro de filme não funciona tão bem.

Mas apesar dos pesares, é um filme que merece ser visto. Sabemos desde o ínicio que tudo vai dar errado (logo que Hitler se suícida, não é assassinado), mas mesmo assim, ainda torcemos para as personagens até o último segundo de projeção. Isso gráças a direção mais que eficiente de Bryan Singer, que faz um filme ágil e com boas cenas de suspense.

Operação Valquíria, no final das contas, vale a pena ser visto. Não é um filme memorável, porém, não é um filme descartável. Veje e descubra a incrível história de um quase assassinato de Hitler. É realista e muito sério, cheio de suspense, bons diálogos e personagens interessantes. É um filme bem feito que merece ser apreciado.

NOTA: 7

domingo, 1 de março de 2009

Crítica: O Passado

Do mesmo diretor do grande sucesso Carandiru, O Passado tem tudo para desagradar o público, a não ser pela presença de Gael Garcia Bernal.

por Fernando

O filme é uma produção da Argentina com o Brasil e conta com o roteiro e direção de Hector Babenco. Nele, Gael Garcia Bernal interpreta Rímini, um jovem tradutor que foi casado há 12 anos com Sofia e o filme se inicia quando os dois anunciam que depois de tantos anos juntos estão se separando. O interessante é que na cena, eles dão a notícia após verem junto com os amigos um vídeo caseiro antigo da festa de casamento dos dois, onde mostram dois adolescentes apaixonados e felizes, fazendo um contraste entre o passado feliz do casal e a atual situação dos mesmos, que depois de alguns desentendimentos decidem se separar, amigavelmente.

Sofia demonstra logo de inicio que ama muito Rímini, e que não está feliz com a separação, diferente dele, que está decidido a levar sua vida adiante, seguir um novo rumo. Os dois passam a separar os móveis, os objetos, as fotos e decidem quem ficará com o que, e nesse caos da separação, Rímini acaba conhecendo Vera, uma linda modelo que sofre por amor. Eles começam a namorar, ela é de um temperamento difícil, é ciumenta, assim como Sofia, mas ele a ama. Até que Sofia não se conforma por ele conseguir simplesmente esquecer dela e seguir em frente e decide o beijar a força no meio da rua, Vera acaba vendo e no surto acaba sendo atropelada. E morre.

Após o acontecimento, Rímini perecebe que Sofia está ficando louca, é obsecada por ele e não consegue viver sem ele. E o jovem, mais uma vez, decide seguir em frente, esquecer o passado. Nisso, ele conhece Carmen, uma companheira de trabalho, ela por sua vez, é diferente de Vera e Sofia, é madura, inteligente e sabe viver pacificamente um relacionamento. Ele se casa com ela, tem um filho e quando ele acredita estar seguindo, enfim, o caminho certo para a felicidade, ele passa a ter alguns surtos, recorrente da morte de Vera, começa a esquecer os idiomas que tanto traduz, perde trabalho, e começa a perder a noção das coisas. Mas com a ajuda de Carmen e com a motivação do nascimento do filho, ele começa a se recuperar.

E mais uma vez, quando tudo parecia perfeito, Sofia volta, e começa a jogar sujo, o leva para um motel, faz com que Carmen descubra e acredite que ele a traiu e para piorar, ela pede o divórcio e impede que Rímini veja seu filho. A vida do jovem acaba de vez, Sofia, por loucura destrói sua vida, o arranca tudo o que ele mais amava, tudo por amor, tudo para ter ele só para ela. E mesmo depois de tanta enganação, mentiras e sofrimento, ela ainda tenta com todas as forças resgatar o romance, pois ela ainda acredita que a história de amor entre eles ainda não acabou e que a separação só foi um capítulo a parte dessa história.

Como já foi dito, O Passado tem tudo para não agradar o público, é monótono, dramático e muito meloso. As atuação são ótimas, principalmente de Gael Gracia Bernal que mais uma vez surpreende no que faz. Mas mesmo assim, ele não contribui para o filme ser melhor, sua atuação é eficiente mas está no filme errado.

O roteiro é de deixar qualquer um irritado, pois tudo dá errado, sabemos desde o ínicio que ninguém vai ser feliz vivendo dessa meneira e assim vai, nenhuma reviravolta, só drama, tristeza, relacionamentos infelizes.

Rímini seria a personagem que o público deveria torcer pra se dar bem no final, mas ele é sofredor demais, tudo bem que sua vida e Sofia não colabora, mas em nenhum momento, ele se esforça para ser feliz de verdade, de lutar pelo o que ele quer e isso irrita, pois Sofia faz tudo errado, destrói a vide dele e ele simplesmente permite que tudo aconteça, não se revolta. O filme inteiro esperamos o momento em que ele surtasse de verdade e falasse tudo o que sentia para Sofia, toda a raiva que ele deveria sentir (se ele realmente fosse um humano), mas essa cena, infelizmente, não acontece.

Ou seja, qual o sentido do filme? nenhum. Talvez Sofia fosse a personagem mais humana do longa, ela é verdadeira, seus sentimentos são reais e é possível, sim, que possa existir alguém doente como ela por amor. Mas o roteiro é fraco, não chega a nenhuma conclusão, por isso, o filme passa a não ter sentido. O Passado acaba e ficamos pensando: "Por que alguém em sã consciência escreveria isso?".

Não perca seu tempo precioso assistindo esse drama forçado, com poucos bons momentos ( por incrível que pareça, existem). Foi o último trabalho do excelente ator brasileiro, Paulo Autran, que por sua vez, está ótimo em uma pequena participação. Hector Bebenco como diretor, até que funciona, mas como roteirista de O Passado, completa decepção. O filme poderia ser bom, mas falha no final, estragando toda a projeção. Até mesmo os apaixonados por filmes de romance, passem bem longe.

NOTA: 4

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