por Fernando Labanca
"Benzinho" nasceu forte. Sua carreira internacional o levou para o concorrido Festival de Sundance e chega ao Brasil com essa alta expectativa, já vencendo, inclusive, importantes prêmios no recente Festival de Gramado. O diretor Gustavo Pizzi é novato, mas a obra se sustenta pela qualidade do elenco que traz nomes de peso como Karine Teles, Adriana Esteves e Otávio Müller. Estamos falando de um filme simpático, agradável de se ver e tem potencial para conquistar grande parte do público. O maior acerto aqui é o retrato que faz sobre a família brasileira, que alcança nossa memória afetiva e nos faz enxergar ali na tela muitas de nossas histórias.
O drama vivido pela protagonista convence porque ele vem carregado de muito do que já vivemos, do que já vimos de perto. Há uma identificação fácil nessas pequenas relações familiares que o roteiro constrói de maneira tão sensível e tão honesta, sempre muito distante de qualquer caricatura. Irene (Karine Teles) é a mãe que batalha diariamente para manter sua família unida, trabalhando fora e sempre forte para aguentar qualquer problema que precise enfrentar. Seu emocional é abalado quando recebe a notícia de que seu filho mais velho foi convidado a jogar handebol na Alemanha. Acompanhamos, então, os últimos dias do jovem dentro de casa e como Irene vai sentindo a dor da partida daquele que acreditou que estaria eternamente ao seu lado, abraçado por sua proteção. Emociona a jornada dessa mãe, que jamais nega o sonho do filho mesmo quando isso implique na indesejada separação.