Voltando para escrever um pouco sobre os filmes que assisti no mês de julho e aproveitar e dar algumas dicas do que ver quando não se tem mais ideias.
por Fernando Labanca
Jurassic World: Reino Ameaçado
Universal Pictures |
Pela nostalgia e homenagens, "Jurassic World" lançado em 2015, funcionou. Uma aventura honesta e divertida que nos levou de volta ao parque dos dinossauros. Esta continuação já não mantém o mesmo nível, que não passa de uma "ponte" para os eventos que estão por vir. Temos aqui um roteiro preguiçoso, que acelera sua trama na primeira metade e se entrega completamente à ação vazia até seu final, com direito à perseguições, explosões, vilões caricatos e revelações nada surpreendentes. Sorte é ter um diretor como J.A Bayona (de "O Orfanato" e "O Impossível") por trás das câmeras, que consegue, quando tem a liberdade, entregar algumas sequências muito bem arquitetadas, fazendo bom uso dos efeitos especiais e do suspense, que tão bem sabe construir. O elenco carismático nos prende, assim como a relação entre os humanos e os animais, que acabam por oferecer momentos inesperadamente sensíveis.
O Hóspede
Um misterioso homem chega na casa de uma família afirmando ter lutado na guerra com o filho morto deles. A ligação é imediata e logo ele é hospedado ali, porém, é nítido que esconde alguns segredos. A trama, apesar de simples, deixa várias lacunas em aberto...o que não é ruim. Ficamos o tempo todo instigados a compreender quem aquele homem é e o que deseja naquele lugar. O diretor Adam Wingard (que posteriormente fez o reboot de "A Bruxa de Blair) entrega um produto com boas referências, repleto de sequências exageradas que remetem a produções antigas. A trilha sonora com seus sintetizadores é um dos pontos altos, assim como a excelente atuação de Dan Stevens, que tem ganhado cada vez mais destaque no cinema. Os instantes finais são brilhantes e provam a ousadia e autenticidade de Wingard como realizador.
Alex Strangelove
Mais um daqueles filmes aleatórios para se ver na Netflix em um sábado a tarde. "Alex Strangelove" é uma comédia romântica teen que nos apresenta Alex, um jovem que está prestes a perder a virgindade com sua namorada, isso até conhecer o adorável Elliot, um garoto gay que lhe faz ter dúvidas sobre o que realmente deseja. Produzido por Ben Stiller, querendo ou não, é um filme que foge um pouco das fórmulas e por isso, acaba sendo uma surpresa boa, entregando alguns momentos doces e, até mesmo, sensíveis. Infelizmente, o roteiro que, no início, parecia querer discutir a bissexualidade, erra a mão ao tentar ser "desconstruído" e acaba apenas reforçando antigos estereótipos, o que é uma pena. Erra, ainda mais, quando perde tempo dando espaço para subtramas e personagens tolos, nos fazendo sentir aquela básica vergonha alheia. Bom para passar o tempo, fraco para quem espera por grandes conclusões.
PS: Claire, você merecia mais!
Não Vai Dar
Universal Pictures |
Daquelas comédias bobas hollywoodianas que, inesperadamente, acabam valendo nosso tempo. Um grupo de jovens adolescentes decidem perder a virgindade na última festa do colégio, mas os pais descobrem e decidem ir atrás delas para estragar este plano. É uma história tola, mas que funciona. As piadas garantes algumas boas sequências e o trio formado por Leslie Mann, John Cena e Ike Barinholtz é tão espontâneo que acaba merecendo uma chance. É interessante como cada personagem é construído aqui, o roteiro demonstra um certo apreço por todos eles e com um leve toque de sensibilidade, todos se destacam. Mas é aquilo, né? Se não assistir não está perdendo muita coisa.
Lámen Shop
Um drama leve japonês, que fala sobre comida enquanto revela a história trágica de uma família despedaçada. Emociona, mas é leve demais para causar algum tipo de impacto. De fato, assisti-lo dá muita fome, logo que os pratos mostrados são, aparentemente, deliciosos. Os personagens são incrivelmente carismáticos e facilmente sentimos empatia pela jornada de cada um. No entanto, chega uma hora que o filme não tem muito mais o que dizer, cansa e quando termina, pouca coisa se mantém na memória. A digestão é fácil, mas o esquecimento também.
Permission
Estou em uma fase de descobrir esses romances mais maduros e "Permission" me surgiu quando fui pesquisar um pouco mais sobre o ator Dan Stevens. Fiquei grato pela descoberta. Não que seja um grande filme, mas é uma obra que traz questionamentos muito relevantes para os relacionamentos atuais e nos faz refletir se devemos realmente passar a nossa vida ao lado de uma única pessoa. Não é sobre traição, mas sobre se permitir conhecer um pouco mais de si. Os atores são ótimos, assim como os diálogos. É uma produção simples, mas bastante eficaz.
Um Plano Imperfeito
Netflix |
Fazia tempo que não faziam uma comédia romântica boa. Enquanto assistia esse filme percebi o quanto sentia falta do gênero que deixou de nos oferecer obras como essa. Leve, previsível e um casal fofo que torcemos mesmo sabendo que tudo vai dar certo no final. Na trama, dois assistentes se unem para fazer com que seus respectivos chefes se apaixonem. Óbvio, eles acabam se apaixonando. No entanto, tudo é construído de um jeito tão agradável de assistir que nem vemos o tempo passar. Zoey Deutch é um amor e ilumina a cena. Bom demais vê-la ao lado do carismático Glen Powel. Divertido, descompromissado, "Plano Imperfeito" é a comédia romântica que tanto precisávamos.
Jogador Nº1
Uma excelente surpresa do ano. Steven Spielberg acertou a mão e entregou um blockbuster saudosista. Veja a crítica completa que fiz sobre o filme:
Adeus Christopher Robin
Não esperava muito coisa dessa produção, mas acabei me surpreendendo bastante. Um dos filmes que mais me emocionou deste ano. Escrevi uma crítica completa, dê uma conferida no link:
Ilha dos Cachorros
Wes Anderson é um cineasta com uma identidade forte e retorna com um filme incrivelmente bem realizado. Fiz uma crítica para ele também:
Os Incríveis 2
Disney |
A Pixar nem sempre acerta quando assume o risco de fazer uma continuação. "Os Incríveis 2" tem seus momentos de diversão e ganha por conseguir trazer novidades em relação ao primeiro filme. É interessante, também, o protagonismo entregue às mulheres na trama. Por outro lado, o filme não se prova necessário, sendo desgastante na maior parte do tempo. Vilão fraco e saídas convencionais demais vindas de um roteiro sem nada a dizer, sem muito a acrescentar. Vale por rever os tão queridos personagens e pela qualidade da animação, no entanto, não chega aos pés do que o original um dia foi e infelizmente, nem se esforça para ser.
Deixe nos comentários o que de bom viu nesse mês de julho!
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