
Primeiro trabalho autoral do visionário Zack Snyder, que nos trouxe "300" e "Watchman", ambos adaptações, e desta vez, o diretor resolve criar seu próprio mundo, através de suas próprias idéias e o resultado é simplesmente maravilhoso!
por Fernando Labanca
Desde "300" acompanho a carreira de Zack, vi este no cinema e desde então, faço questão de pagar para ver suas obras, confesso que seus últimos trabalhos me decepcionaram, como "Watchman" que esperava muita coisa e o que chegou bem tímido ano passado, "A Lenda dos Guardiões", que também foi abaixo de minhas expectativas. Felizmente, "Sucker Punch" se superou, e apesar de ter seus defeitos, marca um bom momento na carreira deste diretor promissor e valeu cada centavo pago.
Na trama, conhecemos Baby Doll (Emily Browning), que depois de surtar após a morte de sua mãe, resolvendo assim dar um basta nos abusos de seu cruel padrasto, mas seus planos mudam completamente quando por um incidente, acaba sendo acusada injustamente por matar sua irmã mais nova e devido ao seu surto, é colocada por seu padrasto em um hospício para jovens garotas. Lá, ela tem a certeza de que sua vida virou um verdadeiro inferno, o local é um pretexto sujo para manter uma espécie de bordel, onde as garotas são ensinadas a dançar sensualmente para os clientes milhionários.

Para isso, ela conta com a ajuda de suas novas companheiras, e enquanto dança, cada uma vai atrás de um objeto, enquanto na mente de Baby Doll, acontece uma grande aventura, cheia de explosões, batalhas com armas poderosas, enfrentando seres diabólicos de outro mundo, tudo pela sua liberdade e a liberdade das outras jovens. Como se a realidade não bastasse, não fosse o suficiente para permanecer viva, mas quando a fantasia e o real se fundem elas passam a presenciar grandes e terríveis consequências.

"Sucker Punch" é uma sequência deslumbrante de efeitos especiais de qualidade, um visual excepcional, um design de produção impecável, seja nos momentos de fantasia, seja nos momentos reais. Figurinos bem escolhidos e uma bela fotografia, onde nas sequências deste "mundo surreal", a equipe não abusa de muitas cores, prevalecendo tons cinzas, deixando um tom mais sombrio, mais dark. Já os efeitos visuais são ótimos, deixando qualquer um de boca aberta, e todo o gráfico lembra e muito o universo dos "video-games".

Ponto alto na projeção, com certeza é a trilha sonora, elevando e muito o nível do filme, entrando e saindo nas horas certas, parece se comunicar e se ralacionar com a trama perfeitamente, a música praticamente faz parte da história. Passando pela cultuada Bjork, e alguns remix e adaptações de clássicos como Queen e seu "I Want It All / We Will Rock You" e até mesmo a bela Emily Browning soltando a voz numa versão incrível de "Where Is My Mind" do Pixes.
Falando em Emily Browning, a atriz dá conta do recado, luta, faz movimentos como quem entende do negócio, além de nos fazer entender perfeitamente sua situação, fazendo com que torçamos por ela. Mas destaque mesmo vai para, apesar de jovens, veteranas no cinema, Abbie Cornish e Jena Malone, responsáveis pelos melhores diálogos e melhores cenas, a química entre elas funciona muito bem e nos emocionamos com a jornada das duas. Infelizmente o roteiro se esqueceu de Vanessa Hudgens e Jamie Chung que são apenas rostinhos bonitos no filme e que pouco alteram no resultado final. Carla Gugino mais uma vez, ótima, e Oscar Isaac surpreende na pele do vilão.

NOTA: 8,5
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