quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Retrospectiva 2019: As Melhores Atrizes Coadjuvantes

A retrospectiva continua aqui no blog e agora vou comentar sobre as atuações femininas em papeis coadjuvantes que marcaram o ano de 2019. Algumas atrizes vieram como uma revelação, outras veteranas retornaram em grande forma. Foi um ano bom para o cinema em geral e muitas mulheres talentosas se destacam em cena.

Espero que gostem das selecionadas e se lembrarem de outros nomes, deixem nos comentários. Lembrando que cito apenas aqueles filmes lançados no Brasil em 2019, independente do ano em que foram lançados em seus países de origem.

por Fernando Labanca



10. Da'vine Joy Randolph (Meu Nome é Dolemite)
Não apenas o protagonista Eddie Murphy brilha em "Meu Nome é Dolemite". No meio de uma divertida e bem executada homenagem ao blaxploitation, Da'Vine Joy Randolph surge como uma grande revelação do cinema. Na pele da carismática Lady Reed, ela demonstra uma espontaneidade admirável na tela. É naturalmente engraçada, grosseira, e facilmente roubas as cenas em que participa, inclusive nos momentos mais dramáticos. Nunca decepciona.




09. Margot Robbie (Duas Rainhas)
Tem sido um momento muito bom para a atriz Margot Robbie, que tem provado, a cada novo trabalho, seu enorme talento. Além de ter brilhado nas poucas cenas em que aparece como Sharon Tate em "Era Uma Vez em Hollywood", Margot também teve outro grande momento neste ano ao dar vida à rainha Elizabeth I. Com maquiagem forte no rosto, ela surge irreconhecível em cena. Seus trejeitos, modo de falar, nada nos remete aos seus trabalhos anteriores.




08. Nicole Kidman (Boy Erased)
Nicole Kidman é uma daquelas atrizes que não tem mais o que provar. Só dela estar em cena, parece já ser digna de algum prêmio. Ainda assim, é incrível como ela tem se envolvido nos projetos certos e continua entregando atuações marcantes, revelando lados que ainda não tínhamos visto dela. "Boy Erased" é um filme que evita uma dramaticidade, mesmo quando sua trama é forte, ainda assim, ela consegue se sobressair, emocionante mesmo na sua sutiliza. Ao viver Nancy, a mãe de um jovem que é colocado em uma terapia de cura para sua homossexualidade, Nicole entrega momentos de pura comoção. Seu diálogo final com o filho, quando revela sua dor por nunca tê-lo apoiado, é profundo e incrivelmente lindo de se ver.




07. Natalie Portman (Vox Lux)
A personificação de uma estrela decadente. Na pele de Celeste, uma diva pop, Natalie Portman entrega um dos papeis mais improváveis de toda sua carreira. Jamais poderíamos imaginar a atriz dançando e cantando em cima de palco. Sua atuação, obviamente, vai muito além disso. É fora do palco que ela realmente brilha. Sua personagem é revigorante, cheia de trejeitos e ainda que seja sim uma caricatura, a maneira como Natalie encarna Celeste é realmente impactante de se ver. E, definitivamente, ela carrega o filme nas costas e só por isso merece estar aqui.




06. Laura Dern (História de Um Casamento)
Ainda que seja um tipo de personagem confortável para Laura Dern, ela dá um rápido show em cena. É nítido o quão a vontade ela se sente na pele da advogada Nora em "História de Um Casamento". Seu monólogo sobre o papel da mulher no casamento, inclusive, viralizou, não apenas pelo belo texto que recebeu, mas por sua entrega ao pronunciar este potente discurso. Laura acontece e não há sequer um momento seu no filme em que não esteja simplesmente radiante.




05. Julie Walters (As Loucuras de Rose)
É incrível como Julie Walters consegue dizer tanta coisa com sua personagem sem precisar dizer. Seu olhar fala tanta coisa. Ela interpreta Marion, mãe de Rose, uma jovem cantora country que acabou de sair da prisão. É muito forte a relação entre as duas personagens, ao mesmo tempo em que existe a culpa e o rancor, também existe o apoio, a proteção, o suporte incondicional. Julie me fez chorar com sua presença, tamanha a grandeza de sua atuação. É sutil, mas ainda assim ela consegue ser gigante.




04. Jennifer Lopez (As Golpistas)
Jennifer Lopez é um furacão. Na pele da stripper Ramona, a atriz renasce e prova aquilo que esquecemos ao longos dos anos: a grande atriz que ela é. Ela parece ter nascido para esse papel e se entrega como se sua carreira dependesse disso. Lopez esbanja carisma, sensualidade e garra e mostra em cena uma força que nunca havia revelado no cinema. Ficamos hipnotizados por sua presença, que rouba o filme para si e torna todos seus instante incrivelmente fascinantes de se assistir.




03. Rachel Weisz (A Favorita)
Rachel Weisz é aquela atriz que não faz muitos filmes, mas quando surge é sempre uma grata surpresa. Em "A Favorita" ela entrega uma das melhores e mais interessantes composições de toda sua belíssima carreira. Ao interpretar a audaciosa Lady Sarah, Rachel nos hipnotiza. Seus diálogos são sempre muito bons e o mistério a cerca de sua personalidade nos deixa vidrados por suas ações. É muito novo ver uma mulher em um filme de época ganhar essa caracterização, ser independente, ser dona de suas escolhas e ter a coragem e ousadia de manipular todos ao seu redor. Que bom que este papel veio para Rachel, porque ela é uma atriz completa e está altura desta grandeza.




02. Emma Stone (A Favorita)
Emma Stone parece melhorar a cada novo retorno. É lindo acompanhar esta sua evolução no cinema e como ela cresce de um papel para outro. Sua presença em "A Favorita" é fantástica. Ela é tão grande ali que passa a ser quase que uma protagonista da história. Sua Abigail é divertida, forte e bastante complexa. É ela quem nos guia pela trama e por muitas vezes, é ela quem recebe nossa grande torcida. Emma brilha ao dar vida à todas essas oscilações de sua personagem, que vai de mocinha à vilã na mesma sequência e só uma grande atriz poderia realizar isso de forma tão perfeita.




01. Fernanda Montenegro (A Vida Invisível)
Ver Fernanda Montenegro na tela grande foi um dos maiores presentes que 2019 deixou. É difícil explicar a magnitude daquele momento ou do quão grande ela consegue ser como atriz. Já na reta final do belíssimo "A Vida Invisível", Fernanda entra em cena e em poucos minutos consegue nos levar às lagrimas. Sua participação é muito rica e vem para fechar o filme da forma mais sensível possível. O que ela fez foi lindo, memorável.

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