
por Fernando Labanca
Desde já, um dos prováveis indicados à premiação, "Sicario" tem conseguido vários elogios e quem sabe, pode, finalmente, premiar Villeneuve, que não é de hoje que vem construindo uma carreira interessante, sempre retornando com excelentes trabalhos. O longa, que conta com os nomes de Emily Blunt, Benicio Del Toro e Josh Brolin nos papéis principais, mostra, através de um clima tenso, a luta contra o tráfico de drogas na fronteira dos Estados Unidos com o México em uma grandiosa e arriscada operação para deter o líder de um Cartel mexicano. Blunt interpreta Kate Macer, policial do FBI, que acaba parando nesta missão, sem compreender exatamente como tudo será executado e qual sua real função ali dentro.
"Sicario" traz uma trama pesada e que causa bastante incômodo, seja pela violência, seja pelos assuntos que debate. É um retrato cru e real sobre o narcotráfico e Villeneuve imprime na tela, um constante clima de tensão e seriedade, assim como todos os seus outros trabalhos. E no meio disso, há cenas bem marcantes, como o eletrizante tiroteio no meio de um congestionamento ou como a do "jantar", perto de seu final, bastante chocante e um tanto quanto memorável. A produção do longa é, definitivamente, um show a parte, há muito o que ressaltar, como a fotografia e a interessante e bastante original trilha sonora, assinada por Jóhann Jóhannsson, que venceu o Globo de Ouro este ano por "A Teoria de Tudo", ele realiza mais uma composição notável, que enaltece cada instante do filme. E claro, belíssima direção de Denis Villeneuve, que constrói sequências, visualmente, fantásticas.


Vejo o roteiro, escrito pelo estreante Taylor Sheridan, como o grande problema de "Sicario". O texto não acompanha a maturidade que a produção tenta construir ali, se a direção sugere algo de extrema seriedade, relevância e urgência, o roteiro acaba, desta forma, por oferecer, uma constante quebra de expectativas. Seu final, por exemplo, chega a ser frustrante perto do que prometia, que até tem a pretensão de parecer maior, mas não é. E ao seu decorrer, há uma série de acontecimentos, não necessariamente previsíveis, mas que ele acaba optando, sempre, pelas soluções mais fáceis. Não há clímax, justamente porque tudo ocorre como o planejado. O longa, ainda tenta trazer um relato complexo sobre quem seriam os vilões e heróis dentro da trama, no entanto, traz uma visão já antes revelada por outras tantas obras, como quando colocam a moral e ética intacta de uma policial no meio da corrupção. O resultado já conhecemos e o roteiro não se esforça em trazer algo novo. Para piorar este cenário, os personagens são unilaterais, sem profundidade alguma, o que impede que qualquer reflexão seja feita na tela.


NOTA: 7
País de origem: EUA
Duração: 121 minutos
Distribuidor: Paris Filmes
Diretor: Denis Villeneuve
Roteiro: Taylor Sheridan
Elenco: Emily Blunt, Josh Brolin, Benicio Del Toro, Daniel Kaluuya, John Bernthal, Victor Garber
Duração: 121 minutos
Distribuidor: Paris Filmes
Diretor: Denis Villeneuve
Roteiro: Taylor Sheridan
Elenco: Emily Blunt, Josh Brolin, Benicio Del Toro, Daniel Kaluuya, John Bernthal, Victor Garber
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe um comentário #NuncaTePediNada