por Fernando Labanca
Mais um para a sessão "nunca é tarde para ver um clássico" ou "me arrepende de não ter visto isto antes". Sempre o via nas listas de filmes mais bizarros do cinema e apesar de admirar o trabalho de Terry Gilliam (que fora um dos integrantes do Monty Python), sempre o deixei para depois, até que finalmente resolvi me aventurar por esta comédia non-sense. Lançado em 1985, o longa é um dos primeiros trabalhos do ator por trás das câmeras e chegou a concorrer ao Oscar de Melhor Roteiro Original e Direção de Arte.
Comédia sobre um universo distópico, a trama acontece em algum lugar no século XX, em uma sociedade controlada pelo Governo, que entregou todos os poderes para os Serviços Centrais, uma empresa responsável por resolver todos os problemas da população, assegurando com que todos preencham devidamente os formulários e que sejam devidamente vigiados. Para este novo Sistema, informação é vital para a construção de uma sociedade livre e nada poderá fugir de seu controle. Devido a isso, uma série de ataques terroristas começam a surgir, e neste cenário conturbado, vive o pacato Sam Lowry (Jonathan Pryce), que trabalha no Ministério da Informação, cuidando de arquivos. Sua vida muda quando ele descobre que a mulher que invade seus sonhos realmente existe e parte em uma jornada para encontrá-la, e este seu instinto por liberdade só aumenta quando ele conhece Harry Tuttle (Robert De Niro), aquele que resolveu ser responsável por suas próprias ações, sendo um fugitivo, renegando o controle exercido pelo Governo.
É interessante acompanhar a filmografia de Terry Gilliam e perceber algumas semelhanças entre suas obras. Responsável por filmes como "Os 12 Macacos" (1995), "O Mundo Imaginário de Dr.Parnassus" (2009), entre outros, Gilliam se mostra, sempre, fascinado por estes universos fora de órbita, sem muita lógica, ou melhor, com uma lógica própria. A originalidade se vê não somente no roteiro, mas em todas as suas criações, os cenários, locações, objetos, entregando imagens bizarras que causam facilmente uma estranheza naquele que assiste e isso é maravilhoso. Gilliam cria, em "Brazil", novas culturas, novos costumes, nos permite adentrar num mundo novo, repleto de possibilidades. A verdade é que o cinema permite tais devaneios, mas são poucos os cineastas que tem a coragem e ousadia como ele. É curioso como este universo que ele traz, com seu visual cyberpunk, destruído, cinzento, comandado por industrias e máquinas, muito remete aos seus trabalhos posteriores, apesar de serem completamente diferentes, dialogam bem um o com o outro. É fascinante, também, como ele se apropria disso e consegue de forma brilhante falar sobre a realidade, nesta trama repleta de ironias e sátiras muito bem pensadas.


NOTA: 9
Duração: 132 minutos
Diretor: Terry Gilliam
Roteiro: Terry Gilliam, Tom Stoppard, Charles McKeown
Elenco: Jonathan Pryce, Robert De Niro, Kim Greist, Ian Holm, Bob Hoskins, Jim Broadbent
Muito boa a crítica.
ResponderExcluirO elenco deste filme é excelente. Robert De Niro é um grande ator de Hollywood, como muitos filmes tem bons trabalhos. O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Li boas criticas do hands of stone filme , acho que teve um excelente elenco. De todos os filmes que estrearam o ano passado, este foi o meu preferido. Acho que este ator teve uma carreira extráordinaria.
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