terça-feira, 18 de junho de 2013

Crítica: Se Beber, Não Case - Parte III (The Hangover Part III, 2013)

O "Bando de Lobos" está de volta! Grande sucesso de público em 2009, era inevitável não criarem sequências e chegamos enfim a terceira parte. Ainda dirigido por Todd Phillips e ainda tendo como protagonistas o trio Bradley Cooper, Zack Galifianakis e Ed Helms, o filme retoma tudo o que houve de bom do início, o humor e a agilidade, e apesar de não ter mais bebedeiras e casamentos, tem tudo para agradar quem gostou dos dois primeiros.

por Fernando Labanca

Desta vez, tudo caminha bem, sem nenhum casamento a vista e sem passarem por alguma ressaca, entretanto, com a repentina morte do pai de Alan (Galifianakis) tudo foge do controle. Ele que tem quarenta e dois anos e ainda depende dos pais, passa por um momento difícil em sua vida, agindo como louco, agindo como uma criança chata que se recusa a crescer. Percebendo que a única coisa que o salvaria seria um tratamento médico, seu cunhado, Doug (Justin Bartha) recruta seus dois amigos Stu (Helms) e Phil (Cooper), que Alan tanto gosta. No caminho para o tal tratamento, porém, surge um imprevisto, ou melhor, surge Marshall (John Goodman), um poderoso traficante de drogas que tem contas a acertar com Chow (Ken Jeong), no qual, fugira da prisão na Tailândia e desaparecera, no entanto, a única pessoa com quem ele ainda mantém contato é Alan, logo, ele é o único que poderá ajudá-lo. Para variar, Doug é usado como garantia, enquanto isso, o bando de lobos embarca mais uma vez pelas estradas em busca de Chow, percebendo que toda esta loucura não passa de consequências de seus atos no passado.  

"Se Beber, Não Case - Parte III" está longe de ser tão bom quanto o primeiro mas é, nitidamente, superior ao segundo filme, que decepcionou muito quando na verdade não passava da mesma história da primeira parte, mudando apenas o cenário. Eis que, quase como uma forma de resgatar esse "tempo perdido" ou para reparar este grande erro, Todd Phillips realiza esta terceira parte, totalmente renovada, resgatando o que houve de bom no início desta aventura, ainda se utilizando e muito do politicamente incorreto, mas trazendo para as telas uma ousadia e originalidade que havia se perdido no meio do caminho. Fugindo completamente do que realizou nos outros filmes, aqui, a história é bem diferente, mudando até mesmo seu foco, dando grande destaque para Alan e sua evolução como personagem, ao afetado Leslie Chow e a estranha e engraçada relação entre os dois. O grande acerto do roteiro, porém, além de trazer uma história consistente e diferente para a terceira parte, foi conseguir fechar diversas pontas, conseguindo construir uma trilogia de certo respeito, remetendo a elementos do passado, seja da prostituta interpretada pela belíssima Heather Graham e seu pequeno filho, seja de pequenos diálogos que antes passaram despercebidos, mas que agora fazem total diferença, como o porquê do surgimento de Marshall no caminho do trio. São nesses momentos que provam, por mais difícil que seja enxergar ou admitir, as boas sacadas deste roteiro, onde tudo é aparentemente situações aleatórias jogadas na tela, são, na verdade, um conjunto bem pensado desde o início.

Todo o filme, é também, o palco perfeito para Zack Galifianakis e Ken Jeong, que se destacam com a trajetória de seus personagens, deixando Ed Helms totalmente apagado e Bradley Cooper nitidamente desconfortável com seu papel. Justin Bartha realmente ganha para fazer esses filmes? Mais uma vez ele pouco aparece e é de pouca importância para a trama. John Goodman é sempre bom mesmo quando faz um personagem parecido com tantos outros. Foi bom rever Mike Epps e seu Doug negro e Heather Graham. Melhor ainda foi ver Melissa McCarthy numa pequena participação, porém, marcando um dos melhores momentos do filme, a química dela com Zack é fascinante e funciona perfeitamente bem na tela.

O filme também tem seus erros, como as cenas de violência gratuita com animais, que além de chocantes nunca que funcionariam como comédia, e assim como esses momentos ainda há outros tão repulsivos que é difícil rir. Porém, no geral, o humor ainda funciona, confesso que dei boas risadas no cinema como há um bom tempo não dava, há cenas extremamente hilárias e situações que provocam o riso fácil, mas não são todos que embarcarão nesta brincadeira, não é para todo tipo de público e respeito e muito aqueles que não gostam. Ainda há bastante ação e um pouco de drama, algo que não havia nos anteriores, como forma de mostrar o amadurecimento de seus personagens e amadurecimento dos roteiristas também. Haverá, com certeza, aqueles que o criticam, mas acontece que "Se Beber, Não Case" me conquistou desde o princípio e gostei como tudo caminhou até esta terceira parte, interessante como o roteiro conseguiu amarrar todas as tramas, construindo um filme divertido e bem pensado. Recomendo para quem gosta do gênero ou pelo menos curtiu a trilogia, caso contrário, passe longe.

NOTA: 7,5


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