
O filme com maior número de indicações ao Oscar deste ano, "O Regresso" é o breve e surpreendente retorno de Alejandro González Iñárritu, em uma obra marcada por sua belíssima filmagem e pela irretocável atuação de Leonardo DiCaprio.
por Fernando Labanca
Digo breve retorno pelo fato de que faz pouco tempo que fomos presenteados com "Birdman", último trabalho do diretor mexicano. É estranho pensar que ele tenha conquistado a proeza de entregar duas obras tão complexas em um período tão curto, aliás, quase nunca um diretor entregou dois filmes favoritos ao Oscar em dois anos seguidos. E em seu retorno, Iñárritu oferece mais um trabalho grandioso, com inúmeras dificuldades e por isso é tão fascinante poder assistir "O Regresso" nos cinemas, seja pelo som, pelos incríveis efeitos visuais e principalmente pela qualidade das imagens, surreais de tão belas. Acredito que desde "A Árvore da Vida" de Terrence Malick não via um filme visualmente tão incrível quanto. Curiosamente, o diretor de fotografia é o mesmo, Emmanuel Lubezki, com quem Alejandro já havia trabalhado em "Birdman". Por coincidência ou não, por inspiração ou não, vemos na tela muitas características de Malick também, principalmente de seu filme "O Novo Mundo", de 2005. Toda sua produção remete à obra, desde as paisagens, os figurinos, à toda a composição deste universo, deste encontro do homem com a natureza, do personagem que se infiltra para viver com os nativos, da paixão que nasce ali. Ele ainda resgata do cineasta norte-americano este estado de contemplação, neste cinema que encontra beleza em tudo aquilo que é natural e nos deixa a vontade, observando e admirando tudo o que nos vem pela frente.
