
por Fernando Labanca
Digo breve retorno pelo fato de que faz pouco tempo que fomos presenteados com "Birdman", último trabalho do diretor mexicano. É estranho pensar que ele tenha conquistado a proeza de entregar duas obras tão complexas em um período tão curto, aliás, quase nunca um diretor entregou dois filmes favoritos ao Oscar em dois anos seguidos. E em seu retorno, Iñárritu oferece mais um trabalho grandioso, com inúmeras dificuldades e por isso é tão fascinante poder assistir "O Regresso" nos cinemas, seja pelo som, pelos incríveis efeitos visuais e principalmente pela qualidade das imagens, surreais de tão belas. Acredito que desde "A Árvore da Vida" de Terrence Malick não via um filme visualmente tão incrível quanto. Curiosamente, o diretor de fotografia é o mesmo, Emmanuel Lubezki, com quem Alejandro já havia trabalhado em "Birdman". Por coincidência ou não, por inspiração ou não, vemos na tela muitas características de Malick também, principalmente de seu filme "O Novo Mundo", de 2005. Toda sua produção remete à obra, desde as paisagens, os figurinos, à toda a composição deste universo, deste encontro do homem com a natureza, do personagem que se infiltra para viver com os nativos, da paixão que nasce ali. Ele ainda resgata do cineasta norte-americano este estado de contemplação, neste cinema que encontra beleza em tudo aquilo que é natural e nos deixa a vontade, observando e admirando tudo o que nos vem pela frente.
Por mais absurdo que tudo possa parecer, temos aqui uma trama baseada em fatos reais. Somos levados ao ano de 1822, no oeste americano, quando um grupo de exploradores são atacados pelos nativos do local, enquanto buscavam por peles de animais. Depois da fuga, esses homens tentam retornar para casa, até que Hugh Glass (DiCaprio) é atacado por um urso, o deixando gravemente ferido e incapacitado de caminhar. É então que o líder (Domhnall Gleeson), entrega à John Fitzgerald (Tom Hardy) a função de cuidar do corpo, enquanto o restante retorna. John, porém, o abandona, acreditando que ele jamais sobreviveria. Apesar das adversidades, Hugh sobrevive e parte em busca de sua vingança contra aquele que o largou para morrer.


Você poderá pausar "The Revenant" em qualquer segundo, aleatoriamente, e verá algo. Apesar da tensão e do incômodo causado pela jornada de Hugh Glass, vi um belo filme em todos os sentidos. Sim, a fantástica fotografia lhe entregará um frame mais sensacional que o outro, é lindo de ver e como consequência, sua beleza nos alcança, nos toca. Eu senti paz, porque apesar da violência e da história nos mostrar que no fundo todos os seres são selvagens, Iñárritu aproveita este gancho e revela aquilo que o homem, mesmo que com sua capacidade de destruição, ainda não destruiu do mundo. É tudo aquilo intocado, que permaneceu belo, naturalmente. Eu senti paz porque eu vi a beleza, a real beleza das coisas, a imensurável beleza do mundo, em sua mais pura essência.
NOTA: 8
Duração: 156 minutos
Distribuidor: Fox Filmes
Diretor: Alejandro G. Iñárritu
Roteiro: Alejandro G. Iñárritu, Mark L.Smith
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy, Domhnall Gleeson, Will Poulter
Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Adorei O regresso, porque tem toda a essência do livro mais uma produção audiovisual incrível. . O trabalho de Alejandro González Iñárritu sempre me deixa satisfeito. Tem uma visão muito particular na hora de dirigir seus filmes. Sou fã de filme do Tom Hardy, por que ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções na minha opinião, foi muito bem aceito.Considero que madurou como ator.
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