Mais uma listinha para compor a retrospectiva de 2017 aqui no blog. Desta vez, postarei sobre as atuações masculinas que marcaram o ano. Seja uma interpretação mais cômica, seja mais dramática, cito aqui todas que mereceram destaque e caso sinta falta de algum ator que acabou ficando de fora, pode deixar nos comentários.
A seleção de filmes que fiz são apenas aqueles lançados no Brasil em 2017. Espero que gostem deste TOP 15 e ainda esta semana postarei sobre as atuações femininas!
por Fernando Labanca
15. Adam Sandler (Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe)
Fazia tempo. Fazia muito tempo que Adam Sandler não acertava. Felizmente ele caiu nas mãos de Noah Baumbach, que parece ter entregue o papel ideal para compensar os tantos erros de sua carreira. Não sei qual será seu rumo depois desse filme, mas espero que passem a dar mais valor ao ator e que diretores percebam o potencial dramático que ele tem. Histérico e melancólico, seu personagem é profundo e Sandler trilha com perfeição em todas as camadas deste seu anti-herói.
14. Ryan Gosling (Blade Runner 2049)
Confesso que tenho um certo problema com Ryan Gosling e quando enaltecem uma atuação dele, eu geralmente não vejo nada demais. É ele com a cara de sempre. O cito aqui, porque finalmente, depois de muito tempo, vi uma interpretação que me convenceu, vi um nítido esforço dele em fazer algo além do comum. Na pele de um androide, Ryan cresce na tela e nos leva junto a sua emocionante jornada.
13. Daniel Kaluuya (Corra!)
É extremamente desconfortável encarar "Corra!" pelos olhos deste protagonista. É inquietante, claustrofóbico. Neste sentido, a escolha por Daniel Kaluuya foi perfeita. Ele transmite tudo isso. Este desespero e ao mesmo tempo, curiosidade por aquelas pessoas que o cercam. Seu olhar é profundo e diz muito em cena.
12. Miles Teller (Sangue Pela Glória)
Na pele do boxeador Vinny Pazienza, que sofreu um grave acidente de carro e por anos, sem movimentos do corpo, não sabia se um dia voltaria a viver seu sonho novamente. É uma história de superação e Miles Teller encara com força este grande personagem. Do topo ao fundo do poço, ele consegue passar todo o desespero que é estar em sua pele, sem perder seu típico carisma e humor. Mais uma bela performance deste jovem ator.
11. Lewis MacDougall (Sete Minutos Depois da Meia-Noite)
A grande verdade é que não valorizamos tanto atuações de crianças e quando vejo um ator, com tão pouca idade, encarar um protagonista com tanta garra, isso me emociona e me faz perguntar do porquê ninguém está falando sobre ele. Lewis se entrega, por total. É extremamente crível tudo o que ele diz em cena e comove. Comove como poucos atores conseguiram ano passado. Ele me levou às lágrimas e merece mais destaque.
10. Vladimir Brichta (Bingo: O Rei das Manhãs)
"Bingo" é um excelente filme nacional, no entanto, não teria sido possível sem a incrível presença de Vladimir Brichta. Na pele do apresentador e palhaço, ele encara, talvez, um dos maiores desafios de sua carreira. Seu personagem é bastante cômico, mas é, também, complexo, temperamental e o ator trilha muito bem por essas oscilações. Me arrepia só de lembrar de algumas sequências. Um trabalho de gênio.
09. Steve Carell (A Guerra dos Sexos)
Bobby Riggs é um personagem escroto. É de rir de nervoso por tudo que ele diz e faz. Ele parece a personificação de tudo o que há de errado com nossa atual sociedade. A questão é que ele não teria irritado tanto se não fosse tão real, tão estranhamente humano e isso só foi possível pela incrível composição de Steve Carell. É brilhante o que o ator faz aqui.
08. Joel Edgerton (Loving)
A trama de "Loving" ocorre em uma época em que o casamento interracial era proibido e acompanhamos a jornada de um casal que precisa enfrentar a lei para permanecer juntos. É uma história real e cruel, no entanto, não teria passado tanta verdade sem a belíssima interpretação de Joel Edgerton. Contido, quem desconhece outros trabalhos do ator, não perceberá sua imensa transformação em cena. Bastante delicado em cada gesto e olhar, ele comove sem grandes esforços, apenas por ser honesto em sua atuação.
07. Júlio Machado (Joaquim)
Na pele de Tiradentes, Júlio Machado entrega uma performance extremamente marcante. E durante as duas horas de filme, há uma transformação chocante de seu personagem, diante de tudo o que ele enfrenta, diante de tudo o que ele perde. Seus discursos finais são de arrepiar, com todo o seu desgaste e fraqueza, mas ainda com aquele espírito guerreiro, querendo a todo custo lutar por seus direitos. Uma grande atuação. Um belo momento do cinema nacional.
06. Hugh Jackman (Logan)
Hugh Jackman não poderia ter se despedido de seu Wolverine de forma mais incrível. A maneira que ele encontrou de fazer isso foi entregando uma atuação arrebatadora. O ator nunca esteve tão bem na pele do herói como aqui, aliás, quase nenhum filme do gênero dá chances aos atores de fazer algo marcante e "Logan" ofereceu esta chance de ouro à Jackman, que aceitou o desafio e deu o seu melhor. Admirável sua força em cena, que vai muito além da força física, foi emocional também. Foi poderoso.
05. Robert Pattinson (Bom Comportamento)
Para quem surgiu nos cinemas com "Crepúsculo", podemos afirmar que a carreira de Robert Pattinson é uma das mais surpreendentes do cinema. É admirador a forma como ele se livrou do carma deixado pelo personagem e tem provado, aos poucos, ser um grande ator. "Bom Comportamento" marca seu melhor momento até agora. Não há absolutamente nada que nos lembre de seus outros papéis, surgindo irreconhecível em cena.
04. Denzel Washington (Um Limite Entre Nós)
Denzel é outro ator que nunca fui muito fã. Seu talento é inegável, mas infelizmente ele acaba fazendo sempre os mesmos personagens. Por isso foi tão bom vê-lo em cena aqui neste drama, dirigido por ele mesmo. Como um pai de família alcoólatra, ele destrói. Com longos monólogos em sequência quase sem cortes, "Um Limite Entre Nós" dá a chance ao ator de mostrar o quão incrível ele é. Deu vontade de levantar e bater palmas no final. Foi lindo de ver.
03. Andrew Garfield (Silêncio)
Andrew conseguiu uma indicação ao Oscar ano passado pelo filme errado. Sim, ele está ótimo no drama de guerra de Mel Gibson, "Até o Último Homem", no entanto, nada se compara com a grandiosidade de sua atuação aqui, dirigido pelo mestre Martin Scorsese. Sempre soube de seu potencial como ator, ainda que muitos duvidassem e interpretar o Homem-Aranha nos cinemas quase matou sua carreira. Porém, Andrew Garfield voltou com muita força, melhor do que qualquer pessoa tenha previsto. É uma interpretação que vai além. Me comoveu demais e passou muita verdade. Seus diálogos, seus olhares, sua drástica transformação em cena. Foi bonito de ver. Admirável.
02. James McAvoy (Fragmentado)
Não sei o que M.Night Shyamalan fez com James McAvoy antes das filmagens de "Fragmentado". Se foi drogas ou apenas um treinamento hard, a questão é que o ator está possuído em cena. Quando soube que ele faria um personagem com 23 personalidades diferentes já esperava uma boa atuação, porém, de qualquer forma, não estava preparado para o choque causado por cada uma de suas transformações. É surpreendente cada sequência, cada transição. Brilhante a forma como ele lida com cada uma dessas personalidades, seja alterando seu sotaque, sua voz, sua postura, nos fazendo realmente acreditar que se tratavam de diferentes pessoas ali na nossa frente. Uma aula de atuação.
01. Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar)
É milagroso o que Casey Affleck faz aqui. Não acho que seja somente a melhor atuação masculina de 2017, como talvez, uma das melhores dos últimos anos. Ele vive com verdade seu personagem. Ele nos pega e nos arrasta ao fundo do poço junto com ele, nos arrasta até o inferno que é sua mente desgastada, desmotivada. Me senti mal durante todo o filme, mesmo quando não compreendia o que o fazia tanto sofrer. É lindo sua composição, é honesta, é profunda. Me deixou sem palavras em diversas cenas e até mesmo sem ar em determinados momentos.
E para você? Qual foi a melhor atuação masculina do ano?
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