Mais um mês voou e não percebi! Apesar de ter passado rápido, consegui ver alguns filmes nessas últimas semanas e posto aqui todos eles, como forma de indicação para quem está sem ideias do que ver. E você? O que de bom assistiu em junho?
por Fernando Labanca
Desobediência
Não sei se fiquei mais decepcionado por ser do Sebastián Lelio, e estar muito longe do potencial que ele alcançou com "Uma Mulher Fantástica", ou por nunca alcançar o impacto que prometia com sua trama, que fala sobre a relação entre duas mulheres dentro de uma comunidade judaica conservadora. Faltou coragem e mais ousadia nesse filme que é muito mais confortável do que desobediente. Um roteiro que sempre procura os caminhos mais fáceis e duas atrizes - Rachel McAdams e Rachel Weisz - com nomes de peso para estampar um poster, mas sem química alguma para nos convencer de seus dramas. É bonito, sim, mas raso demais para ser lembrado.
Mudbound - Lágrimas Sobre o Mississippi
Filme original Netflix, que não chegou na Netflix Brasil (?). A trama, no papel, provavelmente era bem interessante. Duas famílias se confrontam no sul dos Estados Unidos em um período pós-guerra. Na tela, nem tudo funciona bem. O roteiro é bem problemático e não consegue conduzir o filme que dá voz a seis personagens diferentes. Sem protagonista, nenhum individuo é bem desenvolvido ali, quando não some da história parece ter pouco a dizer. Peca por demorar a decolar, passadas quase uma hora, ainda não era possível entender seu foco. Bela trilha sonora e fotografia, que ilustram com muita sensibilidade sua história, que é dura e caminha para um final trágico. Vale pelos atores, todos muito bem em cena, destacando Garret Hedlund e Carey Mulligan.
Cargo
Produção da Netflix, o filme é inspirado no curta-metragem de 2009. Trata-se de uma visão diferente sobre um apocalipse zumbi, onde não há mais aquela fórmula desgastada da luta por sobrevivência. Protagonizado por Martin Freeman, a trama gira em torno de um pai que precisa encontrar alguém que cuide de sua filha, visto que ele tem apenas 48 horas de vida após ter sido infectado. É agonizante sua jornada e emociona nesta inevitável despedida. É interessante ao focar em seu cenário, o sul australiano e como a cultura muito específica daquele lugar interage com a história. O lado ruim é que, nitidamente, não há material para sustentar quase duas horas de filme, que cansa no seu desenvolvimento.
Uma Casa à Beira-Mar
Drama familiar francês, o filme parece que não decola nunca. Os personagens são bons, bem defendidos pelos atores e a trama me soa bastante possível, assim como o drama relatado. No entanto, não há nada de especial aqui. Um filme bem feito e apenas isso. Não empolga, não emociona e termina sem grande profundidade.
Uma Dobra no Tempo
Uma espalhafatosa bagunça! Não imaginava encontrar um grande filme mas ainda assim fiquei surpreso com a confusão criada pela renomada diretora Ava DuVernay. Cheia de boas intenções e discursos válidos sobre auto confiança e empoderamento, a obra falha em seu roteiro, que não convida o público a embarcar em sua aventura, que soa desinteressante na maior parte do tempo. Com diálogos fracos e atores que não parecem a vontade em seus personagens, Uma Dobra no Tempo ainda entrega um design de produção medonho, errando nos efeitos visuais, maquiagem e figurinos. Nitidamente um produto feito às pressas e que entra para o seleto grupo de ficções científicas que deram errado nas mãos da Disney.
A Cidade dos Amaldiçoados
Remake dirigido por John Carpenter, que está no catálogo da Netflix, traz uma história bizarra mas um tanto quanto intrigante. Em uma pequena cidade dos Estados Unidos, todos os moradores ficam inconscientes durante um curto período de uma tarde. Depois de acordados, todas as mulheres recebem a notícia de que estão grávidas, onde, meses depois, dão a luz a crianças misteriosas com o poder de controlar a mente dos adultos. Um filme digno dos anos 90, com todos os seus exageros. Incomoda bastante as atitudes de alguns personagens e muitas vezes entrega sequências com uma comicidade involuntária. No entanto, diverte e consegue nos manter presos em sua inesperado trama.
Ratos de Praia
É um bom filme de estreia da diretora vencedora do Festival de Sundance, Eliza Hittman. Um daqueles produtos de baixo orçamento incrivelmente bem realizados, com boa edição e fotografia. O filme, que chegou diretamente na Netflix, aborda as descobertas sexuais de um jovem garoto do Brooklyn, que tenta encontrar um equilíbrio em sua rotina de saídas noturnas com caras que conhece online e suas tardes ao lado de seus amigos héteros malas. A forma como tudo acontece é bastante sensível, crua e caminha sempre com um desconfortável clima realista e melancólico. No entanto, termina sem grandes resoluções, após uma hora e meia...chega a lugar algum.
Coherence
Uma das melhores surpresas que tive nesse mês! Uma ficção científica diferenciada, com uma produção simples mas com argumentos que alcançam a genialidade. Veja a crítica que escrevi no link:
Hereditário
Saí da sala de cinema trêmulo e empolgado por finalmente encontrar um filme de terror que foge completamente às fórmulas do gênero. Fiz uma crítica completa semana passada, dê uma conferida no link!
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