por Fernando Labanca

Pela primeira vez distante do tema musical, Damien entrega seu produto menos explosivo e também, o seu menos pessoal. Ainda que seja incrivelmente bem executado, falta a emoção que existia em seus trabalhos anteriores. Se trata de um filme apático, que nos coloca para dentro da cena, mas é quase impossível se ver envolvido com os dramas que relata. É cru, seco e por isso é difícil se importar até mesmo quando seus personagens morrem. O filme não procura emoções baratas e nem uma comoção gratuita, o que é bom porque foge a todos instantes de possíveis clichês do gênero, no entanto, essa falta de empatia causada por essa sua frieza nos distancia da obra, nos torna meros expectadores. A presença de Ryan Gosling não ajuda. Sempre fazendo o tipo introspectivo, o ator some juntamente com suas expressões. Dessa forma, é sua parceira quem realmente brilha. Claire Foy, que chamou a atenção na série "The Crown", explora o pouco tempo que tem e entrega uma atuação potente. Ela devora o texto e se torna a única coisa com vida dentro do filme.