
Tanto na literatura, na televisão ou no cinema, Alice, obra de Lewis Carroll, já foi alvo de milhares de adaptações. Em 2010, o visionário diretor Tim Burton lançou nos cinemas sua visão do conto, e levou tanto seus fãs quanto os fãs da história infantil, ao delírio. Entretanto, criaram tantas expectativas em cima deste longa, que o que restou no final do filme, foram apenas decepções!
por Fernando Labanca

No filme, Alice, aos 17 anos, quase entrando na fase adulta nunca deixou seu lado infantil totalmente de lado, desde sempre teve uma visão um tanto quanto imatura sobre sua vida e quando estava prestes a se casar forçadamente com um estranho, ela encontra uma maneira de fugir, indo atrás de um coelho em plena festa de noivado. Um coelho misterioso e muito apressado, e a jovem, em sua busca acaba caindo em um buraco que a leva em um mundo cheio de maravilhas e encantos.
Até que ela conhece o Chapeleiro, uma criatura estranha e maluca e junto com ele, Alice vai descobrir o porquê de todos serem tão infelizes sob o governo de Rainha Vermelha e por que ela é tão importante naquele lugar, e sim, ela era a Alice que todos esperavam. A partir de então, surge uma aventura que salvaria a vida de todos, os libertariam, e quanto mais tempo a jovem passa naquele lugar, mas ela tem certeza de que tudo não passa de um sonho, o pior ou o melhor deles, e fica cada vez mais difícil se apegar aos novos amigos sabendo que uma hora iria acordar e se esqueceria de tudo.
Por mais que o cinema esteja avançando tanto devido a tantas tecnologias, a mente das pessoas também evolui e hoje, aqueles que assistem a um filme, esperam mais dele. Não adiante colocar batalhas diante de nossos olhos, queremos um bom motivo para estarmos vendo aquilo. Não adiante colocar tantos personagens na tela, esperamos ver histórias, conflitos interessantes para nos prender nela e mais do que isso, queremos o mais real possível, temos que sentir que aquelas personagens são reais mesmo que numa história de fantasia, queremos sentir que são seres que tem alma e sentem algo, que sejam humanos. E infelizmente, a tecnologia 3D faz com que inúmeros filmes sejam projetados para ficaram bonitos de se verem e assim ganharem público, mas aqueles que os fazem, simplesmente esquecem, que por trás de uma bela capa tem que haver uma bela história.
Tim Burton, diretor tão
renomado se entregou a isso, fez um filme para ser bonito de se ver, para ser exibido em 3D e pronto, nada a mais. Um filme que é pura estética, e seu roteiro é falho. Um longa fraco, chato e muitas vezes entediante. Como eu disse anteriormente, hoje, esperamos muito mais de um filme, e Alice não surpreende em nenhum aspecto. Sou um admirador assumido dos filmes de Tim Burton, e digo com toda a certeza, é decepcionante saber que este longa agora faz parte de sua "brilhante" trajetória.
O filme começa, se desenvolve fracamente e termina...e pensamos: "Só isso??". Um filme sem pé nem cabeça, onde as atitudes das personagens são forçadas e completamente toscas. A história poderia até ser interessante se desenvolvida melhor, mas infelizmente, o diretor, se priva disso, e se esforça somente nos efeitos e na imagem do filme. Da metade para o final, o famoso conto de Alice some e o filme se transforma em um épico juvenil patético, deixando As Cronicas de Nárnia parecer genial.
Vale a pena ver simplesmente pelas imagens, uma fotografia deslumbrante, cenários encantadores e tudo no mais perfeito estado, o figurino também chama a atenção. Os efeitos são maravilhosos, é de ficar de boca aberta com tudo o que vemos, na mais simples cena, a equipe parece acertar em tudo, um filme, esteticamente falando, irretocável. Além da trilha sonora de ninguém mais que Danny Elfman.
NOTA: 5
