
Por Fernando Labanca
Em pleno dia de seu
aniversário de dezoito anos, India Stoker (Mia Wasikowska) recebe a
notícia da morte de seu pai. Ela mantém uma relação conturbada
com sua mãe (Nicole Kidman), e a presença constante de parentes, devido ao velório, acaba agravando ainda mais o distanciamento das duas, principalmente
com a chegada do misterioso Charlie (Matthew Goode), um tio
desconhecido que nunca tiveram notícias, ele decide passar um tempo
ao lado delas, é um aventureiro que passou anos viajando pela Europa
e agora precisa resolver algumas pendências. Com Charlie na casa,
India começa a sentir desejos que antes desconhecia, além de
descobrir o passado sombrio de sua família.
Já em seus primeiros
minutos, Chan-wook Park nos entrega e deixa claro isso, um suspense
diferenciado, com seus interessantes cortes e sua fotografia
impecável, ficamos vidrados assim que o filme começa, é tudo belo
o que ele nos oferece, uma direção irretocável, e assim “Segredos
de Sangue” segue com um clima pesado, misterioso, onde as
personagens aparecem de forma fantasmagóricas, remetendo e muito a
filmes sobre vampiros, não é toa que sua grande referência é a
história de Drácula de Bram Stoker, aliás, Stoker é o nome da
família em questão e título da própria obra, há muito de Drácula
e sua obsessão por Mina Murray, mas evitarei spoillers. Aliás,
referências não faltam para sua construção, Hitchcock também se
faz presente, seja na clássica cena do chuveiro de “Psicose” ou
nas relações das personagens, as obsessões e desejos proibidos de
“Um Corpo Que Cai”, além da própria construção dos
indivíduos, Evelyn, interpretada por Nicole Kidman, parece ter saído
de seus filmes, seja por seu figurino, cabelo ou modo de agir, além
da própria direção de arte que parece ter retirado os fundos de
cores fortes e estampados de "Vertigo" para a construção de seus
cenários. Como disse, o filme é um grande exercício visual do
diretor, que mostra mais uma vez seu talento e sua habilidade em
entregar ao público cenas marcantes e extremamente bem elaboradas.

No elenco vemos nomes
interessantes. Mia Wasikowska trilhando brilhantemente sua carreira,
escolhendo sempre bons projetos, sua grande atuação é notável, e
com certeza, faz deste filme algo melhor do que ele teria sido sem
ela. Não sou a melhor pessoa para avaliar Nicole Kidman, sou um fã,
me dá sempre a impressão de que mesmo sem se esforçar tanto, ela é
capaz de roubar a cena, aliás, é dela um dos melhores diálogos do
filme, ao falar sobre suas fraquezas como mãe e do que espera para
sua filha. Matthew Goode está muito bem também, é um papel difícil
e se mostra bastante versátil em cena.

NOTA: 7
Duração: 98 minutos
Elenco: Mia Wasikowska, Matthew Goode, Nicole Kidman, Dermot Mulroney, Jacki Weaver
Diretor: Chan-wook Park
Roteiro: Wentworth Miller
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