
Havia um tempo em que uma obra dos irmãos Coen passasse tão despercebida quanto "Inside Llewyn Davis", logo que são sempre lembrados pelas importantes premiações. De fato, não entendi, este filme em nada perde para outros títulos dos diretores. História simples, porém arrebatadora, que fala sobre a música folk enquanto nos revela a fracassada trajetória deste homem tão ordinário, digno de ser esquecido pelos outros mas que se torna memorável aos olhos dos Coen.
por Fernando Labanca
Antes de qualquer coisa, preciso admitir, nunca gostei dos filmes de Ethan e Joel Coen, não tenho um argumento forte para isso, mas acontece que suas obras de alguma forma não me tocam, algumas chego ao ponto de detestar como "Matadores de Velhinhas" e "Queime Depois de Ler", ou até obras aclamadas como "Bravura Indomita" não me agradam. Ainda assim, porém, toda vez que eles lançam algo me bate uma estranha curiosidade, mas no fim, sempre me decepciono. Acontece que nunca fui tão empolgado ver um longa da dupla quanto "Inside Llewyn Davis", talvez pela vibe folk e principalmente pelo elenco. Pois bem, pela primeira vez sai da sala do cinema com um sorriso do rosto após ver um filme deles. É, definitivamente, um filme fantástico, que merece uma chance, merece atenção, é algo a ser admirado.
Numa Nova York dos anos 60, caminha solitário este cantor fracassado de folk chamado Llewyn Davis, que vive da música, ainda que não tenha planos futuros e não tem a menor ideia aonde pretende chegar. Vive se deslocando entre apartamentos de amigos ou apenas conhecidos, sempre em busca de um teto para passar suas noites, sem nunca saber o que faria no dia seguinte, é então que sempre vai atrás de sua ex, Jean (Carey Mulligan), que está grávida e não sabe de quem é o filho, se de Llewyn ou de seu atual namorado Jim (Justin Timberlake), que também é cantor, porém muito mais promissor e mais bem sucedido. E indo atrás de gravadoras para conseguir uma carreira solo, já que seu ex parceiro se suicidou, Llewyn Davis acaba embarcando numa viagem com pessoas estranhas, ainda perdido, ainda sem saber aonde ir ou que realmente quer fazer de sua vida.