
Se em 2016 o grande achado da Cultura Nerd foi "Stranger Things", podemos dizer que "Destino Especial" não poderia ter vindo em melhor hora, logo que dialoga muito bem com os admiradores da série. Desde suas boas referências ao clima oitentista. Os projetos secretos do governo também estão lá e mais uma vez, um criança com habilidade sobrenatural é o centro de tudo. Uma das grandes diferenças, porém, está na condução do diretor Jeff Nichols, que foge da aventura familiar e constrói uma obra mais intimista, mais realista, flertando muito mais com a complexidade dos quadrinhos do que com as ficções de Spielberg. Aqui, ele também traz muitas características do cinema independente norte americano, remetendo aos seus ótimos trabalhos anteriores (Take Shelter, Mud), ainda que este seja seu primeiro filme financiado por um estúdio. Com baixo orçamento, o diretor faz aqui seu produto mais completo, onde a simplicidade de sua produção não o impediu de realizar algo grandioso, belo, tão intrigante quanto fascinante.
O roteiro, também assinado por Nichols, é lento, traz diversas pausas e não se preocupa em responder todas as questões lançadas, deixando algumas importantes lacunas em aberto. Poderia ser um problema se sua narrativa não fosse tão brilhante, nos compensando a cada segundo. Não perdendo muito tempo com introduções, somos lançados à misteriosa fuga de Roy (Michael Shannon), acusado de raptar o próprio filho, o pequeno Anton (Jaeden Lieberher), que possui poderes especiais e vive em um Rancho habitado por religiosos extremistas que encaram suas habilidades como um sinal divino sobre o julgamento final. Perto de chegar a data revelada em suas tantas predições, seu pai, juntamente com seu amigo Lucas (Joel Edgerton), o sequestra e embarcam rumo a um local desconhecido. Porém tudo se complica quando o FBI cria uma missão para resgatá-lo, logo que Anton possui, devido a seus tantos poderes, informações sigilosas do governo.

"Destino Especial" acerta e muito na construção de seus personagens e Jeff Nichols consegue extrair o melhor de seu elenco. Michael Shannon, em mais uma parceria com o diretor, mostra uma força descomunal. É muito forte sua relação com o filho, a sua garra em fazer tudo dar certo mesmo quando não é mais possível. O pequeno Jaeden Lieberher convence, é doce, age como uma criança e faz tudo parecer ainda mais crível. Sou fã de Joel Edgerton, logo, sou sempre suspeito em elogiá-lo, mas é admirável sua entrega, assim como Kirsten Dunst, que cresce em cena e traz muito sentimento à sua personagem, comovendo com sua potente e delicada performance. Até mesmo Adam Driver, mais contido, constrói um tipo interessante, funcionando como um bom alívio à toda seriedade da obra, mas sem deixar de ser importante na trama.

NOTA: 9,5
País de origem: EUA
Duração: 112 minutos
Distribuidor: Warner Bros.
Diretor: Jeff Nichols
Roteiro: Jeff Nichols
Elenco: Michael Shannon, Joel Edgerton, Jaeden Lieberher, Kirsten Dusnt, Adam Driver
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ResponderExcluirAchei essa porcaria um lixo,me decepcionei,muito fraquinho.Não sei se o menino e um et ou um anjo ,é uma ficção que não precisava ser lançada e eu assisti com expectativa de ser um filme espetacular mas não foi.A parte boa é a presença da Kirsten Dunst,ela é muito linda.
ResponderExcluirEu sou fã de Michael Shannon e este filme é outro exemplo de todo o talento que ele tem como ator. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Ele fará um ótimo trabalho em seu novo filme. Na minha opinião, Fahrenheit 451 será um dos mehores filmes de drama e romance de este ano. O ritmo do livro é é bom e consegue nos prender desde o princípio. O filme vai superar minhas expectativas. Além, acho que a sua participação neste filme realmente vai ajudar ao desenvolvimento da história.
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