Dando continuidade aquilo que comecei mês passado, faço agora uma seleção de tudo o que vi no mês. Seja no cinema, Netflix ou
Doutor Estranho
(Doctor Strange / EUA / 2016)
Como já disse, recentemente, minha querida Lorelai Gilmore, os filmes da Marvel tem o incrível poder de serem esquecidos. Não gosto de generalizar, logo que o estúdio tem lá seus acertos, mas infelizmente, apesar dos tantos elogios e das notáveis qualidades, "Doutor Estranho" se enquadra no grupo dos facilmente esquecidos. Os efeitos especiais são ótimos, mas a trama não empolga e mais uma vez temos um vilão mal aproveitado. Um longa que se difere em muitos quesitos de outros do mesmo gênero, no entanto, não tem força e o roteiro erra ao nunca encontrar o tom certo para sua obra, sempre quebrando o clima com piadas desnecessárias.
O Homem da Máfia
(Killing Them Softly / EUA / 2012)
Tudo o que eu não imaginava que fosse, o longa marca o retorno do diretor Andrew Dominik (O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford), que constrói uma obra inusitada, surpreendentemente cômica. Com situações absurdas e personagens desequilibrados, o filme soa quase como uma peça de Teatro, onde o bom roteiro aproveita para fazer duras críticas ao Governo norte americano. O texto é excelente e dá a chance para seus atores se destacarem. Brad Pitt e James Gandolfini incríveis, mas são os menos conhecidos Scoot McNairy e Ben Mendelsohn que realmente brilham aqui.
Lilo e Stitch
(Lilo & Stitch / EUA / 2002)
Nunca entendi o porquê não havia visto esse filme antes e resolvi dar uma chance, mesmo agora adulto. Talvez se assistido quando criança minha experiência teria sido melhor e o veria com o amor que todos o veem. Encontrei uma animação fraca, que empolga em poucos momentos, que gira em torno de uma trama de poucas novidades e resoluções fáceis. Nem mesmo os personagens, tão adorados pelo público, me agradaram. Resumindo, torci para acabar.
Snowden: Herói ou Traidor
(Snowden / Alemanha, EUA, França / 2016)
Não tinha altas expectativas pela visão de Oliver Stone sobre a polêmica e controversa trajetória de Edward Snowden, no entanto, acabei me surpreendendo. É um filme interessante, que acerta no roteiro e faz da jornada deste homem um evento a ser descoberto. Para aqueles que já viram o documentário "Citzenfour", não encontrará muitas novidades aqui, que ainda é uma obra muito mais relevante sobre o assunto. O grande problema é o próprio Oliver Stone, que tão desatualizado em seus próprios recursos e referências, faz um filme com cara antiga mesmo quando trabalha com um assunto tão atual. Parece sempre desconexo com suas intenções.
Noite de Verão em Barcelona
(Barcelona, nit d'estiu / Espanha / 2013)
Um filme espanhol, romântico, leve e divertido. Várias histórias de amor que acontecem em uma noite em Barcelona. Pelo belo trailer esperava bem mais. Todas suas tramas são bem clichês e extremamente previsíveis, o que acabam perdendo o brilho. Bonito, mas descartável.
Jane Eyre
(Jane Eyre / EUA, Reino Unido, Irlanda / 2011)
O filme revelou o talento de Mia Wasikowska como atriz, o de Cary Joji Fukunaga (Beasts of No Nation, True Detective) como diretor e firmou de vez à carreira de Michael Fassbender. Adaptação do livro escrito por Charlotte Brontë, a trama é interessante, assim como seus personagens, além da fotografia e figurinos que são destaques na produção. Uma obra bem feita, mas não há muitos elementos nela que a diferem de outros romances de época.
Jason Bourne
(Jason Bourne / EUA / 2016)
No minimo, uma continuação bem desnecessária. Não há muitos novos argumentos aqui, mesmo que discutindo temas atuais dentro de uma sociedade insegura pós Snowden, o longa não se justifica. Teria sido melhor parar no Ultimato mesmo, mas estamos falando de Hollywood. Por outro lado, temos ainda um filme de ação eficiente, que se difere dos demais no gênero. É inteligente e muito bem guiado por um competente Paul Greengrass. A edição é fantástica, trazendo um excelente ritmo. Ganha também pela excelente presença de Alicia Vikander, que se coloca como a única grande soma na saga.
O Nascimento de uma Nação
(The Birth of a Nation / EUA / 2016)
É difícil separar a obra do autor e me vi preso neste dilema enquanto assistia e analisava "O Nascimento de Uma Nação". Despontado como um dos favoritos ao próximo Oscar no começo deste ano, o longa foi perdendo a força quando a vida pessoal de Nate Parker, ator, diretor e roteirista veio a mídia. Focando na obra em si, estamos falando de algo forte e de grande impacto. Peca um pouco no roteiro, mas ainda me deixou extasiado em seus instantes finais. É comovente, perturbador e de difícil digestão. Sinceramente, acho que merece uma chance sim.
Meu Amigo, o Dragão
(Pete's Dragon / EUA / 2016)
Aventura familiar da Disney pode até parecer descartável se visto de longe, mas há algo de especial aqui. Vindo do cinema independente, o diretor David Lowery encontra beleza em diversos instantes e mesmo agora trabalhando com um estúdio e com grande orçamento, não deixa de fazer um cinema mais puro, sensível e de extremo bom gosto visual. Os efeitos especiais são incríveis, mas é na trama que encontramos seu coração, que encanta ao falar da amizade entre um menino órfão e um Dragão. É tudo bem simples e sem muitas surpresas, mas vale a descoberta. Tem o poder de agradar os mais pequenos e os mais exigentes também.
Vidas em Jogo
(The Game / EUA / 1997)
O filme que faltava para ver da excelente filmografia de David Fincher. Perdido ali na Netflix, resolvi dar uma chance para este que é, talvez, o menos cultuado do diretor. Logo, acabei me surpreendendo bastante. A trama é absurda, intrigante e nos deixa hipnotizados por cada nova saída que sugere, construíndo um caminho imprevisível e de soluções inimagináveis. Fazia tempo em que não ria de nervoso com um final, onde me inclinei para perto da tela e fiquei ali, bobo, sem saber o que pensar. Falar que seu término é brilhante e genial parece pouco. Excelente!
A Luz Entre Oceanos
(The Light Between Oceans / EUA / 2016)
Um dos filmes mais emocionantes deste ano. Sem dúvidas. É daqueles dramas intensos, densos e que não medem esforços para induzir o público as lágrimas. As fortes atuações de Michael Fassbender, Alicia Vikander e Rachel Weisz sustentam esta belíssima história, que ganha ainda mais pela incrível direção de Derek Cianfrance, que faz aqui seu filme mais convencional, mas ainda muito admirável. Seu grande pecado, porém, foi no exagero. É muito drama, sofrimento e dor para um único filme, cansando um alguns instantes. Sorte que souberam dosar nos minutos finais, que é quando encontra seu auge.
Sexo, Rock e Confusão
(Empire Records / EUA / 1995)
Clássico dos anos 90, descobri "Empire Records" fuçando a Netflix. Foi uma bela descoberta e me diverti bastante com a leveza e descontração da obra. Começo de carreira de atrizes como Liv Tyler e Renée Zellweger, o longa se destaca pela excelente trilha musical que embala o cotidiano de jovens que trabalham em uma loja de discos. É delicioso acompanhar a rotina de todos eles e nos dá aquela vontade de viver um pouco ali dentro.
Horizonte Profundo - Desastre no Golfo
(Deepwater Horizon / EUA / 2016)
Drama baseado em um trágico evento real e dirigido pelo competente Peter Berg (Hancock, O Grande Herói), acerta na primeira metade quando nos insere dentro de seu universo, mostrando com um realismo chocante a vida dos trabalhadores dentro de uma plataforma de perfuração marítima. Os detalhes daquela rotina, as conversas e a tensão existente naquele ambiente vulnerável é brilhante. Eis que vem o cinemão hollywoodiano na segunda parte e faz com que o filme perca seu brilho, entregando sequências confusas de destruição, explosões e barulhos. É interessante, emociona na medida certa, mas deixa a sensação de que poderia ter sido melhor caso o desastre em si fosse realizado com mais cuidado e no mesmo grau de realismo que havia mostrado até ali.
Filadélfia
(Philadelphia / EUA / 1993)
Outra pérola da Netflix, "Filadélfia" traz atuações impecáveis de Tom Hanks e Denzel Washington. A história é centrada dentro de um tribunal, onde um homem portador do vírus da AIDS entra na justiça quando acredita ter sido demitido de seu trabalho quando souberam de sua doença. É belo todos os discursos, que fala sobre preconceito e ainda soa tão atual, tão corajoso. O diretor Jonathan Demme coleciona alguns clássicos em sua carreira e este entra para o grupo dos melhores que ele já realizou. Aquele tipo de filme obrigatório, que tem muito o que dizer e nos toca de forma profunda.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
(Fantastic Beasts and Where to Find Them / EUA, Reino Unido / 2016)
Apesar da empolgação dos fãs e dos muitos elogios, eu, como sendo um grande admirador do universo Harry Potter, saí bem decepcionado da sala de cinema. É interessante a forma como os novos personagens são introduzidos e as relações que são construídas ao decorrer da trama, além dos animais, que além de divertidos são visualmente muito belos. Entretanto, faltou história para preencher suas longas duas horas. É estranho, mas se alguém me perguntasse sobre o que era exatamente este filme no instante em que ele acabasse, não saberia responder. É vazio e tenho a sensação de que nada aconteceu. Elementos, universo e personagens foram apresentados, mas infelizmente nenhuma história foi contada para justificar todas suas criações.
E você? O que de melhor viu nesse mês de novembro?
realmente concordo com doctor strange e snowned, muito bom e bem além do que esperava, o primeiro pela repetição de filmes de herói e o segundo por ser um tema bastante conhecido, os dois me surpreenderam positivamente assim como HELL OR HIGH WATER(2016) E ELIS, MUITO BONS, ALGUMAS OUTRAS SURPRESAS COMO DESTINO ESPECIAL E NISE, NO CORAÇÃO DA LOUCURA...
ResponderExcluirDestino Especial e Nise foram dois filmes que me surpreenderam bastante nesse ano. Elis ainda não vi, mas quero ver! E Hell or High Water teve críticas bem positivas, estou no aguardo para assistir no cinema!
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