
por Fernando Labanca
Texas, década de 50, conhecemos Jack (Hunter McCracken), um garoto que vive com seus dois irmãos e seus pais, a Sra. O'Brien (Jessica Chastain) que mantém uma conexão muito forte com a natureza, enxerga beleza nas coisas mais simples, além de manter um relação muito íntima com Deus. O pai (Brad Pitt) é o patriarca, gosta de provar que ele é quem manda no lar, é rígido e não aceita desrespeito às suas regras. E através do jovem e inocente olhar de Jack, veremos a rotina desta família, os conflitos com o pai, o ciúmes que mantém de seu irmão mais novo, e a vontade de querer mais atenção e ter uma relação mais profunda com o pai, a intenção de compreender Deus assim como a mãe ao mesmo tempo em que O questiona. A beleza da mãe e toda a harmonia que ela consegue transmitir, as brincadeiras no jardim, as conversas e a liberdade que sentiam na ausência da rigidez do pai.
E essa história de família vai além, desde os primórdios da história, o início de tudo, o Big Bang, passando pela evolução humana, década de 50 no Texas, anos mais tarde, a perda de um dos filhos e o desiquilíbrio emocional que se instala, até muitos anos depois, Jack (Sean Penn) perdido em sua rotina no mundo contemporâneo, tentando encontrar algum sentido para sua vida e relembrando sua jornada e tudo o que marcou para sempre em sua mente e o transformou no que ele é hoje.

"A Árvore da Vida" dá um volta enorme para contar a jornada de uma família, mas o filme vai muito além disso, mostra o quanto nossa história se iniciou muito antes do que nós lembramos, a nossa vida é só uma pequena parte na história do universo. Terrence Malick transforma a vida em poesia, é um ode a vida, ao milagre que existe e pouco percebemos, nossa árvore genealógica se iniciou muito antes, houve grandes acontecimentos para hoje estarmos vivos, logo, cada amanhecer, cada anoitecer, uma brincadeira de família, um simples abraço, uma conversa, um olhar, é tudo um pequeno pedaço de um plano maior, é um milagre. O quanto nós somos pequenos diante do universo, mas o quanto cada pequena ação de um dia pode nos marcar, o quanto as conexões que fazemos a cada dia com as pessoas que amamos nos é impostante, e uma época feliz assim como a infância pode nos definir para sempre, pode ter valido uma vida inteira.

O visual é fantástico, fiquei realmente sem palavras, visualmente falando, o filme mais lindo de 2011 até agora, cada imagem ali é de tirar o fôlego, é tudo muito belo, as cores, o modo como a câmera as captura, é surreal. Fotografia impecável. Para aprimorar nada melhor que uma boa trilha sonora, Alexander Desplat foi o selecionado e fez, digamos, um trabalho excepcional.

Não há o que comentar de Sean Penn, lamentável. Brad Pitt, por sua vez, constrói um personagem interessante, mas longe de ter uma grande atuação, faz muito bem, mas nada surpreendente. O destaque fica para os novatos, a bela Jessica Chastain está irretocável, brilha assim como a trilha sonora e as imagens surreais, está perfeita, convense como a mãe dedicada e esposa submissa, há tanta beleza e leveza em seu olhar, enfim, fantástica. O jovem Hunter McCracken é quase que um protagonista, é ele quem vai nos guiando, há muito força neste pequeno ator, como há poucos diálogos, os sentimentos se prendem no olhar, e seu olhar é poderoso, consegue transmitir os sentimentos um tanto quanto complexos de Jack.

NOTA: 9
Camino a ser un filme de colección. Me gusto mucho el mensaje que transmite la película.
ResponderExcluir