Passando para dizer que estou de volta. Depois de uma pequena pausa, decidi, enfim, voltar a escrever aqui no blog. Agradeço os comentários e fico feliz por saber que tem uma galera me acompanhando.
Neste tempo me renovei. Eu precisava. Fiz um intercâmbio, viajei sozinho e me reencontrei. Me senti livre como há muito tempo não me sentia. Recomendo este tipo de experiência para todos. Despertou em mim, também, esta louca vontade de querer viajar e conhecer o mundo. Um pouco tardia até. Mas espero conseguir fazer isso outras vezes. Conheci pessoas, histórias e costumes tão distintos do meu.
Durante este tempo não parei de ver filmes. Claro que em uma dose menor. Vou fazer um post, então, de tudo o que vi nesta pausa. Espero fazer boas recomendações!
por Fernando Labanca
O filme de herói do ano. Fato. "Logan" é um presente aos fãs de Wolverine e aos fãs de um bom cinema. James Mangold, excelente diretor, provou o que o fez se vincular ao universo dos X-mens. Ele queria algo, acreditava em algo maior e entregou uma das obras mais fortes, originais e revigorantes dentro do gênero. É lindo de ver. É ação que faz os olhos brilharem. Uma sequência bem orquestrada de direção, roteiro e atuações marcantes. Hugh Jackman, Patrick Stewart e a jovem Dafne Keen funcionam incrivelmente bem na tela.
Peles
(Pieles / Espanha / 2016)
Resolvi arriscar nesta produção espanhola depois de alguns burburinhos nas redes sociais assim que foi colocado no catálogo da Netflix. Fui contra a todos os elogios que tinha lido e achei um filme de extremo mal gosto. É sempre bom encontrar obras bizarras que nos fazem adentrar a um universo completamente novo e inesperado, porém, a necessidade de chocar aqui acaba sendo maior que a necessidade de se fazer um bom filme. Lamentável.
Mike Mills é um cineasta interessante e venho, orgulhoso, acompanhando seus passos. Depois do ótimo "Beginners" (2010), ele retorna ainda com excelente gosto visual e um roteiro delicioso de acompanhar. De fato, um dos roteiros mais belos e inteligentes que vi este ano. As personagens são ótimas e ganham vida por um elenco invejável. Annette Bening, Elle Fanning e Greta Gerwig estão excepcionais. Da metade para o final, senti que a obra perde um pouco no ritmo, ficando bastante arrastada e cansando em algumas passagens. O fim, por sua vez, se recupera e entrega um texto inspirador. Fotografia, figurinos, tilha sonora...um show a parte.
A Autópsia
(The Autopsy of Jane Doe / EUA, Reino Unido / 2016)
Quando um terror vai ganhando fama no boca-a-boca, alguma coisa de bom ele tem. Decidi ver por alguns comentários que instigaram minha curiosidade, no entanto, uma bela decepção. A ideia é até interessante e segue bem até a metade, mantendo o suspense e dando indícios de que boas surpresas estariam por vir. Grande engano. As reviravoltas são toscas e tudo o que acontece nos últimos vinte minutos são vergonhosos. O final é péssimo, estragando de vez aquilo que poderia ter dado certo. Uma pena.
Regressão
(Regression / Espanha, Canadá / 2015)
Não tenho muito o que comentar porque eu ainda não entendi a razão de eu ter visto este filme. Outra coisa que não entendi é do porquê um diretor como Alejandro Amenábar (Os Outros) resolveu embarcar nessa bomba e como ele ainda conseguiu convencer Ethan Hawke e Emma Watson a participar disso. Trama até curiosa, mas um desenvolvimento muito preguiçoso e desinteresse. Passe.
Depois de tantos anos, ter uma sequência do clássico "Trainspotting" (1996) é, definitivamente, um grande presente. Tudo é ainda melhor quando temos a volta do elenco original e as mãos talentosas de Danny Boyle. Vale como homenagem. Ponto final. Infelizmente, não há nada de novo aqui, apenas uma repetição de ideias e um amontoado de referências. Sem a lembrança do primeiro capítulo, não sobra nada aqui. Diverte e ainda encanta por seus carismáticos protagonistas, além de ter um texto ainda inspirado e uma montagem espetacular. Vale, mas esperava mais. Bem mais.
Em Busca de um Lar
(Gimme Shelter / EUA / 2013)
Sempre quis ver para descobrir o outro lado de Vanessa Hudgens. Estava na Netflix, era a chance. Porém, grande decepção. O filme é um amontoado de clichês e repleto de momentos novelescos e vergonhosos. A reta final é lamentável, quando ainda havia chance de se reerguer, a obra se joga do penhasco de vez. Vale por ver Hudgens, que mostra ter potencial para ir além. É só uma pena que sua personagem seja muito mal escrita. E claro, Rosario Dowson, sempre fantástica.
Homem na Parede
(The Man in the Wall / Israel / 2015)
Sempre bom encontrar algo fora do circuito hollywoodiano e por isso fui dar uma conferida neste elogiado suspense israelense presenta na Netflix. Conheço pouco sobre o cinema do país e fiquei feliz pela descoberta. O filme funciona bem durante seus minutos, sempre lançando ideias novas e levando a trama para outro ponto, nos fazendo duvidar a todo tempo de todos os personagens. É sobre uma mulher que passa a viver o drama do desaparecimento de seu marido, que some de seu apartamento sem dar notícias. O final, infelizmente, decepciona. Parece pequeno diante das expectativas que acaba criando ao seu decorrer.
Cinquenta Tons Mais Escuros
(Fifty Shades Darker / EUA / 2017)
Tenho meus momentos em que decido assistir aquilo que tenho certeza absoluta que é ruim por puro prazer de ver algo ruim e descartável. No entanto, a produção é tão merda que nem por masoquismo vale a pena. Passei mais tempo olhando pra tela do meu celular do que para o filme. É chato, massante e completamente desinteressante. As cenas de sexo, que poderiam levantar o ânimo, são brochantes e repetitivas. O texto é ruim, as atuações são fracas e a direção pouco inspirada. Nada salva aqui em um filme que nada acontece e que tem nada a dizer.
Fui com expectativa alta devido ao sucesso que estava fazendo nos Estados Unidos, que já era apontado como um terror inovador. Sim, "Corra!" é tudo o que falaram e ainda assim surpreende com suas saídas extremamente inteligentes. Seu texto é crítico e inesperadamente engraçado, que fala de racismo com um sarcasmo irreverente e provocador. Fiquei surpreso porque não há como compará-lo a nada já lançado. Fantástico!
Ao Cair da Noite
(It Comes at Night / EUA / 2017)
O filme estrelado por Joel Edgerton entra para a lista deste novo gênero que tem conquistado a crítica e que tem sido denominado de pós-terror. Uma onda de filmes independentes que teve grande impacto com produções como "A Bruxa" e "Corrente do Mal". Seguindo uma linha "menos é mais", o longa prova, infelizmente, que menos às vezes é só menos mesmo. Não funciona tão bem quanto prometia pela divulgação e não alcança o brilhantismo desta nova sofra de filmes. As atuações estão ótimas, assim como a fotografia, direção e som, mas falta. Não desenvolve nunca e cansa pela ausência de uma história mais detalhada e frustra ao deixar a sensação de acabar no mesmo ponto que começou.
Os comentários sobre o filme estavam certos e "Mulher-Maravilha" é sim um dos maiores acertos da DC nos cinemas. Eles ignoraram tudo o que já deu de errado e surgiram com uma obra que não traz nada de novo, mas tudo o que traz faz bem feito, desde roteiro à inserção de humor. É um filme divertido, que encanta com seus personagens carismáticos e envolve em uma trama repleta de bons momentos. Merece os recordes que quebrou e os elogios que recebeu.
O Mínimo Para Viver
(To The Bone / EUA / 2017)
As produções originais da Netflix possuem algo em comum. Elas pegam um tema complexo e que merece ser discutido e debatem isso na tela da forma mais genérica possível. É triste ver uma ideia tão boa ser descartada dessa forma. O longa relata o tratamento de uma jovem anoréxica e todos os conflitos que precisa enfrentar durante o processo. Tem lá alguns momentos bonitos e diálogos que valem um sábado a noite, no entanto, tudo muito superficial. O grande destaque é a atuação de Lilly Collins, que se entrega a protagonista com força. O filme termina e deixa a sensação de que a atriz merecia uma obra a altura de seu talento.
Outra produção original da Netflix e que passou pelo Festival de Cannes, "Okja" traz um debate interessante sobre o consumo de carne e critica de forma audaciosa a mídia. O diretor sul-coreano Joon-Ho Bong constrói uma fábula curiosa e surpreende pelo visual de sua obra, além de suas excelentes movimentações de câmera. O problema aqui é que ele não achou o tom certo para contar a história, onde seu assunto, que tão sério e complexo, se perde quando a obra abraça a aventura familiar, lembrando produções da Disney, com humor forçado, vilões caricatos e momentos fofos. Então ficou difícil entender a proposta, que não atinge seu intuito quando não tratada com a maturidade que se exigia.
A Mão Que Balança o Berço
(The Hand That Rock The Cradle / EUA / 1991)
Clássico do saudoso Curtis Hanson, resolvi assistir quando chegou ao catálogo da Netflix. Suspense divertido e empolgante, que cria situações inesperadas, que nos faz rir de nervoso. É tenso e bem desenvolvido pelo envolvente roteiro, que cria uma protagonista icônica, vivida por uma excepcional Rebecca De Mornay. Peca em seu final, quando decide jogar a merda no ventilador e acabar de forma pouco convincente, lembrando uma novela qualquer, trágica e forçada.
Handsome Devil
(Handsome Devil / Irlanda / 2017)
Pérola pouco divulgada, o drama irlandês é delicioso de assistir. O filme narra a história de um garoto homossexual que não se encaixa na escola integral para garotos no qual faz parte. Eis que ele faz amizade com o novo aluno, jogador promissor de futebol americano. A relação não é bem vista pelos outros o que acaba gerando uma série de conflitos. A direção é fantástica e cria na tela sequências marcantes, mescladas com uma trilha sonora pop bem inserida e personagens bem escritos. Vale a pena.
Para muitos, o melhor filme do ano até agora. Fui com cede ao pote esperando encontrar algo a altura de tamanha devoção. Gostei, me diverti, recomendo e veria de novo. No entanto, está longe de ser digno de tantos elogios. É apenas um produto cool, com personagens descolados e trilha sonora pop que dialoga bem com as cenas. Se cavado a fundo, não tem muito conteúdo. A história é clichê e Ansel Elgort em nenhum momento prova ter sido a melhor escolha para viver o protagonista. Vale muito a pena, mas não sei o que as pessoas tem assistido para dizer com tanta certeza que este é o melhor.
Fala Comigo
(Fala Comigo / Brasil / 2017)
Filme nacional que marca a estreia do diretor Felipe Sholl. Uma bela estreia, precisamos ressaltar. O roteiro é cheio de boas ideias e com detalhes que fazem a diferença. Fiquei refletindo sobre tudo o que o filme disse ao final e são muitas coisas. É bom quando sentimos isso. Ao abordar o relacionamento entre um jovem e uma mulher bem mais velha, a obra alcança alguns belos momentos, entregando boas atuações e um texto inspirado. O fim, no entanto, marca seu grande defeito. Termina abruptamente, quando discussões importantes ainda não haviam sido mostradas. Fica a sensação de vazio, de algo incompleto, que tinha mais o que dizer mas preferiu resumir para acabar logo.
Z - A Cidade Perdida
(The Lost City of Z / EUA / 2016)
O cineasta James Grey é um sujeito interessante e que tem construído uma carreira sólida e admirável. "A Cidade Perdida" é mais um exemplo do caminho certo que está trilhando. Baseado no livro homônimo, que por sua vez é baseado em fatos reais, vemos na tela uma trama curiosa e muito bem guiada. O protagonista, vivido com garra por Charles Hunnam, é um ser fascinante, que cresce diante de nossos olhos. O final enigmático deixa um gosto ainda melhor. É belo, poético, inspirador. Destaque para os bons coadjuvantes Tom Holland e Siena Miller.
O mais recente trabalho da sempre competente Sofia Coppola, o longa venceu o prêmio de direção no último Festival de Cannes. Seu talento por trás das câmeras é inegável. É lindo cada recorte e cada enquadramento que constrói. Fotografia e figurinos também se destacam. O elenco é um dos melhores deste ano, contando com nomes como Nicole Kidman, Kirsten Dunst, Colin Farrell e Elle Fanning. Todos excelentes. Apesar de tantas qualidades, saí da sala de cinema pouco empolgado. É interessante e bem realizado, mas está longe de ser algo obrigatório. Apenas mais um bom filme da diretora, sem grandes surpresas, que se não visto, não perderá muita coisa.
Onde está segunda?
(What Happened to Monday / EUA, Bélgica, França, Reino Unido / 2017)
Vi sem expectativa alguma e por fim, o filme acabou se firmando como um dos melhores já produzidos pela Netflix. A trama é curiosa e acontece em um futuro distópico. A excelente Noomi Repace interpreta sete irmãs que precisam sobreviver a perseguições desenfreadas. O roteiro é surpreendente e oferece saídas nada previsíveis a cada segundo. E isto é o que a obra tem de melhor, estar sempre a um passo a frente do público, entregando com inteligência reviravoltas de bom gosto, que o levam para um final inesperado. Sessão pipoca de qualidade. Diverte, empolga e faz valer nosso tempo.
Fui com altas expectativas porque a trilogia estava vindo em uma crescente. O segundo capítulo foi épico e este final tinha tudo para ser excelente, principalmente por contar, mais uma vez, com as mãos de Matt Reeves, que fez um dos remakes mais interessantes dos últimos anos. No geral, a trilogia fecha bem acima da média. Foi lindo de ver. Caesar é aquele herói que o cinema não produz mais. Entretanto, sinto que o longa fica sempre a sombra da segunda parte, falta um evento grandioso que superasse o que já nos foi mostrado. Um clímax maior. É menor que "O Confronto", menos empolgante, o que desanima sendo este o final. Ainda assim, um belo filme que surpreende pelo excelente uso de efeitos visuais.
E vocês? O que viram durante este tempo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe um comentário #NuncaTePediNada