terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Retrospectiva 2018: As Melhores Atrizes Coadjuvantes


Continuando a retrospectiva no blog, vou dar início às postagens relacionadas às atuações de 2018. Para começar, vamos falar sobre as melhores interpretações femininas em papéis coadjuvantes. Escolhi as 15 que mais me chamaram a atenção e vale lembrar que a seleção foi feita apenas com os filmes lançados no Brasil comercialmente entre janeiro e dezembro deste ano. Espero que gostem, se lembrarem de outra atriz, deixem nos comentários!

por Fernando Labanca


15. Kelly Macdonald (Adeus Christopher Robin)

Se trata de um filme bastante sensível mas grande parte desta comoção se deve à delicada atuação de Kelly Macdonald. Na pele da babá do pequeno Christopher Robin, ela nos emociona facilmente com seu jeito doce, chegando ao ponto de dar vontade de chorar só de vê-la entrar em cena. É uma daquelas grandes atrizes que poucas vezes tem a chance de brilhar no cinema e ela provou aqui que consegue, mesmo em um papel pequeno.



14. Zoe Kazan (The Ballad of Buster Scruggs)

O novo filme dos irmãos Coen é recheado de bons atores e a cada capítulo somos presenteados por uma ótima aparição. No segmento "The Gal Who Got Rattled", somos surpreendidos por uma irreconhecível Zoe Kazan, que completamente distante da comédia romântica -  gênero que a tornou conhecida - encara o desafio de protagonizar o faroeste, tornando crível a curiosa jornada de uma mulher que precisa atravessar um longo deserto para conseguir um marido. Sua presença é marcante e mostra um lado que desconhecíamos dela.



13. Mackenzie Davis (Tully)

Penso que Tully é uma das personagens mais incríveis deste ano e confesso que amo o fato dela ser interpretada por Mackenzie Davis. Não só é uma atuação potente desta jovem e subestimada atriz, como é, também, um momento muito delicioso de se ver em 2018, este embate que existe entre ela e Charlize Theron em cena. Theron é um monstro atuando e sua parceria com Davis deu muito certo. Algo de muito mágico acontece quando ela entra em cena e isso é inegável. A atriz enche a tela com seu carisma e, de repente, estamos ali, admirando seu trabalho e querendo viver um pouco daqueles diálogos ao seu lado.



12. Julianne Nicholson (Eu, Tonya)

Muito se falou sobre as atuações de "Eu, Tonya" mas pouco se falou sobre Julianne Nicholson e sua pequena mas admirável participação no filme. Vejo muita caricatura ali e atuações cheias de nuances e agressividade e, justamente por isso, vê-la em cena é tão bom porque ela destoa do resto e se destaca, encontrando o tom certo para viver sua personagem, com humor e bastante honestidade. Dando vida a treinadora da patinadora Tonya Harding, ela surpreende mais uma vez, mostrando uma versatilidade que infelizmente nunca é comentada. Julianne é uma daquelas atrizes que se transformam a cada novo papel, inclusive só descobri que era ela nos créditos finais, e só por isso merece ser lembrada.



11. Patricia Clarkson (A Festa)

Uma palavra que define bem o que a personagem April é em "A Festa" é: debochada. E não há atriz melhor para interpretá-la do que Patricia Clarkson. Veterana no cinema, a atriz encontra o texto e o espaço perfeito para mostrar todo o seu talento e sua afinidade com o humor negro. Ela rouba a cena aqui e faz, facilmente, nossos olhares seguirem sua presença na tela. É sempre muito bom quando ela aparece e por isso a coloco aqui, como uma das grandes coadjuvantes que tivemos este ano.



10. Adriana Esteves (Benzinho)

Não gosto muito do desenvolvimento de Sônia na dramédia nacional "Benzinho", mas é impossível não destacar, mesmo assim, a belíssima performance de Adriane Esteves no papel. Ela consegue tirar do pouco o que tem e entregar uma das atuações mais fortes deste ano. É uma atriz que conhecemos bem principalmente por sempre vê-la na TV e por isso conseguimos notar o quão incrível ela é sempre, renascendo a cada nova interpretação. É uma novidade para nós ver Adriana como coadjuvante, onde se sai muito bem e continua provando ser uma das melhores atrizes brasileiras de nosso tempo.



09. Allison Janney (Eu, Tonya)

Na pele da rigorosa mãe de Tonya Harding, Allison Janney voltou a chamar a atenção dos críticos e nos relembrou o quão talentosa ela é. Depois de bons anos se dedicando à serie de TV "Mom", ela finalmente ganhou um papel à sua altura no cinema e foi recompensada por isso, levando para casa importantes prêmios, inclusive o Oscar. Allinson está monstruosa em cena, trilhando com perfeição entre o cômico e o assustador.



08. Bria Vinaite (Projeto Flórida)

A trajetória de Bria Vinaite até chegar em "Projeto Flórida" é curiosa, logo que foi descoberta pelo diretor Sean Baker através do Instagram. Sem experiência alguma, Bria vem e surpreende, entregando uma interpretação repleta de verdade. Saí do cinema sem conseguir imaginar ela sendo outra coisa além de Halley, aquela mãe desprovida de tudo, menos do amor por sua filha. É muito forte sua presença ali, é intensa, é brutal. Talvez uma atriz mais experiente não conseguisse passar tanta verdade quanto ela. Foi real e foi brilhante de ver.



07. Elizabeth Debicki (As Viúvas)

Estar em um filme com ninguém menos que Viola Davis e conseguir tirar o destaque dela é um trabalho para poucas. Não que Viola não esteja incrível, afinal ela sempre está, mas Elizabeth Debicki conseguiu ser o grande destaque em "As Viúvas", mesmo sendo uma coadjuvante. Talvez isso tenha acontecido porque ela ainda é uma atriz que estamos conhecendo, ainda não sabemos seu total potencial e quando ela surge e entrega uma grande atuação, temos ali uma bela surpresa e pronto, não conseguimos tirar os olhos dela na cena. A evolução de sua personagem é fantástica, o que permite que ela tenha campo para mostrar todas as suas nuances e toda a sua capacidade de crescer dentro de um único filme.



06. Octavia Spencer (A Forma da Água)

A verdade é que Octavia já fora enaltecida outras vezes por atuações nem tão incríveis assim. E isso é ruim porque quando ela realmente merece, acaba não recebendo o devido reconhecimento. Sua personagem Zelda é muito mais do que um alívio cômico dentro da seriedade existente no universo de Guillermo del Toro, ela é a voz da protagonista, o que acaba sendo comovente essa ligação entre elas. Gosto bastante da presença de Octavia e realmente não conseguiria imaginar outra atriz para estar em seu lugar.



05. Hong Chau (Pequena Grande Vida)

Hong Chau interpreta uma das grandes coadjuvantes desse ano. E digo que ela é uma grande coadjuvante por tornar o filme "Pequena Grande Vida" maior do que poderia ser e por ser responsável pelos caminhos que o roteiro trilha, e não se trata de um roteiro fácil. Fiquei abismado quando a vi em cena na pele de uma clandestina do Vietnã. Há tristeza, há comicidade, há um mundo inteiro dentro daquela mulher tão humilde, sempre pronta para um gesto solidário. Hong Chau me fez chorar em alguns momentos tamanha verdade que ela depositou ali.



04. Thomasin Mckenzie (Sem Rastros)

Em "Sem Rastros" acompanhamos um pai e uma filha se readaptando à sociedade após viverem em uma reserva florestal e durante todo o filme vamos conhecendo um pouco deste forte elo que existe entre eles. Thomasin é uma grande revelação e encara com bastante maturidade esta personagem, onde consegue criar um belo embate com o também excelente Ben Foster. A entrega dos dois atores é admirável e ficamos surpresos principalmente por ela ser tão jovem e ainda assim oferecer tanta emoção e honestidade.



03. Lesley Manville (Trama Fantasma)

Quando a atriz é talentosa não precisa de muito para chamar a atenção e este é o caso de Lesley Manville em "Trama Fantasma" e como ela conseguiu diversas indicações em prêmios importantes sem nem ao menos fazer uma campanha. É um papel pequeno dentro do filme, mas o diretor Paul Thomas Anderson parece entender o potencial dela ali e sem grandes esforços, sem diálogos pesados e cenas desafiadoras, a atriz surge e de repente estamos ali, hipnotizados por sua simples presença em cena.



02. Claire Foy (O Primeiro Homem)

"O Primeiro Homem" é um filme com muitas qualidades mas é, também, um filme apático. Nesta ausência de vida que permeia todo o longa, surge Claire Foy. É impossível não torcer para que ela apareça mais em cena ou que sua personagem ganhe mais espaço na trama. Diante de um apagado Ryan Gosling, a atriz rouba a obra para si. Há entrega, há força, há nela tudo o que falta ao seu redor. Revelada pela Netflix ao protagonizar a série "The Crown", a atriz tem ganhado cada vez mais espaço no cinema e sua presença aqui prova que ela tem potencial e merece mais destaque sim.



01. Laurie Metcalf (Lady Bird)

Com uma carreira na TV, Laurie nunca teve, de fato, espaço no cinema. Ao vê-la em cena no filme de Greta Gerwig entendemos o quanto ela merece mais e ficamos felizes por ela ter tido essa chance. Como mãe de Lady Bird, temos o prazer de assistir um dos embates mais calorosos e mais verdadeiros do cinema neste ano. Mãe e filha e todo o abismo e amor que existe entre elas. Me emocionei com a mesma intensidade com que me irritei com ela, isso porque Laurie é real e porque ela nos faz lembrar de nossas mães e toda a raiva e afeição que sentimos por elas. Uma grande atuação para uma grande personagem.


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