"A Ghost Story" me pegou de surpresa. Não sabia o que esperar, apesar de já ter ouvido inúmeros elogios de outras pessoas. Foi um baque. Um choque lento, doloroso e que me fez ter a certeza de que estava diante de algo diferente de tudo o que já vi. Ora drama, ora um assombroso conto de terror. O diretor David Lowery (Amor Fora da Lei), que tem ainda uma carreira curta em longas-metragens, traz alguns traços curiosos que remetem a autenticidade de uma HQ e esta liberdade cartunesca. Seu protagonista é um fantasma que usa um lençol com buracos nos olhos e o filme caminha praticamente todo em silêncio. O poder da obra está em seu visual e é um jogo que funciona. Suas sequências flutuam com a mesma facilidade que nosso olhar flutua pelas páginas em quadrinhos. É um produto feito de belas imagens e que nos atinge fortemente. Que nos impacta com o vazio, nos faz refletir sobre a vida e nos faz sentir tão pequenos diante dela.
segunda-feira, 30 de abril de 2018
terça-feira, 24 de abril de 2018
Crítica: Um Lugar Silencioso
por Fernando Labanca
O terror tem passado por uma bela fase de renovação. Chamem de post horror ou chamem como preferirem, a questão é que o público sai beneficiado com isso. Há muito tempo não víamos uma sequência de filmes do gênero tão boa quanto agora. "Um Lugar Silencioso" é mais um a entrar nessa lista e é mais uma obra que você, definitivamente, precisa assistir. Este é apenas o segundo longa-metragem de John Krasinski, conhecido por interpretar Jim Halpert na série The Office (2005-2013), que surpreende ao entregar um produto de extrema qualidade, revigorante, esperto e de uma sensibilidade admirável. Ele navega com cuidado entre o susto e o drama em uma trama onde seus personagens necessitam do silêncio para sobreviver. É o tipo de história que requer, além de criatividade, uma boa dose de coragem e ousadia. Krasinski provou ter tudo isso.


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quarta-feira, 18 de abril de 2018
terça-feira, 10 de abril de 2018
Crítica: Pequena Grande Vida

por Fernando Labanca
Alexander Payne, diretor de filmes como "Sideways" (2004) e "Nebraska" (2013), parece compreender tão bem os humanos. E mesmo identificando suas piores falhas, suas obras sempre me soaram como uma busca pelo o que há de melhor na humanidade. Há um olhar esperançoso em seus roteiros que se esforça em dizer, dentro de tantas críticas sociais, que há beleza em cada indivíduo. "Downsizing" talvez seja um convite. Um convite a olharmos os outros com pouco mais de cuidado. O problema começa quando, além disso, ele resolveu falar sobre muitas outras coisas. Alexander Payne tem boas intenções, mas são tantas que nem mesmo ele encontrou a linha certa a seguir, se perdendo em suas próprias ideias.
quarta-feira, 4 de abril de 2018
Crítica: Com Amor, Simon

por Fernando Labanca
Chamar um filme de milagroso é muita coisa. Até exagero. "Com Amor, Simon", porém, merece esse elogio. Acima de qualquer coisa, estamos falando de uma obra que tem o poder de atingir muita gente. Ao narrar a jornada de um jovem que não tem a coragem de se assumir gay, o longa acaba falando com e por muitos adolescentes que enfrentam ou já enfrentaram este processo. Um processo de aceitação doloroso, difícil e que requer muita coragem. É bom quando uma sociedade evolui e filmes como este são possíveis. Quando um personagem representa, inspira e se torna referência para aqueles que temem agir igual. Simon, então, se torna a voz de quem quer dizer, mas falta a força. Simon é aquele bom amigo que diz: "vai dar tudo certo". Parece pouco, mas é tudo para quem até agora não tinha ouvido essas palavras do cinema. E precisava ouvir. Muita gente precisa ouvir. O que o roteiro diz aqui é grande e precisa ser dito em alto e bom som.


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