quinta-feira, 7 de junho de 2018

Filmes vistos em maio


Todo mês separo um tempinho para ver alguns filmes, então faço esse post para citar aqueles que consegui ver em maio. Aproveito para dar aquela dica, caso estejam com dúvida do que ver. Deixem nos comentários algo que tenham visto, também, neste mês e valha a pena compartilhar!


Pantera Negra
Disney / Buena Vista
"Pantera Negra" tem seu peso histórico, reunir um elenco quase que inteiramente composto por atores negros e obter tamanho sucesso é um passo necessário e importante para o cinema. Sua trama, por sua vez, não traz nada de revolucionário. De fato, não é "só mais um filme da Marvel", mas também não há nada de novo como um filme introdutório de um herói. Quando o filme alcança a ação, cansa pelo excesso e por sua previsibilidade. É uma jornada feita por coadjuvantes e são por eles que nosso olhar se mantém atento, e isso é ótimo. Há bons personagens e bons atores por trás deles. Esteticamente, é um filme rico, chamando a atenção com seu design, cores e figurinos. Mesmo com seus erros, é uma produção que tem seu valor e merece uma chance.



Oh Lucy!

Produzido pelo comediante Will Ferrell, a comédia japonesa é simplesmente uma delícia. A trama gira em torno de uma mulher solitária que ao se apaixonar por seu professor de inglês decide se aventurar e se arriscar na vida. Parece clichê, mas nunca é. Apesar da trama apostar sempre em saídas aleatórias e sem muita lógica, a jornada da protagonista é gostosa de acompanhar. Todos os personagens são extremamente cativantes e o filme, ainda que bem humorado, caminha para um final melancólico, doce e afetuoso.



Lua de Júpiter

Ficção científica russa com fundo político, "Lua de Júpiter" é cinema de alta qualidade, que não perde em nada para produções hollywoodianas. A direção de Kornel Mundruczo é espantosa. Há cenas que me fizeram perguntar como poderiam ter sido feitas, tamanha a dificuldade e tamanha beleza de todas elas. A ação funciona e prende a atenção, ainda que sua primeira parte seja bem mais interessante. Chega um momento em que a trama não tem muito mais o que oferecer e se lança totalmente na aventura, é quando o filme vai, aos poucos, perdendo pontos e se tornando aquilo que não era até então...genérico. De qualquer forma, a produção é grandiosa e merecia um espaço nas grandes salas de cinema.



As Boas Maneiras
Imovision
Marco Dutra e Juliana Rojas são dois diretores brasileiros que vão sempre na contramão. Eles continuam a fazem um cinema nada óbvio. Quando nos conta a história do nascimento de um  lobisomem, "As Boas Maneiras" soa como uma bela reciclada às clássicas fábulas de terror, com suas tantas referências. Há cenas muito bem dirigidas e a maquiagem e os efeitos não desapontam. O problema é que eles quiseram abraçar muita coisa e no final não se aprofundaram em nada. Do terror à comédia. Do romance à aventura familiar. Não sei se por tentativa de flertar com vários públicos ou simplesmente por não encontrar o tom certo da história, é um produto que fica em cima do muro o tempo todo, que quer ser diferente, mas nunca se arrisca o suficiente para ser notado.



Roman J.Israel, Esq. 

Se trata de um filme estranhamente confuso. Não há muitos segredos nem reviravoltas, mas o roteiro parece sempre escolher o caminho mais caótico para contar sua simples história. Infelizmente é tudo muito desinteressante, onde a obra se sustenta apenas na excelente atuação de Denzel Washington, indicado ao Oscar este ano por sua performance. Estranho por ter a direção de Dan Gilroy, que havia feito o fantástico "O Abutre" em 2014, onde entrega aqui um trabalho sem alma, muito abaixo do que se espera dele.



Salò ou Os 120 dias de Somoda

Considerado um dos filmes mais perturbadores da história, mesmo se visto hoje, continua sendo uma obra que choca. Dirigido pelo renomado Pier Paolo Pasolini em 1975, a história acontece durante a Segunda Guerra Mundial, onde um grupo fascista sequestra nove garotos e nove garotas e os isolam em um casarão. Ali dentro tudo é permitido e durante 120 dias são submetidos a todos os tipos de tortura. Todas as sequências são bizarras e assustam pelo forte conteúdo que é revelado sem nenhum tipo de censura. Me fez pensar muito em como um filme desses jamais teria a chance de ser exibido atualmente e justamente por isso, como há quarenta e três anos atrás, Pasolini foi extremamente corajoso. Porque se hoje não estamos preparados para ver, imagino naquela época. É perturbador, também, o que acontece fora da tela, pois este é, infelizmente, o último trabalho do diretor, que foi brutalmente assassinado pouco tempo depois de finalizá-lo. 



A Noite do Jogo
Warner Bros.
Não é exagero afirmar que temos aqui a melhor comédia desde muito tempo. Pelo menos, não me lembro de um filme recente ter me entretido e me divertido tanto quanto este. A trama é engenhosa e empolgante, que até peca pelos excessos quando encontra a ação, mas é sempre honesto ao que propõe. A química entre o elenco funciona e eles garantem bem as boas piadas deste ótimo roteiro. Protagonizado pelos competentes Jason Bateman e Rachel McAdams, "A Noite do Jogo" é, definitivamente, uma aposta certa!

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