Contra o tempo.
por Fernando Labanca

“1917” acontece quase que em tempo real e justamente por isso nos coloca para dentro da ação, ao lado de seu bravo protagonista. É a história de um herói de Guerra e os sacrifícios que enfrenta para finalizar sua honrada missão. O roteiro é bem direto, evita firulas e dramatizações e mesmo com esse excesso de realismo, a trama emociona e nos envolve, logo que somos convidados, a todo instante, a estar presente ali, vivenciando cada passo, cada obstáculo. Seja nos corpos mortos pelo ambiente, seja nas cidades em ruínas, nas trincheiras devastadas. O filme comove nesses relatos, nesses detalhes e vestígios que deixa pelo caminho. Neste sentido, é muito rico todo esse esforço da produção em redesenhar todo esse período e traçar, de forma bastante calculada, todo o percurso do personagem e todos os elementos e histórias que ele esbarra. É muito natural toda sua jornada e espanta pela precisão de cada ato. Os figurinos, objetos de cena e toda essa reconstrução dos ambientes nos transportam ao tempo. É lindo essa preocupação da equipe em tantos detalhes e na escolha por não abusar de efeitos especiais e permitir que exista, de fato, muita coisa prática ali em cena. É simplesmente surreal pensar em como tudo foi feito. O resultado final é absurdo, gigante, deslumbrante.
O filme narra a jornada de dois soldados britânicos que precisam correr contra o tempo e atravessar o território inimigo em um momento crucial da Primeira Guerra Mundial. O desafio é enviar uma mensagem que impedirá uma terrível armadilha e a possível morte de milhões de combatentes. É interessante em como o protagonista, Schofield, é inserido nesse contexto, escolhido ao acaso, obrigado a lutar por uma missão que não é necessariamente sua. Ao decorrer do filme, ele que tem o perfil de um coadjuvante, se torna protagonista da batalha, abraça a história que lhe é dada mas que de alguma forma, aquilo se torna seu propósito, sua razão em estar ali. Apenas ao final ouvimos seu nome. Ele é como tantos outros soldados ali no meio do caos, o herói sem identidade, o homem que troca sua medalha de honra por um segundo de dignidade. É assim que George MacKay prova ser um grande ator, conseguindo transmitir essas transformações do personagem e emociona. É uma entrega bastante física também e ele se doa com garra. Merece mais reconhecimento em sua carreira. A obra conta ainda com boas participações de Dean Charles-Chapman, Andrew Scott, Richard Madden, Mark Strong, Colin Firth e Benedict Cumberbatch.

NOTA: 8,5
País de origem: EUA, Reino Unido, Irlanda do Norte
Ano: 2019
Duração: 118 minutos
Distribuidor: Universal Pictures
Diretor: Sam Mendes
Roteiro: Sam Mendes e Krysty Wilson-CairnsDiretor: Sam Mendes
Elenco: George MacKay, Dean Charles-Chapman, Andrew Scott, Richard Madden, Mark Strong, Benedict Cumberbatch, Colin Firth
Ótimo filme mas se tivesse levado o Oscar original seria exagero
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