segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Crítica: Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids, 2011)

Elogiado internacionalmente, praticamente ignorado em território brasileiro, "Missão Madrinha de Casamento" tem como marca o estilo Judd Apatow de se fazer comédia, responsável por filmes como "O Virgem de 40 Anos", "Ligeiramente Grávidos" e "Tá Rindo Do Quê?", ele é sem sombra de dúvida o nome mais forte deste gênero, e retorna aqui como produtor executivo, mas suas características estão presentes e graçás a isso, presenciamos uma das melhores comédias deste ano!

por Fernando Labanca

Annie (Kristen Wiig) passa por um momento complicado em sua vida. Viu seu grande negócio falir, uma confeitaria onde vendia o que mais sabia fazer, bolos. Tem o desprazer de ver seu comércio fechado todos os dias ao caminhar para seu novo trabalho, como vendedora de jóias, local onde se irrita facilmente ao ver os jovens casais felizes, logo que deixou de acreditar nas relações amorosas, pois foi abandonada pelo homem que amava e o maior contato que possui com um homem é com Ted (John Hamm), um completo idiota que só pensa em transar. Além disso, por não ter mais dinheiro, tem que dividir um apartamento com outros dois idiotas. Até que recebe a notícia de que sua melhor amiga, Lillian (Maya Rudolph) iria se casar e que seria a madrinha de honra.

A partir de então, Annie resolve esquecer seus problemas e fazer o melhor possível para agradar sua amiga, o problema maior surge quando conhece Helen (Rose Byrne), a outra madrinha de casamento, uma mulher bela, elegante e inteligente e que além de ter um bom gosto para tudo, é uma grande amiga de Lillian, para surpresa de Annie que passa a provar a qualquer custo ser melhor que ela. Mas fazer isto vai ficando cada vez mais difícil, principalmente quando ela prova para todos ter um outro grande talento, ferrar com sua própria vida, e coloca todo mundo em situações extremamente embaraçosas. Entretanto, enquanto Annie vai perdendo o controle da própria vida, conhece o policial Nathan (Chris O'Dowd), que passa a ser um grande companheiro nesta difícil jornada.


Ora comédia, ora comédia romântica, ora comédia dramática, ora um completo drama. Não há uma definição exata para "Missão Madrinha de Casamento", a verdade é que mesmo trabalhando com inúmeras vertentes do cinema, o longa dirigido por Paul Feig (diretor de alguns episódios da ótima série "The Office"), sabe lidar perfeitamente com todas elas e se sai bem na maior parte do tempo. Faz rir como nenhum outro filme lançado este ano fez e emociona como poucos dramas lançados este ano emocionaram. A história é ótima, e vai crescendo a cada cena, a princípio parece um projeto pequeno sem grandes propósitos, mas ao decorrer da trama, percebemos o quão interessante é este filme, por nos proporcionar momentos de boas reflexões ao mesmo tempo em que nos faz rir, a lá Judd Apattow. De fato não é uma comédia vazia, feita para rirmos e pronto, há boas intenções por trás deste humor escrachado.

Como disse, me fez rir como nenhum filme este ano, há cenas realmente engraçadas e me espanta o fato de não ter tido espaço aqui no Brasil, o que é uma pena. O que dizer da disputa entre Kristen Wiig e Rose Byrne? Impagável, fico repetindo pra mim mesmo os diálogos que são hilários, como a deliciosa cena onde as duas disputam o microfone afim de chamar atenção de Lillian. Ver Annie dançando na frente do policial pra provar não estar bêbada foi bizarro, mas divertido, assim como ela fazendo barbaridades na rodovia pra chamar a atenção do mesmo. Por outro lado, não posso deixar de destacar os pontos negativos e que vão exclusivamente para uma personagem, Megan, interpretada por Melissa McCarthy, desde sempre provou ser boa na comédia, mas aqui, as roteiristas pegaram pesado e deixaram as piores piadas para ela, e quando entra em cena, vemos momentos de total vergonha alheia.

Kristen Wiig é peça rara. Fiquei me perguntando o filme inteiro...onde estava esta atriz? Faz parte de elenco de "Saturday Night Live" e desde um bom tempo vem fazendo pequenas participações em filmes de comédia. Eis que este é seu momento, escreveu o roteiro ao lado de Annie Mumolo, e não podia perder a chance de brilhar, o que de fato, consegue, e com grande êxito. É uma grande protagonista, diverte demais, possui um humor delicioso, além de saber nos emocionar quando precisa, estamos diante de uma grande atriz, que fez o serviço completo, fez loucuras em cena e convenseu com esta personagem de ouro. Maya Rudolph é divertidíssima, mais do que isso, também é uma grande atriz e ao lado de Wiig, mostram uma afinidade muito real e devido a isso nos afeiçoamos a esta relação. Rose Byrne também brilha em cena, soube divertir, para minha surpresa. Chris O'Dowd tem seus bons momentos no filme e não faz o típico galã de comédia romântica, elevando ainda mais o nível do longa. O restante do elenco é dispensável, os atores até tentam, mas o roteiro se esqueceu deles.

Gosto do humor do filme, acontece de maneira natural e por isso funciona tão bem, além de ter atrizes talentosas como protagonistas, desconhecidas pelo público, o que faz desta obra ainda mais interessante. O casal formado ao decorrer da trama, me surpreendeu, desde a forma como se conheceram, e principalmente por não serem o foco da história, mas em nenhum momento são ignorados. Peca pelo exagero de algumas cenas, envolvendo piadas escatológicas, e pela longa duração de algumas passagens como a do avião, onde a cena continuava mesmo quando a piada já havia terminado. Foge na maior parte do tempo dos clichês, é uma obra bastante original, apesar de muitos o apontarem como "Se Beber Não Case" com mulheres, que aliás, há uma diferença muito grande entre estes dois filmes. Vale muito a pena, uma comédia memorável, que nos faz refletir sobre como somos nosso pior inimigo, como lutar e vencer na vida depende apenas de nós mesmos. Genial!

NOTA: 9


domingo, 30 de outubro de 2011

Crítica: A Hora do Espanto (Fright Night, 2011)

Refilmagem do clássico de terror "A Hora do Espanto" dirigido por Tom Holland em 1985, que se tornou referência para muitas outras obras do gênero, este, realizado por Craig Gillespie (A Garota Ideal) faz uma repaginada, com bons sustos mas que nada inova no cinema.

por Fernando Labanca

Conhecemos Charley (Anton Yelchin), um jovem apaixonado por Amy (Imogen Poots), e que nunca conseguiu entender como conseguiu essa garota, simplesmente por ele não fazer o tipo que encanta as mais populares. Tem como melhor amigo, Ed (Christopher Mintz-Plasse), mas anda se desentendendo com ele, logo que este passou a agir de forma estranha depois que alguns de seus amigos passaram a desaparecer misteriosamente, acreditando que se tratava de ataques de vampiros e alerta Charley sobre seu novo vizinho, logo que não havia dúvida para ele, o estranho certamente era um vampiro.

Jerry (Colin Farrell) é o encantador novo vizinho de Charley e que chama muito a atenção de sua mãe, Jane (Toni Collette). Depois que Ed desaparece, o jovem passa a questionar sobre suas loucas teorias de que seu vizinho fosse realmente um vampiro, até que ao invadir sua casa, a verdade surge, por trás de todo aquele charme e mistério, havia uma criatura sedenta por sangue. A partir de então, Charley tenta fazer de tudo para salvar sua pele e das pessoas que ama, e para isso vai atrás de sua única salvação, Peter Vincent (David Tennant), um mágico que aparentemente entendia tudo sobre vampiros, eis que surge a oportunidade de provar seus conhecimentos, para sua infelicidade.


O filme começa perfeitamente bem, todo o clima, tem um estilo bem cool, desde a composição de seus personagens que são muito bem inseridos nas cenas, até a maneira descontraída como nos apresenta o terror. Há um suspense muito bem amarrado, desde o misterioso desaparecimento de algumas pessoas até o surgimento do vampiro Jerry, nos prende facilmente. Gosto do visual, dos cenários, da maquiagem e dos efeitos especiais, tudo bem trash, mas pra lá de estilosos (estragados em parte pelo 3D, mais uma vez, que escurece muitas cenas). O longa tem uma pegada bem jovem, passando pela ótima trilha sonora, até os bons personagens adolescentes que protagonizam a trama, que não são frágeis e vulneráveis, todos possuem personalidade e encaram o problema de frente, até mesmo a mocinha, não faz o estilo "tapada" dos filmes de terror.

Os atores estão muito bem em cena. Anton Yelchin cada vez mais vem surpreendendo e se mostra capaz de protagonizar um filme, tem carisma e convense como Charley. Imogen Poots também agrada, além de ser linda, soube aproveitar seu texto para mostrar seu talento, assim como Christopher Mintz-Plasse que surge num personagem bem diferente do que costuma fazer e não decepciona, mas também não surpreende. Colin Farrell convense como o vampiro sedutor, é bastante caricato, mas funciona no propósito do filme, assim como David Tennant, que rouba algumas cenas apesar de seu personagem ser bizarro. Toni Collette parece estar lá somente por diversão, é uma fantástica atriz e não vejo o porquê de estar neste filme, ainda que seja muito bom revê-la.

Perde muitos pontos por resolver o bom mistério logo no início do filme, depois que descobrimos a verdade, o filme parece escorregar num buraco sem fim, o roteiro não consegue manter o bom ritmo da primeira meia hora, e até seu final, vemos uma sequência de cenas com sustos, perseguições, sangue mas que não possuem força. O filme é curto mas parece durar uma eternidade, não inova em nada no gênero, só vem para provar a falta de criatividade daqueles que realizam filmes de terror, que resgatam algo do passado e nem ao menos conseguem trazer algo de novo na adaptação, é tudo muito fraco, não há motivos para tê-lo refeito, possui uma trama boba, imatura, com bons personagens e bons atores em cena mas a presença destes elementos não são o suficiente para impedir "A Hora do Espanto" do fiasco. Ainda assim, Craig Gillespie realiza algumas cenas boas, como a sinistra perseguição de Jerry no carro da família em alta velocidade, entre outras. Como entretenimento barato, funciona, mas é o típico filme que se esquece segundos depois de ter terminado.

NOTA: 5

OBS: 3D desnecessário e ótimos créditos finais!


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Crítica: Em Um Mundo Melhor (Haevnen, 2010)

Vencedor do Oscar e Globo de Ouro 2011 de Melhor Filme Estrangeiro, o dinamarquês "Em Um Mundo Melhor" conta com a direção de Susanne Bier (Brothers). Drama muito bem realizado mas que perde o foco ao tentar ser um filme político, o que de fato, não é.

por Fernando Labanca

Logo no início nos deparamos com a miséria na África e no meio daquele caos, estava Anton (Mikael Persbrandt), um médico-ativista que dedica uma parte de sua vida cuidando dos refugiados, a outra parte de sua vida, ele se dedica como pai em uma pacata cidade na Dinamarca, cuidando de seus dois filhos pequenos. Separado, ainda ama sua ex-esposa, Marianne (Trine Dyrholm), e mantém com ela uma relação amigável mas nunca consegue recuperá-la. Assim como não consegue lidar com sua separação, também não consegue lidar com o fato de seu filho mais velho, Elias (Marcus Ryggard) sofrer bullying na escola.

Elias sempre fora perseguido pelos alunos maiores, até que é salvo por um novo aluno, Christian (William Johnk Nielsen), que por sua vez perdera sua mãe recentemente e passou a viver somente com seu pai naquele mesmo local, com quem mantém uma relação conflituosa. Se sentindo perdido e ainda sofrendo por sua perda, passa a encarar o mundo de outra forma, um mundo que precisa de ajuda, um mundo onde os heróis não estejam apenas nas páginas de quadrinhos, e após salvar a pele de Elias, junto com ele, tenta elaborar alguns planos de vingança contra aqueles que merecem uma punição mais justa.


No geral, uma idéia interessante, forte e promissora. "Em Um Mundo Melhor" nos mostra estes "heróis" que surgem na vida real e tentam de acordo com seus ideais fazerem deste lugar algo melhor. O homem que faz o impossível para salvar a vida de um povo ignorado e necessitado na África, em oposição, um garoto que acredita que alguns seres "cruéis" mereçam certas punições. Entretanto, o mais interessante no roteiro, são as situações-limites que cada personagem acaba se deparando no decorrer da trama, aquelas situações do tipo "o que você faria?", como quando o pai dá a cara a tapa para ensinar o filho a não brigar. Outros pontos a se destacar são as oposições que os personagens enfrentam, o homem que é herói na África, mas não sabe lidar com sua própria vida, parece não ter controle sobre nada e o garoto que não enfrenta os conflitos com o pai mas acredita que pode salvar a vida dos outros, entre outras passagens muito bem escritas.

Como ponto negativo, é a falsa intenção de Susanne Bier tentar fazer de seu filme uma obra política que trata de problemas como o dos refugiados no continente africano, quando na verdade a obra é um drama familiar, que fala sobre os conflitos entre seus membros. Parece que ela não acreditava no potencial de sua própria criação e tenta inserir uma realidade cruel para provar sua seriedade e seu compromisso com a sociedade. Se por outro lado, sua intenção era fazer uma comparação entre os dois mundos, o dos africanos com o dos dinamarqueses, não colou também. Sim, era necessário nos mostrar o papel de Anton naquele local, mas não fazer destas cenas algo constante no filme, que sempre quando surgem, parecem algo deslocado, perdidas no roteiro.

Tudo acontece como se a intenção era fazer algo intenso, o que falha, simplesmente não consegui me emocionar com nenhuma história mostrada, isso porque sou um grande admirador desses dramas familiares, alguns atores surgem em cena e não demonstram nenhum sentimento, não há sequer um grande diálogo que merecesse destaque e que fizesse alguma reflexão mais profunda. O filme termina no estilo novela das oito, tudo se resolve e tudo o que resta é um sentimento de completo vazio, de uma trama promissora que termina de forma raza. Uma obra bem dirigida, boa fotografia, entre os atores destaco somente Trine Dylholm, a única que pareceu querer transmitir algum sentimento real. Não mereceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, faltou força para demonstrar toda essa intensidade que o roteiro pretendia passar.

NOTA: 6


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Crítica: Se Enlouquecer Não Se Apaixone (It's Kind Of a Funny Story, 2010)


Nem todos os filmes que são feitos surgem nos cinemas, as distribuidoras que não apostam em certos projetos simplesmente os ignoram e os lançam diretamente nas locadoras, ou seja, por muitas vezes filmes de qualidade são pouco prestigiados enquanto uma sequência de porcarias chegam as salas de cinema. "Se Enlouquecer Não Se Apaixone" é um desses projetos, de grande qualidade mas que são ignorados, infelizmente!

por Fernando Labanca

Dirigido pela dupla Anna Boden e Ryan Fleck, desconhecidos pelo público, o longa conta com atuações do iniciante Keir Gilchrist, da bela Emma Roberts e do comediante Zack Galifianakis, sua presença, aliás, responde a criação do [patético] título nacional "Se Enlouquecer Não se Apaixone", uma versão de "Se Beber Não Case", como última e frustrante forma de tentar vender o filme. Baseado no obra de Ned Vizzini, "It's Kind of a Funny Story".

Na trama, conhecemos Craig (Keir Gilchrist), um jovem de 16 anos que compreendeu que não se encaixa neste mundo, para resolver todos seus problemas, porque jovens acreditam ter muitos problemas, resolve cometer um suicídio, mas falha. Percebendo que precisava urgentemente de ajuda, vai atrás de uma clínica psiquiátrica, lá descobre que não havia alas que o separariam dos mais adultos, logo, conviveria com pessoas de todas as idades e dos mais diversos conflitos mentais, e num curto período de tempo, ao ver a situação daquela gente entende que o que passava em sua mente nem era tão grave assim, mas já era tarde demais, teria que terminar o "programa de ajuda" e ficar naquele estranho local até o fim da semana.


O que assistimos então, nada mais é do que esta estranha, divertida e intensa semana de Craig nesta clínica, é onde ele conhece Bobby (Galifianakis), um louco muito excêntrico mas que aos poucos se torna seu grande amigo, além de conhecer a bela Noelle (Roberts), uma garota de sua idade com sérios problemas psicológicos, mas que tornará estes dias em momentos memoráveis. E em apenas alguns dias, Craig passa a compreender coisas importantes da vida, coisas que não conseguira compreender fora daquela clínica durante 16 anos.

História simples, mas eficaz. Logo nas primeiras cenas vemos que não se trata de uma obra muito convencional, contrariando por completo a nossa primeira impressão, pré concebida devido a capa e ao título. Um jovem de 16 anos cometendo suícidio é forte, mas o roteiro brilhantemente transforma este evento em algo cômico e assim vai, todas as situações que poderiam fazer deste filme um intenso melodrama, são convertidas para um clime leve, gostoso de ver, misturado com uma pegada bem indie. Entretanto, mesmo tendo essas situações amenizadas pelo humor e sutileza do roteiro, não impede de vermos frases de impacto e cenas com algumas reflexões bem válidas para a vida. Mas esta sutileza, por outro lado, acaba criando algumas limitações que por vezes geram superficialidade, como é caso da relação de Craig com seus pais, que agem naturalmente quando se deparam com as estranhas atitudes do filho.

É interessante analizar também, como as personagens vão sendo construídas e vão evoluindo numa história que dura poucos dias e num cenário tão limitado. Vemos as situações com os olhos de Craig e tudo o que é novidade para ele, é novidade para nós também, e nos envolvemos com todas elas, sentimos sua evolução como pessoa devido aos conselhos que recebe e as lições que aprende com esses estranhos. Sua amizade com Bobby é de uma sensibilidade muito verdadeira, e sua relação com Noelle tem aquela loucura da adolescência mesclada com uma certa ingenuidade e inocência da infância, dois seres passando por uma fase complicada de transição, aceitação do mundo e aceitação de si mesmo.

As atuações não desapontam. Keir Gilchrist é definitivamente uma ótima revelação, um ator bastante promissor que espero que seja visto mesmo o filme tendo tão pouca divulgação. Emma Roberts não faz nada de muito incrível em cena, mas convense. Zack Galifianakis depois de seus papéis mais cômicos, ele consegue emocionar, logo, surpreende. Ainda vemos outros nomes como a sempre ótima Viola Davis e Lauren Grahan.

Um bom filme, com bons atores em cena, história bastante objetiva, roteiro bem desenvolvido, e uma trilha sonora bem indie que não decepciona aqueles que curtem o estilo, e graças a todos estes elementos, presenciamos belas cenas muito bem dirigidas. Vale muito a pena arriscar, mesmo que não tenha com quem comentar depois, mas se você é daqueles que curte ir um pouco contra a maré, se jogue nesta obra, original, por vezes limitada, mas ainda assim um projeto interessante. Ah! E não se deixe enganar pelo título nacional.

NOTA: 8



sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Os Melhores da Década - Suspense/Terror


Voltando com os especiais "Melhores da Década", desta vez o foco são os filmes de terror/ suspense, não que sejam um único estilo, mas sei que não farei dos melhores suspenses da década, até porque é um gênero complicado de definir e escolher, e todo terror tem lá sua dose de suspense, então vamos lá!

por Fernando Labanca

Analisando tudo o que ocorreu nestes últimos dez anos, realmente não é fácil selecionar os melhores, ainda assim tenho que admitir que foram lançadas muitas porcarias nos cinemas, e no meio de tanta coisa ruim, tentei encontrar aquelas obras que valeram a pena ver, não só porque deram sustus, mas porque eram simplesmente, bons filmes. Aliás, muitos veem grandes filmes de terror, como aqueles que assustam mais, como aqueles que dão mais medo, nunca acreditei nisto, claro que é sempre bom levar alguns sustos, mas o essencial é ter uma boa história, um propósito maior do que simplesmente impedir as pessoas de dormirem, ter bons atores também conta e muito, não deve ser fácil fazer um filme do gênero, é muito fácil fazer um longa de terror e falhar, isso ocorreu e muito dentre esses anos, mas vale relembrar o que houve de bom, seja uma boa direção, um bom elenco, um bom roteiro com boas sacadas.

Infelizmente nos últimos anos, terror acabou sendo assimilado com filmes nojentos, quanto mais sangue, melhor! Jogos Mortais e suas inúmeras sequências estão aí pra provar. Torturas e mais torturas, não, definitivamente, isto não é terror! Falando em Jogos Mortais, a década também fora marcada por sequências desnecessárias, como "Premonição" (que chegou no 5 recentemente), o retorno de Freddy Krueger, Jason e Michael Meyers, que não fizeram nada de qualidade, retornaram por dinheiro mesmo e falharam. Até mesmo "O Exorcista" teve sequência! Refilmagens também tiveram grande peso, mas nada inovaram, como "O Massacre da Serra Elétrica", "Viagem Maldita", "A Profecia", "Horror em Amityville" e "Madrugada dos Mortos" também houve casos como "O Chamado" e "O Grito", refilmagem de filmes japoneses, que aliás, houveram muitos. Algo que virou "modinha" também foram os falsos documentários como "REC" e "Atividade Paranormal", que fizeram bastante sucesso.

Menções honrosas: Abismo do Medo (2005), O Amigo Oculto (2005), Arrasta-me Para o Inferno (2009), Jogos Mortais (2004)

vamos ao TOP 15....


15º. O Quarto do Pânico (Panic Room, 2002)
de David Fincher / EUA


Jodie Foster encara a mãe superprotetora de Kristen Stewart neste grande projeto de David Fincher. As duas, recém chegadas em uma mansão, com inúmeros cômodos e um quarto do pânico, com portas blindadas e segurança máxima, feito para situações de perigo, o que elas não esperavam é que teriam que usá-lo não muito tempo depois da mudança, logo que a casa é invadida por três homens. Poderia ser um filme bem simples, mas o roteiro bastante original nos surpreende a cada minuto, onde vários acontecimentos inesperados surgem, reviravoltas e boas sacadas, com direito a cenas finais de tirar o fôlego! Também vale pela ótima atuação de Foster, vemos ainda boas performances de Kristen Stewart, Forrest Whitaker e Jared Leto, além, é claro, da ótima direção de Fincher, que aliás, não chega a ser tão impactante quanto seus outros projetos, mas ainda assim é um ótimo filme.



14º. Sinais (Signs, 2002)
de M.Night Shyamalan / EUA


Bom, sou um fã admitido de Shyamalan, sei que nem sempre ele acerta por completo, mas quando ele acerta, faz filmes memoráveis, é o caso de "Sinais". Também confesso que gosto de Et's, não sei porque, mas esta temática sempre me chama a atenção e quando bem pensada gera bons projetos, e este filme sem sombra de dúvida foi o que mais gostei! Vemos Graham (Mel Gibson), um homem desacreditado na vida que perdera a esposa, tem a difícil missão de cuidar dos filhos pequenos, por sorte, conta sempre com a ajuda de seu irmão, Merrill (Joaquin Phoenix). Até que estranhas imagens, misteriosamente, começam a surgir em sua plantação, formando símbolos, não muito tempo depois, percebem que não estão sózinhos naquele lugar. Surpreendente, um suspense fantástico que prende a atenção desde os primeiros minutos, um roteiro esperto que sabe guiar o mistério. "Sinais" tem uma ótima história e usando a premissa "nada acontece por acaso, tudo tem um propósito maior" o filme atinge momentos de inteligência, enfim, ótimas sacadas, final incrível, e vale destacar as atuações de Mel Gibson e Joaquin Phoenix, digna de palmas.



13º. Na Companhia do Medo (Gothika, 2003)
de Matthieu Kassovitz / EUA


Um daqueles filmes que você lê a sinopse, vê a capa, e finge que não vê, que poucas pessoas viram e poucas comentaram sobre. Chegou do nada nos cinemas e logo fora esquecido, o que é uma pena, trata-se de um ótimo filme de terror. Halle Berry vive uma psiquiatra que depois de um incidente certa noite, perde a consciência e quando acorda, descobre estar internada como deficiente mental exatamente onde trabalhava, sem saber o que houve e o porquê de estar ali. Até que descobre que matou seu próprio marido e o pior, está sendo perseguida por espíritos do mal nos corredores da clínica que tentam de alguma forma se comunicar com ela. Incrível, a história prende bastante a atenção, há ótimos personagens, e os acontecimentos são surpreendentes, cheios de bom suspense e inteligência. O filme ainda conta com coadjuvantes de peso como Robert Downey Jr. e Penélope Cruz. Ah! E o final é ótimo, grande sacada!



12º. Extermínio 2 (28 Weeks Later, 2007)
de Juan Carlos Fresnadillo / Inglaterra


Grande terror britânico, que mistura ficção ciêntífica e drama, continuação do aclamado filme de Danny Boyle de 2002. Como o título original já diz, a história se passa 28 semanas depois dos acontecimentos do primeiro, onde um vírus se espalha, transformando as pessoas em terríveis zumbís sedentos por sangue. Aqui, o caos se acalma, os sobreviventes são levados para um distrito, construído pelo governo afim de restaurar a vida e paz no local, é neste evento que uma família se reúne novamente, o pai (Robert Carlyle) e seus dois filhos, o problema que sua esposa fora assassinada pelos zumbís e ele permitiu tal acontecimento, vivendo assim assombrado de culpa e levando consigo o vírus, que aos poucos vai tomando conta dele e o transformando num monstro e graçás a sua presença, o caos retorna. Os dois irmãos fogem pela sobrevivência, é onde encontram um grupo de sobreviventes tentando escapar do distrito. Não é tão bom quanto o primeiro, mas ainda assim é uma obra fantástica, a direção é primorosa, a maneira como Fresnadillo captura as imagens é genial, as cenas de fuga, de ação, são feitas com extremo capricho, ajudado pela ótima maquiagem, trilha sonora e a bela fotografia. Um filme de terror completo, capaz de assustar e nos envolver com uma ótima história. O "Extermínio 2" também conta com Rose Byrne e Jeremy Renner no elenco.



11º. Espíritos - A Morte Está ao Seu Lado (Shutter, 2004)
de Banjong Pisanthanakun, Parkpoom Wongpoom / Tailândia


Um casal de fotógrafos atropelam um pedestre e fogem, ignorando tal acontecimento, tentam retomar suas vidas, até que percebem que isso não seria tão fácil, logo que estranhas figuras passam a surgir em suas fotos, é então que vão atrás de estudos que revelam tal fenômeno, descobrindo então que se trata de espíritos tentando algum contato. Paralelamente, alguns de seus amigos passam a morrer misteriosamente. Na mesma linha de "O Grito", fora lançado justamente quando o terror oriental fazia sucesso, o grande diferencial deste é que ele é bom. Uma história básica, mas consegue chegar ao seu objetivo: assustar, um dos poucos filmes de terror que realmente deu medo nesta década, o que dizer de seu final? Além de surpreendente, de deixar qualquer um de boca aberta, ele trás um final extremamente assustador, de ficar na memória durante muitos dias. Enfim, espíritos é um tema muito tratado em filmes do gênero, mas poucos conseguiram alcançar tal êxito.



10º. Identidade (Identity, 2003)
de James Mangold / EUA


Uma pequena obra-prima do cinema norte-americano, um terror psicológico cheio de bons diálogos, cenas de tirar o fôlego e uma riqueza de detalhes para ninguém por defeito. Devido a uma forte tempestade, várias pessoas são obrigadas a se instalarem em um hotel de beira de estrada, pessoas de vários cantos, cada um com sua personalidade, tudo vai bem até a chegada de um policial (Ray Liotta) e um prisioneiro que estraga a paz do local, piora ainda mais quando este suposto assassino desaparece, não muito tempo depois, cada pessoa ali hospedada vai sendo assassinada, é quando todos percebem estarem presos e passam a questionar sobre suas vidas e o que há de comum entre eles, logo que aquele encontro não se tratava de uma mera surpresa do destino. O longa conta astros como John Cusack, a belíssima Amanda Peet, além de Clea DuVall e Alfred Molina. Filme para se ver mais de uma vez, é complexo, cheio de detalhes, seu final deixa dúvidas, mas depois de algumas reflexões passa a fazer sentido. O cinema utilizando seu melhor recurso, a reflexão, poucos filmes do gênero ousaram fugir da linha de conforto, da linha do aceitável pelo público, James Mangold mandou muito bem neste poderoso projeto.



09º. Jogos Mortais II (Jigsaw 2)
de Darren Lynn Bousman / EUA



Cheguei a comentar na introdução a minha frustração pelas continuações desnecessárias, sim, Jogos Mortais faz parte deste grupo, mas antes de se tornar filme pra vender descaradamente, houve um momento de inteligência, isto se resume ao primeiro e segundo filme, muitos indicam o primeiro como o melhor, mas sempre vi a segunda parte como o ápice da saga. Fiquei muito tempo parado sentado no sofá ao término do filme, tentando compreender o que eu acabava de ver, não acreditava, não só pelo grandioso final, mas pelo filme inteiro mesmo, me surpreendeu e muito, mais do que eu esperava. O longa mostra mais um jogo de Jigsaw, o assassino dos enigmas afim de mostrar o valor a vida a suas vitimas, desta vez, o plano é muito maior, ele reúne várias pessoas numa casa, com veneno e elas só precisariam do antídoto para sobreviverem, o problema é que para isso, talvez elas tivessem que matar umas as outras. Enquanto isso, um policial e pai ausente que investiga o caso, descobre que seu filho está no meio daquelas pessoas. Um ótimo terror, cheio de reviravoltas, há aqueles momentos de tortura e agonia, característica da saga, mas há inteligência, ótimas sacadas e mais uma vez, um dos melhores finais do gênero nesta década.



08º. A Órfã (Orphan, 2009)
de Jaume Collet-Serra / Canadá, França, Alemanha, EUA


Um casal vivido por Vera Farmiga e Peter Sarsgaard vai atrás de uma criança para adotar, logo que perderam um filho recentemente (e devido a isso a esposa visita uma psicóloga frequentemente). Sendo um filme de terror, já dá até pra imaginar o que aconteceria, sim, a menina adotada vira a vida da família num inferno, tem atitudes estranhas e mortes misteriosas começam a apontá-la como a assassina, o pior era que a única pessoa que enxergava isso era a "mãe" que era acusada de ter recentes problemas mentais. É um daqueles filmes que desde o início apontam para o óbvio, é então que vem a surpresa e o transformam num dos melhores da década neste gênero, não só o final fantástico e super original, mas toda uma série de acontecimentos antes dele, além de interessantes, nos fazem sentir medo, agonia, e muita raiva, desta incrível personagem chamada Esther, a órfã. Me surpreendeu pois achei que seria mais do mesmo, mas não, é uma obra de terror bem feita, roteiro bem desenvolvido e muito bem finalizado, destaque para perfeita performance de Vera Farmiga.



07º. [REC] ([REC], 2007)
de Jaume Belagueró e Paco Plaza / Espanha


Ángela Vidal é uma repórter de um programa de variedades da madrugada, eis que em certa matéria, ela mostra a rotina dos bombeiros, o que ela não esperava é que eles entram em ação quando em um apartamento, vizinhos se assustam com os gritos de uma mulher, é então, que essa se mostra diferente de um ser normal, uma espécie de zumbi capaz de matar violentamente por sangue, até que todos percebem que era contagioso, e logo os moradores do local passam a se transformar em estranhas e medonhas figuras, não demorando muito até que o apartamento ficasse em quarentena, deixando os sobreviventes presos, inclusive Ángela e seu inseparável cinegrafista. Uma surpresa, uma grata surpresa. Ninguém havia comentado, ninguém esperava que esta obra chegaria, ficou conhecido por boca-a-boca quando chegou tímido aos cinemas e não demorou muito para ser aclamado. Um dos poucos filmes que me fizeram sentir medo de verdade, um dos poucos que fez fechar os olhos para não ver. A história é básica, mas o modo como ela é guiada é fantástica, nos prende facilmente, as cenas são repletas de bons sustos, e os personagens são bem desenvolvidos, caso raro no gênero. Um filme que marcou o terror nesta década, não poderia ter ficado de fora.



06º. O Orfanato (El Orfanato, 2007)
de Juan Antonio Bayona/ México, Espanha


Conhecemos Laura (Belén Rueda) que retorna 30 anos depois ao orfanato no qual foi criada afim de restaurá-lo, ao lado do marido e de seu pequeno filho, mas ao retornar fortes lembranças voltam a sua mente ao mesmo tempo em que seu filho passa a criar amigos imaginários e a ter estranhas atitudes, é então que ela percebe que o local ainda é habitado. Visualmente belo, "O Orfanato" mostra o poder do cinema mexicano, tem uma história poderosa, cheia de bons detalhes e um final surpreendente, é repleto de boas cenas e sabe lidar tanto com o suspense que é bem amarrado, quanto ao drama que nos emociona. Um filme fantástico que me pegou de surpresa e olhando para trás vejo com toda a certeza de ser um dos melhores que surgiu.


05º. O Hospedeiro (Gwoemul, 2006)
de Bong Joon-Ho / Japão, Coréia do Sul


Mais uma surpresa no gênero foi "O Hospedeiro", filme japonês que possui uma interessante história, ótimos personagens e até mesmo bons efeitos especiais. Pesquisadores norte-americanos acabam descartando certo material tóxico num lago. Neste mesmo lago, surge um terrível monstro decidido a botar o terror, neste local, trabalhava uma família, onde um irresponsável pai acaba perdendo de vista sua filha no momento do ataque, nisso, o governo depois de pesquisas descobre que o monstro é na verdade um hospedeiro de um vírus contagioso, é quando que a família, o avô, o pai e seus dois irmãos, passa a ser seguida para permanecerem em quarentena logo que tiveram contato com a criatura, mas eles decidem fugir até mesmo para reencontrarem e menina perdida. Uma ficção ciêntífica bem elaborada, de deixar qualquer obra norte-americana humilhada, rende bons sustos, mas aqui a história é o grande destaque e a maneira como ela é guiada e a meneira como estes grandes personagens vão sendo desenvolvidos, elementos raros no gênero. Uma obra que sabe usar do bom humor para ser irônica e bastante crítica, nos faz acreditar no inacreditável durante os minutos de projeção, isso graçás ao realismo como a trama é tratada. Enfim, um filme de terror que não surpreende pelo grande filnal, mas sim pela sua qualidade.



04º. A Vila (The Village, 2004)
de M.Night Shyamalan/ EUA


Uma vila perdida no tempo, pessoas que vivem com medo e moram cercadas por um bosque no qual os mais velhos fazem questão de espalhar certas lendas, como o fato daquele bosque ter a presença de cristuras do mal, criaturas cujo o nome não deve ser pronunciado, local onde nenhum morador deve ter a ousadia de atravessá-lo. Até que após um acidente, causando ferimento em dos moradores, Ivy (Bryce Dallas Howard) que era apaixonada por ele, decide enfrentar o medo de todos e atravessar a floresta para buscar remédios na cidade além do limite da vila, o problema era que ela era cega, mas seu amor fala mais alto. Enfim, muitos não compreenderam a obra de Shyamalan, muitos, aliás, detestam, mas sempre o vi como uma obra grandiosa, o melhor trabalho do diretor depois de "O Sexto Sentido", emocionante, inteligente, ousado, com um final incrível que foge dos padrões e daquilo que as pessoas esperam de um filme de terror. Um filme que soube como poucos revelar a verdadeira sociedade norte-americana, aquela que vive com medo e aquela que não aceita os que vem de fora e finge não ver o que há além de seus limites. Destaque para as incríveis atuações de Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix e Adrien Brody, além é claro, da mente de Shyamalan que dirigiu e escreveu esse belíssimo filme.



03º Extermínio (28 Days Later, 2002)
de Danny Boyle / Inglaterra



Um grupo de ativistas liberam macacos que estavam sendo usados para uma pesquisa, o problema era que eles estavam infectados. 28 dias depois, Jim (Cillian Murphy) acorda em um hospital e o vê cercado do extremo vazio, levanta e anda pelas ruas e já não mais vê vida, é quando que é perseguido por seres sedentos por sangue, mas é salvo por dois estranhos, mas logo um deles morre e assim, Jim e a outra sobrevivente, Selena (Naomi Harris) continuam fugindo atrás de comida e outros sobreviventes, é então que encontram um pai e uma filha e juntos passam a migrar de lugar a lugar tentando se salvar desses zumbís, ao mesmo tempo em que descobrem sentimentos perdidos, como o amor, confiança e a sensação de ter uma família. Realmente tudo o que ocorre em "Extermínio" é uma grata surpresa, não esperava ver o que vi, acreditava que se tratava de mais um filme de zumbí, mas não, é definitivamente o melhor deles que houve nesta década, o filme não perde tempo nos mostrando sangue e mais sangue, tiros e perseguições descenessárias, Danny Boyle inova, cria um ambiente apocalíptico, mas se prende mais nos personagens e isso é o que houve de melhor, em como os personagens vão crescendo na trama, a busca deles por manter a dignidade, e nisso, há momentos emocionantes e diálogos memoráveis. Um filme marcante, uma obra fantástica, terror indie de poucos recursos, mas com idéias geniais, um dos melhores momentos de Danny Boyle nos cinemas.



02º. O Nevoeiro (The Mist, 2007)
de Frank Darabont/ EUA


Uma forte tempestade cai sobre uma cidade, fazendo com que David (Thomas Jane) decida fazer compras num mercado para deixar de estoque, levando seu pequeno filho consigo. Entretanto, muitas pessoas tiveram a mesma idéia, todos amendrontados com o ocorrido, até que surge um indivíduo sangrando e aterrorizado dizendo para fecharem as portas pois havia algo de errado do lado de fora, não demorando muito para alguns homens, inclusive David descobrirem que se tratava de uma enorme criatura capaz de matar, eles tentam convenser as pessoas de que se havia algo inimaginável, porém os moradores acabam que tomando atitudes extremas, e o medo e a insegurança os leva até o limite, vão perdendo aos poucos a humanismo, vão se degradando, e provam que o maior perigo estava dentro e não mais fora do mercado. "O Nevoeiro" fora baseado na obra de Stephen King e mostra não só uma das melhores adaptações vindas de um livro do autor, como um dos melhores terror desta década, é simplesmente genial, Frank Darabont soube criar um bom suspense, nos prende a atenção, o filme é tenso, e no fim nos surpreende com seu final denso e ousado, como poucos filmes ousaram chegar. Maravilhoso, bem feito, personagens muito bem escritos e atuações convincentes. Uma obra memorável.



1º. Os Outros (The Others, 2001)
de Alejandro Amenábar/ Espanha, França, EUA

Enfim, o primeiro lugar! Não podia ser outro, todos que estão na lista são incríveis, mas este vai além. "Os Outros" foi o único, acredito eu, que soube utilizar do há de melhor no terror, nos amedronta de verdade, sentimos medo, levamos sustos, há toda uma elaboração de um clima denso, pesado, sentimos medo de pequenos detalhes, como o andar de uma personagem, um olhar, o cenário também ajuda bastante para o clima, além da iluminação, trilha sonora e até mesmo da maquiagem, ao mesmo tempo em que se utiliza desses bons recursos, ele nos envolve numa trama inteligente e que nos faz pensar, não é entretenimento barato. Em outras palavras, um filme completo.

Conhecemos Grace que vivia num casarão com seus dois filhos na época da 2ª Guerra Mundial, certa dia acorda como se despertasse de um terrível pesadelo, é então que recebe a visita de três estranhos e logo ela se recorda serem os novos empregados da casa, porém, a vida naquele lugar havia regras: não poderiam abrir as cortinas devido a alergia de seus filhos a luz e não poderiam sair de um cômodo sem antes trancar as portas. Neste mesmo lugar, Anne, a filha de Grace passa a conversar com seres que só ela era capaz de ver, causando medo na família, e a partir de estranhos acontecimentos, eles passam a ter a certeza de aquela casa estava sendo habitada por outras pessoas.

Genial, uma história inteligente, que nos prende, nos envolve, há um verdadeiro terror, vi várias vezes e até hoje sinto medo, mesmo já sabendo de seu final, e a cada vez vejo algum detalhe que havia perdido. Nicole Kidman está fantástica, sem sua incrível performance o filme não alcançaria a perfeição, além dos coadjuvantes muito bem cena, inclusive dos pequenos atores. Tudo funciona bem em "Os Outros", trabalho de gênio. Uma obra marcante, cheia de boas cenas e um final surpreendente, talvez, um dos melhores desta década. Enfim, vale a pena ser conferido, pois ao meu ver, é o terror da década, em seu melhor estilo, o obra que marca o gênero nesses últimos 10 anos!

[Os Melhores da Década - Comédia Romântica]
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