domingo, 26 de julho de 2009

Crítica: Harry Potter e o Enigma do Príncipe (Harry Potter and the Half-Blood Prince, 2009)


Harry Potter retorna, junto com seus amigos, ao sexto ano em Hogwarts, e no cinema, a saga chega a reta final, sem perder o estilo construído há 8 anos atrás.

por Fernando

Harry Potter (Daniel Radcliffe) cresce e passa a se comportar de maneira diferente, aceitando seu destino, como o eleito, como aquele que pode derrotar o temido Voldemort. O mundo já não é mais o mesmo, o medo está tomando conta não só no mundo dos bruxos, mas também no mundo dos humanos, os Comensais da Morte estão a solta, destruindo e botando terror em tudo o que veem pela frente. E para isso, Dumbledore toma uma grande decisão, trazer o antido professor de poções mágicas, Horácio Slughorn (Jim Broadbent) de volta para Hogwarts.

Dumbledore (Michael Gambon) procura Harry Potter e pede para que ele se aproxime do experiente professor, pois só ele pode descobrir o modo como destruir Voldemort. Dumbledore mostra a Harry uma sala que contém todas as mais importantes memórias de Tom Ridle, mas há somente uma, a mais crucial de todas em que foi perdida, uma lembrança que pertence somente a Slughorn, onde há a grande revelação, de como Voldemort se tornou imortal. Para isso, Harry Potter, juntamente com Hermione (Emma Watson) e Ronny Weasley (Rupert Grint), passa a participar das novas aulas de poções mágicas de Slughorn, e nessas aulas, Potter acaba encontrando um livro de magias, igual ao que todos ganharam, com um diferencial, há "colas", rasuras, explicações fáceis sobre tudo e é assinado por Príncipe Mestiço, Harry fica fascinado pela descoberta e passa a se destacar facilmente nas aulas do professor.

Enquanto isso, Draco Malfoy segue cada vez mais para o lado negro das forças, enquanto Harry é o eleito, Malfoy segue seu destino de Comensal da Morte. Ele passa a ter alguns problemas familiares e tem a ajuda de Bellatrix (Helena Bonham Carter) que vai atrás de Severo Snape (Alan Rickman) para fazer um pacto com a mãe de Malfoy, Narcisa (Helen McCrory), de que ele ajudaria acima de qualquer dificuldade o jovem, que livraria ele de qualquer mal, e se por ventura, Malfoy fizesse o mal, Snape tomaria a responsabilidade e o faria ele mesmo.


Mas nem tudo é terror, em Hogwarts, enquanto os jovens tentam desvendar os mistérios que o cercam, seus hormônios estão a flor da pele, Ronny entra para o quadribol, chamando a atenção da mulherada, chateando Hermione, que se surpreende por ele nunca enxergar quem realmente ama ele, de verdade. Enquanto isso, Harry tenta de qualquer forma esconder seus sentimentos por Gina Weasley (Bonnie Wright) que cresce e passa a paquerar os garotos de Hogwarts, deixando Harry com ciúmes. Ele, por sua vez, tenta se concentrar em Slughorn, mas impedir de que todos saibam o que ele realmente sente por Gina fica cada vez mais difícil.

Aventuras, emoção, romance. Tem de tudo no novo filme de David Yates, que como diretor, faz um trabalho exemplar. Harry Potter, pode se dizer, que foi o filme mais aguardado do ano, logo que reuniu legiões de fans em todo o mundo, graças ao sucesso dos livros, mas também graças ao grande trabalho cinematográfico que foi feito em cima das histórias de J.K Rowling.

Yates, constrói um belo filme, com espertas movimentações de câmeras, e um ritmo interessante, lento, mas interessante. Os efeitos especiais são excelentes, muito bem trabalhados, mas infelizmente, pouco explorados. As cenas de ação e aventura são poucas, não empolgando o quanto era esperado, a maioria das cenas são mais lentas, deixando o filme com a sensação de longo demais, pois acontecem poucas coisas no longo tempo de projeção. E quando surge uma grande cena, alcançando o auge da emoção e adrenalina, a próxima surge, lenta e cansativa, destruindo o que fora feito na cena anterior, fazendo com que não haja um clímax, um grande momento.


O Enigma do Príncipe é um bom filme, tem ótimos efeitos especiais, fotografia belíssima, cenários encantadores, trilha sonora empolgante, tudo muito bem dirigido nas mãos de Yates, é de dar gosto estar sentado na sala de cinema a apreciar tudo o que há de belo exposto no filme. O sexto episódio, em algumas passagens, chega a ser um dos melhores da saga, é sem sombra de dúvida, o mais engraçado, o mais divertido e claro, o mais romântico, dando bastante espaço para as personagens em si, e não tanto para as magias e efeitos visuais. Por outro lado, falha como todos os anteriores, é bem melhor que A Ordem da Fênix, mas repete seu mesmo erro, não deixa de ser um filme de passagem, uma passagem para o final, uma ponte entre o que já foi feito e o desfecho. Harry Potter foi uma saga belíssima, mas já estamos no sexto filme, e se pararmos para pensar, pouca coisa ocorreu, os filmes costumam ser longos mas com poucas ações, poucas histórias. E O Enigma do Príncipe não foge disso, é ótimo, mas falta muita coisa. O filme acaba, e sentimos satisfeitos, mas não deslumbrados, pois sentimos que faltou algo, e faltou mais o que contar. Como sempre, o filme nos enrola a projeção inteira, para colocar as grandes emoções para o final, e decepcionam, pois mostram batalhas sem graças, sem ação, sem clímax. E nesse caso, nem há batalha, há alguns efeitos (ótimos), mas passam rápido e nem nos empolgamos. Talvez esse último se difere, por não deixar as grandes emoções somente para o final, durante a projeção, há algumas perseguições, no entanto, logo no ínicio já vimos grandes destruições, e ainda há algumas histórias interessantes, mas nada tão inovador, nada do que deveria ser, deveria ter sido algo muito, muito maior, já estamos no sexto filme, não queremos mais aulas de poções mágicas e conversas sobre o passado, queremos ver ação e um roteiro incrível, digno de sexto filme da saga de maior sucesso dos últimos anos.

Os atores estão melhores, o trio principal cresceu, fisicamente, mas também na questão de atuação, até Daniel Radcliffe conseguiu divertir nesse filme. Mas o grande destaque fica por Jim Broadbent, que surge no papel de Horácio Slughorn, excelente, muito divertido, engraçado, carismático, e rouba todas as cenas em que está presente, perfeito. O resto dos atores, como sempre ótimos, Alan Rickman como o severo, Severo Snape, e Helena Bonham Carter, que infelizmente, pouco mostrada no filme, mas dá a Bellatrix uma loucura interessante, se encaixa perfeitamente nesse mundo gótico de Harry Potter. Outro que cresce, é Tom Felton, o Draco Malfoy, sua personagem cresce na trama, assim como a ator em si. Bonnie Wright tem bem mais destaque como Gina, mas ela é completamente inexpressiva, faltando emoção nas cenas românticas, aliás, que deveriam ter sido românticas, ao lado de Radcliffe. Outra personagem, é a original Luna, interpretada por Evanna Lynch, mais uma vez dando o carisma e estranheza necessária para a jovem bruxa.

Harry Potter e o Enigma do Príncipe tem seus defeitos e muitos, não sei avaliar como adaptação, mas como filme, é belo e divertido. Tem inúmeras qualidades, mas poderia ter sido muito melhor, logo que repetiu os erros dos filmes anteriores, mostrando que a projeção nunca evolui, construindo uma saga linear. Porém, numa época onde o cinema prefere colocar efeitos especiais de cegar os olhos se esquecendo de colocar boas histórias, Harry Potter ganha mais um ponto por preferir estender sua duração para colocar conteúdo, do que encher a tela de efeitos desnecessários para arrecadar mais dinheiro e conseguir mais fans.

NOTA: 8

sábado, 25 de julho de 2009

Crítica: A Proposta (The Proposal, 2009)


Sandra Bullock retorna em mais um filme de comédia, porém, mais uma vez, a atriz acerta, e ao lado de Ryan Reynolds, fazem de A Proposta uma das melhores comédia românticas do ano.


por Fernando

No filme, Sandra Bullock interpreta Margaret Tate, uma poderosa, autoconfiante, perfeccionista e arrogante editora de livros em Nova York. Ela trabalha duro para alcançar seus objetivos dentro da empresa, mesmo que isso signifique ter que pisar em cima de todos ao seu redor, humilhá-los na frente de muitos e demitir outros para não perder a pose de diretora eficaz. Para isso, há três anos ela conta com a ajuda de Andrew Paxton (Ryan Reynolds), seu secretário, que anota seus recados e faz de tudo para ser reconhecido no trabalho. Andrew é o típico bom rapaz, que ama a família e sonha em conseguir publicar seu livro e assim, subir de carreira, mesmo que isso signifique ter que aturar a pior das piores chefes, que o atormenta todos os dias.

A confusão começa quando, Margarett recebe a desagradável notícia de que será deportada para o Canadá, seu país de origem, pois está ilegalmente vivendo nos Estados Unidos, e isso, para ela, é o fim de tudo, fim de sua carreira, de tudo o que ela "plantou" no novo país. Para resolver seu probleminha, ela repentinamente revela para o oficial de imigração que vai se casar com um americano em breve, o que a torna legalmente uma americana, no entanto, o felizardo nada mais é do que seu auxiliar, Andrew, que chocado, não consegue reagir diante da notícia surpreendente de que vai se casar com a pessoa mais detestável. Ele aceita ajudá-la a ficar no país, se casando com ela, porém, ele impõe algumas condições, de que ela o ajudaria, publicando seu livro e lhe dando uma promoção no trabalho, proposta aceita, o jogo começa.

Entretanto, nada vai ser tão fácil assim, Margaret terá que provar que vai realmente se casar com ele, e mais que isso, terá que provar que tem um relacionamento verdadeiro e estável com Andrew, caso contrário, fora do país. Para isso, Margaret tem a idéia de viajar com o "noivo" para um final de semana com a família dele, o que ela não imaginava, é que a adorável família Paxton vive no Alasca. Agora os dois precisam viajar para provar para todos na família dele que eles se amam de verdade, logo que serão eles quem darão os depoimentos para a polícia. Em sua família, vemos uma mãe adorável e sua avó, um tanto quanto, pervertida e cheia de surpresas, e um pai distante que tem problemas com Andrew, principalmente quando recebe a notícia de que seu filho vai se casar, e acredita que ele está usando a chefe para subir de cargo na empresa. Andrew, por sua vez, tenta resolver seus conflitos com ele, ao mesmo tempo que reencontra com uma antiga namorada, a bela Gertrude (Malin Akerman), e ao mesmo tempo, tenta provar para todos que ama Margaret, que tem uma certa dificuldade em aceitar sua nova realidade, logo que ela é acostumada com a vida corrida da cidade. Margaret também terá esses dias para descobrir o máximo que puder sobre ele, pois mesmo depois de tanto tempo trabalhando ao lado dele não sabe nada sobre sua vida. E nesse lugar tão distante, ela acaba vivendo a mais inusitada aventura de sua vida que se resume ao trabalho, trancada no escritório. E nesse período, Margaret descobre um novo Andrew, sua passado, suas angustias, seus medos, seus maiores conflitos, e descobre que há uma alma dentro de cada terno que vê no seu dia-a-dia.

Andrew e Margaret anunciam a todos que vão se casar, a família fica surpresa pelas coisas estarem indo tão depressa, mas aceitam, e optam por eles se casarem ali mesmo, na capela da cidadizinha onde moram, e fazem todos os preparativos, e a durona Margaret se surpreende com a atitude da família de ajudar em todas as situações, aliás, ela percebe que havia esquecido o que isso significava. E mentir para todos eles acaba ficando cada vez mais difícil para ambos.

A Proposta é simplesmente hilário, do começo ao fim. O casal se coloca em uma situação tão cômica que diverte facilmente o público. É realmente muito engraçado ver Margaret e Andrew mostrando para todos que se amam, contando todas as mentiras, como foi o dia em ele a pediu em noivado, a vida de noivados, os costumes do casal, as histórias, até quando se beijam é hilário. E mais que isso, o roteiro os coloca em situações extremamente cômicas, como a cena em que se esbarram completamente pelados no quarto dele ou quando fingem que durmiram juntos para não assustar a família. Isso, é claro, não seria tão divertido sem a presença de Sandra Bullock e Ryan Reynolds. Os dois atores estão perfeitos em seus respectivos papéis. Sandra é ótima, e mesmo que já tenha feito tantas comédias, parece nunca perder o gosto, é sempre bom vê-la em situações engraçadas, ela faz tudo ser mais engraçado do que realmente é, mas ela vai além em A Proposta, ela prova que não é humorista, é uma atriz, acima de tudo, que consegue oscilar entre uma boa cena de comédia com uma ótima cena, tanto dramática quanto romântica. Ryan Reynolds surpreende nesse filme, mostrando que consegue arrancar gragalhadas do público, trabalha muito bem na comédia, e ao lado de Bullock, os dois fazem um casal extremamente divertido e carismático na longa.

A diretora Anne Fletcher, já havia se dado bem em outra comédia romântica, em Vestida Para Casar, a diretora constrói junto com bons atores, boas cenas tanto cômicas quanto românticas. Mas ela evolui, e faz melhor em A Proposta, que acerta num gênero que está ficando cada vez mais batido, mas ela inova, construindo um filme não só divertido, mas também, original.

A Proposta é um daqueles filmes que saímos dando risada, relembrando as cenas engraçadas e com vontade de conversar com alguém para contar todas as coisas divertidas que ocorreram. Claro, o filme também não acerta em tudo, há cenas patéticas que chegam ao ridículo, mas é simplesmente impossível não dar risada, porque há uma coisa essencial em cena, Sandra Bullock, que mesmo diante do rídiculo, é realmente engraçada, aumentando o nível do filme, tudo fica engraçado com ela em cena, até mesmo as cenas patéticas que poderiam ter dado errado nas mãos de outra atriz.

Veja, mesmo que não curta comédias românticas, veja por Sandra Bullock ou por Ryan Reynolds, ou para dar risadas, mas não deixe de ver. Um filme descomprometido, divertido, não deixa de ser inteligente e muito bem dirigido em determinadas cenas, que aliás, há cenas não tão cômicas que são extremamente bem feitas, graçás, também, aos atores com performances que chamam a atenção, como a cena em que conversam a noite, deitados na cama, e ela conta sobre sua vida, sobre sua infância e no final cantam sua música predileta na juventude, excelente! Não só essa, como várias outras, atores competentes que não só nos divertem mas também nos comovem. Dinamismo, sensibilidade, originalidade e competência dos atores fazem de A Proposta a melhor opção para essas férias, o filme mais completo em cartaz (nos cinemas mais comerciais). Assista!!

NOTA: 9

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cinemateca - 100ª postagem: Especial Batman : Begins & The Dark Knight

No dia 18/07/2009, fez 1 ano que Batman - O Cavaleiro das Trevas estreou nos cinemas de todo o mundo, o maior fenômeno de bilheteria de 2008 e até agora a melhor adaptação de HQ que o cinema pôde oferecer.
Sequência de Batman Begins ( 2005 ) , O Cavaleiro das Trevas não é somente uma adaptação, é uma mistura bem balanceada de filme policial, ação e suspense de melhor qualidade.
Além disso, ainda conta com um dos melhores vilões da história recente do cinema, o insano Coringa, interpretado por Heath Ledger, que foi premiado com o Oscar póstumo de Melhor Ator Coadjuvante em 2009.
Em comemoração ao 1º ano de vida da maravilhosa empreitada de Christopher e Jonathan Nolan e também à 100ª postagem do blog, o Cinemateca apresenta:



Especial Batman : Begins & The Dark Knight

Por Bárbara





Batman Begins ( Batman Begins, 2005 ) :



Gênero: Ação

Duração: 140 min

Origem: EUA

Estúdio: Warner Bros

Direção: Christopher Nolan

Roteiro: David S. Goyer

Produção: Larry J. Franco, Benjamin Melniker, Charles Roven, Emma Thomas, Cheryl A. Tkach




Um novo começo para a franquia que acabou ridicularizada por Joel Schumacher com "Batman - Eternamente " e com o horroroso "Batman & Robin".O único filme até hoje que contou decentemente a origem do herói, desde o assassinato dos pais quando tinha 10 anos até sua viagem ao redor do mundo para entender a mente dos criminosos e o seu retorno à Gotham City,onde vestido de morcego e com um arsenal bélico e tecnológico, combate o crime.

Dirigido por Christopher Nolan ( Amnésia ) e com o roteiro escrito por David S. Goyer,Batman Begins é um filme digno de aplausos,pois conta a história nos mínimos detalhes,preferindo dar ênfase à origem do herói, ao contrário dos outros 4 filmes da franquia Batman, que preferiram a ação e os vilões que sempre ofuscavam o protagonista.

Desde o trauma e o sentimento de culpa causados pelo assassinato dos pais quando criança,as armas e aparatos tecnológicos que nos filmes de Tim Burton e Joel Schumacher apareciam num passe de mágica, o treinamento e técnicas de lutas, que também apareciam num passe de mágica nos filmes anteriores e até o porquê da fantasia de morcego,tudo tem sua devida explicação e se tornam totalmente críveis.

O longa perde o tom infantil que havia se tornado tão característico às adaptações de quadrinhos e se torna sombrio e melancólico, finalmente com um protagonista à altura.

Quanto ao elenco, nomes consagrados dão espaço aos novos talentos em ascenção e nenhum se sobrepoe ao outro,causando um equilíbrio necessário a franquia,já que nomes como Jack Nicholson e Arnold Schwarzenegger e seus respecetivos vilões roubavam a cena e tinham mais destaque do que o próprio Batman.Os intérpretes de Bruce Wayne nos filmes anteriores não fazem falta alguma, sendo que Christian Bale é o melhor intérprete até agora,transmitindo a raiva,indignação,solidão, melancolia e sede de justiça que tornaram a personagem tão marcante para os fãs de quadrinhos e , posteriormente, para os de cinema também, de forma natural.

Michael Caine passa toda a sua maturidade e sabedoria como o fiel mordomo Alfred, sendo mais do que um tutor, chegando a ser uma figura paterna de Bruce.O humor também fica por conta Alfred com alguns diálogos engraçados entre ele e Bruce,mostrando a dedicação e o afeto dele para com o patrão. Morgan Freeman é Lucius Fox, homem de confiança de Bruce nas Indústrias Wayne e quem fornece todo o material a ele para o combate ao crime, sendo todos eles protótipos de projetos militares.Morgan é sempre Morgan,mesmo como um coadjuvante de luxo,ele consegue ser marcante e sua atuação foi impecável.

Gary Oldman é o único policial que presta em Gotham, o incorruptível James Gordon, o futuro aliado de Batman no combate ao crime.Muito melhor em Begins do que na série Harry Potter, Gary passa toda a fibra moral e honestidade do policial e também sua solidão por ser o único policial honesto da cidade, com extrema competência.
Liam Neeson é o misterioso Henry Ducard ,o mentor de Bruce durante o seu treinamento junto à Liga das Sombras, é outro que dispensa comentários.Extremamente competente, ele oscila entre o bem e o mal,fazendo o espectador ficar em dúvida, se gosta dele ou se o odeia.

Katie Holmes faz o básico como a amiga de infância de Bruce e assistente da Promotoria de Gotham,Rachel Dawes.Também luta pela justiça,mas prefere usar o sistema para conseguir seus objetivos,sendo mais do que a "namoradinha do herói" que corre perigo.Cilliam Murphy é o lunático psiquiatra Jonathan Crane,que usa uma máscara e se autodenomina como Espantalho.Ele se sai bem e equilibria ganância e loucura em uma personagem interessante.
Tom Wilkinson, como o mafioso Carmine Falcone, caiu como uma luva para essa personagem,esbanjando cinismo mas ao mesmo tempo carisma.
Ken Watanabe e Hutger Hauer fazem pequenas participações como Ra's Al Ghul e Richard Earle, respectivamente.

Portanto, Batman Begins foi um ótimo recomeço para a personagem,porém derrapa em alguns momentos tais como o plano arquitetado pelo vilão, de intoxicar Gotham com uma toxina que provoca pânico e deixa a cidade descontrolada,apenas despejando a toxina no sistema de distribuição de água da cidade e usando um emissor de microondas que evapora água.

Eles despejaram a toxina na água, ligaram o emissor e ninguém teve a água evaporada de seus corpos,somente a água dos canos que foi evaporada, dispersando a droga no ar.Mas o ser humano não é feito de cerca de 70% de água?E como ninguém teve o seu corpo evaporado durante o tempo que o emissor ficou ligado?Pois é...
Entretanto, isso não diminui em nada a qualidade do longa,que finalmente retratou com fidelidade e respeito a história do herói mais sombrio dos quadrinhos.Recomendado!!!

Nota : 9



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Batman - O Cavaleiro das Trevas ( The Dark Knight, 2008 ) :


Gênero: Ação


Duração: 152 min


Origem: EUA


Estúdio: Warner Bros.


Direção: Christopher Nolan


Roteiro: Jonathan Nolan


Produção: Charles Roven, Emma Thomas, Christopher Nolan

Depois de um reinício digno para o herói,agora o vemos em ação.
Dois anos depois do surgimento de Batman, os criminosos têm muito o que temer.Batman ( Christian Bale ) plantou esperança na cidade e mais ainda quando ganha um outro aliado no combate ao crime.
Na incessante luta para vencer o crime organizado e devolver paz e tranquilidade à Gotham City,entra no jogo o promotor público Harvey Dent ( Aaron Eckhart ), denominado o Cavaleiro Branco de Gotham.

Assim ele, Batman e Tenente Gordon ( Gary Oldman ) fazem uma verdadeira limpeza na ciadade o que faz com que os mafiosos tomem um aatitude drástica: pagar uma fortuna ao lunático e desconhecido Coringa ( Heath Ledger ) para ele matar o Batman e, dessa forma, tudo voltar ao normal.

Tão louco que mal sabe sua própria história,ele causa terror e caos, para saber a verdadeira identidade do Cavaleiro das Trevas e fazer com que cidadãos de bem passem pela fronteira que separa loucura de sanidade,certo de errado e claro, pôr a cidade contra o Batman,através de violentos atentados e assassinatos do Comissário da Polícia de Gotham, da Juíza que presidiu o julgamento contra os mafiosos e posteriormente o Prefeito de Gotham, mas que não deu certo,devido a dedicação do Tenente Gordon e tinha outros nomes na lista, tais como Harvey Dent e Rachel Dawes,fazendo com que Harvey quase perca o controle.Tudo isso para que Batman se entregue.

Depois de Ra's Al Ghul ter incendiado sua mansão, Bruce Wayne se muda para uma cobertura de luxo no centro de Gotham com direito a heliporto e tudo.Mas o seu centro de operações fica em um armazém que pertence as Indústrias Wayne, onde ele guarda sua armadura e seu carro ( Tumbler ) e onde vigia todos os passos de Harvey Dent,para saber se ele realmente é confiável e também por que ele tem um envolvimento amoroso com Rachel Dawes ( Maggie Gyllenhaal ).

Se dedicando para que Gotham tenha um herói digno e que não se esconda por trás de uma máscara,Bruce acredita que Harvey é o herói que Gotham precisa, por isso o apóia e até faz uma festa para arrecadar fundos,pensando na sua aposentadoria e no dia em que Rachel ficaria com ele.

O longa tem ação de tirar o fôlego em ótimas cenas de perseguição com carrros, com a moto do Batman, que sai de dentro do Tumbler ( Bat Pod ), caminhão e com os carros-forte da Polícia de Gotham, quando Harvey Dent diz que é o Batman, numa cena de ação mais perfeita que eu já vi na minha vida.Com poucos efeitos especiais, para quem possui a Edição Especial de DVD Duplo, é possível ver cada cena de ação em construção passo-a-passo, em extras muito interessantes.


Christopher Nolan e sua equipe fazem quase tudo à mão, com dublês de corpo, pilotos e até conseguem tombar um caminhão e explodir um hospital.
Falando em hospital, outra cena memorável foi o atentado do Coringa contra o Hospital Geral de Gotham.Ele ameaçou explodir esse hospital alegando não querer mais saber a identidade do Batman, já que um funcionário da contabilidade das Indústrias Wayne descobriui que Bruce Wayne é o Batman.Em um primeiro momento,ele tenta chantageá-lo através de Lucius Fox ( Morgan Freeman ),mas ele contorna a situação.Quando o Coringa começa a matar pessoas para descobrir a identidade de Batman, ele decide fazer acabar com tudo isso, então vai à um programa de televisão dizendo que revelaria a verdadeira identidade de Batman.O retardado do Coringa liga para o programa e diz que se ele não morresse em 60 minutos, explodiria um hospital.Como ninguém matou o imbecil, o hospital foi pro saco.

Outro ponto fantástico foi a prisão do Coringa e o plano de Harvey com o Tenente Gordon ( que depois disso virou Comissário ).Fingindo ser Batman para atraí-lo e com o Comissário fingindo estar morto desde o atentado contra o prefeito de Gotham, o palhaço do crime se deixar capturar,para depois executar um plano de fuga fantástico, mas que não contarei aqui para não estragar a surpresa de quem ainda não viu o filme ( coisa bem difícil ).


Para dar um descanso ao espectador, depois de toda essa correria, perseguições e explosões, chega o momento de uma conversinha à sós entre Batman e Coringa,Harvey e Rachel tinham desaparecido depois da prisão dele.Justamente nessa parte, vemos que Heath criou um vilão único em seu sarcasmo e loucura, que rcai na gargalhada de tanto apanhar,fazendo com que Batman e o público percam a paciência.Porém, não deixamos de simpatizar com ele e até sendo engraçado,ele é amedrontador.

A transformação de Harvey Dent em Duas Caras é digna de nota.Definitivamente não foi de uma hora para outra e por um motivo banal, como " Batman Eternamente ", no qual Tommy Lee Jones paga um King Kong com aquelas roupas e maquiagem ridículas em uma personagem extravagante e que não condiz com o Harvey dos quadrinhos.O Duas Caras de The Dark Knight é uma personagem trágica, que teve sua vida mudada pela falta de caráter de várias pessoas que na verdade,deveriam estar do seu lado e pela omissão de uma pessoa em especial.Além de ter parte do rosto desfigurado, sofre uma perda irreparável,que faz com que ele perca o controle permanentemente,jogando tudo pro alto em prol de sua vingança.

A perda de Harvey também foi significativa para Bruce,que fica atordoado e em dúvida se deve seguir como Batman em uma crise existencial de dar dó.Christian passa essa melancolia muito bem,diga -se de passagem,assim como Harvey "passa para o lado" de Coringa.Toda aquela raiva,indignação e dor é transmitida com maestria por Aaron Eckhart,que faz um belo trabalho neste filme, sendo um dos destaques.O jeito que Harvey fica,totalmente transtornado,pelo menos em mim, me deu vontade de ir lá e ajudá-lo na sua vingança.
Um dos melhores momentos foi quando Coringa provocou uma fuga em massa e todos os cidadãos de Gotham tentam fugir,porém ele proíbe as pessoas de fugirem pelas estradas,fazendo com elas se agrupem em duas barcas,uma com civis "meigos" - segundo ele- e outra com os piores criminosos da cidade,cada barca com um detonador do explosivo que está na outra,à meia-noite,uma delas deveria explodir ou então,ele explodiria as duas.Simplesmente fantástico!

Mas,chega de falar do filme, senão eu ficaria aqui pelo resto dos meus dias, tamanha qualidade do filme e de cenas memoráveis e diálogos inteligentes.Começando a falar sobre o elenco,serei redundante ao elogiar Heath Ledger e seu Coringa totalmente louco.Cada gesto, o modo de falar, de andar, o olhar ameaçador e o humor negro da personagem envolve o espectador e impressiona,tamanha a naturalidade.Coringa é doido sim,mas jamais caricatural, como Jack Nicholson em Batman ( 1989 ).Adoro o Nicholson, mas convenhamos, o Coringa é o Heath Ledger e não há outro que o faça como ele fez.



Aaron Eckhart também é digno de muitos elogios.Toda revolta e amargura pelo o que foi feito a Harvey foi passado com uma intensidade incrível e se no lugar dele tivesse sido um ator não muito competente,comprometeria um pouco o resultado final.Michael Caine volta como o mordomo Alfred,com mais tempo em cena e também mais importante,se transformando no pai que Bruce Wayne precisa, ajudando, consolando, dando força e principalmente dando várias broncas, tal como um pai de verdade deve ser.Morgan Freeman também retorna como Lucius Fox, a voz da razão e da ética de Bruce Wayne,esbanjando humor e carisma cada vez que aparece.Cilliam Murphy volta em uma pequena participação,apenas para fechar o arco narrativo de sua personagem aberto em Batman Begins.Eric Roberts,como o mafioso Salvatore Maroni,participa de cenas impagáveis com todo o seu cinismo ( prefiro ele à Julia Roberts, sua irmã ).Gary Oldman volta como Tenente e depois Comissário James Gordon,melhor do que em Batman Begins,mostrando todo o arrependimento e sentimento de culpa por não ter agido contra a corrupção que o cercava,que trouxe consequências terríveis,além da solidão por ser o único policial decente em Gotham.

Substituindo Katie Holmes, Maggie Gyllenhaal interpreta Rachel Dawes.Apesar de ser mais talentosa do que a atriz anterior,eu não gostei da mudança.Katie fazia de Rachel uma personagem feminina forte e decidida, porém muito humilde e simpática, e principalmente altruísta e apaixonada por Bruce.
Maggie,como disse, apesar do seu talento,na minha opinião transformou Rachel numa mulher fria,chata,desprovida de carisma ( e de beleza também ) e com um ego do tamanho de um bonde.
Christian Bale, como o protagonista , tem uma melhora significativa de um filme para o outro.Mais maduro,balanceando melhor sua transição de Batman para Bruce e vice-versa ( inclusive na voz - grave em excesso em Begins,perfeita neste ) e ótimo interpretando um playboy cafajeste que chega de helicóptero na sua cobertura e rodeado de mulheres sempre,esbajando charme e tem uma química muito contagiante com Michael e Morgan,rendendo alguns momentos de humor e descontração.
Encantador,tanto como playboy falso quanto um herói amargurado e cansado de ter sangue nas mãos, como ele mesmo diz.Ele constrói um herói humano,passível de erros e que não respeita seus próprios limites em prol do bem maior,carregando toda a culpa pelo que o Coringa faz à cidade.
Christopher Nolan e toda a equipe fazem um trabalho simplesmente impecável e melhor,sem abusar de efeitos visuais.Indicado a 8 Oscar, 7 deles em categorias técnicas,sendo elas: Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Maquiagem,Melhor Montagem, Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia e a indicação póstuma para Heath Ledger como Melhor Ator Coadjuvante.Venceu somente duas: Melhor Edição de Som e Melhor Ator Coadjuvante.Uma pena que não foi indicado por Melhor Diretor e Melhor Trilha Sonora,pois ambos os trabalhos são fantásticos!!!!Tanto Christopher melhorou na direção como Hans Zimmer e James Newton Howard,que modificaram o tema presente em Batman Begins e o transformaram em uma das mais belas trilhas sonoras que eu já ouvi.A Academia fez média de novo!Um dos melhores filmes da história do cinema.Recomendadíssimo !!!
Nota : 10

domingo, 19 de julho de 2009

Crítica: O Som do Coração (August Rush, 2007)


Simples e encantador, este é O Som do Coração. Filme que conta com um elenco interessante, mas falha no roteiro e se sustenta nas belas cenas e nas belas canções que embalam uma trama fraca, porém de carisma incontestável.


por Fernando

O filme nos mostra a saga de August Rush (Freddie Highmore), um garoto que foge do orfanato para reencontrar sua família, e encontra na música o caminho para achá-los. Ele sabia, aliás, ele sentia, que eles ainda estavam vivos, acreditava que havia um propósito maior para ele estar onde estava, acreditava no amor acima de tudo e sentia que não havia sido abandonado, mas que simplesmente o destino o separou daqueles que o amam de verdade, num mundo onde todos diziam para ele desistir, num mundo guiado pela falta de esperança.

E August Rush tinha razão. Algo no passado aconteceu e precisa ser concertado. Lyla (Keri Russel) é uma jovem que ama música, pratica em seu violoncelo, as mais belas músicas clássicas, seu destino era certo, a música, somente a música. Até que ela conhece Louis Connelly (Jonathan Rhys Meyers), um cantor de rock, com uma banda buscando ser reconhecida. Lyla e Louis se apaixonam de imediato, dois jovens que tinham a música em comum e decidem compartilhar entre si, o amor que um sente pelo outro. No entanto, o relacionamente que parecia perfeito toma caminhos inesperados, Lyla engravida precocemente, para espanto de seu pai que tanto a incentivava e a apoiava na música. Ele a impede de viver com Louis, e num momento de desespero, ela acaba sofrendo um acidente e recebe a notícia de seu próprio pai de que seu filho que nem havia nascido, estava morto.

Lyla, a partir de então, sofre, não tem mais notícias de Louis que desaparece. Ele, por sua vez, sofre por saber que precisam ficar separados, que cada um precisa seguir seu próprio caminho. Ele tenta seguir com sua carreira de cantor, mas seu passado revive em sua mente constantemente, abandona sua carreira e segue outro rumo. E alguns anos depois, ambos, cada um em seu canto, tantam, através da música se reerguerem de alguma forma, esquecendo o passado e tentando viver novamente sob a força que a música tem sobre eles.

August acaba conhecendo nas ruas, Wizard (Robin Williams), um homem que explora crianças para ganhar dinheiro fácil, ele lhes dá abrigo e comida em troca de dinheiro, ao estilo Oliver Twist, e Rush decide ficar com ele, pois vê nele, um amigo, de início, principalmente quando descobre que August sabe tocar violão maravilhosamente bem, isso, claro, depois de alguns breves treinos, mas ele surpreende a todos por aprender tão facilmente e encanta todos ao seu redor, sua facilidade com a música e paixão que ele exprime por tocá-las. Wizard vê no garoto a grande chance de sua vida e aposta tudo nele, o leva nas ruas e faz ele tocar para o público, e juntos começam a ganhar dinheiro. August Rush sabia que a música o levaria até seus pais, os sons emitidos pelo violão fariam com que fosse ouvido por eles e os traria de volta. Mas Wizard não pensa em seus sonhos, só pensa no dinheiro.

No entanto, o garoto prodígio, acaba seguindo um caminho diferente do que Wizard havia proposto, vai para uma igreja onde encontra pessoas cantando, lá ele revela seu grande talento e é onde é descoberto, e todos começam a ajudá-lo, logo que percebem de que se trata de um jovem muito talentoso, ele vai para uma escola superior de música, onde estuda com pessoas bem mais velhas, mas August era especial, isto fica claro, principalmente quando fica encarregado de comandar uma orquestra toda. Pronto, a música o guiou ao topo, e ele acaba se deparando no maior concurso de música. Enquanto isso, Lyla descobre que seu filho não morreu no acidente e ela começa a fazer de tudo para encontrá-lo, e utiliza da música o instrumento para tal objetivo, e se inscreve no maior concurso de música de Nova York.

Pronto, não preciso dizer o que vai ocorrer no final. E este, com certeza, é um grande defeito do filme, ser previsível. Assistimos ao longa, por satisfação própria, não por curiosidade de chegar até o fim, pois desde cedo, já sabemos o que irá acontecer, não exatemente como vai acontecer, mas o destino das personagens é claro desde o princípio. Não havendo surpresas nenhuma para o final, o longa se enfraquece, mas felizmente não cansa o público e nem perde o grande estilo.

O final é simples demais, estando aí o pior defeito do longa. Claro que o final é sempre muito importante, mas o Som do Coração é tão belo, que quando acaba sentimos falta de um final mais intenso e emocionante, assim, como foi o longa inteiro, mas não decepciona por inteiro, logo que vale a pena chegar até o final, assistir a cada cena que nos levou ao último minuto. Pois apesar de muito simples, é encantador, envolve o público facilmente na história desse jovem talento, August Rush, que belíssimamente interpretado por Freddie Highmore, que parece sentir cada palavra que fala, um dos melhores atores de sua idade, perfeito para o papel. Nos encantamos facilmente por sua jornada, e torcemos, por mais que óbvio, para sua felicidade.

Keri Russel, surpreende. E prova nesse filme que entra na lista dos bons atores e atrizes do cinema atual que saíram de séries de TV, em seu caso, Felicity. Ela é adorável, faz de Lyla uma parsonagem inspiradora e emociona o público em sua busca por seu filho. Jonathan Rhys Meyers, sempre ótimo, mas parece que nesse filme ele se identifica bastante, por ter espaço para colocar sua bela voz na maioria das canções do longa, tem uma atuação cativante, mas suas músicas se superam, belas, emocionantes, e entram em cana em momentos importantes no filme. Robin Williams, sempre o mesmo, sempre ótimo, mas sempre o mesmo. Também temos a participação de Terrence Howard, que tem uma atuação eficiente.

Como já foi dito, as músicas são ótimas, e são nelas que o filme se sustenta. Para ser sincero, vale a pena ver o filme, só pelas músicas, mas felizmente o filme tem conteúdo a mais para ser mostrado além das belas canções. Aliás, O Som do Coração marcou sua presença no Oscar este ano, com sua indicação de Melhor Canção original, por Raise It Up, ótima música que toca no momento em que August Rush chega na igreja, onde é descoberto. Bela letra, bela melodia.

A direção de Kirsten Sheridan é boa, faz um singelo e delicado filme, sobre amor e música, traçando a trajetória de grandes personagens, mas é simples demais seu trabalho, fazendo de O Som do Coração, um filme pequeno, de grande encanto e que trás coisas boas para o público, mas não se expande, é limitado, é coeso, breve. É um filme linear, tem seus bons momentos, mas nada que arranque lágrimas de espectador.

É belo, simples, delicado, sutil, mas tem sua eficiência. Existem pensamentos bem intensionados nele, é um filme inocente que não faz mal a ninguém, muito pelo contrário, só trás sentimentos bons e positivos, vale a pena acompanhar essa trajetória, ninguém vai passar a ver o mundo de maneira diferente, nem vai mudar a opinião de ninguém sobre qualquer coisa, mas por alguns minutos, se prenda ao filme, e sentirá apenas coisas boas, aliás um pouco de amor, esperança e música não faz mal a ninguém. Um filme contra indicações.

NOTA: 7

sábado, 11 de julho de 2009

Especial Watchmen - Parte 13/13

Especial Watchmen


Crítica: Watchmen - O Filme



Por Bárbara


Depois de 20 longos anos, foi a vez de Watchmen ganhar sua adaptação cinematográfica.Dirigido por Zack Snyder, que também dirigiu 300, outra adaptação de quadrinhos, é o típico caso de "ame ou odeie".Para a maioria dos fãs, foi uma boa adaptação.Mas para quem sequer havia lido uma página da história de Alan Moore ilustrada por Dave Gibbons, o longa não passa de um filminho de ação que falhou em seu propósito: divertir e entreter.


Considerada a melhor obra de histórias em quadrinhos do mundo e presente na lista das 100 maiores obras literárias,até que demorou muito para que Watchmen ganhasse sua adaptação cinematográfica.Para ser exata,foram 20 longos anos para os milhares de fãs dessa obra fantástica.Criar uma história de super-heróis não é uma tarefa tão difícil de realizar.Basta criar uma história e por os estereótipos que fazem parte desse universo.O herói bonzinho, altruísta e idealista.A namorada que nem suspeita da sua outra identidade ou o interesse amoroso que o herói insiste em mantê-la longe de si para que não prejudique a vida dela.Os parentes velhinhos que precisam de ajuda para se sustentarem.A população carente de alguém que os proteja incondicionalmente.Vários e vários outros estereótipos mais.Ah, e não podia faltar o típico vilão:ou ele sofreu um acidente que o desfigurou e quer se vingar da sociedade por isso,ou perdeu as pessoas que amava e enlouqueceu ou é um bandido mau mesmo.




É disso que Watchmen se desfaz desde o seu início.Aqui não há altruísmo.Nem heróis totalmente bonzinhos que só se fantasiaram para conbater o crime e proteger os cidadãos inocentes.Muitos deles fizeram por puro sadismo,por dinheiro e fama ou por não terem mais nada de interessante para fazer.Aqui não tem um órfão que busca fazer justiça com as próprias mãos, e que gasta sua fortuna para tal, ou um alienígena que foi enviado à Terra antes da destruição de seu planeta natal ,e que foi criado por um casal de fazendeiros bonzinhos que ensinaram ao filho adotivo valores éticos e morais, e depois de bem-criado foi ser jornalista e um super-homem nas horas em que a cidade precisasse dele.

Em Watchmen há um homem sádico, amoral ,que matou uma mulher grávida de um filho dele mesmo e tentou estuprar outra.Ele é o protetor da sociedade, ele é um dos heróis.

Outro herói tenta seguir os passos de Alexandre, o Grande e faz um enorme sacrifício para instaurar a paz na Terra, e que lucra com a venda de bonecos baseados nos seus colegas e inimigos do passado.

Ah, tem outra que não se importa com os outros, mas que se tornou uma heroína por que a mãe era no passado e a treinou desde pequena para continuar seu legado.Ela detesta,mas vai por que a mãe quer.

E como não podia faltar alguém com super poderes, há também o cientista que por causa de um acidente,se transforma num semi-deus,que tem poderes sobre a matéria, espaço e tempo.E que esqueceu que a humanidade tem seu valor, apesar de tudo, e que não se importa com o planeta Terra.



Justamente por causa dessa desconstrução dos típicos heróis de quadrinhos,adaptar Watchmen não foi uma tarefa fácil.O que funciona em uma mídia talvez não funcione em outra totalmente diferente.E é isso que também ocorre em adaptações literárias.O público das mídias são totalmente diferentes e os estúdios, que não são nem um pouco bestas,sabem o que a grande massa procura quando vai ao cinema.

E é por isso que Watchmen demorou para ganhar sua adaptação.Além do problema referente aos elementos que funcionaram numa HQ também funcionar em tela grande, ainda houve a saída e entrada de vários diretores e roteiristas diferentes, como Darren Aronofsky e Paul Greengrass, atualizando, modificando e consequentemente engavetando o projeto por falta de investimentos por parte do estúdio,que não estava nem um pouco satisfeito com os resultados.



Depois de um certo Zack Snyder ter obtido sucesso em sua empreitada na adaptação de outra HQ, Os 300 de Esparta, de Frank Miller, finalmente houve uma luz no fim do túnel para Watchmen.Retomaram o projeto, Snyder na direção, David Hayter e Alex Tse como roteiristas.Porém, a adaptação esbarra em outro obstáculo: o elenco.Nomes consagrados do cinema foram sondados, como Denzel Washington, Tom Cruise e Jude Law.No entanto,atores praticamente desconhecidos ficaram com os papéis.Para completar,pouco antes da estreia do filme, teve um problema com os direitos de exibição do longa, lucros com a bilheteria e com produtos relacionados à marca, entre a 20th Century Fox e a Warner.Sem falar no pai da criatura, Alan Moore, que não quis ser creditado e deixou que somente Dave Gibbons fosse creditado, como co-criador da HQ.Assim, em 06/03/2009, Watchmen estreou nos cinemas.



Depois dessa "retrospectiva", finalmente começo a falar do filme propriamente dito.

Watchmen - O Filme, tem duas faces.A primeira é uma adaptação tão fiel a sua fonte, e feita com tanto carinho de um fã para outros fãs da HQ, que não tem como admirar a obra.Tudo é feito com um cuidado, com um zelo e seria injustiça falar que o filme não foi bem feito.Para quem é fã ou está familiarizado com a história, o longa é tão fiel que não só há referências dos quadrinhos no filme, ele é os quadrinhos.Os mínimos detalhes, as cenas e até os diálogos estão lá como estavam na HQ.Para os fãs, foi um adaptação digna de aplausos, mesmo que algumas coisas tiveram que ser omitidas por causa da duração do filme, que tem quase 3 horas.


A segunda face é de um projeto que ignorou quase que totalmente o restante do público.Pessoas que nunca tiveram contato com a HQ e que foram ao cinema buscando um filme interessante se decepcionaram com o ritmo arrastado do longa em determinados momentos, com monólogos que pareciam não ter mais fim e com personagens que apareciam e desapareciam do nada.
Portanto, Watchmen é uma bela adaptação.Mas como obra cinematográfica, ele falha em muitos aspectos, entre eles, o descaso com os "não-fãs" da obra original.



Mas, falando como uma nova fã,mesmo não ter conseguido ler todos os 12 capítulos, fui ao cinema e não me decepcionei em momento algum.Pra mim, funcionou como adaptação e como cinema.Tudo se encaixou perfeitamente, o elenco, o roteiro ( que modificou pouca coisa, mas que foi essencial ), a direção, o figurino, a trilha sonora, ou seja, o conjunto me encantou.Personagens humanos, somente humanos com seus defeitos e qualidades, envolvidos numa conspiração que poderia ter como consequências um holocausto nuclear e com um possível assassino à solta me envolveram totalmente, que nem vi as 2:41 de duração.

A história se passa numa realidade alternativa em 1985.No auge da Guerra Fria, o presidente Nixon altera a constituição e consegue se candidatar a um terceiro mandato e se elege.O mundo vive sob a ameaça da Terceira Guerra Mundial. Nova York está num verdadeiro caos, depois que baniu os vigilantes, que eram uma parcela ativa da sociedade,através da Lei Keene, em 1977.Neste contexto, acontece o assasinato de Edward Morgan Blake, um antigo vigilante,chamado de Comediante, que trabalhava para o governo.
Um vigilante clandestino chamado Rorschach decide investigar o motivo do assassinato.Quando descobre que o falecido também era um vigilante, ele acha que um assassino de mascarados está à solta.Então, decide avisar seus antigos colegas de vigilância, os Watchmen ( nome usado somente no filme ): Laurie Juspeczyk ( Espectral II ), Dan Dreiberg ( Coruja II) e Jon Osterman ( Dr. Manhattan ) sobre esse possível perigo.
Ele fica mais evidente depois de um atentado contra um outro "Watchmen", Adrian Veidt ( Ozymandias ) no seu escritório e quando o Dr.Manhattan é acusado de causar câncer às pessoas próximas dele.,causando o seu exílio em Marte.A partir daí, Rorschach,Coruja II e Espectral II terão que voltar à ativa para descobrirem o que ou quem está por trás dessa conspiração.
Um dos méritos do filme é o seu prólogo impecável, que mostra o assassinato de Edward Blake e que em seguida, nos créditos iniciais , conta a história de uma geração de vigilantes anterior à dos "Watchmen " , os Minutemen.Com a canção de Bob Dylan "The Times They Are A-Changing" ao fundo, sabemos do destino dos vigilantes dos anos 40, como Coruja I , que depois de se aposentar escreveu um livro narrando suas aventuras,Silhouette , que foi assassinada por ser lésbica, junto com a sua namorada,o Homem-Mariposa, que enlouqueceu e foi internado em um hospício no Maine e Sally Júpiter, a Espectral I, que casou com o seu agente e teve uma filha,Laurie, que fez questão de treiná-la para seguir os seus passos.

Outro ponto de destaque é o figurino, que remete totalmente às ilustrações de Gibbons, quase todos iguais aos quadrinhos, falhando apenas no uniforme de Ozymandias, que mais parece o uniforme do Robin nos dois filmes do Batman dirigidos por Joel Schumacher, com direito à mamilos e tudo !!!
A trilha sonora tem seus altos e baixos, sendo os altos as músicas de Bob Dylan ( uma interpretada por My Chemical Romance que tocou nos créditos finais e eu particularmente achei bem legal )Billie Holiday, Paul Simon & Garfunkel ( com The Sound of Silence , no enterro do Comediante ) e Leonard Cohen, com Hallelujah, ironizando uma cena em particular, o que eu achei bastante inteligente da parte de Snyder,apesar das várias críticas negativas que essa cena teve por conta disso.
Os baixos são as músicas instrumentais, que quebram o clima de vez em quando, deixando o filme monótono ás vezes.
O roteiro, apesar de ser inconsistente em alguns momentos,foi bem escrito por David Hayter e Alex Tse, que conseguiram a proeza de compactar 12 capítulos da HQ em um roteiro que manteve o tronco principal da trama, que é a conspiração por trás da morte do Comediante.
O roteiro também conseguiu manter a essência das personagens, principalmente a paranóia e a sociopatia de Rorschach, a personagem mais complexa da história e magistralmente interpretada por Jackie Earle Haley.Outro que também merece destaque é Edward Blake, o Comediante.Seu sadismo, sarcasmo e cinismo são tão bem transpostos para a tela que dificilmente não sentiremos raiva dele, mas ao mesmo tempo gostamos de sua presença.
Referente ao elenco, foi até bom que atores pouco conhecidos tenham encarnado as personagens, para dar mais veracidade ao longa.Imaginem se, no lugar de Billy Crudup,Denzel Washington fosse o Dr.Manhattan??Ficaria estranho,seria como o Alonzo Harris de Dia de Treinamento, só que todo azul.
E mesmo sendo pouco conhecidos, todos deram conta do recado.Jeffrey Dean Morgan e o já citado Jackie Earle Haley deram um show de interpretação nos seus respcetivos papéis, duas pessoas com condutas morais suspeitas e com um passado violento,mas no fim, são as únicas que morrem por seus ideais.
Matthew Goode como Ozymandias/Veidt também se saiu muito bem, tanto na aparência física, mesmo que não lembre tanto o Veidt dos quadrinhos,que era muito mais musculosoquanto na interpretação, que transmitiu o jeito refinado do vigilante e a sua paixão por um mundo em paz.
Patrick Wilson caiu como uma luva para Dreiberg, o sujeito quarentão, pacato e gentil,mas que se sente acuado pela ameaça da Terceira Guerra e por ter vontade de vestir o seu uniforme mais uma vez.
Malin Akerman até que tem química com seus colegas, Patrick,Billy e com Carla Gugino, que interpreta sua mãe, contudo nas cenas com mais carga dramática,como a cena de Marte, que ela descobre fatos importantes da sua vida, ela não segura a onda, resultando numa interpretação fraca.
Billy Crudup, como Jon Osterman antes do acidente, tem pouco tempo em cena para mostrar o seu talento,comprovado em Quase Famosos, porém ele consegue passar a personalidade vaga e distante da humanidade de Jon quando ele se transforma no Dr.Manhattan, sempre mantendo a voz calma.
Stephen McHattie(Hollis Mason) e Carla Gugino( Sally Júpiter), como os vigilantes mascarados dos anos 40 são fundamentais à história, pois dão um tom de paternidade em algumas cenas, como os dois Corujas,Dreiberg e Hollis Mason conversando na oficina,mantendo uma amizade como a de um pai com seu filho e acontece a mesma coisa com Malin e Carla.Até brigando as duas se amam e isso é refletido na interpretação das duas.Carla também capricha no tom cômico que Sally possui..Pena que ambos tem pouco tempo em cena.
Todavia, como tudo que é bom dura pouco,Watchmen também derrapa em alguns momentos.
O ritmo do filme não é constante, sendo bastante monótono algumas vezes, embasado somente nos diálogos das personagens, principalmente para a pessoa que não conhece a história, e que não vê a hora de aquilo acabar.Como exemplo, tem a já citada cena de Marte, nos instantes finais, que o diálogo entre Laurie e Jon parece interminável,realmente muito parado e que perde a atenção do espectador que queria ver mais ação.
Um ponto bastante comentado entre os fãs foi a mudança do final, que ficou bem mais coerente, dando mais credibilidade à trama.
Em suma,somando prós e contras, Watchmen como já disse, é uma ótima adaptação, para quem não gosta de ler e prefere assistir o filme para conhecer a obra original, mas como cinema é um filme mediano que impressiona com as ótimas cenas de ação e que em contra-partida,entedia o público com cenas arrastadas nos momentos errados e ignora os leigos no universo complexo escrito por Alan Moore.De qualquer modo, é satisfatório.
Nota:8

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Crítica: Austrália (2008)


Dirigido por Baz Luhrmann (Moulin Rouge!), Austrália traz referências do cinema antigo, mas reúne o que há de melhor no cinema moderno, como grandes efeitos especiais e cenas hipnotizantes de aventura, além de um romence entre os astros Nicole Kidman e Hugh Jackman, ambos australianos.


por Fernando

O filme se inicia com a narração de Nullah, um garoto aborígene que vive na Austrália, vive num mundo extenso e cheio de grandes aventuras, mas ao mesmo tempo, numa região completamente abandonada por leis severas, onde os donos das fazendas, os grandes senhores ditam as regras, e por isso, ele e sua mãe vivem inseguros, pois sempre são perseguidos e explorados. Seu grande amigo é Rei George, seu avô, um senhor aborígene sábio que repassando seus conhecimentos ao valente menino. Até que um dia, algo que ele não estava acostumado a ver na Austrália surge de repente, de sapato alto sobre as areias do deserto, uma mulher arrogante e toda atrapalhada. Esta é Lady Sarah Ashley, uma aristocrata inglesa, acostumada a riqueza e mimos, decide partir para a Austrália para ir atrás de seu marido, que é dono de uma fazenda de gados e que há muito tempo não voltava para casa, ela revoltada, ainda mais depois que descobre que sua riqueza já não é mais a mesma, ela parte sózinha numa longa viagem.

Chegando na desconhecida região, ela se espanta com o ritmo e costumes de vida completamente diferentes do seu, lá ela conhece Drover, um domador de gados, capataz das grandes fazendas, não tem trabalho fixo, é autonomo, tem sua própria vida, seu próprio negócio, suas próprias leis, é todo machão e logo de cara perde a paciência com a dondoca perdida. Ele passa a guiá-la, logo que foi recomendado marido dela. Chega enfim, em Faraway Downs, uma extensa fazenda, onde vive aborígenes, é onde conhece Nullah. Mas logo de início, Sarah recebe uma terrível notícia, seu esposo havia sido assassinado e todo o rancho passa a ser pela lei, todo dela, e o principal suspeito de sua morte é Rei George.

Sarah passa a ter em suas maõs o que é de desejo de vários proprietários, principalmente de Rei Carney, que fará de tudo para ter a posse dessa fazenda. A idéia inicial de Sarah era verder todos os gados e se livrar do peso de ter uma fazenda, mas ao decorrer dos dias, ela se depara com a difícil vida dos aborígenes e das injustiças que ali ocorriam, e percebe que abandonar aquele local não era a melhor idéia, é quando decide, levar todos os gados para Darwin, onde toda a carne serviria de comida para os soldados que lutariam na Segunda Guerra Mundial, logo que a batalha estava chegando nas terras da Austrália.

Mas essa loucura não vai ser nada fácil, e para isso, ela conta com a ajuda de Drover, de Nullah e sua família. E Drover vai ter a difícil missão de ensinar toda a "equipe" a guiar os milhares de gados, numa viagem cheia de surpresas e aventuras. E nessa jornada tudo pode acontecer, inclusive um romance, pois como todos dizem, opostos se atraem, e o durão Drover não vai resistir aos encantos de Sarah Ashley, e numa época onde a guerra e o poder são as razões para os homens viverem, eles escolhem o amor. E nesse lugar completamente distante e diferente do seu, Sarah começa a compreender que aquilo poderia ser sua nova vida, e passa a lutar por aquelas pessoas que precisam de ajuda num mundo tão necessitado, passa a sentir e a viver como eles, e descobre em si, coisas que ela nunca havia enchergado, como ser uma mãe, uma amiga, uma líder, uma mulher amada verdadeiramente, e uma batalhadora.

Austrália tem uma longa duração e poderia até se perder numa história um tanto quanto simples demais, estranha até, não há muito o que encrementar, o que discutir num roteiro como esse, mas mesmo assim, o filme funciona bem, devido a direção de Baz Luhrmann, que faz de Austrália um filme grandioso, simples na idéia, mas grandioso no formato.

Não tem como, Luhrmann não consegue fazer filmes pequenos (no formato), Moulin Rouge de simples não tem absolutamente nada. E repete isso nesse novo filme, que demorou nove meses para ser concluído, e quando vemos o resultado final, compreendemos o porquê da demora, um filme difícil de se fazer, tudo é exageradamente bem feito:

Os figurinos, belíssimos, inclusive recebeu uma indicação ao Oscar por eles. A trilha sonora é ótima também, entrando e saindo nos momentos certos e com a intensidade correta em cada cena. Os efeitos especiais são impressionantes, muito bem realizados. Um visual extremamente lindo, muito bem trabalhado, há cenas em que fiquei de boca aberta pela grandiosidade e a beleza de cada cena, aliás, bela fotografia também.

Nicole Kidman, não faz muito além do que já havia feito antes, mas mesmo assim, é carismática e está ótima, mais uma vez. É divertida, engraçada em alguns momentos é interessante ver como ela cresce durante o filme, o que é importantíssimo, logo que é o que ocorre com Sarah, no ínicio vemos uma Nicole divertida, mas no decorrer no longa, ela vai se modificando, e no final, vimos com clareza, uma Sarah mais cansada, arrasada pelos acontecimentos, e Nicole Kidman explora isso com competência. Hugh Jackman mais uma vez também, agrada, ele tem um carisma inegável, e como Kidman, ele cresce e entra de cabeça em sua personagem. Os dois são ótimos juntos, ocorre uma boa química entre os atores, uma história de amor agradável, logo que não apela pelo romantismo exagerado e meloso, mas segue para uma relação mais espontânea, divertida em alguns momentos, e romantica em outros, há cenas belas entre eles, como a cena em que se beijam debaixo na chuva, ao som e a comemoração da cidade toda perante as grandes vitorias que conquistaram, belo, cliche total, mas belo.

Cliche, Austrália abusa deles, tanto no romance, como nas aventuras, nos conflitos, mas são bem utilizados. Baz Luhrmann é um excelente diretor e não falha, mesmo que muitas pessoas criticaram seu desempenho nesse filme. Mas ele ousa, abusa do exagero, Austrália é grandioso, grandioso em tudo, menos no roteiro, mas o filme é tão belo de se ver, que preenche o vago deixado pela história.

É um filme, que pode sim desapontar muitas pessoas, por ser muito longo, e cansativo em algumas passagens, mas vale a pena vê-lo. Falha no roteiro e na longa duração, mas o resultado final é positivo. É um filme que merece ser apreciado, logo que extrememente bem feito.

NOTA: 8

Especial Watchmen - Parte 12/13

Especial Watchmen




Capítulo 12 - Um Mundo Forte e Adorável

Por Bárbara

Episódio final de Watchmen.O plano de Veidt deu certo e metade de Nova York foi morta por um alienígena criado em laboratório, a partir de um cérebro de um homem sensitivo.Através dessa possível ameaça alienígena, os russos desistiram de lançar suas ogivas nucleares e entraram em acordo com os EUA, para juntos combaterem o monstro.Enfim, a Terra teve sua paz garantida, mesmo que milhões de pessoas tiveram que morrer para isso, e outra boa parte ficasse louca.



Mas para o homem mais inteligente da Terra, Adrian Veidt, a paz no planeta vale qualquer coisa, até mesmo milhões de mortes.Para que tudo isso não tenha sido feito em vão, Dreiberg,Laurie e Jon concordam em não falar nada sobre o plano de Adrian, mas Rorschach não concorda e tentar fugir para avisar o mundo, para avisar que Veidt é o culpado de tudo.




Porém,para que a famosa e famigerada paz do planeta não seja ameaçada,Jon pulveriza Rorschach no meio da neve, e parte para outro lugar, para "uma galáxia menos compliacada", segundo ele.

Laurie e Dan mudam de identidade para Sam e Sandra Hollis, e visitam Sally Jupiter antes de fugirem.Laurie confessa que descobriu que o Comediante foi o seu pai biológico e assim elas acertam as contas com o passado.






Adrian fica meditando no seu retiro na Antártida.Sinceramente, acho que Veidt acabou ficando louco depois do que fez.Ele mesmo confessou a Jon, antes dele ir embora, que de dia enxergava os rostos das pessoas mortas e que de noite, sonhava com elas.Sinistro !


Rorschach foi morto tentando contar a verdade ao mundo.Ele mesmo achava que não conseguiria sair de Karnak, então ele enviou o seu diário ao jornal New Frontiersman.Chegando lá, com a ameaça constante da guerra, ele foi guardado num arquivo,chamado Arquivo dos Doidos, pelo editor-chefe do jornal.Depois da invasão alienígena, a guerra acabou e não tinha nada que colocar em duas páginas que sobraram da edição.Seymour, o ajudante dele, resolveu ir até o Arquivo dos Doidos e pegou justamente o diário de Rorschach, com todas as anotações e com o mistério do assassino de mascarados resolvido e inclusive o nome do culpado, Adrian Veidt.Mas o que aconteceria caso o diário fosse publicado, nunca saberemos.Watchmen acabou aí.



Nota:9

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Especial Watchmen - Parte 11/13

Especial Watchmen





Capítulo 11 - Contemplai minhas realizações,ó poderosos...

Por Bárbara


Depois que descobrimos que Adrian Veidt é o "vilão" de Watchmen, agora descobrimos o plano dele nos mínimos detalhes, por que ele conta tim tim por tim tim a Dreiberg e Rorschach, inclusive seus motivos para ter matado o Comediante.



Basicamente o capítulo inteiro é sobre isso.O que muda um pouco o assunto do episódio são as origens de Veidt.


Fã de Alexandre, o Grande, o jovem Veidt seguiu seus passos a fim de realizar feitos notáveis assim como seu ídolo.Quando seus pais morreram, ele tinha 17 anos e já era herdeiro de um vasto patrimônio.Resolveu seguir os passos de Alexandre, porém se livrou de toda a sua herança, começando da estaca zero.Esteve em todos os lugares em que Alexandre estivera, inclusive seu túmulo, em Alexandria.



Voltando à América, também se tornou um vigilante, adotando o nome em grego do faraó Ramsés II, Ozymandias.Aposentou-se dois anos antes da Lei Keene entrar em vigor e desde então, só aumentava seu império através da imagem de seus antigos colegas de vigilância e também de seus inimigos, com a comercialização de desenhos animados e bonecos articulados.


Quando o seu plano estava em andamento, acidentalmente o Comediante descobriu tudo.E assim, teve que se livrar do ex-colega,para que ele não pusesse tudo a perder.Outro entrave para o sucesso de seu plano era o Dr.Manhattan, que tratou de despachar para Marte, sob a acusação de ter causado câncer em pessoas próximas.E por fim prendeu Rorschach, que estava investigando a possível existência de um assassino de mascarados, e tudo que tinha acontecido levaria até o plano "brilhante" de Veidt.Portanto, Rorschach devia ser carta fora do baralho.





Interessante, contudo muito cansativo de se ler.Como acontece em "As Trevas do Mero Ser", no qual conta parte do passado de Laurie,"Contemplai minhas realizações, ó poderosos..." também se torna maçante pois a maior parte da história é sobre Veidt, e tudo se torna parte da explicação de seu "plano infalível" para garantir a paz da humanidade.Porém,as histórias de Contos do Cargueiro Negro e do centro de Nova York se mesclam com a história principal.



A melhor parte desse episódio é quando Dreiberg e Rorschach estão discutindo com Veidt sobre as suas atitudes e eles pensam que ainda dava tempo de deter o plano, até que Veidt fala:"vocês acham que iria contar todo o meu golpe de mestre pra vocês, se houvesse a mínima chance de vocês o impedirem??Eu não sou vilão de seriado.Iniciei o processo há 35 minutos atrás."




Na minha modesta opinião,genial.Quer coisa mais clichê uma HQ de heróis com um vilão meio retardado que acha que matar metade dos habitantes da cidade de Nova York iria trazer paz ao restante da humanidade??Imagina se , enquanto Veidt estivesse contando seu plano a Dreiberg e Rorschach e eles encontrassem um meio para impedir que o plano fosse executado bem cima da hora, o quão seria clichê o final de Watchmen???Pois é, além de desconstruir o arquétipo de heróis, Alan Moore ainda brincou com o clichê máximo das histórias de heróis, o de impedir o vilão em cima da hora.Simplesmente hilário !



Nota:9

Especial Watchmen - Parte 10/13

Especial Watchmen



Capítulo 10 - Dois Cavaleiros estavam se Aproximando...



Por Bárbara


Depois de muita investigação, finalmente descobrimos quem está por trás dos assassinatos de Watchmen.Como disse no capítulo 8, Rorschach e Coruja II partem para o submundo atrás de respostas, enquanto o Dr.Manhattan e a Laurie vão para Marte.

A primeira parada da dupla é na casa de Rorschach, onde ele tinha um uniforme reserva e o seu diário.Chegando lá, ele e Coruja se encontram com a mulher que aluga a casa para Rorschach e que alegou quando ele foi preso, de que ele tinha a assediado sexualmente.Disposto a se vingar, Rorschach a ameaça, mas como o tempo estava se esgotando, resolve ir embora com Dreiberg, para descobrirem quem era afinal, o matador de mascarados, ou se pelo menos existia um.


Após esse encontro, eles decidem ir de bar em bar procurar respostas, ou pessoas que os levem até elas.Aí vem uma das melhores passagens de Watchmen, o método de persuasão de Rorschach: basta quebrar um dedo mindinho e assim se obtém as respostas. Muito criativo !

Quando Rorschach estava interrogando um homem que trabalhava numa misteriosa corporação envolvida com toda aquela conspiração e assassinatos, Dan descobre que Hollis Mason foi assassinado por uma gangue não-identificada e ficou emocionalmente abalado, pois eles eram muito amigos.Rorschach obteve as informações que queria e digamos assim, usando da dor de Dan, de ter perdido um amigo querido, faz com que siga sua vida em frente, e que eles fossem atrás de Veidt, para pedir ajuda a ele.

Então eles chegam na sede das Indústrias Veidt, local onde Adrian costumava trabalhar até o dia amanhecer.Porém ele não estava lá e através da agenda dele que estava aberta em cima da mesa, Rorschach e Dan descobrem que ele viajou até Karnak, seu retiro na Antártida.

Assim, eles começam a vasculhar todo o escritório e tentar juntar os fatos para entenderem o que tinha acontecido até aquele momento.Foi dessa forma que descobriram alguns vestígios importantes no escritório de Veidt, como gráficos de natalidade,mortalidade e coisas desse tipo.

Dreiberg acaba vasculhando o computador de Veidt, que estava ligado e descobre que por trás de toda essa confusão, que teve o Dr.Manhattan exilado e acusado de causar câncer em pessoas próximas, Rorschach incriminado e preso pela morte de Moloch e a própria morte dele e a do Comediante, estava o próprio Veidt.Adrian Veidt é o culpado por tudo isso.Mesmo sofrido um atentado.





Depois do choque inicial, Rorschach e Dreiberg decidem ir até Karnak falar com Veidt pessoalmente.Antes disso, pressentindo sua morte, Rorschach envia as suas anotações ao jornal New Frontiersman.E assim, os dois partem a uma viagem até Karnak.


Ok, descobrimos que o "vilão" da história é o Veidt.Mas, o que vai acontecer agora??Para descobrirmos, não deixemos de ler os próximos capítulos...



Nota:8

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