quarta-feira, 25 de maio de 2016

Crítica: Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer (Me and Earl and The Dying Girl, 2015)

Vencedor do Grande Prêmio do Júri e do Público no Festival de Sundance em 2015, "Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer" é uma adaptação do livro homônimo de Jesse Andrews, que aqui assina o roteiro. Surpreendentemente belo, o longa emociona facilmente e prova, aos poucos, ser uma daquelas obras especiais e únicas, feitas para serem lembradas e guardadas com carinho.

por Fernando Labanca

Lembro quando li o livro e me senti extremamente preenchido, feliz por ter encontrado algo que eu me identificasse tanto, por ver, naquelas páginas, personagens desajustados e que não fazem ideia de como enfrentar seus problemas. Assim como no livro, aqui conhecemos Greg Gaines (Thomas Mann), que para sobreviver aos anos tortuosos do colégio, desenvolveu com cuidado suas próprias técnicas de sobrevivência, e entre elas está...ser legal com todos os grupos e não fazer parte de nenhum deles. Em suas horas vagas, elabora pequenos filmes com seu amigo colaborador, Earl (RJ Cyler), no entanto, este seu anonimato corre um grande risco quando sua mãe o obriga a se aproximar de Rachel (Olivia Cooke), uma jovem do colégio que sofre de leucemia. Podemos afirmar que como adaptação existe lá suas mudanças, mas é tudo muito compreensível quando, obviamente, certos detalhes não funcionaram neste tipo de linguagem e, felizmente, tudo é tão incrível quanto. Encontrei sua essência ali, seus ótimos personagens e seus diálogos espontâneos. Digo, também, que eles não poderiam ter selecionado atores melhores, a excelência do trio tornou esta divertida e comovente jornada ainda mais fascinante.


segunda-feira, 23 de maio de 2016

Crítica: A Garota de Fogo (Magical Girl, 2014)

Quando os desejos trazem consequências inimagináveis.

por Fernando Labanca

"A Garota de Fogo" é apenas o segundo longa-metragem do diretor Carlos Vermut, que fez sucesso pelos festivais em que passou, inclusive na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, além de ter conquistado algumas importantes premiações e indicações, como Melhor Filme e Melhor Roteiro Original no Prêmio Goya do ano passado. É aquele tipo de obra que quanto menos você souber do que se trata, mais impactante será sua experiência. Uma mistura interessante de drama e suspense, o filme ainda carrega uma forte tensão sexual e com toda a seriedade e complexidade de seus temas, além da excelente condução, logo remetemos aos bons trabalhos de Almodóvar.

Dividido em alguns capítulos, vamos aos poucos tentando desvendar sobre o que realmente é a trama. Tudo o que sabemos em seu começo é que Luis (Luis Bermejo) é um professor de literatura desempregado que deseja realizar o último sonho de sua pequena filha, Alicia (Lucía Pollán), que sofre de leucemia. Ela deseja ter o vestido do anime Magical Girl Yukiko, porém Luis logo descobre que se trata de uma peça rara e extremamente cara. Seu plano, porém, começa a ter outro rumo quando sua vida cruza com a de Bárbara (Bárbara Lennie), uma mulher problemática que vive sob medicamentos. O ciclo se fecha quando entra em cena o professor aposentado, Damián (José Sacristán), que possui uma ligação forte e misteriosa com Bárbara.


quinta-feira, 19 de maio de 2016

Crítica: Pegando Fogo (Burnt, 2015)

Estrelado por Bradley Cooper e dirigido por John Wells (Álbum de Família), "Pegando Fogo" fala sobre um profissional em busca da perfeição enquanto faz um relato interessante sobre os chefs de cozinha em restaurantes da elite.

por Fernando Labanca

Na trama, conhecemos o arrogante Adam Jones (Bradley Cooper), chef de renome que devido aos seus excessos, tanto de álcool como de drogas, se viu obrigado a se afastar de sua carreira, perdendo toda a glória que havia conquistado. O longa começa quando, após um período de isolamento, ele decide voltar para Paris, se reerguer no meio de tantos concorrentes e provar para si mesmo que é tão capaz quanto imagina ser. E para conquistar sua tão almejada terceira estrela Michelin de restaurantes, Adam recruta um time de antigos companheiros. Entretanto, sua exagerada autoconfiança e sua obsessão pela perfeição o traem constantemente, tendo sempre que lidar com aquilo que o mais impede de seguir em frente...ele mesmo.


quarta-feira, 18 de maio de 2016

20 atores para se prestar mais atenção


Existe uma rotatividade muito grande no cinema, ano após ano vemos surgir na tela nomes que prometem fazer história. Alguns desaparecem após escolhas erradas ou simplesmente acabam sendo ofuscados por novos talentos, outros permanecem e lutam por terem cada vez mais espaço. Pensando nisso, faço aqui uma lista com esses nomes promissores, atores e atrizes que devemos prestar mais atenção, onde tudo indica que terão um futuro brilhante, seja pelo bom caminho que já percorreram, seja pelos projetos que estão por vir.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Crítica: A Juventude (Youth, 2015)

Paolo Sorrentino, que venceu há dois anos atrás o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com sua obra-prima "A Grande Beleza", retorna com mais um irretocável trabalho, ainda repleto de poderosas imagens e sensações.

por Fernando Labanca

É inevitável assistir "A Juventude" e não fazer logo esta associação com seu filme anterior. Sorrentino realiza aqui quase que uma versão americanizada de "A Grande Beleza", que aliás, o vendo dessa forma pode até soar como algo negativo, no entanto, quem ganha com este seu retorno e com esta repetição de maneirismos visuais e narrativos é o público. A trama e a composição dos personagens são completamente diferentes e por isso ver o cinema deste talentoso diretor italiano continua sendo uma experiência muito única, apesar das semelhanças, continua sendo um cinema raro, digno de admiração, de contemplação.



quinta-feira, 12 de maio de 2016

Crítica: Paris, Texas (1984)

Algumas obras são atemporais e valem a descoberta, ainda que muitos anos depois. Vencedor do prêmio de Melhor Filme no Festival de Cannes, "Paris, Texas" foi lançado em 1984 e dirigido por Wim Wenders. Simplesmente fascinante, temos aqui uma viagem profunda sobre desilusões amorosas e incertezas da vida.

por Fernando Labanca

Comecei a vê-lo com um certo desinteresse, sonolento em uma tarde de domingo, após longas passadas pelo catálogo da Netflix. Já nos primeiros minutos, porém, percebi que estava diante de algo que merecia mais atenção, havia um tipo de cinema primoroso sendo exibido a minha frente. Seu belo visual, sua atmosfera tranquila e seus interessantes personagens me fizeram despertar. A trama gira em torno de Travis (Harry Dean Stanton), que após desaparecer por mais de quatro anos é reencontrado em uma região desértica do Texas, sofrendo de uma recente amnésia. Resgatado pelo irmão, ele é levado para sua casa em Los Angeles, onde encontra com Hunter, seu pequeno filho que também fora abandonado por sua mãe Jane (Nastassja Kinski), e agora vive com seus tios. Compreendendo aos poucos sua realidade, Travis resolve traçar uma viagem ao lado do filho para tentar recuperar esta relação perdida e reencontrar com Jane, sua antiga paixão que os abandonou e deixou toda sua vida para trás.


segunda-feira, 9 de maio de 2016

Crítica: Love (2015)

Tendo sua primeira exibição no último Festival de Cannes, no qual foi apresentado fora da competição, "Love" marca o retorno do sempre polêmico diretor Gaspar Noé que vem não só para mostrar seu primeiro filme 3D, mas para chocar a família tradicional, filmando longas sequências com sexo explícito. Para alguns, pornografia com história, para o próprio diretor: "Uma história de amor por um ponto de vista sexual". Cada um verá da sua forma, mas algo é inegável...trata-se de uma experiência impactante e única.

por Fernando Labanca

Provavelmente muitos chegarão até a obra pelas cenas de sexo, mas sim, existe uma história sendo contada ali. Somos apresentados ao mundo de Murphy (Karl Glusman), que narra o tédio e o descontentamento de sua rotina ao lado de sua mulher e seu pequeno filho. Até que uma inesperada ligação o abala, a mãe de sua ex-namorada Electra (Aomi Muyock), liga dizendo que ela está desaparecida há meses e ninguém mais tem notícias. A partir da dúvida sobre o que aconteceu com aquela que tanto amou, Murphy se joga numa crise nostálgica, relembrando tudo o que viveu ao lado dela, procurando sua vida nas lembranças, nas discussões, na paixão adolescente, nos erros cometidos, na relação carnal que os unia.


terça-feira, 3 de maio de 2016

Crítica: O Presente (The Gift, 2015)

"O Presente" é o primeiro longa-metragem dirigido pelo ator australiano Joel Edgerton, que também atua, escreve e produz. Com atuações marcantes de seus protagonistas e uma trama envolvente, é aquele tipo de suspense que prende a atenção e que não permite que o público saia ou pense em outra coisa até a chegada de seus créditos finais.

por Fernando Labanca

Simon (Jason Bateman) e Robyn (Rebecca Hall) estão de mudança para uma nova cidade em uma nova casa. É um momento de recomeço para o casal que acabara de enfrentar uma situação complicada e por isso tentam se adaptar em um outro local. Tudo flui perfeitamente até que um antigo colega de escola de Simon, Gordo (Joel Edgerton), surge em suas vidas e tenta. insistentemente, se reaproximar, revivendo uma amizade que nitidamente nunca existiu. Devido ao desconforto caudado por este inusitado encontro, o casal começa a se afastar do estranho, no entanto, alguns segredos do passado vem à tona e eles passam a compreender que esta relação não é tão simples assim e que existem certas contas a serem pagadas.


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