quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Crítica: Tá Rindo do Quê? (Funny People, 2009)


Lançado diretamente para DVD, "Tá Rindo do Quê?" tem direção do ótimo Judd Apatow, o mesmo de "Ligeiramente Grávidos" e "O Virgem de 40 Anos". Responsável por boas comédias que fizeram grande sucesso, ele retorna com um dos seus mais fracassados filmes, financeiramente, por outro lado, um dos mais adoráveis!

por Fernando Labanca



Inicialmente, iria para o cinema, era chamado apenas por "Funny People", passado algum tempo, foi traduzido como "Gente Engraçada" e já com data prevista nos cinemas brasileiros, mas devido ao pouco sucesso nos Estados Unidos, essa pérola foi simplesmente abandonada e lançada apenas em DVD. Talvez, até, realmente não seja um tipo de filme que agrade muita gente, por não ser uma comédia usual, daquelas que estamos acostumados a assistir, com aquele jeitinho que só Hollywood nos proporciona. Neste, Apatow parece fazer um filme mais pessoal, com boas cenas um pouco mais dramáticas que os anteriores e um humor menos escrachado.


O longa conta sobre um famoso comediante (daqueles tipo "Stand up comedy"), George Simmons (Adam Sandler), passou a vida fazendo piadas e vivendo de um jeito único, despreocupado, bebidas, dinheiro fácil, se aventurando em relacionamentos fracassados, no entanto traiu sua grande paixão por uma garota que mal lembrava o nome. Até que recebe a triste notícia de que possui uma rara doença sanguínea e que tem pouco tempo de vida. Ira (Seth Rogen) é um comediante, ainda desconhecido, que ganha a vida trabalhando numa lanchonete e se apresentando em alguns bares com suas piadas nada inspiradoras sobre...é melhor nem comentar! Dividi o apartamento com seus amigos estranhos, Mark (Jason Schwartzman) e Leo (Jonah Hill). Até que um dia conhece George, seu ídolo, em uma de suas apresentações, e por causa de alguns desentendimentos, surge uma inevitável amizade.


George admite o talento do rapaz e pede para que ele escreva piadas para ele fazer nos próximos shows, e ainda o convida para iniciar suas apresentações. George passa, a partir de então, a treiná-lo, a mostrar as melhores maneiras de se fazer e contar piadas, como uma forma de passar seus conhecimentos para outra pessoa, alguém talentoso e que possa ocupar seu lugar, porém, Ira nem desconfia dos problemas do comediante. Mas a verdade não demora para aparecer, e numa tentativa de reconstruir sua vida, Simmons tenta retomar contato com aqueles que deixou no meio do caminho, inclusive com Laura (Leslie Mann) sua grande paixão, agora casada e com duas filhas. Ela, ainda linda e encantadora retorna a sua vida e faz ele refletir sobre tudo aquilo que ele não deu valor no passado. Ele tenta reconquistá-la, com a ajuda de Ira que se torna seu fiel escudeiro que toma conta de sua casa, de sua saúde, de sua carreira e agora de sua vida pessoal. O problema aumenta quando George descobre que melhorou, e agora saudável vai ter que fazer o impossível para manter o que conquistou enquanto todos achavam que era seu fim.

Dentre Ligeiramente Grávidos e O Virgem de 40 Anos, ouso em dizer que este, por bem pouco, é o melhor de todos. Judd Apatow parece aprender com o que faz, e a medida que sua brilhante carreira vai desenvolvendo ele vai aperfeiçoando o que já estava ótimo. Tá Rindo do Quê? é diferente das comédias em geral, primeiro pela longa duração, de quase 2 horas e meia, o que provavelmente vai desagradar muita gente, e por ter um ritmo diferente de uma comédia normal, é mais demorado, mais cauteloso, o roteiro vai com calma, sem perder o dinamismo, mas acredito que assim, o roteiro e as personagens são bem mais trabalhadas e assim conseguem ser bem mais desenvolvidas.


Seje, Funny People, seje Gente Engraçada, seje Tá Rindo do Quê?...é ótimo. Gente Engraçada, seria um título interessante, por mostrar a vida daqueles que nos fazem rir, que não são bem humorados cem porcento do tempo e que não são tão felizes quanto pretendem mostrar. O filme nos mostra uma série de pessoas engraçadas, e vivem por isso, humoristas, comediantes, ou apenas pessoas que ganham dinheiro fazendo outra coisa mas que não deixam de ser engraçadas. Tá Rindo do Quê? é um título estranho, mas conveniente, logo que a idéia implicita nessa expressão é de que algo ruim está acontecendo e que alguém, por sarcasmo ou ironia, faz a pergunta retórica, é como estarmos diante de algo que não temos o direiro de rir, e é isso que o filme faz, uma história que tinha tudo para ser um drama, conflitos necessários não faltam para isso, e mesmo assim, o roteiro apimenta o drama de cada um com piadas e muito humor.


Mas nada disso seria possível sem essas pessoas engraçadas. Adam Sandler é sempre engraçado com sua eterna cara de bobo, mas poderia ter se entregado mais a essa personagem, mas infelizmente faz o mesmo que já fez antes, portanto quem rouba a cena é Seth Rogen, seu melhor papel até então e seu melhor desempenho como ator também. É engraçado, hilário, mesmo quando a cena é séria. Jonah Hill de "Superbad", mais uma vez mostrando com facilidade sua veia cômica, assim como Jason Schwartzman. Até mesmo Leslie Mann aparece mais humorada, mais ilumida, eu arriscaria dizer. Está linda como nunca esteve no cinema, e consegue ser engraçada em alguns momentos, está irradiante, seu sorriso brilha a cada cena em que aparece, está ótima, e aliás, faz cenas brilhantes ao lado de Adam Sandler, sendo a conversa inicial do casal onde eles se emocionam contando sobre o passado, uma das mais marcantes do filme. E por incrível que pareça, até ele, Eric Bana, surge, mais engraçado impossível, e a cada filme que ela aparece, está melhor e neste, ele está incrível.

Ótima comédia, que vale a pena ser levada a sério!


NOTA: 9


domingo, 24 de janeiro de 2010

Crítica: Amor Sem Escalas (Up in The Air, 2009)

Esqueça esse título, pois ele nada tem a ver com o ótimo drama de Jason Reitman, um filme inteligente e maduro que retrata com fidelidade o mundo atual.

por Fernando Labanca

Ganhador do Globo Ouro, recentemente, por Melhor Roteiro, é uma das grandes apostas para o Oscar. Jason Reitman também é um grande nome para o Melhor Diretor, pelo menos uma indicação é bem provável. Reitman, depois de dirigir os ótimos Obrigado por Fumar e Juno, volta seguindo mais a linha do primeiro, deixando a "ingenuidade" do mundo jovem para os problemas mais complexos da idade adulta.

George Clooney interpreta Ryan Bingham, um homem compromissado com uma profissão muito inusitada. Ele ganha para demitir pessoas. Na atual crise mundial, onde várias empresas estão prestes a falir, começam a demitir milhares de empregados e pagam pessoas como Ryan para esse serviço nada agradável. Ele, viaja para várias partes do mundo, simplesmente entra nas empresas e faz seu trabalho, demite! Para infelicidade de todos, mas felicidade de sua companhia que basicamente lucra com o fracasso alheio. Ryan ainda faz palestras motivacionais, onde até mesmo na hora das demissões, tenta mostrar a luz no fim do túnel, mostra que nem tudo está perdido, estar desempregado pode não ser o fim de tudo, muito pelo contrário, pode ser o ínicio de uma grande conquista.



Bingham praticamente não tem moradia, vive sua vida nos ares, viajando para todos os cantos e por isso se esqueceu completamente do termo "lar", logo que nem ao menos mantém uma relação com suas duas irmãs. Não é casaso, não tem filhos e é feliz dessa maneira. Até que um dia conhece uma mulher incrível, Alex (Vera Farmiga), sua versão feminina, vive da mesma forma que ele e juntos descobrem muitas coisas em comum e com isso a relação entre eles flui facilmente, nada muito sério, sem compromissos, só diversão. Mas seu mundo se abala completamente, quando seu chefe (Jason Bateman) anuncia a chegada de Natalie (Anna Kendrick), uma jovem executiva, extremamente inteligente e dedicada ao trabalho que trás uma grande novidade que suspenderá todas as viagens e assim diminuir os custos da empresa, ela cria um sistema onde as demissões são feitas via internet. A vida de Ryan é viajar, e vendo que seu emprego está sendo ameaçado tenta provar a ineficência desse sistema e a inexpreiência de Natalie. Para fazer esse projeto decolar, o chefe coloca Natalie e Ryan lado a lado, para que a moça acompanhasse suas próximas demissões para que ela conhecesse os dois lados da moeda.

A partir de então, Bingham mostra a bela jovem seu agitado mundo e a triste realidade do mundo contemporâneo, e mesmo que num trabalho difícil, ele tenta fazê-lo com toda a dignidade, sem misturar sentimentos e tentar ser o mais profissional possível. Natalie, por sua vez, tem algumas dificuldades em ser tão forte, mesmo quando as pessoas estão "caindo" ao seu redor, e ainda mais quando seu namorado termina com ela via torpedo, seus sentimentos vão a flor da pele e passa junto com Ryan e mais para frente com Alex, refletir sobre a vida, carreira, o que quer fazer com sua vida, pensa o que vai ser quando chegar na idade adulta e o casal começa a refletir se são exatemente o que queriam ser quando eram mais jovens. E essas duas mulheres, juntamente com suas irmãs, logo que uma delas está prestes a se casar, começam a abalar as estruturas desse mundinho fechado a que ele vive, em seu "casulo de autoexílio", fazendo ele por os pés e a mente, finalmente no chão.

Um filme belo, divertido com piadas leves, que nos leva a grandes reflexões sobre a atual vida da sociedade, sobre casamento, família e outros desastres. O maior triunfo de Amor Sem Escalas é o roteiro, principalmente no desenvolvimento das personagens, elas são reais, suas atitudes são compreensíveis de acordo com as características que são impostas a elas, e graçás a isso, o final, não é dos mais felizes, logo que o roteiro se aproxima muito da realidade, e para muitos, isso pode ser decepcionante. Os diálogos também são ótimos, em conversas rápidas e francas, e o que em "Obrigado por Fumar" a persuasão era referente à "comprem cigarro", agora é sobre "é possível ser feliz sózinho, sem casa fixa, casamento e família". E por mais egoísta que essa reflexão pareça ser, não deixa de ser um modo de vida, e isto é interessante neste filme, pois em outros longas essa idéia seria desmanchada no final e o protagonista passaria a dar valor a coisas em que mal enchergava, neste, ainda há reflexões valiosas, mas não há uma auto punição em cenas dramáticas, cada personagem segue fielmente seu ponto de vista, portanto, o filme não nos apresenta uma verdade absoluta, uma única ideologia de vida.

As atuações também são um ponto alto neste longa, vale lembrar que as principais foram indicadas ao Globo de Ouro, Bafta e outros prêmios importantes. George Clooney, depois de tantos anos tentando, acredito que essa seja sua melhor performance como ator, não que ele seje ruim, mas desta vez, ele está muito melhor. Seu jeitão sedutor, canalha e sarcástico, mesmo que já usado por ele em outros filmes, neste é encaixado com mais conveniência, portanto, com mais perfeição. Está incrível, transmite segurança no que faz, assim como sua personagem. Vera Farmiga, mais uma vez, muito agradável, depois de ser a delicadeza e sensibilidade em pessoa diante de tanta testosterona em Infiltrados de Martin Scorcese, ela brilha mais uma vez, sua Alex é simplesmente adorável, divertida e encantadora e há uma boa química entre ela e Clooney, sendo as cenas em que contracenam juntos de extremo bom gosto. Anna Kendrick está muito bem, diverte facilmente com sua Natalie e consegue transmitir com fidelidade as angústias e os medos de qualquer iniciante na fase adulta.

A trilha sonora é perfeita. Ótimas canções no mesmo estilo de Juno. As músicas utilizadas facilitam a identificação do público para com o que acontece na tela. A edição também acrescenta o filme, rápida e conveniente em ótimas sequências. A direção de Jason Reitman, mais uma vez, brilhante, e se consagra como um dos melhores diretores da atualidade.

Não há como rotular, ora comédia romântica, ora comédia dramática, seja o que for, vale a pena assistí-lo. E mesmo que esteje presente aqueles momentos básicos sobre a importância da família, Amor Sem Escalas foge dos clichês, nos apresentando uma história madura com personagens maduros. Quando o filme termina, sinti a mesma sensação que senti quando vi Obrigado por Fumar e Juno, que ainda é possível fazer filmes inteligentes, filmes que não nos subestimam. Brilhante, sensível, 2010 começando com o pé direito!

NOTA: 9

domingo, 17 de janeiro de 2010

TOP 20: Os Melhores de 2009


por Fernando Labanca

O Ano de 2009 foi marcado por grandes produções, filmes que marcaram não apenas esse ano, mas que serão lembrados por muito tempo ainda. Houve, por outro lado, filmes fracos, como todo ano, isso é normal, nem tudo é perfeito. Houve aqueles que todos criaram uma grande expectativa, mas foram grandes decepções, como O Dia em Que a Terra Parou e 2012.

Depois de um bom tempo, tendo as histórias em quadrinhos em destaque nos cinemas, 2009, por sua vez, teve seus heróis mais apagados. Watchman era a grande expectativa, filme bem feito, mas chato! Wolverine acabou sendo o destaque, fez mais sucesso e surpreendeu aqueles que achavam que X-Men não tinha mais volta. Mas o grande blockbuster do ano fica para a mega produção Avatar, além do fraco 2012 e Lua Nova, que ainda não tive a oportunidade para ver.

Mas o ano foi das comédias. Tiveram destaque em premiações importantes, fizeram bonito nos cinemas, A Proposta, Se Beber não case, Os Normais 2, Se Eu Fosse Você 2, A Verdade Nua e Crua e Brüno foram um dos grandes destaques. A Ficção Ciêntífica ganhou nova cara em 2009 com Avatar e Distrito 9. As adaptações de livros estiveram em alta também com Anjos e Demônios, Marley e Eu, O Leitor, Foi Apenas um Sonho (Rua da Revolução), Te Amarei Para Semepre (A Mulher do Viajante do Tempo), além da saga de Stephenie Meyer, com Crepúsculo em Dezembro de 2008 e Lua Nova no fim de 2009.

Faço então uma lista dos 20 melhores, se baseando, é claro, somente naqueles que consegui asistir neste ano. Alguns filmes, infelizmente ficarei devendo nesta lista, mesmo sendo muito bem criticados, como Julie&Julia, Bastardos Inglórios e Inimigos Públicos. Outros, tive que eliminar, mas vale a pena citar outros, fora os 20, que fizeram bonito este ano, como Coraline e O Mundo Secreto, Os Normais 2, Se Beber Não Case, Harry Potter e o Enigma do Príncipe, A Era do Gelo 3, Amantes, X Origens: Wolverine, Brüno, Intrigas de Estado, O Lutador e Frost/Nixon.

20. A Mulher Invisível

Filme nacional, dirigido por Cláudio Torres, fez grande sucesso nos cinemas brasileiros, fortalecendo ainda mais o nosso cinema. Filme inteligente, bem dirigido, com um roteiro um tanto quanto inusitado, mas muito bem conduzido. A história de um homem que no auge do desespero da solidão conhece Amanda, o que ele não esperava era que ela, além de perfeita, era imaginária. Poderia ser um filme patético que abusa e apela no humor para conquistar o público usando uma historinha impossível e construindo situações inesperadas, mas A Mulher Invisível vai além, nos levando para uma verdadeira história de amor, sincera e madura. Destaque para a grande atuação de Selton Mello.

19. Up - Altas Aventuras

A Disney Pixar entra mais uma vez para os melhores do ano e isso não é surpresa para ninguém. A todo ano, as animações prestigiadas desta grande empresa conquistam o público, e muitas vezes, conquistam não só as crianças mas também os adultos e Up não é diferente. No filme, um velho rabugento abandona todo o caos de sua vida para voar nos ares e chegar no lugar dos sonhos de sua falecida esposa, até que ele se depara, mesmo acreditando estar longe de todo mundo, de um garoto, que adora aventuras e vai transformar a vida deste velhinho num lugar improvável e cheio de grandes surpresas. Filme belo, delicado, sensível e cheio de boas intenções.

18. Ele Não Está Tão Afim de Você

A ano de 2009 também foi marcado pelas ótimas comédias românticas, devido ao fato, talvez, de ter começado com o pé direito. Várias histórias entrelaçadas, sobre relacionamentos, daqueles que amam, que sofrem por amor e que lutam por ele. O ponto de vista é feminino, mas vai agradar a todos, logo que não é um filme sobre mulheres, e o roteiro não se permite este rótulo. Histórias inteligentes e possíveis interpretadas por um elenco de primeira, um dos melhores do ano. Vale pelas atrizes, pelo roteiro e por nos apresentar uma comédia romântica onde nem tudo é flores e mentiras hollywoodianas, onde as pessoas são reais, e seus sentimentos, verdadeiros.

17. Sim Senhor

Jim Carrey voltou com tudo em 2009, depois de um bom tempo afastado das comédias, gênero que lhe introduziu ao cinema. É comédia pura, de bom gosto, com piadas rápidas e inteligentes, é inofensivo, com boas intenções, divertido e descontraído. Jim Carrey mais uma vez ótimo e sua parceira, Zooey Deschanel mostrou o brilho que poucas pessoas conheciam. Mas a melhor coisa que Sim Senhor nos trouxe neste ano foi sua mensagem , onde um homem passa a viver de verdade quando decide simplesmente dizer Sim a tudo que lhe é oferecido, abandona seu egoísmo e seu desinterese pelas pessoas ao seu redor. É um daqueles filmes para se ficar rindo horas depois de ter terminado e melhor, nos mostra uma ideologia de vida possível e que pode melhorar muitos problemas de nossa sociedade acostumada com a rotina.

16. A Proposta

Um dos filmes que trouxe a grande atriz Sandra Bullock ao grande estrelato. Muitos dizem que 2009 foi seu ano, foi eleita a personalidade do ano por algumas revistas além de ter sido a atriz a faturar mais nos cinemas, desbancando atrizes do porte de Maryl Streep. Em A Proposta, Sandra Bullock prova que está melhor do que nunca e que esses novos títulos não vieram em vão. Uma das melhores comédias românticas do ano, ela que contracena com o ótimo Ryan Reynolds, tráz a divertida história de uma chefe durona que para não ser deportada para o Canadá mente para as autoridades sobre seu repentino casamento com um americano, seu assistente. O problema é que eles terão de mentir pra valer, ela terá que enfrentar a família do bom rapaz e se fazer de romântica e apaixonada só para conquistar seus objetivos, o resultado disso é simplesmente hilário. A química entre os dois é sensacional, numa história divertida, envolvente, com situações inusitadas e com cenas muito bem interpretadas por seus protagonistas.

15. Surpresas do Amor

Tinha tudo para ser só mais uma comédia romântica. Mas assim como o título, a história nos reservara grandes surpresas, e das boas. Não é sobre duas pessoas que se amam e passam o filme inteiro discutindo em situações engraçadas, passando, assim pelos obstáculos e enfim ficam juntos. Os dois já estão juntos e há um bom tempo e apartir de então surgem os conflitos, principalmente quando se deparam com as família de cada um, logo que ela assim como ele, tem pais separados e com outras famílias, ou seja, os dois tiveram que enfrentar quatro famílias de uma vez só no Natal. Parecia ser bobinho e muito simples, até que nos deparamos com famílias com histórias interessantes capaz de nos prender do ínicio ao fim do filme, além do fato, dos conflitos gerados entre os protagonistas e seus parentes, acabam envolvendo, é claro, o passado, e nele, as mágoas e os medos particulares de cada um. Um filme que debate sobre como levamos nossa vida, que coloca em discussão o casamento, família e suas doutrinas, aquelas tradições que são impostas pela sociedade mas nem ao menos são refletidas.

14. Anjos e Demônios

Ágil, dinâmico, tenso e ousado. Este é Anjos e Demônios, filme de Ron Howard baseado no best seller de Dan Brown. Muito melhor que a adaptação de Códigos da Vince, neste, parece que toda a equipe se reformula, se recicla, começam do zero e fazem um filme maravilhoso, nos proporcionando uma visão imapactante sobre as palavras de Brown, uma adaptação falha quanto texto, mas em nenhum momento falha como filme, e mesmo que se diferencie do livro, o roteiro brilhantemente escrito consegue preencher os buracos que poderia ter ficado, apagando partes essenciais da trama, mas completando com outras inventadas, não deixando a sensação de vazio. Para quem curte filmes de suspense policial, este é perfeito. Eu, como adorador das obras de Dan Brown me senti grato por esta grande adaptação. Um filme comercial, mas muito, muito bem feito.

13. Bolt - Super Cão

Estreiou no primeiro dia do ano, mostrando que o ano de 2009 começou com o pé direito. Tinha a ano inteiro para chegar as animações que sempre chegam, a badalada disputa entre Dreamworks e Disney Pixar ainda continua, mas por incrível que parceça, a Disney, somente, sem a Pixar, na minha opinião foi a vencedora do ano, por Bolt, sim, isso mesmo, a melhor animação do ano! Simples, inteligente e engraçada, esta é a história do cão que acreditava ser herói quando todos ao seu redor lhe fizeram acreditar nessa grande mentira para ganhar dinheiro a suas custas em um programa de TV, sua vida era uma completa enganação, sua casa, um cenário, sua dona, uma atriz. Até que quando ele, inocentemente, pensando que sua dona foi sequestrada por terríveis vilões, ele parte para a cidade para encontrar a pessoa que mais amava no mundo. Mas nessa jornada ele se depara com personagens hilários que lhe mostram como é ser um cão de verdade, como é viver, ele descobre que não é herói e nem tem superpoderes, mas descobre que ser um simples cãozinho, que abana o rabinho para um desconhecido e coloca a língua para fora do carro para levar o vento na cara pode ser bem recompensador. O melhor, ponto!

12. Foi Apenas Um Sonho

A grande aposta do ínicio do ano, mas esquecido nas premiações, Foi Apenas Um Sonho é simplesmente incrível. Tão belo quando profundo, tão chocante quanto complexo. Essa forte e intensa história de amor, sobre um casal que depois de casados se cansam da rotina, da vidinha suburbana, casa limpinha, roupa passada, trabalho todos os dias. Como alguém pode ser feliz vivendo assim, como todo mundo? Essa é a questão do filme, onde uma mulher se joga até o fundo do poço para se livrar dessa triste rotina, para encontrar finalmente a felicidade que ela não encontra nessa vidinha. Uma história brilhante que vai tão fundo em nossa alma, que choca, parace que levamos um soco na cara, o filme termina e ficamos um longo prazo refletindo sobre o que queremos de nossa vida e o que somos capazes de fazer por nossa felicidade. Leonardo Dicaprio está incrível, mas é Kate Winslet quem rouba a cena, ela arregassa, ela mergulha nessa loucura junto com sua personagem, está perfeita.

11. A Troca

O Melhor desempenho de Angelina Jolie desde "Garota, Interrompida". Em A troca, ela vive a mulher que perdeu seu filho, mas devido ao bom desempenho da polícia e dos investigadores, que assim queriam mostrar para a mídia, devolveram rapidamente seu garoto, mas logo ela percebe que houve um engano, houve uma troca, não era seu filho e ela passa a lutar com todas as suas forças para recuperá-lo. E vai descobrir nessa jornada uma coragem que jamais imaginou ter, além da corrupção e das mentiras por trás da polícia da época. Ela é julgada louca, e este caso começa a ter proporções inimagináveis, onde um ciclo de mistérios começam a ser revelados. Dirigido pelo mestre Clint Eastwood, um filme belo, emocionante, com uma parte técnica impecável, que envolve uma trilha sonora envolvente, assim como a bela fotografia, os cenários e os figurinos. Um filme de mestre!

10. Uma Prova de Amor

A emocionante história de uma garota gerada para salvar a vida de sua irmã com câncer. Até que ela cresce e aos 11 anos de idade vai até a justiça para ganhar emancipação sobre seu próprio corpo, ou seja, poder opinar sobre o que sua família quer fazer com ele, seje numa operação ou numa doação de órgão. E mais do que isso, o filme nos relata o cotidiano dessa família que vai se desestruturando aos poucos devido a doença da filha, e da tristeza da garota em ver que sua doença trás a infelicidade daqueles que tanto ama. Intenso, belo, sensível, delicado e profundamente comovente, simplesmente impossível não se envolver com essa história incrível, dirigido por Nick Cassavetes e com interpretações marcantes de Cameron Diaz e Abigail Breslin.

09. Marley e Eu

Estreiou no fim de 2008, mas entra na lista, por não ter tido a chance de ter entrado na lista do ano de estréia e por ter sido exibido nos cinemas em boa parte em 2009. Baseado no livro de John Grogan, Marley e Eu trás a divertida e comovente história de uma família, sim basicamente, de uma família, assim como a minha, assim como a sua ou a do seu vizinho. De pessoas que se encontram, se casam, constituem uma família, se deparam com os conflitos do cotidiano. Mas o diferencial, fica pelo fato de ter sido narrada apartir da entrada de um novo membro desta família, Marley, o pior cão do mundo, que destrói tudo o que vê, atrapalhado e hiperativo, mas transforma a vida desse casal, colocando a vida deles de cabeça para baixo. Muito mais do que isso, o filme, assim como o livro, relaciona a nossa vida com a do cachorro e o quanto temos que aprender com ele, logo que ele dá valor em mínimas coisas, coisas que mal enchergamos. Engraçado, por outro lado, um dos filmes mais comoventes do ano, impossível não deixar de derramar uma lágrima por essa história.

08. O Leitor

Com mais uma memorável intrepretação de Kate Winslet, O Leitor conta sobre o relacionamento de um jovem com uma mulher bem mais velha, eles se encontram e a pedido da moça, ele lê vários livros para ela, até que ela some misteriosamente. Anos mais terde, ele um estudante de direito, se depara com a mulher que amou na juventude nos bancos do tribunal sendo acusada de ter matado judeus na época da Segunda Guerra Mundial. Até que ele mergulhando nas lembranças do passado, percebe que ela guarda um grande segredo, um segredo que pode salvar sua vida. Filme maravilhoso, muito bem dirigido por Stephen Daldry, um roteiro brilhante baseado no livro de mesmo nome. Emocionante, memorável.

07. O Casamento de Rachel

Fantástico! Direção de Jonathan Demme, trás a história de Kym, uma ex-drogada e protagonista de vários conflitos familiares que residente de uma casa de repouso retorna a casa da família para o casamento de sua irmã, Rachel. Mas essa volta, trás a tona o triste passado dessa família, seus medos, suas conturbadas memórias que ficaram apagadas durante anos mas que retornam com o sarcasmo de Kym em busca de perdão. Uma das experiências cinematográficas mais incríveis do ano, filmado em tom documental, o longa entra fundo na alma das personagens, construindo conflitos tão verdadeiros e comoventes. Anna Hathaway tem umas das performances mais marcantes de 2009, tão brilhante, ousada, trabalhando com perfeição as multiplas faces dessa grande personagem.

06. Distrito 9

Dirigido pelo iniciante em longa metragens Neill Blomkamp, Distrito 9 conquista a sexta posição por renovar a gênero Ficção Ciêntífica, por trazer as naves e os extraterrestres para a Terra de maneira original e surpreendente. Depois de 20 anos vivendo numa área reservada na África do Sul, Et's , são obrigados, devido a tantos protestos da população local, a se retirarem, entretanto, isso começa a gerar uma série de conflitos, principalmente quando o líder da campanha de despejo é "contaminado" e começa a se tornar um alienígena, e quando se torna um deles, começa a ver o mundo pelo ponto de vista dos aliens e encherga a crueldade por trás de todo esse projeto. Original, diferente de tudo o que já foi mostrado, nos minutos de projeção acreditamos em tudo, como se tudo fosse real, como se tudo fosse possível. Fantástico!

05. O Curioso Caso de Benjamin Button

A história do homem que nasceu velho e foi, conforme o passar dos anos, rejuvenescendo. Maluco, genial, brilhante, criativo, um dos roteiros mais inusitados do ano. Se fosse só isso já estava bom, mas o filme do gênio David Fincher vai muito além, traça uma incrível jornada deste homem incomum, Benjamin Button, que sofre, que ama, que vive, que sonha e que também perde. Uma fábula sobre a vida, sobre o tempo, sobre a morte. O que fazemos de nosso tempo? será que sabemos aproveita o melhor dele? Nem tudo é para sempre e além das vitória, a vida ainda nos trás grandes perdas. Um filme difícil de encontrar uma palavra para definí-lo, é como um poema, um belo verso, um sonho, uma bela canção. É algo que vemos, mas temos dificuldade em chegar em alguma conclusão, apenas sentimos e levamos conosco as lições aprendidas.

04. Gran Torino

Tendo lançado dois filmes em 2009, Clint Eastwood se consagra, entretanto, Gran Torino é mais a sua cara, vemos e sentimos mais de Clint, nos diálogos, nas cenas, A Troca é ótimo, mas este é ainda melhor. Um velho que se auto exclui de todo o mundo após a morte da esposa, e vendo que seus filhos mantinham uma relação de interesse com ele, decide viver em um bairro isolado de todos. Vive com as marcas de um passado violento como guerrilheiro e seu instinto de herói volta quando seus vizinhos passam a ser ameaçados por uma gangue local. Como ator, ele é ótimo, e como diretor, brilhante. Constrói um filme tenso, com um clima pesado, mas ao mesmo tempo, belo e delicado, capaz de emocionar qualquer um. Palmas para mais um incrível filme deste grande diretor, que fica aqui, como um dos melhores do ano!

03. (500) Dias Com Ela

O garoto que conhece a garota. Ele se apaixona, ela não! Eles se envolvem intensamente, mas tudo acaba em um período de 500 dias. Revoltado, o jovem revira todos os acontecimentos deste conturbado, envolvente, inconsequente, louco, divertido e apaixonante relacionameto, para entender o porquê do fim. O filme nos proporciona essa mágica jornada, dos momentos felizes, dos momentos tristes, dos altos e baixos desse casal completamente fora do comum. A melhor comédia do ano, o filme mais carismático e encantador de 2009! Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel vivem este louco casal, e juntos formam uma adorável dupla, uma química fantástica. Além de possuir uma das melhores trilhas sonoras e cenas antológicas! Divertido, original, ousado e encantador!

Título Original: 500 Days of Summer

Gênero: Comédia Romântica

Direção:
Marc Webb

Roteiro:
Scott Neustadter e Michael H.Weber

Elenco:
Joseph Gordon-Levitt, Zooey Deschanel











02. Avatar

Avatar. A revolução está aqui. Tudo o que já foi feito nos cinemas se renova e ganha uma nova cara, este feito histórico está sob os comandos do brilhante James Cameron e revitaliza junto com Distrito 9 a ficção Ciêntífica. Cria um novo mundo, seres inimagináveis, fantásticos, animais exóticos e naves com design futurístico, um mundo cheio de beleza e tudo tem alma, tem vida, tem sentimento. Cada detalhe, temos a impressão de ter sido feito com tanta dedicação e competência, pois o resultado é estrondoso, é gigantesco, vai além do imaginável, vai além de qualquer expectativa. Incrível!

Título Original: Avatar

Gênero:
Drama

Direção:
James Cameron

Roteiro:
James Cameron

Elenco:
Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez, Giovanni Ribisi




01. Quem Quer Ser um Milionário?



Dirigido por Danny Boyle e vencedor de prêmios importantes. Não o coloco aqui na primeira posição por ter ganho Oscar ou qualquer outra coisa, o coloco aqui, porque esta obra prima merece estar.

Num programa de TV, um favelado prestes a se tornar milionário Mas como compreender o fato de um jovem que não tinha nada, saber tantas coisas? A resposta: sua própria vida! Nos bastidores, ele é torturado até que prove como soube responder todas as questões antes que responda a última, aquela que lhe faria um milionário de verdade. Para responder a essa questão ele volta em suas mais profundas lembranças, conta sua triste, inusitada e divertida história, onde em cada fato marcante que presenciou ou até mesmo naqueles pequenos detalhes de sua vida, ele aprendeu algo e a cada pergunta do programa, ele relacionava com o que viveu. Seu nome era Jamal, viveu uma infância sofrida, rodeada por miséria, uma mãe assassinada, um irmão prestes a entrar no crime, mas ele não queria ser como o irmão, não queria o mal, sabia que a violência era a única alternativa para conseguir seguir em frente neste mundo de lobos, mas ele não queria sobreviver, ele queria viver, e encontrou um grande motivo para querer isso: o amor.

Ele conhece latika na infância, seus destinos são cruzados e durante anos eles vivem entre encontros e desencontros. Eles são raptados, quase morrem, eles se separam, eles se reencontram, são usados por mafiosos afim de dinheiro fácil, seu irmão se rende e entra para o crime, Jamal não, vai atrás de Latika e depois de tantas tentivas falhas ele decide entrar no programa Quem Quer Ser um Milionário? para ganhar notoriedade e assim talvez, fazer com ela o visse e finalmente pudessem se encontrar e serem felizes.

Uma história que tem como pano de fundo a miséria, a violência, mas seu intuito não é fazer uma crítica social, sobre conflitos regionais, é sobre amor, e mais que isso, sobre a luta de um jovem por uma vida melhor, e mesmo quando o mundo ao seu redor se despedaça ele ainda encontra forças para querer viver e encontrar o grande amor de sua vida. É sobre ter fé, esperança, acreditar que tudo pode melhorar.

É original, é belo, um filme muito bem conduzido, com uma câmera ágil que nos remete a Cidade de Deus, com uma edição muito bem trabalhada e uma trilha sonora empolgante, valorizando sempre a riqueza da cultura indiana. É diferente, é divertido mesmo num cenário tão triste, nos faz ter esperança numa história sobre perdas, nos faz querer lutar por algo, mesmo que esteje fora de nosso alcance. Sem mais rodeios, O MELHOR FILME DE ANO!

Título Original: Slumdog Millionaire

Gênero:
Drama

Direção:
Danny Boyle

Roteiro:
Simon Beaufoy

Elenco:
Dev patel, Freida Pinto, Madhur Mittal

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Crítica: Apenas Uma Vez (Once, 2006)

Outra boa dica de DVD para as férias é Apenas Uma Vez, filme irlandês que mescla romance e boas canções. Talvez, romance não seja a palavra certa, um filme que nos mostra a relação entre duas pessoas que se aproximam devido a paixão que ambos tem por algo em comum, música!

por Fernando Labanca



Sem nomes. Assim são apresentadas as personagens principais, um homem e uma mulher (portanto, me desculpem o excesso de pronomes repetitivos). Ele, apaixonado por música, trabalha fazendo manutenção em aspiradores de pó junto com o pai (mais original impossível!!), nas horas vagas canta e toca nas ruas de Dublin, Irlanda, para ganhar alguns tocados. Ela, uma jovem mãe, vende flores nas mesmas ruas em que ele canta. O destino dos dois se une, quando a jovem percebe o talento que ele possui e pede para cantar uma canção e fica surpresa, pois assim como o rapaz, ela também é apaixonada por música. Até que a conversa surge e a moça pede para consertar seu aspirador de pó, nisso, surge uma inevitável amizade, principalmente quando ele descobre o talento dela em tocar piano.

Em alguns momentos de descontração, ele decide fazer alguns duetos com ela, ela toca piano, enquanto ele toca seu violão e canta suas belas canções sobre amor. Ela, curiosa, descobre que a inspiração dele em fazer músicas tão românticas e muitas vezes dramáticas vem de um passado que ele não consegue esquecer, foi abandonado pela mulher que mais amava. Com as confissões, há aproximade, logo, afinidade. Os dois se tornam inseparáveis, e entre canções, ambos vão descobrindo mais um do outro, e mais do que isso, um vai apoiando o outro a utilizar da melhor forma seus talentos. Até que ele pede para ela escrever uma música para ele, ele possui uma melodia, mas lhe falta criatividade, ela consegue, logo, eles percebem que um pode ser o complemento do outro. Até que a moça lhe prova que ele deve seguir seus sonhos, seus desejos e que deve batalhar por eles, entretanto, ele leva isso ao pé da letra e resolve, repentinamente, ir em busca da mulher que ama, mas antes de sua partida ele faz uma proposta com a garota, juntos com toda uma equipe de músicos, ele irão gravar um CD, oficialmente, com direito a gravadora e tudo mais, o último passo, a última chance. Grandes oportunidades nem sempre surgem com grande frequência, muito pelo contrário, ás vezes, elas surgem apenas uma vez.

Se apenas houvesse as canções do filme, e nada mais, nada de roteiro, nem cantores, nem atores, já valeria a pena. Mas além das incríveis canções, uma mais perfeita que a outra, o filme, dirigido por John Carney, nos trás uma maravilhosa, sincera e honesta história sobre duas pessoas que se unem para realizarem seus sonhos, há um envolvimento muito forte e profundo entre as duas personagens, mas há mais solidariedade do que paixão, mesmo que a relação que eles mantêm consiga ser muito mais verdadeira que muitos outros filmes de romance.

Um filme independente, muito bem conduzido, com filmagens estilo documentário, nos mostrando a simplicidade das ruas de Dublin, entre outras belas imagens da Irlanda, e nesse cenário, duas personagens sinceras, interpretadas por cantores, ou seja, não atores, mas que se dão muito bem frente as camêras, Glen Hansard e Markéta Inglová, com belas vozes, e é em suas canções que se situa todo o romantismo e sentimento do filme. Quando Glen solta sua voz, parace que suas notas entram fundo em nossas mentes e não consiguimos pensar em mais nada, ele arregassa. E nos poucos minutos de filme, respiramos música. Aliás, Apenas Uma Vez conquistou o Oscar em 2008 por melhor Canção (Falling Slowly) desbancando as três indicações do Hollywoodiano Encantada.

É simples, tocante, comovente, sincero. Já vale pelas canções, mas o filme em geral é um grande complemento.








NOTA: 8.5

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Crítica: Frost/ Nixon (2008)

O Ano de 2009 passou, mas isso não significa que os bons filmes do ano sejam simplesmente esquecidos. Para quem ainda não viu, vale a pena buscar esses filmes que fizeram bonito no ano passado. Um deles é o longa de Ron Howard, indicado a Melhor Filme no Oscar, entre outras indicações.

Frost/ Nixon conta sobre um fato verídico, um momento marcante que fez história, não só na política como na vida de muitos norte-americanos.

por Fernando Labanca

O filme mostra dois lados opostos, dois homens que se encontram, cada um com seu objetivo. Richard Nixon foi presidente dos Estados Unidos, um político polêmico, o primeiro a renunciar seu cargo após tantos escandalos, ele abandona tudo, some e não dá satisfação a ninguém, gerando grandes protestos entre a população, principalmente quando ele foi simplesmente "perdoado" pelos políticos, e três anos depois do ocorrido ele decide voltar atrás e falar. Por outro lado, vemos David Frost, um apresentador de TV britânico, que tem uma carreira estável mas que nunca recebe a credibilidade que deseja, ninguém acredita realmente em seu talento, o subestimam, até que ele decide abandonar tudo, seu programa de TV e aposta tudo o que tem em uma história, a que ele acredita ser o passo que faltava em sua carreira, a renuncia de Nixon. Ele, então, reune uma equipe de especialistas em política, jornalistas e cinegrafistas para elaborar a melhor entrevista de todos os tempos. Mas poucas pessoas o apoiaram.

Richard Nixon precebendo que ele era só mais um mero apresentador de TV, que nem entrevistador era, resolveu aparecer na mídia, acreditando escapar de qualquer armadilha, assim como sempre escapou. Nixon era inteligente, para qualquer pergunta, por mais perigosa que ela fosse, ele sabia como responder, tinha as palavras certas. Os dois enfim se encontram, e durante quatro dias, Frost vai fazer de tudo para se superar e mostrar seu talento e que pode ser mais do que as pessoas esperam e Nixon, por sua vez, vai aproveitar cada pergunta para mostrar que ainda há um político decente dentro dele e que ele precisa de perdão, para poder seguir em frente.

Ron Howard é um diretor competente, no mesmo ano lançou nos cinemas, o ótimo Anjos e Demônios, e antes nos privilegioiu com Frost/Nixon, não havendo nenhuma semelhança entre os filmes, sendo que ambos foram, nitidamente, muito bem elaborados, planejados e executados. Neste, Howard realiza um excelente trabalho, um filme inteligente, um roteiro bem escrito, com boas edições e boa utilização da trilha sonora e principalmente de seus atores. A grande falha, é por nos mostrar um grande evento sem nem ao menos nos apresentar a ele, quem não lembra dessa parte da história (que aliás, quem soube foi por curiosidade, pois poucas escolas trabalham a fundo a presidência de outros países) pode ficar "viajando", e nesse caso, era preciso saber bem a fundo sobre a presidência de Nixon, e em nenhum momento é explicado, mesmo que num diálogo qualquer o que realmente (de tão ruim) aconteceu em seu governo, eles simplesmente citam, como nas longas cenas das entrevistas ou em conversas secretas entre Nixon e Frost, mas é tudo muito implícito, "viajar" durante as entrevistas é algo muito possível, logo que nem ao menos entendemos do que se trata, sabemos, na verdade, mas bem por cima.

Mas mesmo assim, o filme consegue ser ágil, prendendo a atenção, mesmo daqueles que não gostam de política, ainda mais quando colocam em cena não só duas incríveis personagens, mas também, dois incríveis atores. Frank Langella é o Richar Nixon, renasceu um presidente dentro dele, o modo como fala e como se expressa é magnífico. Michael Sheen é David Frost, também ótimo, protagoniza o filme com muita categoria, é carismático, assim como um apresentador de TV, mas sabe ser mais sincero do que muitos que vemos na televisão de verdade. O elenco é de primeira, ainda vemos a elegante e incrível Rebecca Hall, Kevin Bacon, Oliver Platt e Matthew MacFadyen, e destacando principalmente a ótima participação de Sam Rockwell.

Não recomendo para todos os gostos, apesar de ser dinâmico e algumas vezes divertido, Frost Nixon ainda tem aquele defeito que citei acima e essa pode ser uma grande decepção para muitos, pois esse pequeno detalhe, faz com que o longa se torne chato e cansativo em muitas passagens e pior, afasta aos poucos o público do que está acontecendo na tela, não nos coloca dentro da história. Porém é bem feito, então, vale a pena arriscar.

NOTA: 7

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Postagem Especial - Personagens Marcantes

Para comemorar a minha volta ao Cinemateca,já que fazia um bom tempo que não postava nada por aqui,resolvi postar um ensaio que foi feito para a revista estado-unidense Esquire, com alguns personagens mais marcantes da história do cinema.
As fotos, desde de Jack Nicholson relembrando Melhor é Impossível desde o trio de Harry Potter, são super legais, um verdadeiro presente para os cinéfilos de plantão.

Espero que aproveitem.Vem mais por aí...

Bárbara.


Ben Stiller em Zoolander



Arnold Schwarzenegger em Exterminador do Futuro



Anthony Hopkins e Jodie Foster em O Silêncio dos Inocentes



Viggo Mortensen e Sean Bean em O Senhor dos Aneis



Clint Eastwood e Morgan Freeman em Os Imperdoáveis



Jack Nicholson em Melhor é Impossível



Laurence Fishburn em Matrix e Christian Bale em Psicopata Americano



Sam Neill em O Parque dos Dinossauros



Daniel Radcliff, Emma Watson e Rupert Grint na saga Harry Potter



James McAvoy e Keira Knightley em Desejo e Reparação



Kevin Spacey em Beleza Americana e Michael Sheen em A Rainha



Mel Gibson em Coração Valente



Gerard Butler em 300 e Matt Damon em A Identidade Bourne

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