terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Os 25 Melhores Filmes de 2019

Chega ao fim a retrospectiva aqui no blog. Depois de postar algumas listas com o que teve de melhor em 2019, finalmente chego com a de melhores filmes do ano. Assim como ano passado, optei por deixar 25 títulos, pois acredito que seja um número bom para que todos os que eu realmente gostei estejam aqui. Durante esses doze meses consegui ver bastante coisa, por isso espero ter feito uma seleção justa. 2019 foi um ano muito bom para o cinema e digo que foi ótimo poder escrever esse texto e relembrar todas essas preciosidades. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Retrospectiva 2019: Os Destaques do Ano

O Oscar que lute! Aqui no blog também tem premiação e mesmo que nenhum desses filmes leve um prêmio para casa, eles são vencedores em nossos corações e somente isso importa. Separei em 19 categorias como forma de destacar o que teve de mais relevante durante o ano. É um post bem especial, pois durante o ano gosto de anotar tudo o que assisto e espero ter sido justo na escolha dos "vencedores". Lembrando que selecionei apenas os filmes lançados de janeiro à dezembro aqui no Brasil. 

por Fernando Labanca



1. Parasita
2. Bacurau
3. Entre Facas e Segredos
4. Dor e Glória
5. Fora de Série
6. História de Um Casamento





1. Poderia Me Perdoar?
2. A Vida Invisível
3. Coringa
4. O Irlandês
5. Homem-Aranha no Aranhaverso
6. Perdi Meu Corpo




1. A Vida Invisível
2. Bacurau
3. Temporada
4. Sócrates
5. Morto Não Fala
6. Divino Amor




1. História de Um Casamento
2. Perdi Meu Corpo
3. O Irlandês
4. Dois Papas
5. Klaus
6. Girl




1. Homem-Aranha no Aranhaverso
2. Perdi Meu Corpo
3. Klaus
4. Uma Aventura Lego 2
5. WiFi Ralph: Quebrando a Internet
6. Toy Story 4




1. Guerra Fria
2. Coringa
3. Midsommar
4. Ad Astra
5. Ford vs Ferrari
6. O Pintassilgo




1. O Homem Que Matou Dom Quixote
2. Rocketman
3. Entre Facas e Segredos
4. Midsommar
5. Ad Astra
6. Alita: Anjo de Combate




1. Era Uma Vez em Hollywood
2. Meu Nome é Dolemite
3. Duas Rainhas
4. Rocketman
5. A Favorita
6. Se a Rua Beale Falasse




1. Border
2. Vice
3. Suspiria
4. Duas Rainhas
5. Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro
6. Coringa




1. País da Violência
2. Ford vs Ferrari
3. Yesterday
4. Rocketman
5. As Golpistas
6. Fora de Série




1. O Rei Leão
2. Vingadores: Ultimato
3. Star Wars: A Ascensão Skywalker
4. Ad Astra
5. Alita: Anjo de Combate
6. Os Aeronautas




1. Star Wars: A Ascensão Skywalker
2. Ford vs Ferrari
3. Vingadores: Ultimato
4. Ad Astra
5. Godzilla II: Rei dos Monstros
6. Bem-Vindos à Marwen




1. Nicholas Brittel (Se a Rua Beale Falasse)
2. Michael Abels (Nós)
3. Bobby Krlic (Midsommar)
4. Trent Reznor e Atticus Ross (Anos 90)
5. Hildur Guðnadóttir (Coringa)
6. Dan Levy (Perdi Meu Corpo)




1. Era Uma Vez em Hollywood
2. Rocketman
3. As Loucuras de Rose
4. Fora de Série
5. Corações Batendo Alto
6. Espírito Jovem




1. Glasgow (Jessie Buckley / As Loucuras de Rose)
2. Hearts Beat Loud (Kiersey Clemons / Corações Batendo Alto)
3. Zero (Imagine Dragons / WiFi Ralph: Quebrando a Internet)
4. Wrapped Up (Natalie Portman / Vox Lux)
5. Super Cool (Beck feat. Robyn e The Lonely Island / Uma Aventura Lego 2)
6. Sunflower (Post Malone/ Homem-Aranha no Aranhaverso)




1. Entre Facas e Segredos
2. Era Uma Vez em Hollywood
3. A Favorita
4. O Irlandês
5. Parasita
6. As Golpistas




1. Jessie Buckley (As Loucuras de Rose)
2. Beanie Feldstein (Fora de Série)
3. Julia Stockler (A Vida Invisível)
4. Carol Duarte (A Vida Invisível)
5. Margaret Qualley (Era Uma Vez em Hollywood)
6. Naomi Scott (Aladdin)
7. Odessa Young (País da Violência)
8. Julia Butters (Era Uma Vez em Hollywood)
9. Lashana Lynch (Capitã Marvel)




1. Olivia Wilde (Fora de Série)
2. Bo Burnham (Oitava Série)
3. Sam Levinson (País da Violência)
4. Brady Corbet (Vox Lux)
5. Jonah Hill (Anos 90)
6. Paul Dano (Vida Selvagem)




1. Bong Joon-ho (Parasita)
2. Todd Phillips (Coringa)
3. James Gray (Ad Astra)
4. James Mangold (Ford vs Ferrari)
5. Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (Bacurau)
6. Quentin Tarantino (Era Uma Vez em Hollywood)
7. Rian Johnson (Entre Facas e Segredos)
8. Fernando Meirelles (Dois Papas)
9. Karim Ainouz (A Vida Invisível)
10. Dexter Fletcher (Rocketman)
11. Ari Aster (Midsommar)
12. Lorene Scafaria (As Golpistas)


quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Retrospectiva 2019: As Melhores Atrizes

Qual a sua atriz favorita de 2019? Selecionei os filmes lançados aqui no Brasil durante janeiro e dezembro do ano passado e destaco, aqui, as melhores atuações femininas. Tive o prazer de ver muita coisa boa ano passado, então espero ter feito uma seleção justa. Infelizmente acabei deixando alguns nomes de fora para deixar apenas 15, mas se sentir falta de algum, deixe nos comentários. 

Seja na comédia, no drama, no terror, essas mulheres deram um verdadeiro show! Com vocês, as melhores atrizes de 2019…


por Fernando Labanca



15. Elsie Fisher (Oitava Série)
É sempre uma grata surpresa quando surgem novos atores e entregam, mesmo com a inexperiência, um trabalho extremamente notável. Elsie é uma dessas revelações, que explora as possibilidades de sua protagonista e nos oferece algo novo, de forma brilhante. Na pele de Kayla, uma garota de 13 anos, a atriz nos convence de toda sua timidez e transmite toda a insegurança que se tem na idade. Ela acaba sendo o reflexo de muitos adolescentes engolidos pela própria solidão e que incrível poder existir uma atriz como ela, que mais do que passar uma mensagem, consegue criar este laço com o público, um ser possível, com que possamos nos identificar. 




14. Ana de Armas (Entre Facas e Segredos)
Não é fácil ser a mocinha da história. Longe de qualquer caricatura ou previsibilidade, Ana de Armas consegue construir uma protagonista muito única, complexa, divertida e ao mesmo tempo, graciosa, comovente. Criamos uma relação forte com ela e isso se deve, não apenas ao enorme carisma da atriz, mas a habilidade que ela tem de nos comprar, de nos convencer e nos fazer torcer por ela. É uma personagem cheia de camadas e a atriz navega por elas com naturalidade. Ana tem crescido muito no cinema e é lindo poder ver essa evolução dela de um filme para o outro. 




13. Alicia Vikander (Pássaro do Oriente)
Um filme e uma atuação que passou em branco em 2019, mas faço questão de trazer aqui porque me surpreendeu bastante. Alicia nos faz lembrar que o Oscar que tem em sua prateleira não foi em vão e ela possui uma forma muito única de traduzir sentimentos, às vezes, indecifráveis. Lucy Fly é uma personagem difícil, misteriosa, que carrega um trauma do passado consigo e vive um romance obsessivo com seu novo parceiro. É brilhante como Alicia consegue transitar tão bem por suas nuances, nos mantendo vidrados por suas ações. Na reta final, a atriz ainda entrega um potente monólogo em japonês e choca pela naturalidade e comoção que entrega ali. 




12. Saoirse Ronan (Duas Rainhas)
Lista dos melhores do ano sem Saoirse Ronan não vale. Há uns bons anos a atriz tem sido uma figura presente em premiações e listas e ela não poderia faltar aqui. Ela surge quase que irreconhecível na pele da Rainha Mary, com trejeitos e postura distantes do que já havíamos visto dela. Ainda que o filme não seja incrível, a performance da atriz é poderosa, segura e prova não apenas sua surpreendente versatilidade como a reafirma como a atriz mais completa de sua geração. 




11. Emma Thompson (Late Night)
Ver Emma aqui é como um grande presente. É daqueles personagens que não sabíamos que precisávamos tanto. Ao interpretar Katherine Newbury, uma famosa âncora de um programa de TV, Emma dá um belo e surpreendente show. Com um divertido e bastante crítico texto de Mindy Kaling, as duas conseguem fazer uma bem-vinda provocação à Hollywood e sobre como é envelhecer sendo mulher no ramo do entretenimento. Os monólogos de Thompson são hipnotizantes, tamanha a força dela como atriz, que dá voz a um belo roteiro, se mostrando a vontade nos momentos cômicos sem deixar de trazer garra nos instantes mais dramáticos. 




10. Cate Blanchett (Cadê Você, Bernadette?)
Bernadette é uma personagem, no mínimo, bastante intrigante. Que bom que existe uma atriz tão completa como Cate Blanchett para torná-la possível. Arrogante, desprezível e um tanto quanto misteriosa. Existe humor, mas existe um boa dose de drama também. Cate consegue navegar por essas oscilações e entrega uma performance bastante interessante, nos convidando à sua jornada, nos fazendo querer entendê-la e tornando possível essa identificação por ela ao fim. Sua presença é mágica, encantadora. 




09. Carey Mulligan (Vida Selvagem)
Carey Mulligan é, sem dúvidas, uma das atrizes mais subestimadas do cinema atual. Em “Vida Selvagem”, ela surge com uma força admirável, protagonizando com garra este drama familiar. Na pele de uma mãe que se desestrutura com a partida do marido nos anos 60, a atriz entrega mais um belo papel em sua carreira. É comovente esta luta diária de sua personagem, de precisar lidar com tantas responsabilidades e ainda se mostrar firme para o pequeno filho. É lindo, então, a forma que Carey encontra para traduzir tantos sentimentos. Sua presença é forte, grandiosa e merecia muito mais prestígio.  




08. Maggie Gyllenhaal (A Professora no Jardim de Infância)
Lisa Spinelli é uma das personagens mais intrigantes do ano. Professora, ela cria uma obsessão por seu aluno prodígio que possui um milagroso dom com poemas. A relação entre os dois é bem complexa e Maggie Gyllenhaal deixa tudo ainda mais fascinante de acompanhar. É simplesmente hipnotizante sua presença e tudo o que ela faz com a personagem. Sua evolução em cena, a maneira tão sublime com que ela se transforma diante dos eventos da trama, a loucura, o desespero, a paixão. Ela consegue a proeza de ser assustadora ao mesmo tempo em que consegue ser dócil, terna. Um trabalho admirável. 




07. Jessie Buckley (As Loucuras de Rose)
Rose é uma jovem mãe solteira, que acabou de sair da prisão e sonha em ser uma cantora country. Ainda que seja uma grande personagem, ela definitivamente não teria o mesmo brilho se não fosse o talento de Jessie Buckley. É surpreendente porque ela é uma atriz de pouca experiência e veio e simplesmente entregou algo digno de uma veterana. É potente, é poderoso e enche a tela com sua energia e carisma. Emociona nesses dilemas de Rose e a garra com que ela enfrenta a vida, emociona toda vez que divide a cena com sua família e quando canta. Quando Jessie sobre ao palco, algo mágico acontece. É quando ela revela seu outro belíssimo dom enquanto artista. Ela canta muito e me faltam palavras para descrever o quão poderosa é sua presença ali, dando alma para cada verso. 




06. Melissa McCarthy (Poderia Me Perdoar?)
Existe sempre aquele momento na carreira de um ator, acostumado na comédia, querer a se aventurar em papéis mais dramáticos. Essa transição nem sempre funciona, o que não é o caso de Melissa McCarthy. Quase nunca essa mudança de gênero para uma atriz fluiu tão bem quanto aqui. Ao interpretar a escritora decadente Lee Israel, Melissa deu um belo show. É divertida sim e a comicidade vem natural para ela, mas é nos momentos dramáticos que a atriz revela seu enorme talento. Nos emociona até mesmo quando sua personagem perde seu gato. A cena do tribunal? Irretocável. É um grande prazer vê-la em cena, não apenas porque o texto que recebeu é muito bom, mas principalmente porque ela constrói uma personagem adorável, talvez uma das mais fascinantes deste ano. 




05. Lupita Nyong'o (Nós)
O terror é um gênero que tem crescido bastante nos últimos anos e tem dado chance para grandes atores se destacarem. Lupita Nyong'o tem a oportunidade aqui de interpretar duas personagens e é simplesmente fantástico o que ela realiza em cena. É uma performance agressiva, assustadora, inventiva e ela domina cada sequência. O momento em que sua “vilã” é apresentada, nos deixa em choque, não apenas porque conseguimos ver ali duas versões tão distintas mostradas por ela mas principalmente porque a atriz consegue construir uma figura tão emblemática. 




04. Scarlett Johansson (História de Um Casamento)
Depois de muitos anos focada nos filmes da Marvel como Viúva Negra, 2019 veio como um bom respiro para a carreira de Scarlett Johansson. Ao lado de um inspirado Adam Driver e sob comando de Noah Baumbach, a atriz retornou com uma força que não mostrava há muito tempo. Não me lembrava a última vez que a tinha visto assim, com tanta garra em cena, com tanto brilho. Redescobri Scarlett e foi um encontro adorável. A sequência em que ela se abre com a advogada e revela as razões para o seu divórcio é um dos meus momentos favoritos do ano. É um monólogo potente e ela emociona, traz verdade.  




03. Florence Pugh (Midsommar)
Florence surgiu há pouco tempo no cinema, mas a cada novo trabalho revela seu enorme potencial. Depois de “Hereditário”, Ari Aster construiu outra grande personagem feminina em um filme de terror e é incrível como ela, tão nova, conseguiu assumir essa responsabilidade e entregar uma excelente atuação. É um papel difícil, complexo e é brilhante tudo o que ela extraiu de tudo isso. Florence dá vida à Dani, uma jovem que vivenciou um evento traumático e decide se abrir para uma seita pagã bizarra. É incrível como ela consegue transmitir tanta coisa com sua personagem, indo ao auge do desespero, da dor. Ela é intensa, forte e entra facilmente para a lista das melhores atuações dentro do gênero. 




02. Glenn Close (A Esposa)
Na pele da esposa que viveu durante anos à sombra do marido, um renomado escritor, Glenn Close entregou uma das atuações mais poderosas do ano. Somente uma atriz tão completa como ela poderia realizar o que foi necessário aqui. Seus olhos dizem muito em cena. O rancor, a mágoa e tantos sentimentos não ditos. Sua presença encanta porque ela nos faz compreender o poder de uma grande atuação. É um triste retrato da história de muitas mulheres e Close vem para dar voz a todas elas. Sua performance é marcante, memorável e nos faz ter a certeza de que ela merecia mais reconhecimento. 




01. Olivia Colman (A Favorita)
Olivia Colman sempre foi uma atriz intrigante. Ainda que os holofotes só tenham a alcançado com “A Favorita”, há muitos anos ela tem demonstrado seu enorme talento e esta sua facilidade de se transformar de um papel para o outro. Somente ela poderia fazer a Rainha Anne. É fascinante o que ela faz com esta personagem. É fascinante quando ela consegue sair do comédia - gênero que a deixa mais confortável - e revela as suas outras tantas camadas escondidas. Ela é frágil, receosa, imatura ao mesmo tempo em que é cruel e fria. Olivia é carismática, divertida, mas também sabe como ser assustadora. É tanta coisa dentro de uma única personagem e nos choca quando ela consegue fazer essas tantas transições em uma única cena, ao decorrer de um único diálogo. Que Olivia tenha um futuro brilhante porque o cinema só tem a ganhar com sua existência. 


segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Retrospectiva 2019: Os Melhores Atores

Em 2019 tivemos ótimos personagens masculinos e, como consequência, grandes atores se destacam durante o ano. Foi uma lista um pouco difícil de fechar, logo, acabei deixando nomes fortes de fora. Caso sinta falta de alguém, deixe nos comentários. 

Essas são, na minha opinião, as melhores atuações masculinas de 2019. Espero que gostem dos selecionados. Sempre bom lembrar que na retrospectiva aqui no blog, os filmes possíveis de seleção são todos aqueles lançados no Brasil entre janeiro e dezembro, independente do ano em que foram lançados nos países de origem. 

por Fernando Labanca



15. Timothée Chalamet (O Rei)
É surpreendente a força de Timothée Chalamet em cena. Apesar de muito jovem, ele encara o protagonista de “O Rei” com garra e prova ser mais do que uma mera nova promessa de Hollywood. Aqui ele interpreta Henrique V, que contra sua vontade, aceita o reinado deixado por seu pai, assumindo o posto de rei da Inglaterra e liderando uma violenta guerra. Toda a construção do personagem é interessante e vê-lo crescendo na pele de Chalamet é ainda mais fascinante. 




14. Eddie Murphy (Meu Nome é Dolemite)
“Meu Nome é Dolemite” marca uma volta triunfal do veterano Eddie Murphy, que depois de anos longe do cinema retorna em um papel que lhe cai como uma luva. É a sua cara. É o seu momento. Na pele de Rudy Ray Moore, um homem que na década de 70 fez absolutamente de tudo para conseguir emplacar uma carreira artística, o ator encontra espaço para explorar todo o seu talento, fazendo stand up, cantando e provando que é capaz de ir muito além da comédia. 




13. Daniel Craig (Entre Facas e Segredos)
No início de “Entre Facas e Segredos” há um certo mistério diante do famoso detetive que entre em cena para solucionar um crime. Quando, enfim, o rosto de Daniel Craig é revelado e seu personagem ganha destaque na trama, o filme ganha uma nova vida, um novo brilho. Depois de tanto tempo se dedicando ao James Bond, acabamos que esquecendo do quão bom ator ele é. Benoit Blanc é um personagem pomposo, inteligente, cômico e parece ter sido tirado de um filme antigo. Craig, por sua vez, é este ator intrigante, que diante desta baixa expectativa que existe sobre sua presença, vem e nos entrega uma grande atuação. Ele tem carisma e um charme que é difícil de tirar os olhos quando está frente à câmera. 




12. Zain Al Rafeea (Cafarnaum)
Me emociona e me faz pensar no quão milagroso o cinema consegue ser. Zain, o ator, é um refugiado sírio e quando filmou “Cafarnaum”, não sabia ler. É brilhante, então, a veracidade e intensidade que ele traz ao personagem Zain, o garoto pobre libanês, que processa os pais por tê-lo colocado no mundo. É muito forte toda a trajetória do garoto e nos choca como ele, que não é um ator profissional, conseguiu trazer tanta honestidade e tanta comoção em cena. Zain é um desses milagres e que lindo foi poder vê-lo aqui. 




11. Taron Egerton (Rocketman)
Taron Egerton tem construído uma carreira interessante em Hollywood. Rosto bonito, ele é o típico jovem padrão que tem tudo para ser um galã de sucesso. É curioso, então, perceber o quanto ele se recusa a isso e consegue, através de projetos tão arriscados, apagar essa imagem fútil e provar o quão talentoso é. Em “Rocketman”, nada é capaz de apagar o brilho que ele tem. Taron canta, dança e entrega uma atuação digna de prêmios. Na pele do astro Elton John, o ator foge da caricatura ou imitação e faz sua própria versão daquilo que acredita ser Elton. E traz verdade, traz intensidade e nos convida a enfrentar sua mágica e dolorosa jornada ao seu lado. 




10. Brad Pitt (Ad Astra)
Brad Pitt é um grande ator, mas por alguma razão, sempre esquecemos disso. “Ad Astra” veio para nos lembrar do quão competente ele é capaz de ser quando recebe um bom filme e um bom personagem em mãos. Ao interpretar o engenheiro espacial Roy, que viaja ao espaço a procura de seu pai, o vemos quase que o tempo inteiro sozinho em cena. É preciso ser um grande ator para segurar a público diante deste isolamento e, apesar de extremamente sutil, ele nos hipnotiza e nos emociona. Brad é bastante honesto ao revelar os dramas de seu personagem e entrega uma atuação, surpreendentemente, sensível e delicada, muito distante de tudo o que ele realizou anteriormente. 




09. Christian Bale (Ford vs Ferrari)
Não fechei esta lista até assistir “Ford vs Ferrari” pois sabia da possibilidade que havia de Christian Bale entregar uma atuação digna de ser lembrada como “uma das melhores”. Afinal, quando foi que ele errou? Bale é unânime e segue construindo uma carreira de acertos. Muito a vontade na pele do piloto Ken Miles, o ator entrega mais uma grande interpretação. É um cara grosseiro, meio truculento e no meio de sua comicidade, o ator encontra sua humanidade. Ao fim, criamos um laço forte com aquele personagem, uma afeição que nos faz torcer fortemente por suas vitórias e isso se deve a Bale e a capacidade dele de nos convencer. De acreditar no quão humano, quão real e verdadeiro ele é.  




08. Jonathan Pryce (Dois Papas)
Eu não consigo imaginar outro ator sendo o Papa além de Jonathan Pryce. Mais do que uma questão de fisionomia, ele nos prova, cena após cena, que ninguém poderia incorporar aquele personagem além dele. Há algo de muito especial em sua composição, que nos transmite verdade, que nos transmite paz. A naturalidade com que ele fala outros idiomas também impressiona e revela o quão preparado ele estava para viver aquilo. Os diálogos são ótimos e são como presentes dados ao veterano que poucas vezes, nos últimos anos, recebeu um material tão completo como este. 




07. Marcello Fonte (Dogman)
Marcello venceu, ano passado, o prêmio de Melhor Ator em Cannes e não só por isso merece estar aqui. Estrela do elogiado filme do italiano Matteo Garrone, Marcello surpreende por não ser um ator profissional e ter se entregado com tanta garra. Ele foi achado ao acaso pelo diretor para dar vida ao protagonista Marcelo, um humilde funcionário de uma pet shop. Seu carisma enche a tela e sua presença nos impacta, tamanha força. Ele traz honestidade em cada diálogo e em cada situação vivida pelo personagem e nos envolve facilmente em sua jornada. 




06. Ethan Hawke (Fé Corrompida)
Foi uma grande surpresa ver Ethan Hawke na pele do reverendo Toller no drama “Fé Corrompida”. Ele sempre foi um ator muito correto, no entanto, confesso que nunca o tinha visto desta forma, tão entregue a seu personagem. Pela primeira vez me fez esquecer seus outros papéis e encará-lo como um ator realmente competente, capaz de sair de sua zona de conforto e viver por completo uma outra realidade. 




05. Leonardo DiCaprio (Era Uma Vez em Hollywood)
Leonardo DiCaprio é um desses grandes atores que nunca erram. Pelo menos nesta última década, não me vem à cabeça um projeto que ele tenha se envolvido e dado errado. Na pele do ator Rick Dalton, ele entrega mais uma irretocável atuação. Aqui ele é um astro da comédia, do drama, da ação e trilha com perfeição por todos os gêneros, explorando ao máximo todas as possibilidades de seu personagem. DiCaprio nos mantém atentos e é ele a grande razão do novo filme de Tarantino valer a pena.  




04. Adam Driver (História de Um Casamento)
Queridinho do cineasta Noah Baumbach, os dois tem construído uma bela parceria nos últimos anos. É nítido o quão pessoal e intimista é o texto de “História de Um Casamento” e Driver serve quase como um alter ego do roteirista aqui. É nítido, também, o quanto o ator se doou aqui, mergulhando de cabeça nos dramas de seu personagem e entregando umas das interpretações mais viscerais do ano. Ao viver o marido que está se divorciando, Driver se mostra intenso e muito honesto em cada diálogo. É seu melhor momento, com certeza. 




03. Willem Dafoe (No Portal da Eternidade)
Não que Willem Dafoe seja a escolha mais óbvia para dar vida a Van Gogh no cinema, mas quando “No Portal da Eternidade” começou, ficou claro que não poderia haver outro ator para interpretá-lo. Ela abraça o personagem, vive com intensidade aquela verdade e durante aqueles minutos nos juntamos a ele em sua jornada e acreditamos em seus dramas e relatos. É linda e irretocável sua presença em cena, emociona e nos faz ter a certeza do quão completo ele é como profissional.   




02. Antonio Banderas (Dor e Glória)
Acho que esquecemos do grande ator que Antonio Banderas é. Talvez por isso tenha sido tão surpreendente vê-lo em “Dor e Glória”. Ele renasce em cena para viver o alter ego do diretor Pedro Almodóvar, Salvador Mallo. É uma performance sutil, que encanta, nos envolve e nos deixa ali, hipnotizados por cada diálogo que pronuncia. Banderas nos convence e prova que por muitos anos o subestimamos. É um ator incrível, que domina a cena e que merece mais chances como esta. 




01. Joaquin Phoenix (Coringa)
Foi a atuação de 2019, fato. Me deixou sem palavras por diversos momentos e arrepiado pela entrega e transformação do ator. Joaquin Phoenix é um monstro, um camaleão e não resta dúvidas de que ele é um dos maiores atores ainda em atividade. Na pele do Coringa, Phoenix renasce e supera as altíssimas expectativas que existam em cima de sua interpretação. É brilhante sua entrega, em como ele entende o personagem e se permite crescer em cena. Cada nova sequência, um novo choque, um novo impacto. Phoenix deu um show, um show que vamos lembrar daqui há muitos e muitos anos. Foi mágico, foi memorável. 

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