por Fernando Labanca
Neil Armstrong foi o primeiro homem a pisar na lua e é este o evento que o cineasta Damien Chazelle (Whiplash, La La Land) resgata para contar em sua nova obra. Vemos o homem por trás de um dos capítulos mais importantes da humanidade, a relação que possui com sua família e as perdas que precisou enfrentar até colocar seu nome na história. Passou a ser visto como herói norte-americano, mas ele mesmo nunca se viu assim. O filme propõe, então, sua visão sobre os fatos de forma singela e bem realista, sem a necessidade de romantizar o ato, mas sem menosprezar seus esforços.
Pela primeira vez distante do tema musical, Damien entrega seu produto menos explosivo e também, o seu menos pessoal. Ainda que seja incrivelmente bem executado, falta a emoção que existia em seus trabalhos anteriores. Se trata de um filme apático, que nos coloca para dentro da cena, mas é quase impossível se ver envolvido com os dramas que relata. É cru, seco e por isso é difícil se importar até mesmo quando seus personagens morrem. O filme não procura emoções baratas e nem uma comoção gratuita, o que é bom porque foge a todos instantes de possíveis clichês do gênero, no entanto, essa falta de empatia causada por essa sua frieza nos distancia da obra, nos torna meros expectadores. A presença de Ryan Gosling não ajuda. Sempre fazendo o tipo introspectivo, o ator some juntamente com suas expressões. Dessa forma, é sua parceira quem realmente brilha. Claire Foy, que chamou a atenção na série "The Crown", explora o pouco tempo que tem e entrega uma atuação potente. Ela devora o texto e se torna a única coisa com vida dentro do filme.