sexta-feira, 25 de julho de 2014

Crítica: Amor Fora da Lei (Ain't Them Bodies Saints. 2013)

David Lowey dedicou grande parte de sua carreira no cinema como editor - em obras como o recente "Upstream Color (2013)" - e podemos afirmar que está seguindo um caminho interessante como diretor. Não vemos aqui um filme marcante, entretanto, realizado com tanto cuidado que acaba se firmando como um dos bons títulos do western contemporâneo.

por Fernando Labanca

O western, aos poucos, parece reencontrar seu espaço nos cinemas. Os irmãos Coen, ao realizarem o remake "Bravura Indômita" provaram o quão o gênero ainda poderia mostrar e Andrew Dominik trouxe, de forma única, a beleza que a sétima arte pouco viu nos últimos anos, com seu magnífico "O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford", onde Lowey parece ter buscado alguma inspiração. Destaques da obra, sua montagem e a fotografia - no qual venceu o prêmio no Festival de Sundance ano passado - remetem aos trabalhos de Terrence Malick, que desde o início de sua carreira, soube, como ninguém, revelar a beleza do campo, e mais do que isso, revelou o cinema como um instante de pura contemplação. "Amor Fora da Lei" é mais uma chance do western no cinema contemporâneo, e bebendo das fontes certas acaba por realizar um filme interessante, se apropriando bem de suas referências, e por fim, construindo uma obra original.

O trama acontece no Texas, onde um casal, Ruth (Rooney Mara) e Bob (Casey Affleck) vivem uma vida de crimes, até que são pegos e numa batalha armada, ela acaba ferindo o policial Patrick (Ben Foster). Bob decide levar a culpa, indo preso, para salvar a pele da mulher que ama, que por sua vez, está grávida. Anos depois, ele foge da prisão e tem como único intuito, reencontrar Ruth, entretanto, muitos percalços aparecerão para impedi-lo. Enquanto isso, ela tenta seguir com sua vida, cuidando da pequena filha, sempre à espera de vê-lo novamente, até que o policial Patrick começa a visitá-la, oferecendo proteção e dando indícios de um novo começo.


sexta-feira, 18 de julho de 2014

Crítica: A Música Nunca Parou (The Music Never Stopped, 2011)

Sucesso no Festival Sundance, "A Música Nunca Parou" fora baseado no livro "O Último Hippie" de Oliver Sacks. E assim como os excêntricos casos do famoso neurologista, a trama acompanha a jornada de um pai em recuperar as memórias do filho através das canções que embalaram os anos 60. E Entre Bob Dylan, Beatles e Grateful Dead, acompanhamos esta tocante história, extremamente simples em seu formato, mas intensamente emocionante.

por Fernando Labanca

Nos anos 50, Henry (JK Simmons), um grande admirador da música, costumava fazer um jogo com seu pequeno filho, Gabriel, onde a cada vez que uma canção tocava ele teria que dizer a que lembrança ela estava ligada. Anos depois, já na adolescência, Gabriel (Lou Taylor Pucci) passou a seguir seus próprios passos, descobriu o rock, passou a questionar o governo e o modo como seus pais viviam, e depois de uma briga com seu pai, decidiu fugir de casa. Quase vinte anos depois, ele reaparece no hospital, diagnosticado com um tumor no cérebro, que o tornou num ser irreconhecível, incapaz de ter alguma memória concreta. É então que Henry, no esforço de se conectar novamente a seu filho, passa a apostar novamente na música, acreditando que ela poderia lhe trazer as lembranças de sua vida novamente, ele contrata uma musicoterapeuta (Julia Ormond), que com seus discos de vinil chega a conclusão que Gabriel apenas respondia à estímulos diante das canções que ele ouvia na juventude, diante de suas músicas favoritas ele reascendia, se tornava consciente, novamente vivo.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Crítica: O Primeiro Amor (Flipped, 2010)

Dirigido por Rob Reiner, nome por trás de alguns clássicos do cinema como "Conta Comigo" e "Harry e Sally", o filme fora baseado no livro de Wendelin Van Draanen e lançado diretamente nas locadoras aqui no Brasil. É daqueles que você nunca ouviu falar, assisti sem querer e acaba se apaixonando.

por Fernando Labanca

A obra segue aquela antiga ideia de que o primeiro amor ninguém nunca esquece. Acompanhamos, então, este encontro, entre duas crianças e como aquele sentimento definiu parte de suas vidas. Vemos sob o ponto de vista de cada um, do garoto, Bryce Loski (Callan McAuliffe) e como ele sempre rejeitou a presença de sua nova vizinha, Juliana Baker (Madelina Carcoll), que por sua vez, o achava incrível e sempre arranjava maneiras de estar perto. Tudo muda quando Chet (John Mahoney), avô de Bryce, muda para sua casa, e não demora muito até que ele se aproxime de Juliana, devido sua dedicação pela jardinagem, nascendo ali uma inusitada amizade, e fazendo com ela esteja ainda mais presente na vida de Bryce, e são nesses instantes em que ele começa a vê-la com outros olhos, e o mesmo acontece com Juliana, o problema é que seus sentimentos passam a ser o oposto, compreendendo aos poucos que talvez o jovem rapaz não fosse tão incrível quanto ela acreditava que era.


sábado, 5 de julho de 2014

Crítica: O Homem Duplicado (Enemy, 2014)

Dirigido por Denis Villaneuve (Incêndios, Os Suspeitos), o filme fora baseado no livro de José Saramago e tem causado algumas discussões sobre sua trama confusa e seu final "mind blow". De fato, se trata daquelas obras que terminam e deixam um rastro de perguntas e nos faz revirar a mente tentando encontrar respostas ou alguma interpretação lógica para toda aquela loucura apresentada. Um suspense psicológico intrigante e extremamente bem conduzido.

por Fernando Labanca

Adam Bell (Jake Gyllenhaal) é um professor de história, que vive uma vida solitária e sem grandes emoções. Mantém uma relação com Mary (Mélanie Laurent), mas sem nenhum compromisso. Eis que numa noite qualquer, assistindo a um filme, percebe que um dos figurantes é exatamente como ele, e curioso pelo estranho acontecimento, começa a pesquisar sobre este ator e sobre a existência desconhecida de seu sósia, nascendo, então, uma obsessão por este homem. Do outro lado, Anthony (Gyllenhaal) é um ator que de início se assusta com a presença de seu duplo, mas não demora muito até perceber que pode tirar alguns proveitos desta situação.


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