terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Crítica: Três Anúncios Para um Crime (2017)

Um dos grandes destaques do Oscar 2018, "Três Anúncios Para um Crime" é tudo aquilo que não  se espera dele. É revigorante, imprevisível e surpreendentemente divertido. 

por Fernando Labanca

Tenho acompanhado o crescimento do diretor e roteirista Martin McDonagh e confesso que me deixa feliz ver onde ele chegou. Suas comédias britânicas "Na Mira do Chefe" (2008) e "Sete Psicopatas e Shih Tzu" (2012) não foram exemplo de sucesso de público, mas definitivamente, fugiam do lugar comum. Era nítido que por trás desses excêntricos projetos estava alguém que pensava além, adentrava em um universo que o cinema ainda desconhecia. "Três Anúncios Para um Crime" é o ápice desta sua pequena jornada e apesar de ser seu produto mais maduro e denso, ele não ignora o humor, que não só torna sua trama pesada mais digestiva, como prova seu talento como escritor. Logo que temos aqui uma aula de roteiro, que espanta pela qualidade narrativa, desde seus brilhantes diálogos até a fantástica composição de cada personagem.


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Crítica: Artista do Desastre (The Disaster Artist, 2017)

Uma insana homenagem ao pior filme do mundo. 

por Fernando Labanca

"The Room", lançado em 2003, é considerado por muitos como um dos piores filmes da história. De tão ruim, acabou virando cult e ganhando, ao longo dos anos, alguns fãs devotos. "Artista do Desastre", dirigido e protagonizado por James Franco, vem para revelar os bastidores do longa-metragem e as reais motivações de Tommy Wiseau, o misterioso homem por trás deste estranho projeto e que ganhou fama por sua total falta de talento. 

Franco dá vida a Tommy, que em aula de atuação, chama a atenção dos outros alunos por sua coragem como ator. É assim que seu destino cruza com Greg (Dave Franco), que fascinado pela ousadia daquele estranho homem decide seguí-lo. Desta amizade, surge um sonho, se mudar dali e tentar uma carreira em Hollywood. Entretanto, o fracasso parece insistir em suas vidas, o que motiva Tommy a escrever, financiar, dirigir e protagonizar seu próprio filme, contratando toda uma equipe de filmagem e depositando todo seu esforço para enfim conquistar o sucesso.


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Crítica: A Forma da Água (The Shape of Water, 2017)

A belíssima fábula de Guillermo del Toro e um dos filmes mais relevantes de sua carreira.

por Fernando Labanca

"Desde a infância eu tenho sido fiel aos monstros. Eu tenho sido salvo e absolvido por eles, porque os monstros em que eu acredito são os santos padroeiros da nossa feliz imperfeição e eles permitem e incorporam a possibilidade de falhar e de viver". Foi com esse discurso que o diretor mexicano recebeu seu prêmio no último Globo de Ouro e são com essas falas que nos deixa claro o quanto esses "monstros" que Del Toro criou durante sua carreira o salvaram. Ele sempre foi outsider em Hollywood, assim como suas bizarras criações que nunca receberam devida atenção da crítica, até agora. Quase nunca uma fantasia seguiu como favorito absoluto de uma importante premiação de cinema e é ótimo que isso, finalmente, tenha acontecido. "A Forma da Água" é um filme especial, tem algo a mais, longe de ser uma ficção vazia, parece dizer muito sobre tanta gente e justamente por isso pode causa uma identificação fácil. Parece um conto sobre esses outsiders, sobre aqueles que vivem à margem, sobre aquelas criaturas sem voz e que o mundo precisa ouvir.


quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Os 20 Melhores filmes de 2017


Chegamos ao fim da retrospectiva 2017, agora falando sobre os melhores filmes que vi no ano. Como sempre digo, escolher apenas 20 títulos é uma tarefa difícil, onde acabo deixando alguns muito especiais de fora. Teve muita coisa marcante e espero ter sido justo, mas de qualquer forma, sintam-se livres para deixar nos comentários aqueles que vocês sentiram mais falta.

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