por Fernando Labanca
Conhecemos Charley (Anton Yelchin), um jovem apaixonado por Amy (Imogen Poots), e que nunca conseguiu entender como conseguiu essa garota, simplesmente por ele não fazer o tipo que encanta as mais populares. Tem como melhor amigo, Ed (Christopher Mintz-Plasse), mas anda se desentendendo com ele, logo que este passou a agir de forma estranha depois que alguns de seus amigos passaram a desaparecer misteriosamente, acreditando que se tratava de ataques de vampiros e alerta Charley sobre seu novo vizinho, logo que não havia dúvida para ele, o estranho certamente era um vampiro.
Jerry (Colin Farrell) é o encantador novo vizinho de Charley e que chama muito a atenção de sua mãe, Jane (Toni Collette). Depois que Ed desaparece, o jovem passa a questionar sobre suas loucas teorias de que seu vizinho fosse realmente um vampiro, até que ao invadir sua casa, a verdade surge, por trás de todo aquele charme e mistério, havia uma criatura sedenta por sangue. A partir de então, Charley tenta fazer de tudo para salvar sua pele e das pessoas que ama, e para isso vai atrás de sua única salvação, Peter Vincent (David Tennant), um mágico que aparentemente entendia tudo sobre vampiros, eis que surge a oportunidade de provar seus conhecimentos, para sua infelicidade.
O filme começa perfeitamente bem, todo o clima, tem um estilo bem cool, desde a composição de seus personagens que são muito bem inseridos nas cenas, até a maneira descontraída como nos apresenta o terror. Há um suspense muito bem amarrado, desde o misterioso desaparecimento de algumas pessoas até o surgimento do vampiro Jerry, nos prende facilmente. Gosto do visual, dos cenários, da maquiagem e dos efeitos especiais, tudo bem trash, mas pra lá de estilosos (estragados em parte pelo 3D, mais uma vez, que escurece muitas cenas). O longa tem uma pegada bem jovem, passando pela ótima trilha sonora, até os bons personagens adolescentes que protagonizam a trama, que não são frágeis e vulneráveis, todos possuem personalidade e encaram o problema de frente, até mesmo a mocinha, não faz o estilo "tapada" dos filmes de terror.
Os atores estão muito bem em cena. Anton Yelchin cada vez mais vem surpreendendo e se mostra capaz de protagonizar um filme, tem carisma e convense como Charley. Imogen Poots também agrada, além de ser linda, soube aproveitar seu texto para mostrar seu talento, assim como Christopher Mintz-Plasse que surge num personagem bem diferente do que costuma fazer e não decepciona, mas também não surpreende. Colin Farrell convense como o vampiro sedutor, é bastante caricato, mas funciona no propósito do filme, assim como David Tennant, que rouba algumas cenas apesar de seu personagem ser bizarro. Toni Collette parece estar lá somente por diversão, é uma fantástica atriz e não vejo o porquê de estar neste filme, ainda que seja muito bom revê-la.
Perde muitos pontos por resolver o bom mistério logo no início do filme, depois que descobrimos a verdade, o filme parece escorregar num buraco sem fim, o roteiro não consegue manter o bom ritmo da primeira meia hora, e até seu final, vemos uma sequência de cenas com sustos, perseguições, sangue mas que não possuem força. O filme é curto mas parece durar uma eternidade, não inova em nada no gênero, só vem para provar a falta de criatividade daqueles que realizam filmes de terror, que resgatam algo do passado e nem ao menos conseguem trazer algo de novo na adaptação, é tudo muito fraco, não há motivos para tê-lo refeito, possui uma trama boba, imatura, com bons personagens e bons atores em cena mas a presença destes elementos não são o suficiente para impedir "A Hora do Espanto" do fiasco. Ainda assim, Craig Gillespie realiza algumas cenas boas, como a sinistra perseguição de Jerry no carro da família em alta velocidade, entre outras. Como entretenimento barato, funciona, mas é o típico filme que se esquece segundos depois de ter terminado.
OBS: 3D desnecessário e ótimos créditos finais!
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