domingo, 4 de outubro de 2009

Crítica: Up - Altas Aventuras (Up, 2009)


Como de costume, a Disney Pixar lança no ano mais uma animação, e para seguir a tradição, mais uma vez, acertam, constroem um belo, sincero e divertido filme.


por Fernando

Um velho que amarra em sua casa milhares de balões e sai voando para uma grande aventura!! Se fosse apenas isso, valeria pela originalidade, mais o longa vai além e constrói um grande propósito para tudo isso e é este propósito o grande potencial do filme. Este velho, Carl Fredericksen, em sua infância, apresentada incrivelmente no início do filme, era um garoto tímido e cheio de sonhos, sonhava em viver uma grande aventura, até que conhece Ellie, uma garota extremamente extrovertida que compartilha seus mesmos sonhos, e através da imaginação, eles embarcam am grandes aventuras, mas nada tão real. Ellie faz então, um álbum, com mapas e imagens do lugar em que sonhava estar, na América do Sul, mais precisamente em Cataratas do Paraíso, entretanto, ela queria levar com ela sua barca, ou seja, sua casa junto, além disso, no álbum ela também reservava um espaço para escrever tudo que vai viver nesse paraíso.

Carl e Ellie se tornam grandes e inseparáveis amigos, até que dessa amizade surge um amor, e desse amor, um eterno casamento. Foram morar na casa "de aventuras" dela e lá viveram um grande amor, mas eles envelhecem, e como tudo na vida tem seu fim, Ellie acaba morrendo, deixando Carl sozinho novamente. Ele se sente deprimido por nunca ter realizado o grande sonho dela, ir para as Cataratas. O mundo já não é mais o mesmo, a vizinhança já não é mais a mesma, todas as casas são derrubadas, menos a sua, pois o velho rabugento não aceitava nenhum contrato para a destruição de sua casa para uma construção local, e por um descuido seu, ele acaba se estressando e acaba violentando um dos trabalhadores e todos passam achar que Fredericksen é uma ameaça e o juíz decide enviá-lo para um asilo. Desiludido com tudo e querendo abandonar toda essa bagunça que se tornou sua vida, ele decide partir, de um jeito bem inusitado, amarra os balões em sua casa e sai voando. Ir para América do Sul também era seu sonho, desde criança sonhava em ser como Charles Mudds, um grande aventureiro, que voou para as florestas desconhecidas para provar a existência de uma ave rara e nunca mais voltou.

O que Carl não esperava que ao decolar, um jovem escoteiro estaria em sua varanda. Este é Russel, uma criança tagarela e cheia de sonhos, gordinho e faminto por grandes aventuras, sem ter outra opção, Fredericksen é obrigado a levá-lo. Uma casa voadora, e duas pessoas que dividiam algo em comum, o sonho de voar bem alto e viver uma aventura. Uma viajem arriscada que quase dá certo, a não ser por um simples motivo, por acidente, Carl acaba tendo um pouso forçado, parando alguns quilômetros de distância da tão sonhada Catarata, seu objetivo passa a ser, com a ajuda do jovem aventureiro, realizar o sonho de Ellie e colocar a casa no pico das montanhas do outro lado da floresta.

Mas Até que isso aconteça, Fredericksen e Russel vão vivenciar altas aventuras, conhecem o divertido e dócil cãozinho Dug, que fala. Até que conhecem Kevin, uma rara ave, e com a chegada desse estranho animal, a ventura ganha novo rumo, pois eles passam a ser perseguidos por um exército de cães que são manipulados pelo chefe, Charles Mudds. Ele ainda não terminou sua busca pela ave, e vai fazer de tudo para tê-la em sua mãos, mesmo que isso coloque em risco a vida dos aventureiros. E os planos de Carl e Russel se tornam cada vez mais arriscados, e com o passar do tempo, um vai aprendendo mais sobre o outro, descobrindo as fraquesas e os medos de cada um e descobrindo que são capazes de fazer muito mais coisas do que imaginavam, porém nada o que presenciam vai trazer Ellie de volta e as páginas de seu álbum sempre estarão vazias.

Up: Altas Aventuras nos trás uma história divertida e muitas vezes emocionante, uma trama, assim como os filmes da Disney Pixar, consegue envolver tanto crianças quanto adultos. Uma história infantil, mas com um toque maduro. Um filme bem feito, com ótimos efeitos, que com certeza vai prender a atenção de pessoas de qualquer idade.

Entretanto, o filme não acerta por completo, tem suas falhas. Aponto como a principal falha, alguns furos do roteiro, como a inexplicável aparição de Charles Mudds, muitos anos depois, com um rosto bem mais jovem que Carl, sendo que quando este tinha, provavelmente uns 8 anos, Charles aparentava já ter uns 40 anos (???!!!). E para piorar, ao decorrer da história, Charles se torna um vilão chato, com um propósito um tanto quanto inútil, além do nonsense exército de cachorros que manipula, todos falam, devido a uma coleira desenvolvida pelo mesmo, é engraçado, em alguns momentos, mas é estranho. Apesar que esse "exército" está bem representado pelo principal entre eles, Dug, uma personagem até que divertida, capaz de amar qualquer estranho que aparece na frente.

Talvez, até, o filme não seja tão bom, devido o fato da primeira parte exibida ser tão boa, tão bem desenvolvida, que infelizmente, os atos posteriores não conseguem acompanhar o excelente ritmo criado no ínicio, deixando a desejar.

Mas mesmo assim, por outro lado, o filme consegue se manter acima da média, isso graças ao carisma das personagens principais. O velho Fredericksen é demais, e sua dupla com o jovem Russel é fantástica. Russel é incrível também, salva muitas cenas, é extremamente divertido, e fazem dele uma criança real, com atitudes e sentimentos de uma criança de verdade.

Filme recomendado para todos. No final, percebemos que as qualidades do longa superam as falhas. Uma animação bem produzida, desenvolvida, um ótimo trabalho, e mais uma vez, palmas para a Disney Pixar pela realização de mais um grande filme. Descomprometido, sensível, belo e divertido, Up, sem sombra de dúvida é uma ótima escolha para um final de semana!

NOTA: 8.0

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe um comentário #NuncaTePediNada

Outras notícias