Hollywood tem a mania insuportável de querer fazer e refazer as mesmas histórias, já perdemos as contas de quantos "Superman's" existem e já tem um sendo planejado para um futuro próximo, até mesmo "Batman" de Christopher Nolan que acreditei que ninguém teria coragem de voltar a fazer mais, irão refazê-lo, temos uma lista gigantesca desta insistência patética, onde aqueles que as realizam não se importam pela lógica, fingem na cara dura que nada aconteceu antes, e simplesmente recomeçam uma história que já teve inúmeros começos, e isso não consigo ver como uma maneira de respeitar os fãs, muito pelo contrário. Mais uma vítima de tudo isso foi "X-Men", que teve seu início nos cinemas em 2000, pelas mãos de Bryan Singer, que por sua vez, teve duas sequências em 2003 e 2006, este último dirigido por Brett Ratner, que não foi uma adaptação tão fiel assim e que quando terminou o que esperávamos era um "X-Men 4" onde acontecimentos importantes ocorrido nas HQ's da Marvel pudessem finalmente ter espaço nos cinemas, mas infelizmente não aconteceu, o aconteceu foi seu reinício, "First Class", ignorando quase tudo o que já foi feito e mostrando o início de tudo, mais uma vez.
por Fernando Labanca
Desta vez dirigido por Matthew Vaughn, o mesmo do excelente "Kick-Ass" de 2010, e tendo Bryan Singer como produtor. O longa conta como tudo começou, o porquê da famosa rivalidade entre Xavier e Magneto, além de mostrar os primeiros alunos mutantes do Instituto de Charles.
Segunda Guerra Mundial. Filho de judeus, Erik Lehnsherr é separado de sua mãe no mesmo momento em que revela ter poderes especiais, o que chama a atenção de Sebastian Shaw (Kevin Bacon) que vai atrás do jovem acreditando ter benefícios com seus "talentos" e faz um joguinho com ele, mas Erik falha e como castigo, Shaw mata sua mãe em sua frente. Muitos anos depois, na década de 60, momento crítico da Guerra Fria, onde há inúmeras ameças de ataques entre EUA e a Uninão Soviética, nesta época de tensão, Charles Xavier (James McAvoy), formado em teologia e filosofia, um telepata e extremamente inteligente e que sempre consegue ver o melhor nas pessoas, inclusive em Raven (Jennifer Lawrence), uma jovem bonita que não se aceita como mutante, muito menos se ver toda azulada e com escamas, mas ao lado de Charles encontra todo o apoio que precisa.
Erik (Michael Fassbender), já crescido e tendo maior habilidade em seus poderes em controlar os metais, traça uma busca por vingança de sua mãe, onde Shaw e seus fiéis escudeiros como Emma Frost (January Jones) e Azazel (Jason Flemyng) trabalham firmemente para enfim conseguirem comandar o mundo, inclusive manipulando ações importantes do governo. Enquanto isso, Moira (Rose Byrne) uma agente do governo descobre a ação desses cruéis mutantes e entra em contato com Charles que passa a ajudá-la, nisso, se deparam com Erik que acaba o salvando de um acidente. Erik, que antes caminhava sózinho, encontra apoio em Charles e juntos, ao lado de Raven e Moira, fundam uma espécie de Departamento na Defesa dos EUA, ao mesmo tempo em que passam a recrutar novos mutantes, é onde Xavier volta para sua antiga casa e passa a abrigar esses novos "alunos", afim de ensiná-los a controlar seus poderes e agirem para o bem, onde este, sempre foi seu maior propósito, enquanto se depara com a mente de Erik, cada vez mais sedento por vingança e cada vez mostrando através de simples atitudes o quão diferente é de seu amigo e o quanto seus ideais como mutantes estão longe de serem parecidos.
Como prequela, "Primeira Classe" funciona muito bem, tem um ritmo interessante que me lembrou os bons momentos da antiga franquia, tem um ótimo início, consegue nos mostrar muito bem os personagens que conhecemos, mas de forma mais profunda, mas isto me refiro a apenas o desenvolvimento de Erik Lehnsherr, Charles Xavier e Raven "Mística" e um pouco de Fera (Nicolas Hoult), onde nos trabalhos anteriores pouco se foi falado de seus respectivos passados, e então acredito que tenha sido bastante conveniente a idéia de nos mostrar como realmente tudo começou, até por serem personagens bem interessantes e pelo roteiro, se tornam muito superiores aos criados na primeira saga. Por outro lado, os outros personagens são bem fracos, Sebastian Shaw de Kevin Bacon até vai, mas seus "seguidores" são patéticos e não interferem nem um pouco na história, e os alunos da primeira classe não empolgam, não como nos desenhos, não como nos primeiros filmes. Ainda acho estranho essa "primeira classe" que foi criada, mutantes como Alex Summers (irmão de Scott), também conhecido como Destrutor, não faz muito sentido estar ali neste momento, ao mesmo tempo em que Charles e Erik são jovens e nem ao menos citam Cyclop, e onde foi parar Jean Grey?? Tudo bem que foram feitas inúmeras releituras e inúmeras HQ's, mas os primeiros alunos oficiais nem ao menos são citados, além de Fera.
Outro ponto em que me incomodou, foram algumas sequências um tanto quanto bizarras, que as vejo como erros grosseiros vindo de uma super produção de 2011, algumas batalhas que beiram o ridículo como umas das últimas onde Banshee (Caleb Landry Jones) enfrenta Anjo (Zoe Kravitz) (dois dos mutantes mais toscos do toda a franquia), que me lembraram algumas séries dos anos 90 (no mau sentido). Além daquelas cenas tão clichês, mas que de tão ruins, nunca mais se repetiram durante anos, até ver este filme, onde os bonzinhos e vilões se separam e o vilão estende o braça o pergunta quem irá acompanhá-lo, e sempre tem o traidor, que atravessa, detalhe, segura a mão do vilão e ficam ali parados, todos de mãos dadas como um time, fala sério, isso me doeu a alma e o pior que esta cena se repete duas vezes, duas vezes!!! Inclusive num dos momentos cruciais do filme que aliás resolvem terminá-lo de forma grotesca, isso me lembra muito Power Rangers ou alguma coisa pior. Sem contar daquela sequência tosca onde os novos alunos se encontram numa sala numa conversa:"Qual é o seu poder?", uma criança de 5 anos teria sido mais criativa. Além da maquiagem bem estranha, Mística parece vinda de um filme de terror e Fera numa versão "Thundercats".
"X-Men: Primeira Classe" também peca pela repetição de várias situações, além da já citada acima, também repetem no quesito conflitos, Raven fica o filme inteiro falando sobre se aceitar como pessoa, é belo, mas chega uma hora que cansa, o mesmo ocorre com Fera. As cenas mais políticas são cansativas e repetem ao longo de todo o filme, é interessante situá-lo no momento histórico, mas não custava fazer cenas um pouco mais empolgantes. Enfim, acontecem coisas estranhas, bizarras e muito aquém de uma produção deste nível, a única coisa que me prendeu de verdade foram os personagens principais. Os efeitos especiais são bons e neste quesito é superior aos anteriores, além de ser um filme mais amplo, tem mais cenários, mais locações, mais acontecimentos.
O ponto mais positivo e por ele vale cada centavo, sem sombra de dúvida são as atuações. Muito melhor que da franquia original, os atores se dedicam ao máximo, mostrando um outro nível de interpretação, superior a qualquer filme blockbuster que tenha surgido nos últimos anos. Michael Fassbender como Erik Lehnsherr arregaça, é uma adorável revelação do cinema, surpreende e muito, faz deste filme muito superior do que ele realmente é, constrói um personagem marcante, complexo e inteligente. James McAvoy também se destaca, o ator já provou seu talento em outras produções e acreditei que ele era bom demais para este filme, mas felizmente o roteiro também desenvolveu um papel a sua altura e ele, assim como Fassbender emociona, e juntos, fazem cenas memoráveis. Jennifer Lawrence é outra revelação, indicada ao Oscar este ano, a jovem dá conta do recado e faz de Mística uma ótima personagem. Do restante do elenco, vale citar Nicolas Hoult como Fera, que também me surpreendeu como ator. Já January Jones como Emma Frost, uma decepção e Jason Flemyng como Azazel ficou uma incógnita, o porquê dele ter feito isto, ou melhor, porque chamarem um ator que já fez coisas boas no cinema para um papel inutil que nem sequer tem fala. Rose Byrne, correta, assim como Oliver Platt e Kevin Bacon.
Divertido, acima de tudo, consegue nos envolver, apesar dos erros, a trama de Erik é fascinante, assim como o desenvolvimento de Charles, e por eles vale a pena verificar a obra. É superior ao primeiro, que se limitou a intoduzir os mutantes mas pouco nos mostrou de bom conteúdo, supera o terceiro em algumas passagens e em alguns detalhes como no roteiro dos personagens, mas infelizmente não supera "X-Men 2" que ao meu ver, ainda reina como o melhor momento da franquia. "Primeira Classe" não empolga tanto quanto o segundo longa de Bryan Singer, e não consegue contruir cenas tão boas quanto ao anterior como por exemplo, a antológica sequência de Noturno da Casa Branca, entre outras batalhas marcantes e diálogos mais criativos, além de seu final mais emocionante, enfim, "X-Men 2" tem um melhor desenvolvimento, o que para mim foi uma grande surpresa, logo que realmente acreditava que "First Class" fosse o melhor, assim como muitos críticos apontaram. Vi para gostar e enchê-lo de elogios, mas infelizmente, o filme me decepcionou, tem seus pontos positivos, que aliás, superam os negativos, mas não é o melhor da Marvel como li em outros sites e também não marca o melhor momento da saga, tem sim, elementos que superam a todos já feitos, mas no resultado final, fica como um bom blockbuster, com bons efeitos especiais e uma história interessante, apenas. O filme terminou e só consegui me lembrar das atuações, Fassbender, McAvoy e Lawrence foi o que teve de melhor nas duas horas de filme.
NOTA: 6,5
Oi? Como assim 6,5 cara! Todo mundo falando mó bem do filme...inclusive o Pablo Villaça, cara super exigente e talz...mas ok, é a sua opinião...
ResponderExcluirMas ainda quero muito assistir...hehehe!
Bjo
Eh vdd, na net só li críticas positivas, e por isso eu realmente esperava mta, mas mta coisa, eu até tinha te falado o qnto eu qria vê-lo.
ResponderExcluirQria mto ter gostado mais, de verdade! Vi pra gostar e só fazer elogios como todos, mas num rolou, não me empolguei como esperava!!
valeu pelo coments!!