por Fernando Labanca
Napoleão Dinamite (Napoleon Dynamite, 2004)
Vencedor do MTV Movie Awards de Melhor Filme em 2005, o filme só chegou aqui no Brasil em 2006 e diretamente nas locadoras, e devido a isso, pouco se ouviu falar nesta obra. Dirigido por Jared Hess e tem Jon Heder como protagonista, no papel que marcou sua carreira. O longa foi baseado num curta-metragem do mesmo diretor "Peluca".
o filme acompanha o triste (e cômico) cotidiano de Napoleon Dynamite (Heder), um jovem que provavelmente sofre de 'asperger', que não consegue interagir com outras pessoas, tem dificuldade na fala, começa a falar com estranhos com xingamentos (you guys are idiot!). Vive com a avó e seu irmão mais velho, que não perde a chance de irritá-lo e humilhá-lo, mesmo sendo tão idiota quanto ele. Até que sua avó sofre um acidente e para ter um responsável na casa dos irmãos, chega o tio Rico, um metido a machão desempregado.
A vida começa a ter outro sentido pra Napoleon com a chegada de Pedro, um mexicano novo na escola que passa a ser seu único amigo no local. Até que Pedro se candidata à Presidente na Associação de Estudantes, e Napoleon passa a auxiliá-lo com divulgações mesmo não tendo nenhuma moral. Enquanto isso, tem que se preocupar em quem levar para o baile, logo que nunca percebe que Deb (Tina Majorino) sempre teve um certo interesse nele, mas que também nunca conseguiu tomar uma atitude.
Houve muita badalação quando estreiou nos EUA que logo pegou fama de 'cult' entre as comédias, venceu alguns prêmios, participou de importantes festivais, como o de 'Sundance', aquele para filmes independentes. Mas aqui no Brasil simplesmente fora ignorado. Depois de vê-lo entendi o porquê de ter sido deixado de lado, não é uma comédia convencional, segue uma linha muito diferente do que estamos acostumados a ver, não tem ritmo, nem uma trilha sonora muito interessante, tem um tom melancólico e devido a isso poucas vezes damos risadas, mas também esteve muito longe de conseguir emocionar, além das personagens e histórias estranhas, que aliás, tentam a todo tempo ser excêntricas, tendo assim como referência nítida as obras de Wes Anderson, o gênio por trás de "O Fantástico Sr. Raposo" de 2009 e o cult "Os Excêntricos Tenembaums" de 2001. Porque ser excêntrico é quase sinônimo de originalidade no cinema, mas poucos diretores conseguem ser assim como Anderson, e Jared Hess tenta, mas falha, e no resultado final, o que vimos é uma tentativa frustrada de querer ser algo novo se baseando na excentricidade, mas que só consegue ser algo estranho, sem criatividade e sem emoção.
As personagens aparecem na tela e pronunciam suas falas sem expressar algum tipo de sentimento, personagens que agem estranhamente e se vestem de maneira diferente, mais uma vez, querendo ser algo novo e despojado e até conseguiu ser visto por muitos dessa maneira, mas sinceramente, não me convenceu. Jon Heder está ótimo, ele é hilário e cria um personagem quase histórico, e somente por ele vale a pena ver o filme, é brilhante sua transformação em Napoleon Dynamite, encarna com convicção, não tenta ser idiota, age naturalmente com sua idiotice e por isso, merece e muito destaque. O restante do elenco é dispensável. O restanto de todo filme é. Pretencioso demais, querendo ser cult, mas não é, querendo ser excêntrico e original, mas só repete a fórmula de outras obras e constrói uma história vazia, sem graça, que vale somente pelo personagem título. O filme chega ao fim e percebemos que ele não foi a lugar algum, termina da mesma maneira que começou. Ah! E vale pelos créditos iniciais feito com comida e música de White Stripes.
o filme acompanha o triste (e cômico) cotidiano de Napoleon Dynamite (Heder), um jovem que provavelmente sofre de 'asperger', que não consegue interagir com outras pessoas, tem dificuldade na fala, começa a falar com estranhos com xingamentos (you guys are idiot!). Vive com a avó e seu irmão mais velho, que não perde a chance de irritá-lo e humilhá-lo, mesmo sendo tão idiota quanto ele. Até que sua avó sofre um acidente e para ter um responsável na casa dos irmãos, chega o tio Rico, um metido a machão desempregado.
A vida começa a ter outro sentido pra Napoleon com a chegada de Pedro, um mexicano novo na escola que passa a ser seu único amigo no local. Até que Pedro se candidata à Presidente na Associação de Estudantes, e Napoleon passa a auxiliá-lo com divulgações mesmo não tendo nenhuma moral. Enquanto isso, tem que se preocupar em quem levar para o baile, logo que nunca percebe que Deb (Tina Majorino) sempre teve um certo interesse nele, mas que também nunca conseguiu tomar uma atitude.
Houve muita badalação quando estreiou nos EUA que logo pegou fama de 'cult' entre as comédias, venceu alguns prêmios, participou de importantes festivais, como o de 'Sundance', aquele para filmes independentes. Mas aqui no Brasil simplesmente fora ignorado. Depois de vê-lo entendi o porquê de ter sido deixado de lado, não é uma comédia convencional, segue uma linha muito diferente do que estamos acostumados a ver, não tem ritmo, nem uma trilha sonora muito interessante, tem um tom melancólico e devido a isso poucas vezes damos risadas, mas também esteve muito longe de conseguir emocionar, além das personagens e histórias estranhas, que aliás, tentam a todo tempo ser excêntricas, tendo assim como referência nítida as obras de Wes Anderson, o gênio por trás de "O Fantástico Sr. Raposo" de 2009 e o cult "Os Excêntricos Tenembaums" de 2001. Porque ser excêntrico é quase sinônimo de originalidade no cinema, mas poucos diretores conseguem ser assim como Anderson, e Jared Hess tenta, mas falha, e no resultado final, o que vimos é uma tentativa frustrada de querer ser algo novo se baseando na excentricidade, mas que só consegue ser algo estranho, sem criatividade e sem emoção.
As personagens aparecem na tela e pronunciam suas falas sem expressar algum tipo de sentimento, personagens que agem estranhamente e se vestem de maneira diferente, mais uma vez, querendo ser algo novo e despojado e até conseguiu ser visto por muitos dessa maneira, mas sinceramente, não me convenceu. Jon Heder está ótimo, ele é hilário e cria um personagem quase histórico, e somente por ele vale a pena ver o filme, é brilhante sua transformação em Napoleon Dynamite, encarna com convicção, não tenta ser idiota, age naturalmente com sua idiotice e por isso, merece e muito destaque. O restante do elenco é dispensável. O restanto de todo filme é. Pretencioso demais, querendo ser cult, mas não é, querendo ser excêntrico e original, mas só repete a fórmula de outras obras e constrói uma história vazia, sem graça, que vale somente pelo personagem título. O filme chega ao fim e percebemos que ele não foi a lugar algum, termina da mesma maneira que começou. Ah! E vale pelos créditos iniciais feito com comida e música de White Stripes.
NOTA: 3
OBS: O filme possui cenas depois dos créditos finais, mas foi só por curiosidade mesmo, não perca tempo assistindo, uma das cenas finais mais inúteis que vi na vida!
OBS 2: Em 2010, a Fox deu carta branca para o início de uma série animada, nos mesmos moldes de "Os Simpsons" e "Family Guy", se baseando neste mesmo filme. A série tem estréia marcada para início de 2012.
O Âncora - A Lenda de Ron Burgundy (Anchorman: The Legend of Ron Burgundy, 2004)
Dirigido por Adam McKey, o longa de comédia pastelão tem em seu elenco grandes astros do cinema que se manteram na tela e até hoje fazem sucesso, Will Ferrell, Christina Applegate, Paul Rudd e Steve Carell em começo de carreira. Ainda participações de Vince Vaughn, Ben Stiller, Jack Black, Tim Robbins, Luke Wilson e Seth Rogen.
O filme nos mostra a cidade de San Diego na década de 70, invadida por um telejornal, que os acorda todas as manhãs. Como âncora, está ele, o melhor de todos, o mais simpático e com o melhor corte de cabelo, Ron Burgundy (Ferrell). Com ele, está seus seguidores que também trabalham em outras matérias dentro do jornal, Brian Santana (Rudd), Champ Kind (David Koechner) e o homem do tempo Brick Tamland (Carell), juntos, levam as melhores notícias para a cidade e a noite festejam como amigos inseparáveis, e em uma dessas festas, Ron conhece Veronica (Applegate) e fica encantado, mas age como um idiota.
No dia seguinte, Veronica aparece na emissora como uma nova jornalista, fazendo matérias sobre cozinha e outras coisas nada importantes. Decidida a ser vista como uma profissional que pode ir muito mais além, que tem potencial para ocupar um lugar de destaque na TV. E devido a uma falta de Ron, ela comanda como âncora o programa, dando início a uma guerra entre sexos, onde ele irá provar para todos que só ele pode ocupar este lugar, enquanto ela tenta provar que San Diego precisa de uma nova cara para representá-los.
"O Âncora" tem passagens hilárias, de dar risada mesmo, é realmente divertido a guerra dos sexos apresentada, com boas sacadas, além de cenas que beiram o ridículo, mas que divertem pelo nonsense, como a cena em que os âncoras dos telejornais entram numa batalha à la "Gangues de Nova York". Enfim, humor escrachado, pastelão, mas que não é apelativo como muitas comédias de hoje, que apostam em coisas nojentas ou nudez para provocar risos, humor a base de constrangimento. Aqui, o humor surge fácil e com boas intenções.
Will Ferrell em um dos seus melhores momentos no cinema, fato. Ron Burgundy é hilário e um personagem muito interessante. Christina Applegate, a queridinha do começo da década de 90, onde o tempo ainda não apagou sua beleza, e como atriz de comédia, ela se sai muito bem, muito carismática, é ela quem vai guiando os acontecimentos do filme. Os coadjuvantes feitos por um elenco grandioso, alguns até fazendo ponta, mas se destacam, confesso que ria a cada fala de Steve Carell, já provando ali sua incrível veia cômica. O filme só não é tão incível assim, por ser uma história muito limitada, não tira o melhor proveito das situações ali apresentadas, poderia ser um filme que abordasse temas interessantes, mas chega ao fim e percebemos que seu propósito era só fazer comédia, e infelizmente, devido a isso, o filme não cresce como deveria, tinha atores competentes para fazer algo maior e uma base no roteiro para explorar situações mais interessantes. Mas não ocorreu. Entretanto, pelo elenco, pelo delicioso humor e por algumas cenas memoráveis, vale muito a pena. Se procura conteúdo, passe longe, se o que deseja é simplesmente rir de uma obra despretenciosa, o lugar é esse.
O filme nos mostra a cidade de San Diego na década de 70, invadida por um telejornal, que os acorda todas as manhãs. Como âncora, está ele, o melhor de todos, o mais simpático e com o melhor corte de cabelo, Ron Burgundy (Ferrell). Com ele, está seus seguidores que também trabalham em outras matérias dentro do jornal, Brian Santana (Rudd), Champ Kind (David Koechner) e o homem do tempo Brick Tamland (Carell), juntos, levam as melhores notícias para a cidade e a noite festejam como amigos inseparáveis, e em uma dessas festas, Ron conhece Veronica (Applegate) e fica encantado, mas age como um idiota.
No dia seguinte, Veronica aparece na emissora como uma nova jornalista, fazendo matérias sobre cozinha e outras coisas nada importantes. Decidida a ser vista como uma profissional que pode ir muito mais além, que tem potencial para ocupar um lugar de destaque na TV. E devido a uma falta de Ron, ela comanda como âncora o programa, dando início a uma guerra entre sexos, onde ele irá provar para todos que só ele pode ocupar este lugar, enquanto ela tenta provar que San Diego precisa de uma nova cara para representá-los.
"O Âncora" tem passagens hilárias, de dar risada mesmo, é realmente divertido a guerra dos sexos apresentada, com boas sacadas, além de cenas que beiram o ridículo, mas que divertem pelo nonsense, como a cena em que os âncoras dos telejornais entram numa batalha à la "Gangues de Nova York". Enfim, humor escrachado, pastelão, mas que não é apelativo como muitas comédias de hoje, que apostam em coisas nojentas ou nudez para provocar risos, humor a base de constrangimento. Aqui, o humor surge fácil e com boas intenções.
Will Ferrell em um dos seus melhores momentos no cinema, fato. Ron Burgundy é hilário e um personagem muito interessante. Christina Applegate, a queridinha do começo da década de 90, onde o tempo ainda não apagou sua beleza, e como atriz de comédia, ela se sai muito bem, muito carismática, é ela quem vai guiando os acontecimentos do filme. Os coadjuvantes feitos por um elenco grandioso, alguns até fazendo ponta, mas se destacam, confesso que ria a cada fala de Steve Carell, já provando ali sua incrível veia cômica. O filme só não é tão incível assim, por ser uma história muito limitada, não tira o melhor proveito das situações ali apresentadas, poderia ser um filme que abordasse temas interessantes, mas chega ao fim e percebemos que seu propósito era só fazer comédia, e infelizmente, devido a isso, o filme não cresce como deveria, tinha atores competentes para fazer algo maior e uma base no roteiro para explorar situações mais interessantes. Mas não ocorreu. Entretanto, pelo elenco, pelo delicioso humor e por algumas cenas memoráveis, vale muito a pena. Se procura conteúdo, passe longe, se o que deseja é simplesmente rir de uma obra despretenciosa, o lugar é esse.
NOTA: 7,5
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