quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

As 17 melhores cenas de 2018


Continuando a retrospectiva aqui no blog, faço um post agora para relembrar as melhores cenas que tivemos em 2018 nos cinemas. Seja por uma boa direção, uma atuação ou um diálogo marcante, todo ano somos presenteados com momentos brilhantes que merecem destaque.


por Fernando Labanca


17. Por dentro de "O Iluminado" (Jogador N°1)
dirigida por Steven Spielberg

"O Jogador N°1" é um filme de muitas referências mas penso que essa sequência tem um gosto ainda mais especial. Enquanto seus personagens precisam desvendar alguns easter eggs, eles adentram a diversos universos e um deles é o cenário usado por Stanley Kubrick nas filmagens de "O Iluminado", seu filme de 1980. Neste momento nostálgico, revivemos os sombrios cômodos daquele clássico hotel. Penso que é um momento especial pela relação de amizade que existia entre Kubrick e o próprio Spielberg, que chegou, inclusive, a finalizar seu último projeto: Inteligência Artificial de 2001. Portanto, trata-se de uma bela homenagem a este gênio do cinema, feito por alguém que o conhecia e que admirava seu trabalho.




16. O parto (Um Lugar Silencioso)
dirigida por John Krasinski

"Um Lugar Silencioso" reúne vários momentos tensos e seleciono um que quase me deixou sem ar. Acompanhamos esta família que, para não ser devorada por criaturas, não pode emitir som. Há um momento em que todos estão separados e a personagem de Emily Blunt, que está grávida, se esconde dessas criaturas em uma banheira. A grande tensão começa quando nos damos conta de que ela está prestes a ter seu filho e fazer isso em silêncio...Sim! Exatamente...impossível!




15. Oh, Hi Mark! (Artista do Desastre)
dirigida por James Franco

Em uma grande homenagem a um dos piores filmes da história, James Franco revive, de forma hilária, uma das sequências mais bizarras já filmadas no cinema. Na pele do ator Tommy Wiseau, assistimos os bastidores de seu filme "The Room", onde a produção tenta insistentemente fazer com que ele consiga fazer uma cena mais "intensa", mas sua falta de talento dificulta o processo. Na cena, o personagem precisa mostrar indignação ao ser acusado injustamente por violentar sua namorada, mas logo em seguida avista seu amigo "Mark" e o cumprimenta. No original, um instante bizarro e mal planejado, mas aqui é tratado com humor e é, definitivamente, uma das cenas mais engraçadas deste ano.




14. Surly Joe (The Ballad of Buster Scruggs)
dirigida por Ethan e Joel Coen

O primeiro capítulo de "The Ballad of Buster Scruggs" é justamente dedicado ao personagem-título. Buster Scruggs, interpretado por Tim Blake Nelson, é um cowboy simpático mas inesperadamente violento. Ao entrar em um bar, inicia uma canção após matar um homem brutalmente. Todos participam de seu número musical "Surly Joe". Uma sequência muito bem coreografada pelos irmãos Coen, provando não só este flerte com os musicais mas toda a ironia dos cineastas. 




13. O ataque (22 de Julho)
dirigida por Paul Greengrass

Filme na Netflix que revela o monstruoso atentado terrorista que aconteceu em 22 de julho de 2011 na Noruega. O diretor dedica seus primeiros minutos para mostrar o ataque em um eletrizante plano sequência. É assustador assistir aquilo justamente porque a produção alcança um nível de realismo absurdo. Se trata de um momento imersivo, brilhantemente filmado por este talentoso diretor. 




12. Uma invasão violenta (Três Anúncios Para um Crime)
dirigida por Martin McDonagh

"Três Anúncios Para um Crime" é repleto de momentos inesperados, o que é ótimo porque somos constantemente presenteados por instantes como este. O diretor Martin McDonagh capta, em um belo plano sequência, o policial escroto interpretado por Sam Rockwell invadindo a agência de publicidade - aquela responsável por produzir os polêmicos outdoors - a procura de Red Welby (Caleb Landry Jones). Assim que o encontra, esmaga sua cara com sua arma e logo após quebra a janela com seu bastão, que é onde o joga até rolar pelo telhado e cair no asfalto da rua. Tudo isso ao som de uma leve canção da banda Monsters of Folk. É tudo incrivelmente bem orquestrado, se tornando facilmente um dos pontos altos da obra. 




11. Encontro no hospital (Domando o Destino)
dirigida por Chloé Zhao

Coloco essa cena aqui por ser um dos raros momentos que o cinema me fez sentir o peito fortemente apertado este ano. É uma sequência delicada porque, apesar de não se tratar de um documentário, existe uma parcela de realidade ali. Ambos os atores interpretam a si mesmos, Brady Jandreau é um montador de cavalo que vai ao hospital reencontrar um antigo amigo, Lane Scott, um jovem que sofreu um terrível acidente em um rodeio e ficou com o corpo paralisado. É um encontro forte porque existe verdade em cada diálogo e em cada expressão. No fim, Lane deixa uma lição de vida ali e suas palavras, que saem com bastante dificuldade por sua boca, atingem com intensidade nossos corações. 




10. Garagem (Ponto Cego)
dirigida por Calos López Estrada

"Ponto Cego" tem alguns instantes de explosão e o melhor deles é reservado para o final. Na sequência, Collin (Daveed Diggs) finalmente enfrenta o homem que assombrava sua mente: o policial branco que matou um homem negro a sua frente. Sem planejar este encontro, o personagem resolve fazer o que faz de melhor, improvisar no rap. Surge ali palavras de dor, palavras de um homem que sempre se viu à margem, sempre se sentiu rejeitado dentro do bairro em que nasceu. Cada rima nos atinge como um soco e ganham força pela potente atuação de Diggs.




09. Acidente de carro (Hereditário)
dirigida por Ari Aster

De fato, a cena mais surpreendente de 2018. Nada nos faz prever este instante. Não vou me aprofundar em detalhes para não ser um spoiler caso alguém não tenha visto. Mas acontece um acidente de carro antes da metade do filme e a forma como ela foi editada e filmada pelo diretor Ari Aster foi sublime. No entanto, o que há de melhor aqui é a reação do ator Alex Wolff, que nos faz sentir o que ele sente. Há medo, há culpa, há muita coisa naquele olhar. 




08. Entre pai e filho (Me Chame Pelo Seu Nome)
dirigida por Luca Guadagnino

Após viver todo o seu intenso amor de verão, o personagem Elio, vivido por Timothée Chalamet, senta na sala e inicia uma séria conversa com seu pai, interpretado por Michael Stuhlbarg. Sem intenção, acaba sendo o ápice do filme, que comove pela delicadeza do diálogo entre os dois. É um momento de revelação desse pai, que finalmente se abre, falando sobre amor, sobre dor, sobre tempo. 

"(...) se há uma dor, cuide dela com carinho. E, se há uma chama, não a apague. Não seja brutal com ela. Arrancamos tanta coisa de nós mesmos para nos curarmos mais rapidamente das coisas que aos 30 anos já estamos falidos e temos menos a oferecer cada vez que começamos com uma pessoa nova. Mas insensibilizar-se para evitar qualquer dor – que desperdício!"




07. A dança (Em Chamas)
dirigida por Lee Chang-dong

A melhor sequência deste thriller sul-coreano, onde a personagem Haemi (Jong-seo Jeon) dança nua no terreno de um celeiro. Este momento é absurdamente belo, seja pela fotografia, seja pelos movimentos tão delicados da atriz. É, também, muito significativo dentro de todo o filme, se tornando um inesperado ápice desta obra repleta de simbolismos e imagens que ecoam na mente. 




06. No banheiro (Missão Impossível: Efeito Fallout)
dirigida por Christopher McQuarrie

Eu poderia citar no mínimo umas 5 sequências memoráveis de "Efeito Fallout", mas seleciono esta que me fez vibrar do início ao fim. O diretor McQuarrie consegue criar um momento tão incrivelmente bem coreografado, onde a câmera circula por um banheiro e acompanha uma luta interminável entre Ethan Hunt (Tom Cruise) e o inimigo da vez, ganhando, ainda, a ajuda de Henry Cavill e Rebecca Ferguson. Fazia tempo em que não via uma cena de luta tão boa de se ver, onde a pior parte foi vê-la acabar!




05. O Jantar (Hereditário)
dirigida por Ari Aster

Precisei citar "Hereditário" uma segunda vez porque existe mais um momento brilhante neste filme que merece destaque. A antológica sequência do jantar coloca os atores Alex Woff e Toni Collette em um embate potente e doloroso de se ver. O diálogo entre eles é extremamente forte, jogando mãe contra filho e palavras que são usadas como arma, onde um encontra o ponto de fraqueza no outro e usa para humilhá-lo. Se torna incrível principalmente pela monstruosa entrega dos dois atores. 




04. Na lua (O Primeiro Homem)
dirigida por Damien Chazelle

Chazelle trilha seu novo filme de forma lenta até alcançar este ápice. Parece que tudo o que vemos antes é uma preparação para este momento e somos prestigiados por ele, recompensados tamanha a beleza desta sequência. Ele filma a chegada de Neil Armstrong (Ryan Gosling) na lua e este primeiro encontro do homem com aquilo que até então era desconhecido. Há silêncio, lentidão e um nível de realismo admirável.




03. Nasce uma voz (O Ódio Que Você Semeia)
dirigida por George Tillman Jr. 

Acredito que assistimos ao filme todo aguardando por este momento, aguardando o momento em que a jovem Starr Carter (Amandla Stenberg) mostraria sua voz e se tornasse a cara de uma luta que era sua, mas que até então ela se escondia. Na sequência, ela sobe em um carro no meio de um protesto de cidadãos contra policiais e, finalmente, segura um megafone e diz tudo o que precisava dizer, encontrando a voz dentro de si e encontrando a ativista que precisava ser. A atuação de Amandla é um dos pontos altos, que diz cada palavra com garra, nos fazendo arrepiar com seus poderosos discursos. 




02. Farol (Aniquilação)
dirigida por Alex Garland

Um dos momentos mais emblemáticos de "Aniquilação" é quando, já no final, a bióloga Lana, interpretada por Natalie Portman, entra em um farol onde inicia um confronto com uma cópia de si mesma. É uma sequência apavorante e estranhamente prazerosa de se ver, onde acompanhamos uma espécie de alien ganhando forma e se tornando, aos poucos, a cópia. A luta em si, soa mais como uma dança de movimentos espelhados, o que nos leva a dúvida de quem realmente venceu o embate, a original ou o clone. 




01. Shallow (Nasce Uma Estrela)
dirigida por Bradley Cooper

É a primeira vez em que Ally (Lady Gaga) canta ao vivo para um grande público e não há como não se emocionar e vibrar por este momento. Pouco tempo depois de conhecer o também músico Jackson Maine (Bradley Cooper), ele a convida para um de seus shows, no entanto, sem esperar por isso, ele a coloca no palco para cantar em dueto sua canção Shallow. A música é incrível e ouvir e ver os dois ali, se entregando e se emocionando pela entrega daquele improviso é especial, é tocante e por isso, a melhor cena do filme. 

E para você? Qual a melhor cena de 2018?

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