quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Retrospectiva 2016 - Os Melhores Atores Coadjuvantes


Para finalizar os posts especiais com as melhores atuações de 2016, escrevo agora sobre os melhores atores coadjuvantes. Foi uma lista difícil de montar porque tivemos vários nomes para citar, então, com certeza, vários ficaram de fora. Tentei selecionar os que mais me marcaram, seja de um ator revelação, seja de um veterano no cinema...então espero que gostem dos selecionados.

por Fernando Labanca




10. Aaron Taylor-Johnson 
(Animais Noturnos)
Universal Pictures
Talvez uma das maiores surpresas que tivemos recentemente no cinema foi a aparição de Aaron Taylor-Johnson em "Animais Noturnos". Na pele de um jovem assustador, com traços psicopatas, que transforma a viagem de uma família em um verdadeiro caos, o ator se reinventa. Renasce, eu diria. Não há nada em sua composição que nos lembre de seus trabalhos anteriores o que é bastante inesperado, logo que até então ele havia guardado este talento não sei onde. Definitivamente, ele marcou um novo passo em sua carreira.




09. Hugh Grant 
(Florence: Quem é Essa Mulher?)
Imagem Filmes
Coloco Hugh Grant aqui porque foi um susto quando o vi em "Florence". Encaro como uma grande atuação porque ele é aquele tipo de ator marcado por um único personagem, que durante anos cativou o público com aquele jeito de galã britânico de sempre. Com traços envelhecidos, Grant pareceu outro ser, que abandonou o piloto automático e deu vida a um novo tipo de personagem. Foi muito bom vê-lo em cena, vê-lo renovado mesmo depois de tantos anos de carreira. Espero que daqui para frente possamos ver mais deste novo ator.




08. Emory Cohen 
(Brooklin)
Paris Filmes
Quando comecei a ver "Brooklin", de fato, não me impressionei tanto com sua atuação. Até o momento em que reconheci o ator e fiquei bastante chocado. Esse é poder de sua presença na obra, porque definitivamente, aquele em cena não era Emory Cohen. Com um jeito doce, cativante e uma dose de ingenuidade, o ator conquista fácil com sua performance. Seu sorriso apaixonado invade a cena e nos faz torcer para o casal principal. É incrivelmente adorável vê-lo ao lado de Saiorse Ronan, de longe, um dos melhores casais que o cinema ofereceu esse ano. Toda sua composição é digna de admiração, seus trejeitos, seus olhares e seu sotaque modificado. Um ator jovem que pode ter uma bela carreira pela frente.




07. Stephen Lang 
(O Homem nas Trevas)
Sony Pictures
O grande poder de Stephen Lang no novo terror de Fede Alvarez é o fato dele praticamente não ter falas e ainda assim, sem máscaras, apenas com o vazio de seu olhar e a fúria de seus passos, amedrontar mais que muitos vilões por aí. É horripilante toda sua composição, que com tão pouco em mãos conseguiu construir um grande personagem. Felizmente, quando ele enfim ganha voz dentro do filme, o fascínio por aquele bizarro ser não termina e o ator surpreende, ainda mais quando não havia tido uma oportunidade tão boa quanto esta na tela grande.




06. Jack O'Connell 
(Jogo do Dinheiro)
Sony Pictures
Mais um filme bastante ignorado no ano e que possui inúmeras qualidades. Dirigido pela atriz Jodie Foster, o longa se destaca por alguns bons elementos, dentre eles a belíssima atuação de Jack O'Connell. Um personagem difícil, complexo, que se apresenta como vilão e aos poucos e em pouco tempo em cena, dentro de um único espaço, precisa nos convencer de sua humanidade. É comovente sua trajetória e tudo o que ele tem a dizer. Apesar da pouca idade, O'Connell é fantástico, tem uma força admirável em cena. Ele consegue transmitir tanta coisa, tanta fúria, ódio, mas também toda a angustia de alguém que já perdeu demais.




05. Mark Ruffalo 
(Spotlight - Segredos Revelados)
Sony Pictures
Apesar de possuir um belo elenco, "Spotlight" não é um filme de atuações. O que é ótimo para o tipo de história que retratam. No entanto, não há como não prestar muita atenção na forma como Mark Ruffalo interpreta o jornalista Michael Rezendes. Com seus estranhos trejeitos, o ator construiu ali na tela um ser interessante, que mesmo sem a intenção, acabou roubando as cenas. Há algo de muito intenso nele, é real, convence e faz da trama uma jornada ainda mais interessante de se acompanhar.




04. Sylvester Stallone 
(Creed: Nascido Para Lutar)
Warner Bros.

Quando começaram os tantos elogios para Sylvester Stallone, resolvi ignorar. Admiro ele, sem dúvidas, não é pouco o que ele fez em sua carreira. Mas em questão de atuação, confesso, nunca o levei muito a sério. Talvez, justamente por isso, foi um presente poder vê-lo em "Creed". Uma surpresa, algo que estava muito distante do que eu esperava. É sempre bom quando matamos um preconceito e um dos meus morreu aqui. Claro que estamos falando de um personagem que ele conhece mais do que ninguém, mais do que muita coisa que até mesmo ele conheça na vida. Há algo de Rocky em Stallone e é uma ligação que sempre existirá. Isso é uma razão porque é tão comovente assisti-lo, porque sabemos o quanto aquilo representa para ele e o ator aproveita a chance e faz o seu melhor, como se fosse a última vez. É uma bela homenagem ao personagem mas acabou sendo um grande e singelo presente ao público. Sua presença me comoveu e seus discursos não poderiam ter sido mais sinceros.




03. Michael Shannon 
(99 Casas)

Michael Shannon é um dos atores mais subestimados do cinema atual. Poderia até tê-lo citado duas vezes aqui na lista, logo que destruiu em "Animais Noturnos" também. Mas optei por lembrar de seu grande momento no drama "99 Casas", onde faz um corretor de imóveis, sangue frio e que não mede esforços para se dar bem no meio de uma crise econômica. É um personagem temeroso, onde jamais sabemos até que ponto ele é capaz de chegar para vencer. Muito mais assustador que os vilões que encontramos por aí, o ator quase não altera seu tom de voz e suas expressões, no entanto, ainda há algo extremamente forte e impactante em sua composição. Shannon é dono de um talento enorme e ele consegue provar isso a cada novo filme que faz.




02. John Goodman 
(Rua Cloverfield, 10)
Paramount Pictures
"Rua Cloverfield, 10" foi uma das maiores surpresas do ano e tudo dentro dele foi uma sequência de incríveis surpresas. Além da boa trama e do excelente roteiro, também encontramos grandes atuações. E John Goodman me deixou sem palavras. Uma espécie de vilão, mas que na verdade nunca sabemos exatamente o que passa em sua mente. Um ser ambíguo, amigável, cativante mas estranhamente assustador. Somente um ator com seu potencial poderia compreender tudo isso e brincar com o público de forma tão incrível.




01. Tom Hardy 
(O Regresso)
Fox Film
Todos fomos assistir "O Regresso" esperando a épica atuação de Leonardo DiCaprio e ele em nada nos decepcionou. A grande surpresa da obra, porém, ficou para Tom Hardy, que entregou uma outra excelente interpretação e não estávamos esperando por ela. O ator está simplesmente irreconhecível na pele de John Fitzgerald, não só pelos pesados figurinos e maquiagem, mas por renascer ali na tela, por fugir completamente de tudo o que ele já havia feito. Seu tom de de voz, sotaque, postura, em nada nos faz lembrar de Tom Hardy e esta é a grandeza de seu trabalho.


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