sábado, 17 de abril de 2010

Crítica: O Mensageiro (The Messenger, 2009)


Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original e Ator Coadjuvante para Woody Harrelson, que fora também indicado no Globo de Ouro e vencera na mesma categoria no Independent Spirit Award, o Oscar dos filmes independentes. Com tantos prêmios na estante, o filme passa a impressão de ser maravilhoso e acaba criando expectativas exageradas nos cinéfilos como eu...mas no final, é pura decepção.


por Fernando Labanca

Na história, o sargento Will Montgomery (Ben Foster) acaba de ser nomeado para uma inusitada missão, fazer parte de um setor do exército norte-americano chamado "Mensageiro". Ele passa a trabalhar ao lado do veterano na missão, o capitão Tony Stone (Woody Harrelson), e sua função é simplesmente ir na casa das pessoas e avisar que um dos integrantes da família está morto. Uma terefa difícil, mas necessária.

Will vai aos poucos aprendendo a lidar com isso, ser o mais profissional possível e não se deixar se envolver com as emoções dos outros. Entretanto não se envolver com os outros é fácil para ele, logo que nunca conseguiu se prender a alguém, no entanto, mantém um caso com Kelly (Jena Malone), algo sem compromisso, sem planos, o que faz com que a moça se afaste e se envolva com outro rapaz, e ele mal se importa. Até que a forma como ele lida com seus próprios sentimentos começa a mudar quando ele avisa a morte de um soldado para sua respectiva esposa, Olivia (Samantha Morton), e ela reage de uma forma diferente de todas as outras famílias, com calma e ainda agradece a coragem e atitude dos dois em informá-la. Will fica curioso com este caso e duvida que ela já esteja em outro relacionamento e começa a "persegui-la", os dois fazem amizade fácil e ele passa a se envolver com ela. Porém, essa atitude vai contra as ideologias de trabalho de Tony, mas depois de algumas conversas sinceras, os dois acabam se entendendo, e nesta forte e intensa missão, acaba nascendo uma amizade, e um passa a apoiar o outro nos momentos mais difíceis.


Primeiro trabalho como diretor, Oren Moverman, que também assina o roteiro, que aliás, através desse roteiro um tanto quanto inteligente, acreditei que fosse possível fazer um filme interessante. Mas infelizmente O Mensageiro escorrega legal, se tornando um drama extremamente cansativo, chato, um filme monótono que nada acontece. Além de cair no clichê várias vezes com diálogos sobre guerra e perdas, nada criativo, frases que ouvimos em qualquer documentário sobre guerra. A participação do veterano Steve Buscemi marca muito bem isso, com uma boa atuação, sua personagem é uma péssima combinação de todos os clichês baratos que vimos com tanta frequência, frases como..."Está vendo aquela árvore? Ela tem a idade do meu filho, ela está viva e ele não"...falá sério!!!



Woody Harrelson é um ótimo ator, isso é inegável, mas sua indicação ao Oscar, na minha opinião, foi algo como "respeitamos sua carreira", logo que em sua personagem não vemos nada além do que ele já havia feito antes, inclusive em Zumbilândia, por incrível que pareça, as personagens são muito parecidas!! Ben Foster chamou a atenção da crítica desde sua participação em Alpha Dog (2007), e desde então eu me questiono se eu não consigo ver o que esses críticos vêem, acredito muito em seu potêncial, mas inclusive neste filme, sua atuação não me agrada nem um pouco. Jena Malone, ótima atriz, pouquíssima aproveitada no roteiro, uma pena. Samantha Morton fica com o destaque do filme, a única coisa boa que acontece nele, uma atriz surpreendente, capaz de se transformar em qualquer coisa, uma atuação simples, mas adorável.


A trilha sonora é questionável, colocam um rock pesado, talvez para dar mais intensidade na trama, mas não convence em nenhuma cena, muito pelo contrário, parece entrar sempre em hora indevida.

O Mensageiro acaba e esquecemos dele no segundo seguinte, temos a impressão de termos perdido nosso precioso tempo em algo que não disse nada, tentou dizer, mas com as palavras erradas. Um filme fraco, sem emoção, vazio, e o pior de tudo, sem um final, somos enrolados durante intermináveis duas horas e não vemos um mero final decente! Quer um filme que explore muito melhor o lado humano em plena guerra? Assista Guerra ao Terror! Conclusão: dinheiro jogado fora!

NOTA: 3

Um comentário:

  1. Sério mesmo???Li ótimas críticas exaltando esse filme.Criou - se altas expectativas nessa pessoa que vos escreve...hehehe..sério mesmo, fiquei com vontade de assistir...
    Mas se vc, que é bem mais generoso e paciente do que eu não gostou, não é um bom sinal...
    Abraços..gostei da resenha...

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