por Fernando Labanca
No final de janeiro estreou aqui no Brasil "Amor e Outras Drogas", filme que conta com atuações de Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway e com a direção do veterano, mas novato no gênero, Edward Zwick (O Último Samurai, Diamante de Sangue).
A história inicia no final da década de 90, e vemos a trajetória de Jamie Randall (Gyllenhaal), um vendedor promissor de uma loja de eletro eletrônicos e um conquistador barato, capaz de conquistar as mais belas mulheres com apenas algumas palavras. Eis que é demitido e por viver numa família de médicos acaba seguindo o mesmo rumo, e passa a ser estagiário como representante de vendas numa das maiores empresas farmacêuticas, a Pfizer. Para isso, começa a ter contato com médicos, passa a ter alguns rivais e ter a chance de sair com várias mulheres. Até que conhece Maggie (Hathaway), num consultório médico, uma artista e com apenas 26 anos sofre do mal de Parkinson.
Por alguns mal entendidos, eles se conhecem, e sem muitos rodeios vão para os finalmente. Para a sorte de Jamie, ela também não queria nada sério, nada a mais do que sexo, e entre os lençóis, os dois vão compartilhando confidências, e quando menos esperavam, estavam apaixonados. Para melhorar ainda mais sua vida, surge um remédio no mercado que influencia e muito no seu crescimento profissional, o Viagra, e graças ao seu talento em vendas a pílula passa a se popularizar, e ele, promovido. Mas um agravante impede de ambos terem um relacionamento normal, a doença de Maggie avança, é quando Jamie percebe o porquê dela querer ele sempre tão distante e o porquê dela nunca conseguir se entregar a alguém mesmo sendo tão incrível. E enquanto ele se vê crescendo no trabalho, também assisti a degradação de sua amada, é quando percebe que há coisas na vida que valem mais a pena lutar e nisso passa a apoiá-la, indo muito mais além do que ele imaginava de um relacionamento.
"Amor e Outras Drogas" vai muito além do que apenas uma comédia romântica, além de conseguir inserir o drama, o filme aborda temas interessantes como o mal de Parkinson, muito bem trabalhado na trama, sem ser apenas um pano de fundo e consegue emocionar com a sensibilidade e realismo. E todo o universo farmacêutico, os conflitos existentes nesta área, a ética de trabalho, até mesmo críticas a indústria que lucra com a desgraça alheia. O romance e humor também estão presente, mas o longa não se permite ser taxado nem limitado, atravessa fronteiras e vai muito além do óbvio.
O porquê de ser uma comédia para maiores, está nas cenas quentes que o filme nos proporciona. Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal literalmente se despem para compor seus personagens, poucas roupas e cenas de sexo, bastante sensuais e muito raras no gênero, e que por incrível que pareça, eleva o nível da produção, por se arriscar, ir além do que o público está acostumado a ver em comédias românticas. E tudo isso é mostrado com bastante seriedade, com cuidado, sem parecer vulgar ou obsceno, tudo soa natural, nada forçado, de forma bela e muito corajosa.
Os atores principais fazem do filme ainda melhor. Jake Gyllenhaal está ótimo, não é a primeira vez que o ator surpreende na tela, mas este é um de seus melhores, versátil, convincente, divertido e carismático, mas também faz bonito nas cenas mais dramáticas. Mas o drama fica mesmo por conta de Anne Hathaway que tem uma atuação brilhante, convense tanto no humor, que sempre foi seu forte, quanto no drama, que nos transmite com fidelidade sua dor, sua insegurança. Dentre os coadjuvantes, Oliver Platt, se supera, com um personagem interessante e infelizmente pouco aproveitado pelo roteiro, diferente de Josh Gad, que interpreta o irmão de Jamie, com muito destaque na trama, ele faz as piores sequências do filme, em parte pela atuação forçada e copiada de outros papéis, em outra pelo roteiro que lhe entregou as piores falas e as piores piadas, infelizmente destruindo várias cenas que poderiam ter ficado melhores. Ainda há Hank Azaria, Judy Greer e Gabriel Match, corretos.
A época é bem retratada pelos figurinos, pelos cenários, a falta de tecnologia e principalmente pela trilha sonora. Alguns hits interessantes que nos remetem aquele tempo como "Two Princes" do Spin Doctors, por outro lado, a trilha sonora também comete seus erros, como a repetição de uma faixa instrumental todas as vezes que o casal enfrenta algum dilema ou alguma discussão importante, perdendo um pouco do clima e ficando muito repetitivo.
Enfim, palmas para Edward Zwick, um dos últimos diretores que poderiam ser escalados para uma comédia romântica, surpreende pela versatilidade, não é seu melhor trabalho, mas ainda assim é uma obra interessante que vale a pena ser conferida. "Amor e Outras Drogas" por muitas vezes perde o ritmo, existem sequências que poderiam ser deletadas, por outro lado há cenas incríveis que valem o ingresso e o final é bem satisfatório, mas por fim, o melhor de tudo mesmo, é ver Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway, atores incríveis em cena, carismáticos e com uma bela química entre eles. Recomendo.
A história inicia no final da década de 90, e vemos a trajetória de Jamie Randall (Gyllenhaal), um vendedor promissor de uma loja de eletro eletrônicos e um conquistador barato, capaz de conquistar as mais belas mulheres com apenas algumas palavras. Eis que é demitido e por viver numa família de médicos acaba seguindo o mesmo rumo, e passa a ser estagiário como representante de vendas numa das maiores empresas farmacêuticas, a Pfizer. Para isso, começa a ter contato com médicos, passa a ter alguns rivais e ter a chance de sair com várias mulheres. Até que conhece Maggie (Hathaway), num consultório médico, uma artista e com apenas 26 anos sofre do mal de Parkinson.
Por alguns mal entendidos, eles se conhecem, e sem muitos rodeios vão para os finalmente. Para a sorte de Jamie, ela também não queria nada sério, nada a mais do que sexo, e entre os lençóis, os dois vão compartilhando confidências, e quando menos esperavam, estavam apaixonados. Para melhorar ainda mais sua vida, surge um remédio no mercado que influencia e muito no seu crescimento profissional, o Viagra, e graças ao seu talento em vendas a pílula passa a se popularizar, e ele, promovido. Mas um agravante impede de ambos terem um relacionamento normal, a doença de Maggie avança, é quando Jamie percebe o porquê dela querer ele sempre tão distante e o porquê dela nunca conseguir se entregar a alguém mesmo sendo tão incrível. E enquanto ele se vê crescendo no trabalho, também assisti a degradação de sua amada, é quando percebe que há coisas na vida que valem mais a pena lutar e nisso passa a apoiá-la, indo muito mais além do que ele imaginava de um relacionamento.
O porquê de ser uma comédia para maiores, está nas cenas quentes que o filme nos proporciona. Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal literalmente se despem para compor seus personagens, poucas roupas e cenas de sexo, bastante sensuais e muito raras no gênero, e que por incrível que pareça, eleva o nível da produção, por se arriscar, ir além do que o público está acostumado a ver em comédias românticas. E tudo isso é mostrado com bastante seriedade, com cuidado, sem parecer vulgar ou obsceno, tudo soa natural, nada forçado, de forma bela e muito corajosa.
Os atores principais fazem do filme ainda melhor. Jake Gyllenhaal está ótimo, não é a primeira vez que o ator surpreende na tela, mas este é um de seus melhores, versátil, convincente, divertido e carismático, mas também faz bonito nas cenas mais dramáticas. Mas o drama fica mesmo por conta de Anne Hathaway que tem uma atuação brilhante, convense tanto no humor, que sempre foi seu forte, quanto no drama, que nos transmite com fidelidade sua dor, sua insegurança. Dentre os coadjuvantes, Oliver Platt, se supera, com um personagem interessante e infelizmente pouco aproveitado pelo roteiro, diferente de Josh Gad, que interpreta o irmão de Jamie, com muito destaque na trama, ele faz as piores sequências do filme, em parte pela atuação forçada e copiada de outros papéis, em outra pelo roteiro que lhe entregou as piores falas e as piores piadas, infelizmente destruindo várias cenas que poderiam ter ficado melhores. Ainda há Hank Azaria, Judy Greer e Gabriel Match, corretos.
A época é bem retratada pelos figurinos, pelos cenários, a falta de tecnologia e principalmente pela trilha sonora. Alguns hits interessantes que nos remetem aquele tempo como "Two Princes" do Spin Doctors, por outro lado, a trilha sonora também comete seus erros, como a repetição de uma faixa instrumental todas as vezes que o casal enfrenta algum dilema ou alguma discussão importante, perdendo um pouco do clima e ficando muito repetitivo.
Enfim, palmas para Edward Zwick, um dos últimos diretores que poderiam ser escalados para uma comédia romântica, surpreende pela versatilidade, não é seu melhor trabalho, mas ainda assim é uma obra interessante que vale a pena ser conferida. "Amor e Outras Drogas" por muitas vezes perde o ritmo, existem sequências que poderiam ser deletadas, por outro lado há cenas incríveis que valem o ingresso e o final é bem satisfatório, mas por fim, o melhor de tudo mesmo, é ver Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway, atores incríveis em cena, carismáticos e com uma bela química entre eles. Recomendo.
NOTA: 8.0
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