
por Fernando Labanca
Colin Firth interpreta George que desde os quatro anos de idade enfrenta um grande problema, a gagueira. Passou sua vida inteira tentando enfrentar este obstáculo, que não só afetava sua fala, como afetava sua relação com as outras pessoas e principalmente sua auto-estima. O pior de tudo é que ele faz parte de uma família da realeza britânica, seu pai é Rei George V e ele atua como Duque de York e faz discursos devido a isso, para sua total humilhação.
Depois de várias tentativas frustrantes com médicos para tentar curar seu problema, sua adorável esposa, Elizabeth (Helena Bonham Carter) o leva para conversar com um terapeuta, desconhecido e fora da lista de profissionais indicados pela realeza, Lionel Logue (Geoffrey Rush). Este excêntrico homem tem a difícil missão de salvá-lo da gagueira e para isso, o trata de igual para igual, numa conversa franca, testando-o de diversas formas, agindo como seu psicólogo. De início, George acha uma tremenda besteira dar ouvidos para um estranho, eis que seu pai falece e a coroa é dada para seu irmão David (Guy Pearce), o problema é que ele mantém uma vida fora dos padrões da época e a qualquer momento a coroa poderia ir para George, o que o faz entrar numa crise de nervos, nisso procura novamente Lionel, decidido a melhorar e a seguir os conselhos do terapeuta.
Quando enfim, David abdica da coroa, George se torna George VI, num momento tenso na sociedade britânica, numa época de guerra, onde o que o povo mais queria era de um homem que lhes representassem, que falasse por eles. E Lionel passa a ser de papel fundamental neste momento, lhe dá coragem para falar, lhe dá auto-estima, e muito mais do que isso, se torna um verdadeiro e leal amigo.

"O Discurso do Rei" começa lento, a história vai se desenvolvendo aos poucos, e que muitas vezes perde o ritmo, acontecendo sem nos permitir entrar na história. Da metade para o final, o longa ganha mais vida, e quando termina, nos sentimos gratos, satisfeitos por estarmos diante de um filme de qualidade, ainda mais no final, quando estamos realmente emocionados, uma história que nos pega de surpresa, acreditamos desde o início que não daria em nada, mas quando menos esperamos, estamos intensamente envolvidos, no problema de George e na bela amizade que surge entre ele e Lionel. Pelo menos, foi assim que eu me senti.

Tom Hooper não seria um Oscar desperdiçado como Melhor Diretor, um profissional competante e isto é nítido pela extrema qualidade do filme. Fotografia muito boa, cenários bem construídos, tudo muito bem captado pela câmera, além dos ótimos figurinos e uma trilha sonora encantadora feita pelo sempre incrível Alexandre Desplat.


NOTA: 8,5
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