por Fernando Labanca
Muitos, assim como eu, ficaram indignados quando souberam que a série clássica de terror dos anos 90 estaria de volta! "Pânico" que teve seu ínicio em 1996 sob o comando do diretor Wes Craven conhecido por filmes como "A Hora do Pesadelo" que nos trouxe Freddy Krueger. Craven retorna a parceria com o roteirista do original, Kevin Williamson e volta melhor do que nunca, superando qualquer expectativa e provando que seu sucesso não virá por insistência (como Premonição ou Jogos Mortais) mas sim, por que é repleto de grandes idéias, um show de originalidade e sarcasmo.
A história ocorre 10 anos após o término da terceira parte e trás o elenco original de volta, como Neve Campbell, a eterna Sidney, Courteney Cox e David Arquette, além de novos personagens interpretados por uma galera jovem já conhecida do grande público, como Hayden Pennetiere (da série Heroes) e Emma Roberts.
Em "Pânico 4", Sidney Prescott (Campbell) volta depois de 10 anos para sua cidade natal, Woodsboro, onde fora alvo de perseguição e se tornou a estrela local, para publicar seu mais novo livro, a história de sua recuperação. Estes acontecimentos que marcaram a cidade viraram filmes e chegou até o 7, e os jovens veem o massacre de anos atrás como o maior acontecimento que já ocorrera e passam a comemorar uma década após o surgimento de "Ghostface". Por ironia do destino, 10 após os acontecimentos e o retorno de Sidney, a cidade vira palco novamente de misteriosos assassinatos e de cara percebem que Sid é o alvo mais uma vez.
Entram em ação o xerife Dewey (Arquette), expert nos massacres de Ghostface e sua esposa Gale (Cox) que insiste em fazer parte das investigações, mesmo não sendo mais repórter e mesmo passando por dificuldades no casamento. Porém, a sobrinha de Sidney, Jill (Emma Roberts) sofre ameaças pelo telefone (Qual o seu filme de terror favorito, lembra?) e junto com suas amigas e todas as pessoas próximas a Sid passam a ser vigiadas constantemente. Entretanto, nova década, novas regras, e a lógica do jogo muda, e pessoas que não estão ligadas diretamente a ela estão morrendo e um detalhe, as mortes agoram são filmadas, Ghostface que fazer seu próprio filme desta vez.
O roteiro não trás nada de muito novo, mortes atrás de mortes (agora tem mais sangue, muito mais sangue) e há a inserção da tecnologia, celulares e câmeras digitais que na época do original não estavam presentes, e aqui estes elementos são muito bem inseridos. Ah! E agora gays e virgens também morrem! O diferença de "Pânico 4" está nos detalhes, está em seu humor, em seu sarcasmos e seu deboche, a série nunca esteve tão engraçada e o humor foi colocado na trama tão perfeitamente e de forma tão conveniente como não se fazia há anos. O terror também está presente e graçás a boa direção de Wes Craven ainda levamos sustos e nos dá aquele ar de nostalgia e nos lembramos daqueles filmes da década de 90 e "Pânico 4" nada mais é do que uma sincera e original homenagem ao que houve de trash, passando por todos os estereótipos e clichês possíveis e nos lembrando no que houve de pior e melhor neste gênero. Brilhante.
Me senti realmente muito sádico vendo este filme, nunca sai tão feliz do cinema depois de tantas mortes e tanto sangue. O deboche é o ponto alto do filme, não há como não achar graça dos acontecimentos, o filme próprio se esculacha, as atuações, o diálogo, o filme não passa de uma brincadeira bem feita, satiriza até mesmo as continuações intermináveis do cinema Hollywoodiano, satiriza a maneira como as personagens são guiadas neste gênero e como as mortes são previsíveis (que aliás cria uma nova lógica onde o inesperado é o novo clichê), e ao mesmo tempo que nos mostra toda esta ironia, o filme se renova, nos proporcionando um mar de criatividade, nos diálogos e principalmente no final, que realmente nos pega de surpresa, até porque o longa nos apresenta um leque de possibilidades, onde todos podem ser o assassino. Há ainda várias referências, passando a Bruve Willis numa hilária passagem, ao britânico "Todo Mundo Quase Morto" e a Robert Rodriguez.
E mesmo com toda sua bagunça, o longa de Wes Craven ainda nos trás uma pequena reflexão. Seus personagens não estão mais na década de 90, são a geração 2.0 e o roteiro consegue nos mostrar com competência o que há de novo nestes personagens, os novos valores, os novos ideais. Em certo momento, uma personagem é questionada sobre as amizades, é quando esta nos faz uma pergunta: Quem hoje em dia se preocupa realmente com amigos? O que as pessoas agora procuram é outra coisa, são fãs, não mais amigos. A relação das pessoas se limita a sites de relacionamento e não importa quem esteja te adicionando, o que o importa é a quantidade, o que importa é o número de pessoas que te seguem. E esta "fama" também é questionada, a mídia distorceu esta denominação, hoje não é preciso fazer um ato grandioso para ser famoso e ter reconhecimento.
O elenco original tem menos espaço na trama, o que não é um ponto negativo. Sidney, Gale e Dewey não retornam com a mesma força, o que é bom, dando espaço para os novos rostos e nos permintindo nos envolver com eles, e felizmente o trio antigo não é desrespeitado pelo roteiro que ainda assim valoriza seus respectivos personagens. Gale de Courteney Cox, porém, parece um pouco perdida na trama e sua atuação deixa a desejar, Dewey parece bem mais infantil e mesmo sendo o xerife é sempre o último a saber das pistas, entretanto ainda há carisma. Neve Campbell ainda possui sua cara assustada e convense nas perseguições e todo seu drama. O elenco jovem é bem trabalhado pelo roteiro e facilmente nos afeiçoamos a eles, o que é bem raro neste tipo de filme, destaque para Emma Roberts que aparece mais madura e mais interessante, o mesmo ocorre com Hayden Penettiere, de longe, a personagem mais carismática de sua carreira, não faz uma cheerleader e também não irrita em cena. Há também Rory Culkin (sim, aquele gaorinho de Sinais, bem crescido!). Ainda há o ex-the O.C, Adam Brody, muito bem ao lado de Anthony Anderson e a bela Marley Shelton, além de Kirsten Bell e Anna Paquim em uma pequena participação.
Enfim, há tanta coisa para dizer de "Pânico 4", superou minhas expectativas e provou ser um filme obrigatório e não "só mais uma sequência". A saga que em 1996 deu uma grande força para o gênero terror e foi um marco, pode não ter o mesmo efeito nesta década, mas mesmo assim, não deixa de ser um filme interessante, bem feito, que acima de tudo, respeita o original, quase que um milagre, logo que filmes que chegam na quarta parte ainda mais se tratando de terror dificilmente consiguirá conquistar os fãns que curtiram o primeiro. "Pânico 4" conseguiu este feito e consegue se comunicar e muito bem com aqueles que cresceram vendo coisas toscas (no bom sentindo) da década de 90 e ainda conquistar os mais novos que não conheciam a saga. Em suma, deixe o preconceito de lado, embarque nesta divertida e criativa brincadeira de Wes Craven, que tem moral para criticar o que há de ruim no terror e tem moral para dizer no meio de uma cena importantíssima como uma espécie de protesto: DON'T FUCK WITH THE ORIGINAL!!!!" (educadamente falando= não estrague o original). E este, meus caros leitores, não estragou o original, pelo contrário, fez dele melhor ainda.
A história ocorre 10 anos após o término da terceira parte e trás o elenco original de volta, como Neve Campbell, a eterna Sidney, Courteney Cox e David Arquette, além de novos personagens interpretados por uma galera jovem já conhecida do grande público, como Hayden Pennetiere (da série Heroes) e Emma Roberts.
Em "Pânico 4", Sidney Prescott (Campbell) volta depois de 10 anos para sua cidade natal, Woodsboro, onde fora alvo de perseguição e se tornou a estrela local, para publicar seu mais novo livro, a história de sua recuperação. Estes acontecimentos que marcaram a cidade viraram filmes e chegou até o 7, e os jovens veem o massacre de anos atrás como o maior acontecimento que já ocorrera e passam a comemorar uma década após o surgimento de "Ghostface". Por ironia do destino, 10 após os acontecimentos e o retorno de Sidney, a cidade vira palco novamente de misteriosos assassinatos e de cara percebem que Sid é o alvo mais uma vez.
Entram em ação o xerife Dewey (Arquette), expert nos massacres de Ghostface e sua esposa Gale (Cox) que insiste em fazer parte das investigações, mesmo não sendo mais repórter e mesmo passando por dificuldades no casamento. Porém, a sobrinha de Sidney, Jill (Emma Roberts) sofre ameaças pelo telefone (Qual o seu filme de terror favorito, lembra?) e junto com suas amigas e todas as pessoas próximas a Sid passam a ser vigiadas constantemente. Entretanto, nova década, novas regras, e a lógica do jogo muda, e pessoas que não estão ligadas diretamente a ela estão morrendo e um detalhe, as mortes agoram são filmadas, Ghostface que fazer seu próprio filme desta vez.
O roteiro não trás nada de muito novo, mortes atrás de mortes (agora tem mais sangue, muito mais sangue) e há a inserção da tecnologia, celulares e câmeras digitais que na época do original não estavam presentes, e aqui estes elementos são muito bem inseridos. Ah! E agora gays e virgens também morrem! O diferença de "Pânico 4" está nos detalhes, está em seu humor, em seu sarcasmos e seu deboche, a série nunca esteve tão engraçada e o humor foi colocado na trama tão perfeitamente e de forma tão conveniente como não se fazia há anos. O terror também está presente e graçás a boa direção de Wes Craven ainda levamos sustos e nos dá aquele ar de nostalgia e nos lembramos daqueles filmes da década de 90 e "Pânico 4" nada mais é do que uma sincera e original homenagem ao que houve de trash, passando por todos os estereótipos e clichês possíveis e nos lembrando no que houve de pior e melhor neste gênero. Brilhante.
Me senti realmente muito sádico vendo este filme, nunca sai tão feliz do cinema depois de tantas mortes e tanto sangue. O deboche é o ponto alto do filme, não há como não achar graça dos acontecimentos, o filme próprio se esculacha, as atuações, o diálogo, o filme não passa de uma brincadeira bem feita, satiriza até mesmo as continuações intermináveis do cinema Hollywoodiano, satiriza a maneira como as personagens são guiadas neste gênero e como as mortes são previsíveis (que aliás cria uma nova lógica onde o inesperado é o novo clichê), e ao mesmo tempo que nos mostra toda esta ironia, o filme se renova, nos proporcionando um mar de criatividade, nos diálogos e principalmente no final, que realmente nos pega de surpresa, até porque o longa nos apresenta um leque de possibilidades, onde todos podem ser o assassino. Há ainda várias referências, passando a Bruve Willis numa hilária passagem, ao britânico "Todo Mundo Quase Morto" e a Robert Rodriguez.
E mesmo com toda sua bagunça, o longa de Wes Craven ainda nos trás uma pequena reflexão. Seus personagens não estão mais na década de 90, são a geração 2.0 e o roteiro consegue nos mostrar com competência o que há de novo nestes personagens, os novos valores, os novos ideais. Em certo momento, uma personagem é questionada sobre as amizades, é quando esta nos faz uma pergunta: Quem hoje em dia se preocupa realmente com amigos? O que as pessoas agora procuram é outra coisa, são fãs, não mais amigos. A relação das pessoas se limita a sites de relacionamento e não importa quem esteja te adicionando, o que o importa é a quantidade, o que importa é o número de pessoas que te seguem. E esta "fama" também é questionada, a mídia distorceu esta denominação, hoje não é preciso fazer um ato grandioso para ser famoso e ter reconhecimento.
O elenco original tem menos espaço na trama, o que não é um ponto negativo. Sidney, Gale e Dewey não retornam com a mesma força, o que é bom, dando espaço para os novos rostos e nos permintindo nos envolver com eles, e felizmente o trio antigo não é desrespeitado pelo roteiro que ainda assim valoriza seus respectivos personagens. Gale de Courteney Cox, porém, parece um pouco perdida na trama e sua atuação deixa a desejar, Dewey parece bem mais infantil e mesmo sendo o xerife é sempre o último a saber das pistas, entretanto ainda há carisma. Neve Campbell ainda possui sua cara assustada e convense nas perseguições e todo seu drama. O elenco jovem é bem trabalhado pelo roteiro e facilmente nos afeiçoamos a eles, o que é bem raro neste tipo de filme, destaque para Emma Roberts que aparece mais madura e mais interessante, o mesmo ocorre com Hayden Penettiere, de longe, a personagem mais carismática de sua carreira, não faz uma cheerleader e também não irrita em cena. Há também Rory Culkin (sim, aquele gaorinho de Sinais, bem crescido!). Ainda há o ex-the O.C, Adam Brody, muito bem ao lado de Anthony Anderson e a bela Marley Shelton, além de Kirsten Bell e Anna Paquim em uma pequena participação.
Enfim, há tanta coisa para dizer de "Pânico 4", superou minhas expectativas e provou ser um filme obrigatório e não "só mais uma sequência". A saga que em 1996 deu uma grande força para o gênero terror e foi um marco, pode não ter o mesmo efeito nesta década, mas mesmo assim, não deixa de ser um filme interessante, bem feito, que acima de tudo, respeita o original, quase que um milagre, logo que filmes que chegam na quarta parte ainda mais se tratando de terror dificilmente consiguirá conquistar os fãns que curtiram o primeiro. "Pânico 4" conseguiu este feito e consegue se comunicar e muito bem com aqueles que cresceram vendo coisas toscas (no bom sentindo) da década de 90 e ainda conquistar os mais novos que não conheciam a saga. Em suma, deixe o preconceito de lado, embarque nesta divertida e criativa brincadeira de Wes Craven, que tem moral para criticar o que há de ruim no terror e tem moral para dizer no meio de uma cena importantíssima como uma espécie de protesto: DON'T FUCK WITH THE ORIGINAL!!!!" (educadamente falando= não estrague o original). E este, meus caros leitores, não estragou o original, pelo contrário, fez dele melhor ainda.
NOTA: 8,5
Eu voltei, agora pra ficar...lalala...e eu não sei mais a letra...hehehe
ResponderExcluirEntão, sim meu caro amigo, eu voltei...testei um método de postagem que deu certo...a cada dia eu escrevo um pouquinho e quando menos eu espero, tem uma postagem pronta...se com um especial eu fiz isso de boa (numa semana que eu tinha uma prova e um seminário), imagina com uma resenha simples ou 2 em 1????É mole que nem pudim...hehe
E quanto a Noriega e Abre los Ojos, nem digo mais nada, vc é um caso perdido pra mim...hehehe...mas assista sim, Tesis e A Espinha do Diabo, são bons filmes...assisti Mar Adentro nesses dias e quando puder eu posto sobre ele...
Quanto a Pânico 4, estava simplesmente sem um pingo de coragem pra assistir, mas toda critica que eu li até agora (incluindo a sua) fala bem do filme...tava até pensando em reassistir o primeiro e ver os outros dois...pra ver o quarto no cinema, mas estou receosa..Hayden Panettiere e Emma Roberts no mesmo filme?Sei não...
Como sempre, uma boa postagem, parabéns!
Bjo
hoje vai passar panico 4
ResponderExcluirem qual cinema
Adoro todos os filmes do Pânico... em especial o primeiro
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