por Fernando Labanca
Antes do Amanhecer (Before Sunrise, 1995)
Ethan Hawke é Jesse, um jovem de 20 poucos anos, norte-americano, um tanto quanto perdido em sua própria vida, acabou de levar um fora de sua namorada que morava na Europa, tem alguns planos de trabalho mas nada muito concreto, e antes de voltar para casa resolve fazer um tuor entre as principais cidades da Europa, e sua próxima parada seria Viena. No trem em que estava acaba conhecendo Celine (Julie Delpy) uma francesa que fala inglês, uma jovem extremamente inteligente e que de imediato lhe desperta um certo interesse. Os dois conversam e em pouco tempo decobrem uma inacreditável afinidade.
Até que Jesse refletindo que talvez ele nunca mais iria vê-la e que essa pudesse ser a última chance dele encontrar o amor de sua vida, faz um pedido inusitado, a convida para descer em Viena e passar até o fim do dia com ele e antes do amanhecer ela voltaria e embarcaria para seu destino final. E para sua surpresa, ela aceita.
E enquanto conhecem juntos a beleza da cidade, trocam informações, segredos e angústias, passando pelos traumas de infância, as descobertas da adolescência, experiências de vida, momentos engraçados, seus planos para o futuro. E durante essas horas eles vão se conhecendo e descobrindo que há muito em comum entre eles, como se realmente fossem feitos um para o outro e a todo o tempo não descartam o que lhes irá ocorrer ao amenhecer, a despedida. Eles tinham apenas um dia para viver aquilo e por isso se deixam levar com muita intensidade, era a última chance, viver como se fosse a último dia passa a ter um significado mais concreto para Jesse e Celine.
Um filme único. Um dos romances mais incríveis que vi na minha vida, fato! Uma história extremamente simples transformada em algo grandioso, devido principalmente aos diálogos inesquecíveis e cenas memoráveis. Cada fala é um pedaço de genialidade e inteligência, soa quase como música aos ouvidos. São poucos filmes que falam por mim, mas neste, tive a sensação, em vários momentos, que poderia ter sido eu a falar determinados diálogos, há muito do que sinto sobre várias coisas ou até mesmo histórias de vida em que me identifiquei e acredito que isto possa ocorrer com muita gente, logo que foram escritos dois personagens muito humanos. Não teria o mesmo efeito, é claro, sem as ótimas atuações de Ethan Hawke e Julie Delpy, naturais ao extremo, havendo a todo o tempo uma deliciosa química entre eles, além de duas performances muito sensíveis, que acreditam no que dizem e nos convensem em cada palavra.
Richard Linklater em seu auge, sua grande obra-prima. Se constitui basicamente de dois personagens e os cenários reais de Viena e mesmo assim, não desgrudamos o olho da tela e o assunto entre eles é tão interessante que nos prendemos até o final, somado a curiosiidade de saber o que irá ocorrer no final. Um filme belíssimo, não só pelas paisagens, mas principalmente pela história. Uma fuga da realidade, dois jovens fugindo de uma vida cheia de regras e imposições, vivendo apenas por um dia um romance um tanto quanto utópico, mas sem deixar de ter os pés no chão e sempre precisam encarar a triste realidade, o fim daquilo que acabou de começar. Não há como não torcer pelo casal, dá uma vontade de entrar no filme e gritar para Celine: "Não vá embora!", ou de poder alterar o destino dos protagonistas e fazer de tudo para que eles possam ficar juntos. Dificilmente sinto isso num filme de romance, geralmente é só bonitinho, mas "Antes do Amanhecer" foge do óbvio, constrói um romance diferente de todos, mesclando com um delicioso humor e muita emoção, principalmente na parte final, que faz até o coração doer. Enfim, palmas que esta genial obra de arte!
NOTA: 10
Antes do Pôr-do-Sol (Before Sunset, 2004)
Sem deixar telefone ou endereço, é assim que Celine se despede de Jesse, eles deixam um encontro marcado, mas não acontece, por inonia do destino. E somente nove anos depois, os dois voltam a se ver. É então que vem pergunta: E se você tivesse uma segunda chance para resolver algo que ficou no passado?
Jesse escreve um livro sobre a história de um jovem que se apaixona por uma desconhecida em um trem na Europa. Coincidência ou não, seu livro vende bem e para publicá-lo em outros países, ele viaja mais uma vez pelo continente e numa entrevista em uma livraria em Paris, reencontra Celine.
Ele, casado e com um filho. Ela, namorando e uma carreira promissora, uma espécie de ativista, tentando melhorar o mundo que na juventude ela reclamava. O tempo agora é mais curto, menos de duas horas para ele voltar para casa, e neste pequeno período, ela lhe apresenta sua cidade, e enquanto isso, eles vão descobrindo o que aconteceu com a vida de cada um, os erros e os acertos, planos que nada tinha a ver com o que eles sonhavam e descutiram nove anos atrás.
E nesta conversa, Celine e Jesse percebem o quanto aquele dia significou em suas vidas, talvez a coisa mais importante que tenha acontecido com eles. Percebem que nenhum conseguiu seguir em frente como deveria ser, ele foi infeliz no casamento, sabia que Celine era a mulher para ele mas o destino não foi amigo deles, e ela não conseguiu amar ninguém como amou ele em apenas um dia e vive com o fantasma daquele romance que não aconteceu.
A conversa agora é mais política do que no primeiro filme, é interessante perceber como os personagens evoluiram como pessoas, e o roteiro deixar nítido que não são mais adolescentes, são adultos com responsabilidades e que carregam em si muito mais decepções. Os diálogos ainda são únicos e ainda o ponto alto do filme, inteligente ao extremo, sensível e delicado e ainda muito apaixonante. Julie Delpy se destaca e cresce como atriz, mostrando mais versatilidade, o que já estava incrível no primeiro, neste consegue ser ainda melhor. Ethan também ótimo, mas faz o mesmo.
Interessante notar que o longa acontece em tempo real, os 80 minutos de filme é exatamente o tempo em que ocorre a história. Destaque para montagem muito bem feita, nos fazendo acreditar que realmente este tempo é real, vale citar a fotografia impecável.
É sim um excelente filme, mas não consegue ser tão bom quanto o primeiro. O original é mais romântico, neste a conversa é mais amigável, mas não é por isso que é inferior, simplesmente não consegue ser tão intenso e tão emocionante quanto "Antes do Amanhecer". Mas o problema maior é seu final, o roteiro a todo custo tentando fugir do óbvio acaba que nos dando um final sem muitas respostas, não que eu esperasse um "felizes para sempre", mas o próposito do longa era justamente responder aquilo que ficou sem resposta no primeiro e não nos encher com mais dúvidas e infelizmente é isso que ocorre. Mas ainda assim vale muito a pena, não há como assistir o primeiro e não ter vontade de ver o que aconteceu depois, ainda há cenas marcantes e diálogos incríveis, e por eles já vale cada segundo, recomendo.
NOTA: 8.5
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH!!!
ResponderExcluirEu tava planejando fazer um post com esse mesmíssimo tema!Até assisti os filmes!!
Fernando, pare de dar uma de Charles Xavier, por favor!!!!??
Adoro esses filmes...são uma prova de que filmes românticos não precisam ser frescurentos e piegas!
Seu copião!
Huhauhauahua...tah falando sério???
ResponderExcluirnum creio!!!!
tanto filme pra gente comentar e a gente insiste em pensar nos mesmos!!!
kkkkk
foi mal...prometo não invadir mais sua mente!!
Pois eh...assisti no feriado...e gostei mto msm, não saiu da cabela ateh agora!!! kkk
genial...e fico me perguntando: Por que eu num vi isso antes?? kkk
valeu