segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Crítica: Super (Super, 2010)

Um depressivo filme de comédia, que trás a história de um homem comum que decide combater o mal. O longa nos mostra como seria na vida real se um herói realmente existisse, sem poderes, apenas armado de sua angústia e sua vontade em salvar a pele da mulher que ama. Dirigido por James Gunn, este louco filme trás uma grande atuação de Rainn Wilson. Engraçado e melancólico, “Super” é a saga de um herói como nunca se viu antes.

Por Fernando Labanca

Frank (Rainn Wilson) é um cara que não teve muito do que se orgulhar em sua vida. Distante de sua mulher (Liv Tyler), ele a vê com outro homem, o traficante Jacques (Kevin Bacon), o que o deixa irritado, pois ela é uma ex-viciada e está indo novamente ao mau caminho. Frank, desde criança, sempre teve alucinações, e acredita que Deus falou com ele e tocou em seu cérebro, a partir de então, sente que é o escolhido para um grande ato, e chegando a conclusão que para se tornar um herói a única coisa que precisaria era escolher combater o mal, Frank então se torna Crimson Bolt, compra HQ’s, faz seu uniforme e começa a sair nas ruas para destruir tudo aquilo que acredita ser errado, proteger os inocentes das forças obscuras do mal. Como todo herói que se preze, ele passa a ter o auxílio de Boltie (Ellen Page), a jovem prodígio. E munido de todo o rancor que sentiu sua vida inteira, Frank vai fazer de tudo para chegar até seu arqui-inimigo, Jacques, para enfim salvar a pele da mocinha, o grande amor de sua vida. 


“Por que tive tanto azar em minha alma nascer neste rosto repulsivo? Este cabelo que não fica no lugar. Com esta personalidade ridícula e idiota. As pessoas me olham espantadas, Deus, posso perceber. Ficam pasmas como algo tão estúpido e idiota possa existir. Por que sou assim?”

“Super” pode pegar muita gente de surpresa, por inúmeros motivos, e a chance de se surpreender até o final é muito grande. Aparentemente uma comédia descompromissada, o filme vai ganhando aos poucos uma complexidade rara quando se trata de filmes de heróis, aliás, este é melancólico, realista, mostra com muita sensibilidade as fraquezas de seus personagens, onde jamais conseguimos julgá-los por seus atos, pois são, acima de tudo, humanos, humanos que erram mesmo quando lutam para acertar. O grande mérito da obra foi justamente trazer esta complexidade a seu protagonista, Frank é definitivamente um grande personagem, com sua baixa autoestima, com seu rancor que guardou a vida inteira, tudo isso intensificado pela excelente atuação de Rainn Wilson, que sendo um comediante, surpreende, pois consegue trazer uma carga dramática forte e impactante para a tela. É interessante, também, o fato de jamais a trama coloca-lo como coitado, pois ele também erra e em nenhum momento o roteiro engrandece sua fragilidade ou desvaloriza suas falhas. 

O filme também surpreende por sua violência, de um jeito positivo, pois mostra o total descontrole de Crimson Bolt, que na pele do herói não mede esforços em querer matar o simples cara que furou a fila. “Super” dá voz a uma sociedade tão acostumada a esses acontecimentos, seja de um assalto, de um roubo ou do simples ato de furar a fila, a verdade é que no dia-a-dia nos irritamos com tanta coisa e Crimson Bolt é justamente a libertação desta raiva enrustida. Frank é por fim, o anti-herói, que tão enlouquecido age como o vilão, que mata sem piedade. O que faz dele um herói? O que o difere de um vilão? São questões como essas que ficam em nossa mente, mas o filme nos alerta, a verdade está apenas no coração de Frank e não cabe a nós, como público, chegar a uma conclusão sobre suas atitudes.

O elenco é ótimo, Rainn Wilson me surpreendeu muito, realiza cenas fantásticas. Ellen Page é até interessante e sua personagem é boa, mas a atriz não se distancia de outras interpretações que já realizou. Entre os coadjuvantes, os bons Kevin Bacon, Liv Tyler, Nathan Fillion e Michael Rooker. A direção de James Gunn é eficiente, consegue trazer este tom depressivo e realista para as cenas, além da ótima trilha sonora, que se destaca. 

Entretanto, o que acabou me incomodando em “Super” foi que, por fim, o filme acaba se desviando da sua premissa inicial, e mesmo com seu realismo e aquele esforço em trazer o herói para a vida real, parece que o roteiro não conseguiu trazer grandes inovações ao seu final, com direito a explosões gigantescas, perseguições, tiroteios, e acaba limitando seus bons personagens a apenas o herói, o vilão e a mocinha. Ou seja, se no início ele nos apresenta algo tão diferente e acaba criando uma expectativa de que tudo caminhará para algo inovador, o filme se perde, e termina como qualquer outro filme de herói, não consegue trazer uma solução original para aquele universo, o que é uma pena, tinha tudo para ser memorável. Em suma, vale pelos atores, principalmente por Rainn Wilson e por inúmeras boas cenas e diálogos, é um filme que diverte mesmo sendo tão melancólico, sabe dosar bem sua sensibilidade e emoção com a ação, que é bastante empolgante. Apesar das falhas, gostei. Recomendo. 

NOTA: 7,5

“Eu meio que acho que a felicidade é valorizada demais. As pessoas passam a vida toda buscando-a como se fosse a coisa mais importante do mundo. Pessoas felizes são meio que...arrogantes.”



6 comentários:

  1. O filme é ótimo! Não dêem bola para a parte final da crítica aí em cima... como o próprio personagem diz " A verdade está no coração de cada um" e o entendimento do filme também !
    99% DOS CRÍTICOS SÃO DEMAGOGOS, FRUSTADOS, Não são nem atores, nem diretores, nada, ´so críticos, "SUPER" em busca de algo para descarregar suas frustações ... E tenho dito!

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    1. aconselho os filmes da saga kick ass. tem o mesmo estilo. o primeiro foi lançado em 2010. o segundo em 2013. e terá o terceiro para finalizar a saga. são muito bons.

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    2. Me pareceu muito Kick Ass. Foi feito antes? Antes mesmo que os quadrinhos do Kick Ass?

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  2. cara, não acredito que assiti este filme, o mais idiota que já fizeram até hoje, e ainda tem crítica pra isso ??? Será que Liv Tyler, Elen Page e até Kevin Bacon estão falidos ???

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  3. Também achei que faltou alguma coisa no final. Como o filme tem um tom meio realista, merecia um final mais dramatico.

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  4. Gostei muito do filme,que creio ,tenha inovado em alguns pontos.E no fim ainda ficou uma dúvida;Será que tudo aconteceu mesmo,ou foi somente alucinações do pobre Frank ?......................................Muito bom ,na minha opinião .

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