domingo, 9 de agosto de 2009

Crítica: Pagando Bem, Que Mal Tem? (Zack and Miri Make a Porno, 2008)


O polêmico diretor Kevin Smith volta com um filme que nos mostra um assunto sempre evitado, para gerar polêmica, talvez, mas acima de tudo, para divertir o público e quebrar certas barreiras que existem entre a sociedade e sexo.


por Fernando

Miri (Elizabeth Banks) e Zack (Seth Rogen) são dois amigos de infância que dividem um apartemento, e consequentemente, as dívidas e até mesmo suas confidências. Resumindo, são melhores amigos e estão juntos nos melhores e piores momentos, nesse caso, mais nos piores, logo que as dívidas começam a aumentar, até porque eles preferem gastar dinheiro em objetos sexuais na internet, do que abrirem os olhos e perceberem que já são adultos e agora eles têm maiores responsabilidades, porém entrar nessa fase não é nada fácil para os dois, principalmente quando percebem que só estão afundando e não realizaram nada de muito importante em suas vidas, não conquistaram nada o que desejaram.

Até que cortam a água, a luz e enfim eles percebem que precisam reagir o mais rápido possível, já que o salário da lanchonete onde trabalham não é nada muito eficiente. E depois de muitas discussões, descobrem que há um jeito de ganhar muito dinheiro, sem grandes esforços e que ainda lhes trará prazer, entrar no ramo da pornografia, fazer filmes caseiros e publicá-los e rapidamente seriam um sucesso e ganhariam dinheiro fácil. Porém são melhores amigos e percebem que não será nada legal ver o outro dentro de um filme pornô, mas esquecem a ética da amizade, esquecem o quanto será estranho ver o outro transando com um estranho e mais do que isso, enfrentar a tensão e o medo de transar com um estranho e pior, com uma câmera na frente filmando tudo.

A partir de então encontram um salão abandonado, começam a fazer testes na cidade para encontrar novos e antigos talentos da pornografia, criam os figurinos e escrevem um incrivel roteiro se baseando nas história de Star Wars (hilário!!). Porém quando tudo estava indo perfeitamente bem, o salão é destruído para uma nova construção e perdem todo o figurino e todo o cenário, sendo forçados a começarem tudo de novo. Até que Zack tem a brilhante idéia de utilizar seu próprio ambiente de trabalho para fazer o filme pornô, fácil e simples, o cenário já está pronto e o figurino não precisa ser nada de especial, serão só pessoas que frenquentam um Café e transam com as garçonetes, e com a ajuda de alguns desconhecidos e de alguns amigos, eles começam a rodar o filme. Mas antes de tudo, Zack e Miri fazem uma espécie de trato, onde nada do que acontecer nas filmagens iria estrangar a amizade entre eles, mas o que eles não esperavam, é que as coisas começam a ficar cada vez mais "quentes" envolvendo cada vez mais os que participam do filme, inclusive eles, onde a amizade começa a ficar cada vez mais abalada, criando situações embaraçosas e consequentemente, briguinhas de ciúmes, e a cada dia, Zack e Miri percebem que há mais entre eles do que uma simples amizade, e mesmo em um ambiente tão pervertido, fica cada vez mais difícil esconder o que um sente pelo outro.

Pagando Bem, Que Mal Tem?, já o nome sugere algo não muito família, isso porque aqui no Brasil decidiram deixar o título não muito explícito assim como no país de origem, "Zack and Miri Make a Porno". Já está estampado no título, o filme não é para a família, mesmo se tratando de uma comédia não arrisque colocar seu pai ou sua mãe todos juntos para um programa de domingo, vai ser constrangedor. Isso ocorre pois o filme utiliza, talvez não para chamar a atenção ou apelar mesmo para conquistar mais público, mas porque se trata, dentro do contexto, de um filme pornô, portanto nada mais lógico que haver cenas para maiores. Talvez algumas pessoas se sintam ofendidas pelas cenas de sexo, por mais que sejam cômicas, ainda é sexo, mas não venha dizer que não esperava por elas, uma hora ou outra elas iriam aparecer. Por outro lado, algumas passagens, a nudez surge desnecessariamente, causando uma certa estranhesa no longa, estando aí, seu pior defeito. Sim, nesses momentos, podemos chamar de apelação.

Porém, estamos falando de um filme de Kevin Smith, um diretor ousado, original e polêmico e nesse filme, ele reúne características que fizeram ele ser o que é hoje, a ousadia no roteiro, sem medo de ofender os mais conservadores (Dogma, 1999), o humor escrachado ( do engraçado e nonsense "impérios do besterol Contra Ataca", 2001) e claro, mesmo no meio do humor, o diretor e também roteirista, sempre arranja um espaço para emoção, para criar não só o clímax da projeção, mas também criar um propósito maior, nesse caso,vemos mais do que comédia e sexo, vemos dois amigos se descobrindo com um casal (assim como o comovente "Menina dos Olhos", 2004), além do romance em cena que o consagrou em "Procura-se Amy", em 1997.

Na parte técnica, o filme não é fraco, mas é longe de ser grandioso. Apesar da boa trilha sonora, Kevin Smith, que também assina o roteiro e a edição do longa, economiza em todos os detalhes, contruindo uma história que tem como pano de fundo cenários simples e pequenos, com poucas locações, fazendo um filme um tanto quanto pobre, que apenas se fortalece no elenco e na história.

Em Pagando Bem, Que Mal Tem? não vemos sua trupe formada por Ben Affleck, Matt Damon e Jason Biggs, além dos personagens Jay e Silent Bob, mas vemos dois atores incríveis em cena, surpreendendo a cada momento do filme. Estou falando de Seth Rogen, o sempre engraçado ator de Ligeiramente Grávidos, O Virgem de 40 Anos e SuperBad. Rogen é hilário, e faz de Zack uma personagem divertida e carismática. Mas destaco principalmente a bela Elizabeth Banks, que talvez nunca tenha tido, infelizmente, tanto destaque em um filme, e depois de três episódios, praticamente figurando na saga do Homem Aranha, a atriz fez por merecer estar protagonizando um filme de Kevin Smith. Depois de sua bela performance em Três Vezes Amor (2008), ao lado de Ryan Reynolds, mostrando seu lado mais dramático e romântico, neste filme, ela nos mostra sua descontraída versão mais cômica, natural e carismática a cada instante, nunca esteve tão engraçada e tão bela em cena.

O longa de Smith nada mais é do que uma sátira dos filmes pronográficos, que nos choca por estampar em nossa cara algo que não é tão discutido e pouco mostrado no cinema Hollywoodiano, talvez por medo da rejeição dos mais conservados, talvez por puro preconceito contra aqueles que trabalham neste ramo. Mas o filme não deixa de ser descontraído, é ousado, mas não tem o intuito de assustar ninguém, muito pelo contrário, é pura comédia, comédia boa, com piadas originais e inteligentes referentes não só ao mundo pornô mas também a cultura pop. O filme nos reserva boas tiradas, mas também uma sensível e sutil história de amor entre duas pessoas que se conhecem tanto, mas como no próprio filme é dito, que ás vezes não enchergamos o que está na nossa frente e no caso deles, não enchergavam o amor que estava ali, a todo momento. Eles só precisaram de uma camêra, um bando de desconhecidos fazendo sexo para perceberem o quanto se amavam.

NOTA: 7

2 comentários:

  1. Filme bacana para dar umas boas risadas! Bom para passar o tempo! Também dou 7! Abraço!

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  2. Ainda não vi, mas é claro, só pelo nome não dá pra assistir com seus pais...
    ¬¬"....Tudo tem limite ! UHAUAHSUASH
    Resenha legal, mas mto grande... Fica difícil ler ateh o final...

    Bjão!

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